quinta-feira, 5 de junho de 2025

O preterido da geração de ouro que foi campeão por FC Porto e Sporting. Quem se lembra de Bino?

Bino representou o Sporting após falhar afirmação no FC Porto
Em alta nos dias que correm em virtude de ter guiado a seleção nacional de sub-17 à conquista do título europeu da categoria, Bino foi um importante médio no futebol português nas décadas de 1990 e 2000.
 
Poveiro de nascimento, começou a jogar futebol nas camadas jovens do Varzim, de onde saltou para o FC Porto em 1987, na transição de iniciado para juvenil, e depressa passou a fazer parte das convocatórias das seleções jovens.
 
Nascido em 1972 tal como Rui Costa ou Luís Figo, fez parte da chamada geração de ouro do futebol português, orientada por Carlos Queiroz. Sagrou-se campeão europeu de sub-16 em 1989 e esteve no Campeonato do Mundo de sub-17 no mesmo ano, mas não foi chamado para o Mundial de sub-20 de 1991, disputado em Lisboa e que teve Portugal como vencedor.
 
Estreou-se pela equipa principal do FC Porto a 30 de março de 1991, numa vitória sobre o Sp. Braga nas Antas (2-0), quando ainda tinha idade de júnior, mas na época seguinte foi emprestado ao Rio Ave, tendo feito uma grande temporada às ordens de Augusto Inácio: marcou onze golos, de longe o melhor registo da carreira, e esteve perto de ajudar os vila-condenses a subir à I Liga.
 
Voltou à casa-mãe em 1992-93, também depois de ter vencido o Torneio de Toulon, mas foi falhando as várias tentativas de afirmação no FC Porto. Entre 1992 e 1998 foi alternando entre épocas de pouca utilização no plantel azul e branco e empréstimos a clubes de média dimensão, tendo estado cedido a Salgueiros (1993-94), Belenenses (1994-95) e Marítimo (últimos meses de 1996-97 e toda a temporada 1997-98). Pelo meio marcou presença no Campeonato da Europa de sub-21 em 1994 e conseguiu rechear o palmarés individual com três campeonatos nacionais (1992-93, 1995-96 e 1996-97) e uma Supertaça Cândido de Oliveira (1996).
 
 
No verão de 1998 esteve envolvido numa troca de jogadores pouco usual entre clubes rivais: rumou ao Sporting juntamente com Rui Jorge, enquanto Emílio Peixe e Costinha seguiram de Alvalade para as Antas.
 
De leão ao peito viveu alguns dos anos de maior notoriedade da carreira, embora nunca se tivesse afirmado propriamente como um titular indiscutível, também por culpa de uma lesão no tendão de Aquiles da perna direita que o afastou dos relvados durante um ano, entre janeiro de 1999 e janeiro de 2000.
 
 
Ainda assim, contribuiu para o histórico título nacional de 1999-00 que colocou um ponto final a 18 anos de jejum e para a conquista da Supertaça Cândido de Oliveira referente ao ano de 2000. Durante o tempo que passou em Lisboa conseguiu estrear-se pela seleção nacional A, tendo conseguido a primeira internacionalização numa vitória sobre os Países Baixos em Roterdão (2-0), a 11 de novembro de 2000, em partida a contar para a fase de qualificação para o Mundial 2002. Curiosamente, o selecionador nacional que o chamou foi António Oliveira, que entre 1996 e 1998 havia prescindido dos serviços do médio quando orientava o FC Porto.
 
 
Depois de 58 jogos e dois golos ao serviço do Sporting, transferiu-se para os espanhóis do Tenerife no verão de 2001, tendo tido a oportunidade de jogar numa das melhores ligas do mundo. Em 2001-02 desceu de divisão, mas em março de 2002 somou a terceira e última internacionalização pela seleção nacional, ao participar numa goleada sofrida às mãos da Finlândia no Bessa (1-4), num jogo particular.
 
Em 2002-03 jogou na II Liga Espanhola, mas depois voltou a Portugal para vestir as camisolas de Marítimo e Moreirense, despedindo-se dos relvados em 2009, aos 36 anos, após três épocas a atuar na II Divisão B.
 
 
Entretanto tornou-se treinador, tendo passado meia dúzia de anos ligado às camadas jovens do FC Porto antes de ter orientado a equipa B e a equipa principal do Vitória de Guimarães, assim como a primeira equipa da União de Leiria.
 
Desde agosto de 2022 que está integrado nos quadros da Federação Portuguesa de Futebol, tendo guiado a seleção nacional de sub-17 à conquista do título europeu da categoria em 2025. 



 



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