O preterido da geração de ouro que foi campeão por FC Porto e Sporting. Quem se lembra de Bino?
Bino representou o Sporting após falhar afirmação no FC Porto
Em alta nos dias que correm em
virtude de ter guiado a seleção nacional de sub-17 à conquista do título
europeu da categoria, Bino foi um importante médio no futebol português nas
décadas de 1990 e 2000.
Poveiro de nascimento, começou a
jogar futebol nas camadas jovens do Varzim,
de onde saltou para o FC
Porto em 1987, na transição de iniciado para juvenil, e depressa passou a
fazer parte das convocatórias das seleções jovens. Nascido em 1972 tal como Rui Costa
ou Luís Figo, fez parte da chamada geração de ouro do futebol português,
orientada por Carlos
Queiroz. Sagrou-se campeão europeu de sub-16 em 1989 e esteve no Campeonato
do Mundo de sub-17 no mesmo ano, mas não foi chamado para o Mundial de sub-20
de 1991, disputado em Lisboa e que teve Portugal como vencedor. Estreou-se pela equipa principal
do FC
Porto a 30 de março de 1991, numa vitória sobre o Sp.
Braga nas Antas (2-0), quando ainda tinha idade de júnior, mas na época
seguinte foi emprestado ao Rio
Ave, tendo feito uma grande temporada às ordens de Augusto
Inácio: marcou onze golos, de longe o melhor registo da carreira, e esteve
perto de ajudar os vila-condenses
a subir à I
Liga. Voltou à casa-mãe em 1992-93, também
depois de ter vencido o Torneio de Toulon, mas foi falhando as várias tentativas
de afirmação no FC
Porto. Entre 1992 e 1998 foi alternando entre épocas de pouca utilização no
plantel
azul e branco e empréstimos a clubes de média dimensão, tendo estado cedido
a Salgueiros
(1993-94), Belenenses
(1994-95) e Marítimo
(últimos meses de 1996-97 e toda a temporada 1997-98). Pelo meio marcou
presença no Campeonato da Europa de sub-21
em 1994 e conseguiu rechear o palmarés individual com três campeonatos
nacionais (1992-93, 1995-96 e 1996-97) e uma Supertaça
Cândido de Oliveira (1996).
No verão de 1998 esteve envolvido
numa troca de jogadores pouco usual entre clubes rivais: rumou ao Sporting
juntamente com Rui
Jorge, enquanto Emílio
Peixe e Costinha seguiram de Alvalade
para as Antas. De leão ao peito viveu alguns dos
anos de maior notoriedade da carreira, embora nunca se tivesse afirmado
propriamente como um titular indiscutível, também por culpa de uma lesão no
tendão de Aquiles da perna direita que o afastou dos relvados durante um ano,
entre janeiro de 1999 e janeiro de 2000.
Depois de 58 jogos e dois golos
ao serviço do Sporting,
transferiu-se para os espanhóis do Tenerife no verão de 2001, tendo tido a
oportunidade de jogar numa
das melhores ligas do mundo. Em 2001-02 desceu de divisão, mas em março de
2002 somou a terceira e última internacionalização pela seleção
nacional, ao participar numa goleada sofrida às mãos da Finlândia
no Bessa (1-4), num jogo particular. Em 2002-03 jogou na II Liga
Espanhola, mas depois voltou a Portugal para vestir as camisolas de Marítimo
e Moreirense,
despedindo-se dos relvados em 2009, aos 36 anos, após três épocas a atuar na II
Divisão B.
Entretanto tornou-se treinador,
tendo passado meia dúzia de anos ligado às camadas jovens do FC
Porto antes de ter orientado a equipa
B e a equipa
principal do Vitória de Guimarães, assim como a primeira equipa da União
de Leiria. Desde agosto de 2022 que está
integrado nos quadros da Federação Portuguesa de Futebol, tendo guiado a
seleção nacional de sub-17 à conquista do título europeu da categoria em 2025.
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