sábado, 11 de dezembro de 2021

Onze ideal de jogadores que passaram por Vitória FC e Amora

Amora e Vitória de Setúbal medem forças na Liga 3
Dois clubes do distrito de Setúbal que já andaram entre a elite do futebol português, embora com dimensões históricas bem distintas, Vitória de Setúbal e Amora coincidiram em três épocas na I Divisão, uma na II Liga, uma no Campeonato de Portugal e agora na recém-criada Liga 3.
 
Em onze jogos entre as duas equipas até este encontro da segunda volta da Série B da Liga 3, os sadinos venceram oito e empataram três, não tendo sofrido qualquer derrota.
 
Ao longo desse percurso, os setubalenses têm tido nos seus quadros jogadores que já tinham pertencido aos amorenses e vice-versa.
 
Vale por isso a pena conferir o nosso onze ideal de futebolistas que passaram pelos dois clubes, distribuídos em campo num 3x5x2.
 

Vaz (guarda-redes)

Vaz
Escolha dificílima, uma vez que Joaquim Torres também era um sério candidato a ocupar a baliza deste onze.
Guarda-redes nascido em Penalva do Castelo, no distrito de Viseu, Vaz saltou diretamente do clube local para o FC Porto, mas sem espaço na Invicta acabou por se transferir para o Vitória de Setúbal no verão de 1970.
Inicialmente suplente de Joaquim Torres, ganhou a titularidade em 1971-72, época em que os sadinos lograram a melhor classificação da sua história, o 2.º lugar. Na temporada que se seguiu ajudou a equipa a chegar à final da Taça de Portugal.
Oito anos e mais de 100 jogos depois, transferiu-se para o Académico de Viseu em 1978, tendo ainda passado pelo Sporting antes de ingressar no Amora em 1981-82, tendo atuado em 16 jogos e sofrido 19 golos na I Divisão na época que passou ao serviço do emblema do concelho do Seixal.
 
 

José Mendes (defesa central)

José Mendes
Defesa central nascido em Setúbal e formado no Vitória, teve duas passagens pelo clube (1966-67 a 1974-75 e 1977-78 a 1979-80), com dois anos no Sporting pelo meio, tendo beneficiado do fim da lei da opção.  Demorou alguns anos a assumir-se como peça importante no Bonfim e só em 1970-71 passou jogar com regularidade.
Ainda assim, este antigo defesa central foi a tempo de integrar a história equipa que alcançou o 2.º lugar em 1971-72, de jogar a final da Taça de Portugal em 1973, perdida ante o Sporting em Alvalade, e de participar em jogos históricos nas competições europeias frente a Spartak Moscovo e Leeds, entre outros. Os bons desempenhos em cerca de 250 jogos pelo Vitória levaram-no à seleção nacional, que representou por oito vezes.
Já na curva descendente da carreira, quando já tinha 33 anos, mudou-se para o Amora, tendo atuado em 17 encontros na I Divisão naquela que foi a primeira participação dos azuis da Medideira no primeiro escalão, em 1980-81.
Viria a encerrar a carreira noutro clube setubalense, o Comércio e Indústria. Paralelamente, iniciou o seu trajeto como treinador, tendo sido jogador-treinador dos sadinos em 1978-79 e adjunto durante a década de 1980.
 
 

Rebelo (defesa direito)

Rebelo
Contemporâneo e conterrâneo do também José Mendes, com quem coincidiu na equipa principal do Vitória em 11 temporadas. Somou os primeiros jogos em 1966-67, mas só em 1969-70 voltou a jogar e apenas em 1970-71 se estabeleceu na equipa.
Também esteve na histórica época do 2.º lugar, na final da Taça de Portugal de 1972-73 e somou mais de 30 encontros pelos sadinos nas competições europeias. Entre 1967 e 1980 disputou cerca de 270 jogos e apontou três golos pela formação setubalense, tendo durante esse trajeto amealhado oito internacionalizações pela seleção nacional A.
No verão de 1980, quando estava prestes a comemorar o 33.º aniversário, mudou-se para o Amora, tendo ainda atuado em cerca de 50 partidas e marcado um golo pelos azuis da Medideira em todas as provas.
 
 

Tó Sá (defesa esquerdo)

Tó Sá
Embora fosse um lateral direito, por uma questão de conveniência é adaptado ao lado esquerdo neste onze ideal, até pela falta de alternativas credíveis.
Lateral direito formado no Cova da Piedade, chegou ao Amora no verão de 1990, proveniente do Pescadores. Em quatro temporadas na Medideira, Tó Sá viveu duas subidas à II Liga e uma descida à II Divisão B, tendo amealhado mais de 120 partidas e cinco golos pelos amorenses.
Valorizado pelas boas campanhas, deu em 1994 o salto para o Vitória de Setúbal, clube pelo qual amealhou 65 jogos oficiais e três golos ao longo de três temporadas, tendo vivido uma subida à I Liga e uma descida à II Liga.
 
 
 

Formosinho (médio centro)

Formosinho
Médio setubalense e formado no Vitória, transitou para a equipa principal em 1974-75, já depois da era dourada dos sadinos, não chegando a tempo de disputar finais da Taça de Portugal nem de jogar nas competições europeias. Na primeira passagem pelos seniores do clube, entre 1974 e 1979, participou em mais de 80 partidas, apontou oito golos e tornou-se internacional sub-21.
Entretanto passou dois anos no Varzim antes de ingressar no Amora em 1981-82, temporada em que participou em 24 jogos e marcou um golo ao Sp. Espinho no campeonato.
Após a aventura na Medideira regressou ao Bonfim para jogar durante mais cinco anos com a camisola verde e branca, tendo amealhado mais de uma centena de encontros e seis golos entre 1982 e 1987, não conseguindo evitar o regresso dos vitorianos à II Divisão, em 1986, depois de 25 anos consecutivos no patamar maior do futebol português.
A seguir a encerrar a carreira de jogador, iniciou a de treinador, tendo orientado o Amora em 1993-94 e 1994-95 e a equipa B do Vitória de Setúbal em 2005-06.
 
 

Mário Narciso (médio centro)

Mário Narciso
Mais um médio setubalense e formado no Vitória, que transitou para a equipa principal em 1972-73, época em que somou dois jogos e um golo e que ficou marcada pela caminhada até à final da Taça de Portugal.
Seguiram-se dois anos no Torreense antes do regresso ao Bonfim em 1975, tendo amealhado mais de 100 encontros e oito golos ao longo de cinco temporadas.
Em 1980-81 ingressou no Amora, tendo atuado em 28 jogos e marcado oito golos no campeonato naquela que foi a época de estreia dos azuis da Medideira na I Divisão.
Na temporada seguinte representou o Vitória de Guimarães e em 1982-83 voltou ao Vitória de Setúbal para participar em 17 partidas e faturar por uma vez.
Após pendurar as botas tornou-se adjunto de Quinito, tendo trabalhado nos sadinos em 1990-91. Mais tarde, iniciou no Vitória um trajeto glorioso como treinador de futebol de praia, tendo conquistado dois títulos nacionais. Hoje é selecionador nacional e tem no currículo troféus como dois Mundiais (2015 e 2019), uma Taça da Europa (2016) e uns Jogos Europeus (2019).
Paralelamente, desempenhou as funções de cobrador de quotas do Vitória de Setúbal. “As pessoas da minha faixa etária e as mais velhas conhecem o Narciso como jogador e por estar ligado às cobranças. O pessoal mais novo já me vê mais como o selecionador de futebol de praia. Já é 50/50. Uns quando me veem perguntam-me pelo Vitória, outros perguntam quando é que a seleção joga”, contou ao Diário de Notícias em novembro de 2019.
 
 
 

Vítor Baptista (médio ofensivo)

Vítor Baptista
O Maior. Quando se pergunta a um vitoriano qual o melhor jogador da história do clube, o mais provável é ouvir-se uma de três respostas: Jacinto João, Yekini ou Vítor Baptista.
Médio ofensivo/avançado nascido em Setúbal e formado no Vitória, subiu à equipa principal em 1967-68, época marcada pela caminhada até à final da Taça de Portugal pela quarta vez consecutiva. Mesmo numa equipa a viver um período fantástico, Vítor Baptista foi ganhando paulatinamente o seu espaço ao longo de quatro temporadas no plantel principal, tendo amealhado 95 jogos e 41 golos em todas as provas entre 1967 e 1971. Em 1970-71 estreou-se pela seleção nacional A e ficou a um golo de se sagrar no melhor marcador do campeonato, tendo sido apenas superado pelo benfiquista Artur Jorge, que somou 23 remates certeiros.
Valorizado, deu o salto para o Benfica, clube ao serviço do qual teve momentos de brilho ao longo de sete anos.  Porém, em 1978-79 voltou ao Bonfim para atuar em 18 partidas e faturar por sete vezes.
Seguiram-se passagens por Boavista e pelos norte-americanos do San Jose Earthquakes antes de ingressar no Amora em 1980-81, na temporada de estreia dos amorenses na I Divisão e numa altura em que o jogador já caminhava para o 32.º aniversário. Já em curva descendente na carreira, não foi além de seis jogos no campeonato.
“O Vítor fez seis/sete jogos pelo Amora só. Assisti a episódios inacreditáveis. Aturei-lhe muitas maluquices, nos treinos, nos jogos e nos estágios. Vi-o várias vezes drogado. No hotel em Troia era sempre a mesma coisa. Ia para a varanda, fechava a janela e eu só via fumo, fumo e mais fumo. Vinha para dentro e já nem falava. Não adiantava dizer-lhe nada”, recordou Mário Narciso ao Maisfutebol em março de 2013.
“Ele chegava já de manhã transtornado aos treinos. Num deles, estávamos a fazer trabalho de resistência em redor do relvado. O estádio estava em obras. Estávamos esgotados e o Vítor ainda não tinha aparecido. De repente olho para a parte de trás do pelotão e lá estava ele, de bicicleta. Tinha-a roubado ao pedreiro que andava por lá. [O treinador José Moniz] gritou com ele, claro, e o Vítor só dizia: professor, tenho muitas voltas em atraso. Deixe-me pedalar à vontade para recuperar”, acrescentou.
Em outubro de 2019, quase 20 anos após a sua morte, deu o nome a um campo de futebol em Setúbal.
 
 
 

Diamantino Miranda (extremo)

Diamantino
Extremo direito natural de Sarilhos Pequenos, no concelho da Moita, fez a formação no Vitória de Setúbal e transitou para a equipa principal em 1976-77, tendo feito a estreia pelos seniores aos 16 anos e 11 meses, numa visita à Académica. No final dessa época de estreia, na qual atuou em 17 partidas e apontou um golo, deu o salto para o Benfica, clube pelo qual ainda cumpriu dois anos de júnior.
Sem espaço na Luz, transferiu-se para o Amora no início da temporada 1980-81, a primeira dos azuis da Medideira na I Divisão, disputou 22 encontros e apontou cinco golos.
Após um ano no emblema do concelho do Seixal rumou ao Boavista e depois voltou ao Benfica, clube que haveria de representar até 1990, com duas finais da Taça dos Campeões Europeus, uma final da Taça UEFA, um Campeonato da Europa e um Mundial pelo meio.
No verão de 1990 regressou ao Vitória, aos 31 anos, tendo cumprido 72 jogos e 12 golos em todas as provas ao longo de três épocas, a primeira na I Divisão e as duas últimas na II Liga, tendo-se despedido dos relvados com uma subida ao primeiro escalão.
Após pendurar as botas tornou-se treinador, tendo passado pelo comando técnico do Vitória em 1994-95 e em 2002-03, já depois de ter sido adjunto de Raúl Águas em 1993-94. “Foi no Vitória que comecei a jogar, em 1973, e foi no Vitória que acabei a minha carreira de jogador e comecei a de treinador… apesar de algumas peripécias pelo meio. Por isso, nunca poderei desligar-me daquele clube, daquela cidade, daquelas gentes que muito me dizem”, afirmou ao Record em maio de 2005.
 
 

Jaime das Mercês (extremo)

Jaime das Mercês
Médio ofensivo/extremo natural da Cova da Piedade, não muito longe da Amora, transitou dos juniores para os seniores em 1981, estreando-se na I Divisão ainda com 17 anos, numa derrota caseira com o Vitória de Setúbal (0-1). A ampará-lo em campo teve o irmão Hélder das Mercês, 11 anos mais velho.
Apesar da tenra idade, foi titular nos 24 encontros que disputou nessa temporada, tendo apontado um golo, à União de Leiria. Paralelamente, passou a ser chamado regularmente à seleção nacional de sub-18, pela qual jogou ao lado de jogadores como Venâncio e Futre.
Na época seguinte foi maioritariamente titular, mas perdeu alguma influência. Voltou a disputar 24 jogos, mas seis foram na condição de suplente utilizado, tendo voltado a marcar um golo, frente ao Portimonense. Ainda assim foi chamado aos trabalhos da seleção sub-21, pela qual jogou ao lado de Silvino, Bandeirinha, Alberto Bastos Lopes, Carlos Xavier e do então companheiro de equipa Jorge Plácido (já lá vamos…).
Após a descida de divisão prosseguiu a carreira no Belenenses, onde se notabilizou e catapultou para a seleção nacional A. Depois de ajudar os azuis do Restelo a conquistar o título nacional da II Divisão, foi parte ativa daquele que é considerado o melhor período do clube no pós-Matateu, no final da década de 1980, coroado com a conquista da Taça de Portugal em 1988-89.
No verão de 1992, depois de uma temporada em que não foi muito utilizado em Belém, transferiu-se para o Vitória de Setúbal, clube pelo qual disputou 32 jogos e apontou quatro golos em todas as provas, ajudando os sadinos a subir à I Liga.
Haveria de regressar ao Amora em 1994-95, então na II Liga, depois de uma passagem de uma época pela Ovarense, não conseguindo evitar a descida à II Divisão B. Entretanto passou por Desportivo de Beja e Atlético e chegou a encerrar a carreira em 1998.
No entanto, o então presidente do Amora, José Mendes, apelou-lhe ao coração e Jaime Mercês voltou à Medideira para em março de 2000 para mais um ano e meio. “Cheguei a pensar que já estava acabado para o futebol de onze e não pensava voltar a jogar a este nível. Mas como me sinto em perfeitas condições físicas e acredito que posso fazer mais uma ou duas épocas, resolvi aceitar a proposta do presidente. Aliás, o ingresso no Amora deve-se à amizade com José Mendes, que me pediu para ajudar a equipa”, afirmou ao Record.
Em três meses às ordens de Manuel Bento não conseguiu evitar a descida à III Divisão, mas na época seguinte, em grande parte com José Carvalho à frente da equipa, ajudou os amorenses a sagrarem-se campeões e a voltarem à II B.
Após pendurar as botas continuou a jogar futebol… de praia. Como treinador desta modalidade, orientou o Amora naquela que foi a primeira participação do clube no Campeonato Nacional, em 2013.
 
 

José Rafael (avançado)

José Rafael
Ponta de lança algarvio, natural de Faro, despontou no Farense, integrou as seleções jovens portuguesas e estreou-se na I Divisão com a camisola do Portimonense antes de chegar à Medideira, no verão de 1981.
Avançado irreverente e oportuno na área, somou 12 golos em 50 jogos ao longo de dois anos no Amora, tendo marcado numa vitória caseira sobre o FC Porto (2-1) e em derrotas com Sporting em Alvalade (1-4) e Benfica em casa (1-3). Porém, não conseguiu evitar a descida de divisão em 1983, ano em que fez parte da seleção nacional que tentou o apuramento para os Jogos Olímpicos de Los Angeles.
“Gostei bastante de jogar no Amora. Tínhamos um bom lote de jogadores, malta nova com muito valor: vários acabaram por chegar à seleção, como o Jaime, o Jorge Plácido, o Ribeiro, além de mim. Os problemas nesse clube eram outros: a falta de pagamentos, por exemplo. Acabámos por descer em 1982-83 por causa disso”, afirmou a um blogue alusivo ao Farense em abril de 2014.
Apesar da despromoção, valorizou-se e continuou na I Divisão ao serviço do seu Farense, do Boavista e do Vitória de Setúbal. Ao serviço dos sadinos atuou em 20 partidas e faturou por seis vezes em todas as provas em 1987-88, conseguindo mostrar o seu valor apesar da concorrência de Jordão e Manuel Fernandes. “No Vitória de Setúbal comecei bem, mas depois sofri uma lesão complicada numa brincadeira com o Neno e acabei por perder o lugar”, recordou.
 
 
 

Jorge Plácido (avançado)

Jorge Plácido
Avançado nascido em Luanda, mas desde jovem radicado na margem sul do Tejo, concluiu a formação e iniciou o percurso como futebolista sénior no Amora em 1981-82, numa temporada em que os azuis de Medideira militavam na I Divisão.
No verão de 1983, após 28 jogos, quatro golos e uma descida de divisão pelos amorenses em todas as provas, transferiu-se para o Vitória de Setúbal já com o estatuto de internacional sub-21 português.
Em duas épocas ao serviço dos sadinos, Jorge Plácido amealhou 54 partidas e uma dezena de remates certeiros em todas as competições, rumando depois ao Desp. Chaves. “Aprendi muito com o senhor Manuel de Oliveira no Vitória de Setúbal. Eu exagerava um pouco no drible, adorava fintar e era ele que me dava cabo da cabeça: ‘assim nunca vai ser futebolista, não passarás de um jogador da bola’. Eu adorava imitar o Jacinto João, um extremo fantástico, glória sadina”, contou ao Maisfutebol em março de 2020.
 
 

Jorge Jesus (treinador)

Jorge Jesus
Jorge Jesus era apenas um médio em final de carreira, ao serviço do modesto Almancilense, quando em 1990, aos 35 anos, recebeu uma proposta que lhe mudou a vida. “Estava na III Divisão e no meu último ano de carreira enquanto jogador. Jogava no Almancilense, que é uma equipa do Algarve que não sei se ainda existe, e jogámos contra o Amora. Quando acabou o jogo, o presidente do Amora, que estava no banco, chamou-me e convidou-me: 'oh Jorge Jesus, tu queres ser treinador do Amora?'. Eu disse: 'treinador? Mas eu sou jogador, ainda agora estive a jogar, não sou treinador'. Ele disse: 'tu estavas a jogar, mas percebi que tu é que eras o treinador dentro do campo'. E é assim que começo a minha carreira de treinador. Isto é no domingo, na segunda-feira penso e digo-lhe: 'aceito o seu desafio'. Conclusão, o Amora é que foi subir e o Almancilense não subiu nesse ano”, contou aos alunos Faculdade de Motricidade Humana em 2013.
Na Medideira, Jorge Jesus começou a colocar em prática ideias como o 3x4x3 inspirado no Barcelona de Johan Cruyff e a defesa à zona nas bolas paradas. “Os treinos dele estavam muito à frente. No Amora, já defendíamos à zona nos cantos – isto há 20 anos. As equipas dele trabalham muito defensivamente, é difícil fazer-lhes golos, porque há uma sincronização muito grande. Trabalha os pormenores como poucos”, contou o seu antigo jogador, Rui Nascimento, ao Record.
Na primeira época no Amora, em 1989-90, Jesus alcançou a subida à II Divisão B. Dois anos depois, logrou a promoção à II Liga. Haveria de se despedir do clube em 1993, após a descida à II Divisão B.
Entretanto passou por Felgueiras, União da Madeira e Estrela da Amadora antes de orientar o Vitória de Setúbal, clube que já tinha representado enquanto jogador, entre outubro de 2000 e janeiro de 2002. Quando chegou ao Bonfim para suceder a Rui Águas, o Vitória era 7.º classificado na II Liga, tendo ainda perdido os dois primeiros jogos no campeonato. No entanto, a partir daí a equipa desatou a ganhar e conseguiu a promoção à I Liga nos minutos finais da última jornada, numa receção à Naval. “Queria dedicar esta vitória a esta massa associativa. Esta cidade tem uma paixão pelo futebol que, tirando BenficaSporting e FC Porto, mais ninguém tem. Ninguém consegue arrastar tanta gente atrás como o Vitória arrastou aqui hoje, 30 mil pessoas, todos eles vitorianos. Esta subida à I Liga vai inteiramente para os sócios e simpatizantes”, afirmou Jorge Jesus após o encontro decisivo.
Na época seguinte até nem começou mal, tendo amealhado três vitórias nas primeiras cinco jornadas. No entanto, depois não conseguiu evitar uma queda a pique que atirou a equipa para o 17.º lugar e acabou por não resistir aos maus resultados, tendo sido substituído por Luís Campos.
 











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