O goleador da I Liga e um dos heróis do FC Porto campeão europeu em 03-04. Quem se lembra de McCarthy?
Benni McCarthy apontou 59 golos em 125 jogos pelo FC Porto
O sul-africano de maior sucesso
no futebol português e um dos que teve mais êxito no futebol mundial. Um
avançado que nem sempre foi goleador, mas que deixou a sua marca ao longo de duas
passagens pelo FC
Porto. “Oh Benni McCarthy! Uh! Ah! Faz um golo! La la la”, era mais ou
menos assim o cântico personalizado que os Super Dragões entoavam.
Nascido na Cidade do Cabo em 12
de novembro de 1977, ainda era um adolescente quando começou a jogar no
primeiro escalão do seu país em 1995-96, ao serviço dos Seven Stars, que em
1999 se fundiram com os Cape Town Spurs para se tornarem no Ajax Cape Town, um
clube satélite do emblema
de Amesterdão na África do Sul. E foi precisamente para o Ajax
neerlandês que Benni McCarthy se mudou em 1997, após impressionar no
Campeonato Africano e no Mundial de sub-20. Até nem seu deu mal, com um total
de 21 golos em 48 jogos, um campeonato e duas Taças dos Países Baixos entre
1997 e 1999, o que levou os espanhóis do Celta
de Vigo a pagar cerca de seis milhões de euros pelo seu passe.
A aventura na Galiza até começou
de forma relativamente positiva, com 14 remates certeiros em 41 partidas em
1999-00, mas nas épocas que se seguiram não voltou a conseguir estabelecer-se
como um habitual titular às ordens de Víctor Fernández.
Na temporada seguinte voltou ao Celta,
foi novamente pouco utilizado e acabou por regressar ao FC
Porto no verão de 2003, com os azuis
e brancos a pagar quase 8 milhões de euros pela transferência depois de
terem vendido Hélder
Postiga para o Tottenham. No regresso ao futebol português,
em 2003-04, sagrou-se campeão e melhor marcador da I
Liga, com 20 golos, conseguindo bater a concorrência de Adriano (Nacional)
graças a um hat trick na última jornada, diante do Paços
de Ferreira. “Parece que foi ontem. Já eramos campeões e jogámos com as
caras pintadas de azul e branco. Antes do jogo, o Mourinho
no balneário teve uma palestra espetacular. (…) Disse que o Benni tinha de ser
o Bota de Prata (risos). ‘Se algum de vocês estiver à frente da baliza, não
marque golo! Olhem à volta e passem a bola ao Benni. Temos de ser campeões e
ter o melhor marcador’. E foi assim”, recordou ao Maisfutebol
em março de 2018.
Na ressaca do título europeu, um
pouco como quase todos os jogadores, não conseguiu manter o nível. Em 2004-05 reencontrou
Victor Fernández e ainda apontou 14 golos em 35 partidas e venceu Supertaça
e Taça Intercontinental, mas na temporada seguinte, que até ficou marcada pela
conquista da dobradinha, não foi além de sete remates certeiros em 31
encontros.
No verão de 2006 realizou
finalmente o sonho de jogar na Premier
League, ao transferir-se para o Blackburn
Rovers por uma verba a rondar os 2,5 milhões de libras, e também teve um
impacto muito positivo em Inglaterra. Em 2006-07 marcou 18 golos no
campeonato, tendo sido apenas superado Didier Drogba (do Chelsea,
com 20) na tabela de melhores marcadores – para trás ficaram nomes como Cristiano
Ronaldo (Manchester
United, 17) ou Wayne Rooney (Manchester
United, 14). Haveria de marcar ainda três golos na Taça de Inglaterra,
prova em que os the
blue and whites caíram apenas nas meias-finais, e outros tantos na Taça
UEFA, competição na qual o conjunto orientado por Mark Hughes saiu de cena
nos 16 avos de final. Nas temporadas seguintes foi
caindo de produção, tendo apenas faturado por 11 vezes em 2007-08 e por 13
ocasiões em 2008-09 em todas as competições, tendo perdido espaço após as
chegadas de Roque Santa Cruz, Carlos Villanueva e Robbie Fowler.
Depois de apenas quatro remates
certeiros na primeira metade da época 2009-10, transferiu-se para o West
Ham no início de 2010, mas não marcou qualquer golo em pouco mais de um ano
nos hammers
e acabou por rescindir contrato em abril de 2011. Em agosto do mesmo ano voltou ao
campeonato da África do Sul, após 14 anos de ausência, para representar os
Orlando Pirates, o último clube que conheceu na carreira de futebolista.
Em termos de seleção
nacional contabilizou 79 internacionalizações e 31 golos, tendo marcado
presença nas fases finais dos Mundiais de 1998 e 2002,
da Taça das Nações Africanas de 1998, 2002 e 2006 e dos Jogos Olímpicos de Sydney
(2000). No CAN 1998 foi finalista vencido, melhor marcador (a par do egípcio Hossam
Hassan) e eleito melhor jogador.
Após pendurar as botas tornou-se
treinador, tendo já trabalhado como técnico principal dos sul-africanos do Cape
Town City e do AmaZulu e como adjunto dos belgas do Sint-Truiden e dos ingleses
do Manchester
United.
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