sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Os 10 jogadores com mais jogos pelo Portimonense na I Divisão

Dez futebolistas que ficaram na história do Portimonense na I Divisão
Fundado a 14 de agosto de 1914 num sapateiro por um grupo de amigos que decidiu formar um clube de futebol, o Portimonense Sporting Clube nasceu na loja do sr. Amadeu Andrade, onde ficou logo definido que o equipamento seria composto por camisolas às riscas verticais pretas e brancas.

Campeão do Algarve pela primeira vez em 1937, os alvinegros desde tenra idade que ambicionou a promoção à I Divisão, mas depois de algumas tentativas frustradas, entre as quais uma final perdida com a Académica em Alvalade em 1949, a desejada subida à elite do futebol português aconteceu em 1976.

Dois anos depois o Portimonense foi despromovido, mas voltou ao primeiro escalão em 1979 para ficar durante onze temporadas consecutivas, atingindo o maior feito da sua história em 1984-85 ao alcançar o quinto lugar no campeonato e um consequente inédito apuramento europeu.

Seguiu-se um período de duas décadas sem grande sucesso a partir de 1990, tendo a equipa principal oscilado entre a II Liga e a II Divisão B até regressar à I Liga em 2010-11. A estadia no patamar maior do futebol nacional foi apenas de uma época, mas depois os algarvios só tiveram de esperar meia dúzia de anos para voltar a estar entre os melhores.

Após duas épocas tranquilas a meio da tabela em 2017-18 e 2018-19, a formação de Portimão foi despromovida na época seguinte, de nada valendo uma vitória sobre o Desp. Aves na derradeira jornada.

Durante 17 presenças na I Divisão, 252 futebolistas representaram o Portimonense. Vale por isso a pena recordar os dez que o fizeram por mais vezes.


10. Rúben Fernandes (86 jogos)

Rúben Fernandes
Um filho da terra e um produto da formação do clube. Defesa canhoto e polivalente, capaz de atuar no eixo defensivo e no lado esquerdo da linha mais recuada, foi pela primeira vez convocado para um jogo da equipa principal aos 17 anos, em abril de 2004, mas teve de adiar a estreia por mais quatro meses e esperar meia dúzia de anos para jogar na I Liga.
Após seis temporadas na II Liga – quatro no Portimonense e duas no Varzim -, este internacional jovem português disputou 20 jogos (19 a titular) e marcou um golo ao FC Porto pelos marafados em 2010-11, não evitando a despromoção.
Após a descida de divisão continuou no clube por mais duas épocas, na II Liga, e, entretanto, passou pelo Estoril e pelos belgas do Sint-Truiden antes de regressar a Portimão em 2017, para acompanhar os alvinegros no regresso ao primeiro escalão.
Entre 2017 e 2019 disputou um total de 66 encontros (65 a titular) e marcou quatro golos, frente a Boavista, FC Porto, Desp. Aves e Moreirense, contribuindo para duas temporadas tranquilas a meio da tabela.
Depois saiu de forma inesperada para o Gil Vicente.

  


9. Aurélio (86 jogos)

Aurélio
Disputou 86 jogos tal como Rúben Fernandes, mas amealhou mais 69 minutos em campo – 7512 contra 7443.
Mais um defesa, mas este natural da cidade brasileira do Rio de Janeiro e com passagem pelo Portimonense no final da década de 1980 e no início da de 1990. Desenvolvido em jovem pelo Vasco da Gama, chegou a Portugal em janeiro de 1986 pela porta do Marítimo, na altura cedido pelos vascaínos.
Após época e meia nos Barreiros mudou-se para Portimão, onde rapidamente conquistou um lugar no eixo defensivo. Em três épocas na I Divisão pelos algarvios somou 86 jogos, dos quais apenas um como suplente utilizado, e apontou um golo, curiosamente numa deslocação ao terreno do… Marítimo, na jornada inaugural do campeonato 1988-89. Paralelamente, ajudou os alvinegros a chegarem às meias-finais da Taça de Portugal na temporada de estreia, em 1987-88.
Após a descida à II Liga continuou no Portimonense por mais dois anos, encerrando o seu trajeto no Algarve com a descida à II Divisão B. Depois mudou-se para os alentejanos do Campomaiorense, contribuindo para a promoção à I Liga em 1995.
Com a missão cumprida, encerrou a carreira em 1996 no campeonato de Hong Kong, ao serviço do South China.


8. João Cardoso (87 jogos)

João Cardoso
Outro defesa central. Já com experiência de I Divisão adquirida ao serviço do (seu) Vitória de Setúbal e do Montijo, chegou a Portimão no verão de 1977.
Na primeira época disputou 29 (dos 30) jogos no campeonato, todos na condição de titular, mas foi impotente para evitar a despromoção.
Na época seguinte continuou no Portimonense e ajudou o clube a sagrar-se campeão nacional da II Divisão e a conseguir a consequente subida ao primeiro escalão.
Seguiram-se mais duas temporadas na I Divisão, nas quais disputou um total de 58 partidas (sempre a titular), ajudando os algarvios a alcançarem o honroso oitavo lugar em ambas.
Depois voltou ao Vitória de Setúbal.


7. Balacó (95 jogos)

Balacó
Para não variar, mais um defesa central, que também chegou a Portimão já com experiência de I Divisão, neste caso adquirida ao serviço do Sp. Espinho, clube que deixou para reforçar os algarvios no verão de 1983.
Num total de quatro temporadas no Portimonense disputou um total de 95 jogos (93 a titular) e apontou quatro golos, todos em 1984-85, época marcada pela obtenção do histórico quinto lugar. Com Manuel José ao leme, Balacó marcou a Salgueiros, Varzim e Vizela.
Em 1985-86 foi utilizado nos 180 minutos da eliminatória europeia frente ao Partizan Belgrado (1-0 em Portimão e 0-4 em Belgrado) e na época que se seguiu ajudou os alvinegros a atingirem as meias-finais da Taça de Portugal.
Jogador com bastante mais raça do que técnica, deixou o clube em 1987 mas continuou no Algarve ao serviço do Louletano.



6. Tião (98 jogos)

Tião
Médio carioca, natural de Valenças, fez boa parte da carreira no futebol português, ao qual chegou nos últimos meses de 1977 pela porta do Portimonense. Estreou-se à 8.ª jornada, pegou de estaca e não mais perdeu o lugar no onze de Mário Lino, tendo disputado os 23 jogos que restavam até ao final do campeonato e apontado dois golos, nas vitórias caseiras sobre Feirense e Sporting. Ainda assim, não conseguiu ajudar os algarvios a evitar a despromoção.
No entanto, na temporada seguinte contribuiu para a conquista do título nacional da II Divisão e consequente subida ao patamar maior do futebol português, no qual jogou com a camisola alvinegra por mais quatro anos, embora tenha perdido o estatuto de titular indiscutível. Nesse período, participou 75 jogos (56 a titular) e marcou nove golos, entre os quais nas receções a FC Porto e Sporting em 1982. Paralelamente, contribuiu para a caminhada até às meias-finais da Taça de Portugal em 1982-83.
Depois mudou-se para o Estoril, permanecendo na I Divisão mais uma época. Seguiram-se passagens por Estrela da AmadoraRecreio de Águeda, Pessegueirense e Oliveirense, tendo encerrado a carreira de jogador e iniciado a de treinador no clube de Oliveira de Azeméis.
Viria a falecer em agosto de 2014, aos 64 anos.


5. Joaquim Murça (102 jogos)

Joaquim Murça
Desta vez, um lateral esquerdo, irmão mais novo do antigo jogador portista Alfredo Murça e que chegou ao Portimonense no verão de 1979, proveniente do Sporting, tendo rapidamente assumido a titularidade nos alvinegros, então recém-promovidos à I Divisão.
Em quatro temporadas em Portimão, disputou um total de 102 jogos (90 a titular) e apontou seis golos, ajudando os algarvios não só a fazerem épocas tranquilas no primeiro escalão do futebol português como também a alcançarem as meias-finais da Taça de Portugal em 1982-83. Relativamente aos golos marcados, Amora e Académico Viseu em 1980-81, Académico Viseu e Sp. Braga na época seguinte e Benfica e Rio Ave em 1982-83 foram as vítimas de Joaquim Murça.
As boas campanhas no Portimonense valeram-lhe também duas internacionalizações pela seleção nacional AA, tendo sido utilizado nos jogos particulares frente ao Brasil em maio de 1982 e à Alemanha em fevereiro de 1983.
Em 1983 mudou-se para o Vitória de Guimarães e um ano depois para o Belenenses.   


4. José Pedro (105 jogos)

José Pedro
Lateral/extremo direito natural da zona de Aveiro tal como Balacó, reforçou o Portimonense no verão de 1987, proveniente do Lusitânia Lourosa.
Numa altura em que os algarvios já estavam a sentir mais dificuldades em manter-se na I Divisão do que sentiam no início da década de 1980, José Pedro atuou num total de 105 partidas (66 a titular) no primeiro escalão e apontou nove golos – Académica em 1987-88, Belenenses, Sporting e Fafe na época seguinte e Marítimo, Sp. Braga, União da Madeira (dois) e Estrela da Amadora foram as vítimas de José Pedro.
Se por um lado ajudou os alvinegros a atingirem as meias-finais da Taça de Portugal em 1987-88, dois anos depois foi impotente para evitar a despromoção à II Liga, patamar competitivo em que haveria de jogar com a camisola preta e branca em 1990-91, antes de se mudar para o Marítimo.



3. Nivaldo (109 jogos)

Nivaldo
Médio defensivo natural de Ferreiros, Pernambuco, passou por clube como o Sport Recife e Cruzeiro antes de aterrar em Portugal no verão de 1980 para reforçar o Vitória de Guimarães. Após quatro anos no D. Afonso Henriques deu o salto para o Benfica, rejeitando então uma proposta mais vantajosa do Portimonense. Porém, não foi feliz nas águias e um ano depois mudou-se mesmo para o Algarve.
Com a camisola alvinegra disputou 109 encontros (105 a titular) e marcou cinco golos, entre os quais um ao Sporting e outro ao FC Porto, ao longo de quatro temporadas na I Divisão, tendo conquistado o estatuto de capitão. Logo na época de estreia participou na célebre eliminatória europeia com o Partizan, tendo jogado tanto na vitória caseira por 1-0 como na derrota por 0-4 sofrida em Belgrado. Contribuiu ainda para as caminhadas até às meias-finais da Taça de Portugal em 1986-87 e 1987-88.
No verão de 1989 mudou-se para a União de Leiria, então na II Divisão. Já o Portimonense sentiu a ausência do seu capitão nas épocas anteriores e acabou por cair no segundo escalão.



2. Teixeirinha (112 jogos)

Teixeirinha
Lateral luso-angolano, carismático, formado e revelado pelo Estoril, trocou os canarinhos pelo Portimonense no verão de 1984.
Titular indiscutível durante os quatro anos que passou em Portimão, disputou um total de 112 jogos (111 a titular) na I Divisão. Na época de estreia foi um dos esteios da equipa orientada por Manuel José que alcançou o quinto lugar e consequente apuramento para a Taça UEFA, tendo participado depois na eliminatória com o Partizan.
“Foi o ano de estreia do Portimonense na Taça UEFA e como tal foi também o primeiro jogo fora. Só foi pena termos perdido por 4-0, um resultado marcante, que acabou por ditar o nosso afastamento das competições europeias”, afirmou ao Bancada, recordando o encontro da segunda-mão, em Belgrado.
Nas temporadas que se seguiram foi importante nas caminhadas dos alvinegros até às meias-finais da Taça de Portugal em 1986-87 e 1987-88. “O Portimonense tinha uma bela equipa nessa altura com jogadores como Dinis e Simões”, lembrou.
Embora muito utilizado, em 1988 colocou um ponto final na ligação ao clube e rumou ao Louletano, então na II Divisão.



1. Skoda (159 jogos)

Skoda
Médio esquerdo natural de Faro, começou a jogar no Farense, passou pelo Boavista e reforçou o Portimonense no verão de 1984, a tempo de participar na campanha que culminou com a obtenção do quinto lugar e no consequente apuramento europeu em 1984-85 e participou na eliminatória da Taça UEFA diante do Partizan.
Em meia dúzia de anos ao serviço dos alvinegros na I Divisão disputou 159 jogos (153 a titular) e apontou oito golos – Desp. Chaves e Desp. Aves em 1985-86, Sp. Braga e O Elvas na época seguinte, Sp. Covilhã em 1987-88, Vitória de Guimarães na temporada que se seguiu e Beira-Mar e Estrela da Amadora em 1989-90 foram as vítimas de Skoda, que ganhou essa alcunha por gostar muito dos automóveis Skoda.
Paralelamente tornou-se no primeiro jogador algarvio a chegar à seleção nacional AA como jogador do Portimonense e contribuiu para as campanhas até às meias-finais da Taça de Portugal em 1986-87 e 1987-88.
Haveria de continuar no clube até 1993, tendo descido à II Liga e à II Divisão B antes de se despedir dos marafados e da carreira de futebolista com a promoção à II Liga. “Tenho uma ligação muito forte a Portimão, pois fui bem-recebido e a família adaptou-se facilmente. As pessoas gostaram do meu trabalho e acabei por representar o Portimonense por nove épocas, até ao final da minha carreira”, contou ao Record.


















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