segunda-feira, 3 de maio de 2021

Os 10 jogadores com mais jogos pelo Gil Vicente na II Liga

Dez jogadores da história recente do Gil Vicente
Fundado a 3 de maio de 1924 por iniciativa de um grupo de jovens que se reunia regularmente no Largo Doutor Martins Lima, então conhecido por Largo do Teatro, por ali se encontrar o Teatro Gil Vicente – daí o nome do clube -, o Gil Vicente Futebol Clube esperou quase 70 anos para chegar ao patamar maior do futebol português.
 
Nos anos 1940, os gilistas passaram a ser presença habitual nos campeonatos nacionais, nomeadamente na II Divisão, mas raramente estiveram às portas da promoção à elite. Em 1976-77 os barcelenses causaram sensação na Taça de Portugal, ao chegar às meias-finais, onde foram eliminados pelo Sp. Braga somente no jogo de desempate, mas foi preciso esperar pouco mais de uma década para atingirem a I Divisão.
 
Em 1989-90, o antigo lateral direito portista Rodolfo Reis assumiu o comando técnico e guiou o Gil Vicente à elite do futebol nacional. Os jovens Folha, Capucho e Paulo Alves, que haveriam de se tornar internacionais AA por Portugal, foram outros dos rostos do sucesso.
 
Daí para cá, a formação de Barcelos passou a ser presença assídua na I Divisão, somando já 19 participações – incluindo a de 2019/20 -, tendo como melhor classificação de sempre o 5.º lugar obtido em 1999-00. Paralelamente, voltou a atingir as meias-finais da Taça de Portugal em 2015-16, quatro anos depois de ter sido finalista vencida da Taça da Liga.
 
Em termos de II Liga, os gilistas participaram por dez vezes na prova e sagraram-se campeões em 1998-99 e 2010-11.
 
Vale por isso a pena recordar os dez jogadores com mais jogos pelo Gil Vicente na II Liga.
 
 

10. Diego Gaúcho (73 jogos)

Diego Gaúcho
Defesa central brasileiro, passou por vários clubes de divisões inferiores do seu país antes de ingressar no Gil Vicente no verão de 2006, após a despromoção administrativa devido ao Caso Mateus.
“Em 2005, eu fui para o Felgueiras disputar a II Liga. Lá é assim: o presidente não pagando, eles não podem disputar, caem para a última divisão. Como o presidente não pagou, a equipa caiu para última divisão, fechou o clube, não jogou. Em 2006, como eu tinha feito um bom trabalho, quase dois meses treinando com o treinador Luís Miguel, ele quis-me de volta, mas acabei de por não ir para a equipa em que ele estava. Ele indicou-me para o Gil Vicente. E aí há uma curiosidade. Eu cheguei ao Gil Vicente para jogar na I Liga, com contrato de três anos. Só que na hora de começar o campeonato, 15 dias antes, o clube desceu de divisão (risos), porque inscreveu um jogador ilegal, o Mateus, um angolano. Num campeonato, um ano antes, ele tinha jogado uns jogos e foi inscrito ilegalmente, porque ele era amador. E o Mateus estava comigo no Felgueiras. Assim, por causa do Matheus, nós fomos jogar para a II Liga”, recordou ao portal brasileiro O Popular Digital.
Em três temporadas em Barcelos disputou um total de 73 jogos (69 a titular) e apontou cinco golos na II Liga, tendo contribuído para a caminhada até aos quartos de final da Taça de Portugal em 2007-08.
Pelo meio, teve a possibilidade de ir para o West Ham. “Chegou, acho que o primo do Jorge Mendes, Paulo Emanuel Mendes, empresário também. Ele chegou: “Diego, tenho um clube para você”. Eu tinha feito uns dois, três jogos. “Tenho um clube, o West Ham, para você ir para Inglaterra, mas você tem que sair do Gil Vicente. Eles estão a pagar-te?”. “Não, e o pior é que estão dois meses atrasados”. “Então, vamos meter a carta de rescisão, quando chegar aos três meses”. Porque lá [em Portugal] você mete a carta de rescisão e se eles não pagarem em três dias, se não me engano, você sai livre e eles são obrigados a pagarem o contrato todo quando fica sem receber durante três meses. “Ah, não vou fazer isso”. E ele: “vamos, faz que eu vou-te levar para lá, você vai ganhar muito mais”. “Então, se você quiser, você mete, eu falo que é você que me está a forçar a fazer isso”. Então meti a carta de rescisão, só que o presidente [António Fiúsa] falava: “Diego, não pense que eu vou deixar-te sair livre, você é um grande jogador, eu sei que ele está forçando”. Ele vinha e pagava-me os três meses”, contou.
Valorizado pelas boas campanhas ao serviço do emblema gilista, deu o salto para a União de Leiria, então na I Liga, no verão de 2009.
 
 
 

9. Rodrigo Galo (74 jogos)

Rodrigo Galo
Entre 2008 e 2012 houve um Galo no principal clube de Barcelos. Faz todo o sentido.
Lateral direito brasileiro também capaz de jogar como extremo, reforçou o Gil Vicente no verão de 2008, proveniente do Avaí.
Nas primeiras três temporadas no emblema gilista atuou em 74 encontros (67 a titular) e apontou nove golos da II Liga, tendo conquistado o título nacional do segundo escalão e consequente subida à I Liga em 2010-11.
Valorizado pelas boas campanhas no clube barcelense, transferiu-se para o Sp. Braga após a promoção. No entanto, não se impôs nos arsenalistas e acabou por ser emprestado ao Gil Vicente em janeiro de 2012, indo a tempo de contribuir para a caminhada até à final da Taça da Liga.
Depois voltou a ser cedido pelos bracarenses, mas à Académica.
 
 
 

8. Filipe Fernandes (76 jogos)

Filipe Fernandes
Médio de características defensivas natural de Castelo Branco, chegou a Barcelos no verão de 2006, já depois de ter jogado na II Liga ao serviço de Campomaiorense e Marco.
Nas primeiras três temporadas com a camisola do Gil Vicente, disputou um total de 76 jogos (todos a titular) e marcou um golo na II Liga, tendo ainda participado na caminhada até aos quartos de final da Taça de Portugal em 2007-08.
Em 2009-10 esteve ao serviço dos cipriotas do AEK Larnaca, mas na época seguinte regressou aos gilistas para atuar em oito partidas (cinco a titular), dando um pequeno contributo para a conquista do título de campeão da II Liga.
Após a subida de divisão transferiu-se para o Sp. Covilhã.
 
 
 

7. Paulinho (78 jogos)

Paulinho
Ponta de lança natural de Barcelos, fez toda a formação e o início do seu percurso como sénior no Santa Maria, tendo ainda passado pelo Trofense e jogado uma vez pela seleção nacional de sub-21 antes de reforçar o Gil Vicente no verão de 2013, quando os gilistas se encontravam na I Liga.
Após duas épocas com pouco protagonismo no primeiro escalão, ganhou espaço na equipa após a descida à II Liga, patamar em que amealhou um total de 78 encontros (70 a titular) e 26 golos entre 2015 e 2017, alguns dos quais já na condição de capitão de equipa. Em 2015-16 contribuiu para a caminhada até às meias-finais da Taça de Portugal e na temporada seguinte foi o segundo melhor marcador do campeonato, com 19 golos, tendo sido apenas suplantado por Pires, do Portimonense, que apontou 23.
Valorizado pelas boas campanhas no emblema gilista, deu o salto para o Sp. Braga no verão de 2017. “Obrigado! Não existem palavras para descrever tudo aquilo que eu sinto. Obrigado Gil Vicente por tudo!”, escreveu nas redes sociais na hora da despedida.
 
 
 

6. João Pedro (80 jogos)

João Pedro
Lateral esquerdo formado no FC Porto ao lado de Tonel e Ricardo Sousa e campeão europeu de sub-18 em 1999, passou por Leça, Trofense, Famalicão e Estoril antes de ingressar no Gil Vicente no verão de 2005.
Na primeira época em Barcelos foi titular na I Liga e depois da descida administrativa à II Liga devido ao Caso Mateus manteve o estatuto no segundo escalão durante três temporadas, tendo disputado 80 jogos (79 a titular) e apontado cinco golos no campeonato entre 2006 e 2009. Paralelamente, contribuiu para a caminhada até aos quartos de final da Taça de Portugal em 2007-08.
Em 2009-10 esteve ao serviço dos cipriotas do Ethnikos Achnas, regressando ao emblema gilista na época seguinte. Embora não tivesse atuado em qualquer partida na campanha que culminou na conquista do título da II Liga, nas temporadas que se seguiram voltou a jogar na I Liga, participando em 2011-12 na caminhada até à final da Taça da Liga.
 
 
 
 

5. Paulo Arantes (84 jogos)

Paulo Arantes
Lateral direito natural de Carapeços, no concelho de Barcelos, fez grande parte da formação no Gil Vicente, tendo ascendido à equipa principal em 2004-05.
Em nove temporadas no plantel dos gilistas, foram raras aquelas em que foi maioritariamente titular, mas mostrou-se sempre um elemento importante para passar a mística do clube aos mais jovens.
Se nas duas primeiras épocas de equipa principal competiu na I Liga, nas cinco que se seguiram atuou num total de 84 encontros (82 a titular) na II Liga, regressando depois ao primeiro escalão. Entre 2005 e 2013 viveu momentos como o deflagrar do Caso Mateus, a conquista do título de campeão da II Liga em 2010-11 e as caminhadas até aos quartos de final da Taça de Portugal em 2007-08 e 2012-13 e até à final da Taça da Liga em 2011-12.
No verão de 2013 deixou o Gil Vicente, quando era há já alguns anos o capitão de equipa, e transferiu-se para o Santa Clara.
 
 

4. Sandro Costa (88 jogos)

Sandro Costa
Defesa central natural de Barcelos, iniciou a sua formação no Gil Vicente em 2007-08. “Fui para o Gil Vicente porque um primo meu também lá andava. Então, pedi ao meu pai para me inscrever, e assim aconteceu”, recordou ao portal Mais Desporto.
Em iniciado rumou ao Sp. Braga, clube pelo qual se sagrou campeão nacional de juniores em 2013-14. No entanto, quando subiu a sénior nem na equipa B encontrou espaço, tendo passado pelo Vilaverdense antes de reforçar o Gil Vicente no verão de 2015.
Em três temporadas no emblema gilista amealhou um total de 88 jogos (82 a titular) e seis golos na II Liga, não conseguindo evitar a despromoção ao Campeonato de Portugal em 2018, numa altura em que já se sabia que a formação barcelense regressaria à I Liga em 2019-20. Paralelamente, contribuiu para a caminhada até às meias-finais da Taça de Portugal em 2015-16.
“Trabalhei com o Álvaro Magalhães, o Jorge Casquilha, o Paulo Alves e o Pedro Ribeiro, mas quem mais me marcou foi o Nandinho, porque me deu a oportunidade de me estrear nas ligas profissionais. Impus-me numa equipa que tinha centrais que vinham da I Liga, como o Cadú e o Pecks”, confessou ao Maisfutebol em novembro de 2019.
No verão de 2018 transferiu-se para o Rieti, da Série C1 de Itália.
 
 
 

3. Ricardinho (93 jogos)

Ricardinho
Lateral direito natural de Barcelos e com toda a formação feita no Gil Vicente, foi emprestado ao Vilaverdense na primeira época de sénior, mas integrou a equipa principal em 2014-15, somando algum tempo de jogo na I Liga.
Seguiram-se três temporadas a competir na II Liga, nas quais amealhou um total de 93 encontros (83 a titular) e apontou dois golos no campeonato, não conseguindo evitar a despromoção ao Campeonato de Portugal em 2018, numa altura em que já se sabia que a formação barcelense regressaria à I Liga em 2019-20. Paralelamente, contribuiu para a caminhada até às meias-finais da Taça de Portugal em 2015-16.
No verão de 2018 transferiu-se para o Voluntari, da I Liga da Roménia.
 
 
 

2. João Vilela (96 jogos)

João Vilela
Médio de características ofensivas formado no Benfica e internacional jovem português, chegou ao Gil Vicente em janeiro de 2016 por empréstimo das águias, tendo feito a estreia na I Liga numa época em que os barcelenses desceram à II Liga devido ao Caso Mateus.
Entretanto assinou pelos gilistas a título definitivo, tendo entre 2006 e 2009 amealhado 71 encontros (56 a titular) e apontou nove golos, contribuindo para a caminhada até aos quartos de final da Taça de Portugal em 2007-08.
Em 2009-10 esteve ao serviço do Fátima, mas na temporada seguinte regressou a Barcelos para contribuir para a conquista do título da II Liga com três golos em 25 partidas (15 a titular).
Nas quatro épocas que se seguiram representou os minhotos na I Liga, ainda que no segundo semestre de 2012 tivesse passado pelos iranianos do Tractor.  
No verão de 2015 abandonou o Gil Vicente em definitivo para rumar ao Belenenses.
 
 
 

1. Alphonse (97 jogos)

Alphonse
Médio defensivo costa-marfinense, passou pelos juniores do Desp. Chaves e pelos seniores do Mirandela antes de reforçar o Gil Vicente no verão de 2013.
No entanto, nos primeiros dois anos de contrato com o emblema de Barcelos esteve ano e meio fora, em empréstimos à Oliveirense e ao Académico Viseu.
Regressaria aos gilistas para se afirmar, tendo amealhado 79 partidas (73 a titular) e seis golos entre 2015 e 2017, contribuído para a caminhada até às meias-finais da Taça de Portugal em 2015-16.
No verão de 2017 assinou pelo Feirense, então na I Liga, mas meio ano depois voltou aos barcelenses por empréstimo dos fogaceiros, tendo atuado em 18 jogos (17 a titular) na segunda metade da temporada 2017-18, que ficou marcada pela despromoção ao Campeonato de Portugal numa altura em que já se sabia que o Gil Vicente regressaria à I Liga em 2019-20.
Depois voltou a Santa Maria da Feira.
 




 
 





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