quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Os 10 brasileiros com mais jogos pelo Belenenses na I Divisão

Dez jogadores brasileiros importantes na história do Belenenses
A história de futebolistas brasileiros no Belenenses é extensa e longa. Extensa porque 125 jogadores oriundos de terras de Vera Cruz representaram o clube na I Divisão. Longa porque teve início em setembro de 1958, quando Tonho se estreou com a Cruz de Cristo ao peito num jogo em casa para o campeonato frente à CUF.


Daí para cá, foram-se sucedendo os jogadores brasileiros nos azuis do Restelo. Uns fizeram história, outros viraram flops. Nenhum foi campeão em 1945-46, mas, aquando da conquista da terceira (e última) Taça de Portugal, em 1988-89, a turma de Belém apresentou em campo três futebolistas canarinhos (Zé Mário, Baidek e Macaé) e ainda tinha no banco um treinador brasileiro, Marinho Peres.

Vale por isso a pena recordar os dez futebolistas brasileiros com mais jogos pelo Belenenses na I Divisão.


10. Luiz Gustavo (64 jogos)

Luiz Gustavo
Avançado móvel proveniente do Cruzeiro e com carimbo de seleções jovens brasileiras, tinha estado no Campeonato do Mundo de sub-20 em 1989 ao lado de Sonny Anderson, entre outros. Ao Restelo chegou no verão de 1991, quando o treinador era o compatriota Abel Braga, e marcou nove golos que ajudaram o Belenenses a subir à I Liga.
Seguiram-se três anos com a Cruz de Cristo ao peito no patamar maior do futebol português. Capaz de desempenhar várias posições no ataque, atuava preferencialmente no flanco direito, mas nunca foi propriamente um titular indiscutível e também por isso não marcou muitos golos, tendo somado tantos golos em três épocas como os que apontou na temporada de estreia. Em 1992-93 faturou três vezes em 24 jogos (17 a titular); na época seguinte marcou dois golos em 17 encontros (14 a titular); e por último somou quatro remates certeiros em 23 partidas (16 a titular).
Apesar de não ter grandes números, transferiu-se para o Benfica no verão de 1995 e, após um ano na Luz, regressou ao futebol brasileiro.



9. Luís Carlos (66 jogos)

Luís Carlos
Outro avançado, mas que passou pelo Restelo duas décadas antes de Luiz Gustavo. Contratado em 1971 ao Olaria, mas com passado nos históricos Palmeiras e Santos, chegou a ser rotulado no Brasil de novo Pelé, até porque tinha feito da lenda brasileira no filme O Rei Pelé, lançado em 1962.
Porém, com a Cruz de Cristo ao peito Luís Carlos afirmou-se imediatamente num plantel em que constavam os nomes de Mourinho Félix, Pietra ou Quaresma, sob a orientação do compatriota Zezé Moreira. “Feijão”, como era conhecido, apontou dez golos em 18 jogos na temporada de estreia, entre os quais um ao FC Porto. Na época seguinte foi mais utilizado, tendo cumprido 29 partidas (28 a titular) e marcado 11 golos, ajudando o Belenenses a sagrar-se vice-campeão nacional. E por último, na terceira e última temporada, participou em 19 encontros e somou cinco remates certeiros, entre os quais um ao Benfica e outro ao Sporting.
Quando ainda tinha muito para dar e contrato acertado para representar os espanhóis do Valência, lesionou-se com gravidade na parte direita ainda na primeira parte de um jogo com o Boavista no Bessa em março de 1974, após um choque com o guarda-redes boavisteiro Vítor Cabral, e foi obrigado a encerrar uma carreira que muito prometia.
Haveria de falecer em abril de 2011, vítima de pneumonia, aos 64 anos.


8. Pelézinho (67 jogos)

Pelézinho
Se Luís Carlos “Feijão” era comparado a Pelé, uma década antes o Belenenses teve Pelézinho, contratado no verão de 1962 ao Portuguesa. Médio de posição, encaixou imediatamente no onze de Fernando Vaz, numa altura em que a grande lenda do clube, Matateu, estava já em final de carreira.
Na primeira época disputou 21 encontros. Em 1963-64 esteve em 24 partidas e apontou sete golos, entre os quais um ao FC Porto. Depois foi perdendo gás. Em 1964-65 esteve em 15 encontros e somou dois remates certeiros e na quarta e última temporada no Restelo não foi além de sete jogos e um golo.
Depois prosseguiu a carreira no Olhanense, nas divisões secundárias, e, entretanto, passou por Bélgica e Espanha.


7. Mauro Soares (72 jogos)

Mauro Soares
Médio de características defensivas, mas dotado de um remate forte e colocado, reforçou o Belenenses no final de 1992, proveniente do Vitória Bahia, numa altura em que o treinador era o compatriota Abel Braga. Embora só tivesse feito a estreia no campeonato à 11.ª jornada, foi a tempo de participar em 14 jogos (10 a titular) e marcar dois golos, um ao Paços de Ferreira e outro ao Famalicão.
Nas duas épocas seguintes ganhou mais influência. Em 1993-94 disputou 27 encontros (22 a titular) e somou quatro remates certeiros. E na época que se seguiu esteve em 27 partidas (todas como titular).
Em 1995-96 começou muito bem a época no Restelo, com dois golos nas primeiras quatro jornadas, mas subitamente rescindiu unilateralmente o contrato, alegando incumprimento salarial, e transferiu-se a custo zero para o Sporting.
Entretanto voltou ao Brasil, mas regressou a Portugal para representar Farense e Campomaiorense.



6. Macaé (75 jogos)

Macaé
Médio de características ofensivas, foi contratado no verão de 1988 ao Botafogo, um dos grandes clubes do Brasil.
Melhor época de estreia no Belenenses seria difícil, uma vez que foi coroada com a conquista da Taça de Portugal, troféu que escapava ao clube há quase três décadas. Titular na tarde de glória do Jamor, foi utilizado em 24 jogos (20 a titular) e apontou quatro golos no campeonato, entre os quais um ao FC Porto.
Em 1989-90 disputou o mesmo número de encontros (22 a titular) e amealhou três remates certeiros, entre os quais mais um ao FC Porto. Na temporada seguinte até participou em mais encontros, 28 (19 a titular), mas não marcou qualquer golo e não conseguiu evitar uma inesperada descida de divisão.
Após a despromoção voltou ao Brasil, mas em dezembro de 1992 regressou a Portugal, onde haveria de representar Amora, Lusitano Évora, Juventude Évora e Atlético antes de dar por terminada a carreira.



5. Amaral (91 jogos)

Amaral
Lateral direito competente, chegou a Portugal em 2003-04 para reforçar o Leixões, depois de várias épocas nos campeonatos estaduais do Brasil, mas um ano em Matosinhos bastou para que captasse a atenção do Belenenses.
Logo na primeira época no Restelo foi totalista na I Liga: 34 jogos, 3060 minutos - e ainda marcou um golo, ao Moreirense. Na atribulada temporada seguinte, marcada pela salvação na secretaria devido ao Caso Mateus, manteve o estatuto de titular, mas disputou apenas 25 encontros (24 a titular). Ainda haveria de jogar mais dois anos com a Cruz de Cristo ao peito, nos quais teve como treinador Jorge Jesus, que preferiu adaptar Cândido Costa a lateral direito em vez de apostar no brasileiro, que nesse período participou somente em 32 encontros (26 a titular). Ainda assim, foi titular na final de 2006-07 da Taça de Portugal, perdida para o Sporting.
Em 2008 não só deixou o clube de Belém como pendurou as botas, aos 30 anos.



4. Zé Mário (97 jogos)

Zé Mário
Lateral esquerdo dos momentos mais gloriosos do Belenenses no pós-Matateu, esteve à porta da seleção brasileira e foi recrutado por Marinho Peres ao Guarani no verão de 1987. “Vim por indicação do Marinho Peres e do presidente, Mário Rosa Freire, que viu um Guarani-Corinthians e tratámos de tudo no balneário”, revelou ao Record em novembro de 2016.
Embora só tivesse feito a estreia na I Divisão à 5.ª jornada, agarrou imediatamente a titularidade e não mais a largou, contribuindo com dois golos (em 32 jogos), ao Sporting e ao O Elvas, para a obtenção do 3.º lugar, a melhor classificação do clube em mais de uma década.
Em 1988-89 manteve o estatuto, foi titular em ambos os encontros da célebre eliminatória europeia com o Bayer Leverkusen e teve um papel ativo na caminhada até à final da Taça de Portugal e na vitória sobre o Benfica no Jamor, embora tivesse sido expulso instantes antes do golo de Juanico. No campeonato participou em 28 encontros e marcou três golos.
Na terceira e última temporada também foi maioritariamente titular, tendo disputando 21 desafios (19 a titular) e marcado um golo, mas foi impotente para evitar a surpreendente descida de divisão.
Após a despromoção à II Liga pendurou as botas, aos 32 anos.




3. Verona (112 jogos)

Verona
Jogador capaz de fazer todas as posições de apoio ao ponta de lança, mas maioritariamente utilizado como extremo, chegou a Portugal em 1999 pela porta do Estrela da Amadora, mas um ano depois reforçou o Belenenses de Marinho Peres.
Maioritariamente titular, disputou 25 jogos (24 a titular) e marcou cinco golos na época de estreia. Porém, foi nas temporadas seguintes que explodiu: 26 encontros (21 a titular) e oito golos em 2001-02, entre os quais um ao Benfica e outro ao FC Porto; e 33 partidas (todas a titular) e nove remates certeiros em 2003-04, entre os quais um ao FC Porto e outro ao Benfica.
Na quarta e última temporada no Restelo esteve mais apagado – tal como a globalidade da equipa, que quase desceu de divisão -, tendo participado em 28 jogos (21 a titular), sem qualquer golo para amostra.
Depois voltou ao Estrela da Amadora e de lá foi para o Olivais e Moscavide. Mas ambas as experiências foram curtas, seguindo-se o regresso ao Brasil.



2. Filgueira (177 jogos)

Filgueira
Central de qualidade, forte no jogo aéreo e com a esmagadora maior parte da carreira feita no futebol português, chegou a porta do Desp. Chaves em 1988 e ainda passou por Vitória de Setúbal e Marítimo antes de chegar em 1996 ao Belenenses, clube no qual se tornou uma figura emblemática, estatuto que conquistou ao longo de oito anos.
Durante esse período foi quase titular, tendo formado dupla com Paulo Madeira, Barny, Rui Gregório e especialmente com Wilson, com quem emparelhou entre 1999 e 2004. Após 51 jogos e cinco golos na I Liga pelos azuis do Restelo entre 1996 e 1998, foi impotente para evitar a despromoção, mas em 1998-99 ajudou a equipa a regressar à elite do futebol português.
No regresso ao primeiro escalão foi importante para a consolidação do clube nesse patamar competitivo, tendo contribuído, por exemplo, com seis golos para o 5.º lugar obtido em 2001-02. Nessa temporada, apontou um hat trick num jogo com o Varzim.
Porém, os chamados três grandes também sofreram com a qualidade no jogo aéreo de Filgueira, que em abril de 2000 marcou um dos golos com que o Belenenses venceu o Benfica na Luz e em outubro de 2001 faturou num triunfo sobre o FC Porto nas Antas.
No entanto, a idade começou a pesar e, aos 37 anos, após uma pesada derrota no Estádio do Dragão, Augusto Inácio tirou-o da equipa… para sempre.
Após pendurar as botas continuou ligado ao clube como treinador nas camadas jovens, adjunto na equipa principal e coordenador técnico do futebol feminino. Em 2011 chegou a ser dispensado pela direção de António Soares, mas voltou em 2014.



1. Marco Aurélio (228 jogos)

Marco Aurélio
Guarda-redes histórico do Belenenses, surgiu em Portugal em 1996 para representar o Rio Ave, e ainda passou um ano e meio pelo Farense, mas em 1998 preferiu mudar-se para o Restelo, então na II Liga, do que permanecer no Algarve.
Um dos pilares da equipa que, sob o comando técnico de Vítor Oliveira, conseguiu imediatamente o regresso ao primeiro escalão, tendo sofrido apenas 24 golos em 30 jogos, Marco Aurélio revelou-se depois um elemento importantíssimo para a estabilização dos azuis do Restelo no patamar maior do futebol português.
Em 1999-00 começou a temporada como suplente de Botelho, mas agarrou o lugar à 9.ª jornada e não mais o largou, tendo sofrido 28 golos em 25 jogos. Foi precisamente nessa época, mais precisamente à 33.ª ronda, que iniciou uma série de 193 jogos consecutivos (!) na I Liga. No total, foram 17.370 minutos seguidos de competição. Nessa sequência sofreu 239 golos. A época em que foi menos batido foi a de 2004-05, quando foi buscar 34 bolas ao fundo das redes.
Em 2005-06 foi remetido para o banco por José Couceiro em três jogos, mas foi na temporada seguinte, já com Jorge Jesus no comando técnico, que perdeu definitivamente a titularidade, tendo Costinha conquistado o lugar no onze. Ainda assim participou na caminhada até à final da Taça de Portugal e participou nos dois últimos jogos do campeonato, que haveriam de ser igualmente os derradeiros da carreira, dada como encerrada em junho de 2007, aos 37 anos, quando era capitão de equipa do Belenenses.
“Ser capitão de uma equipa como o Belenenses é sempre um orgulho para qualquer jogador. Durante estes anos o Belenenses teve excelentes capitães, pessoas que cumpriram muito bem o papel de capitão, como o Filgueira e o Tuck, dois companheiros e amigos. Agora, fui eu designado capitão e espero poder corresponder e servir de exemplo para os mais jovens a nível de postura, trabalho e profissionalismo”, afirmou ao jornal Os Belenenses em dezembro de 2005.
Embora tivesse uma Escola de Futebol com o seu nome em Portugal, decidiu voltar a Ribeirão Preto, estado de São Paulo, após pendurar as luvas.



















1 comentário:

  1. Oi! Encontrei um jogo valioso de futebol.
    Brasil contra Japon 1999.
    Jogador famoso Hidetoshi Nakata,Rivaldo,Cafú,Juninho Pernambucano
    https://www.youtube.com/watch?v=6tsIQtix23I

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