terça-feira, 12 de novembro de 2024

O goleador da I Liga e um dos heróis do FC Porto campeão europeu em 03-04. Quem se lembra de McCarthy?

Benni McCarthy apontou 59 golos em 125 jogos pelo FC Porto
O sul-africano de maior sucesso no futebol português e um dos que teve mais êxito no futebol mundial. Um avançado que nem sempre foi goleador, mas que deixou a sua marca ao longo de duas passagens pelo FC Porto. “Oh Benni McCarthy! Uh! Ah! Faz um golo! La la la”, era mais ou menos assim o cântico personalizado que os Super Dragões entoavam.
 
Nascido na Cidade do Cabo em 12 de novembro de 1977, ainda era um adolescente quando começou a jogar no primeiro escalão do seu país em 1995-96, ao serviço dos Seven Stars, que em 1999 se fundiram com os Cape Town Spurs para se tornarem no Ajax Cape Town, um clube satélite do emblema de Amesterdão na África do Sul.
 
E foi precisamente para o Ajax neerlandês que Benni McCarthy se mudou em 1997, após impressionar no Campeonato Africano e no Mundial de sub-20. Até nem seu deu mal, com um total de 21 golos em 48 jogos, um campeonato e duas Taças dos Países Baixos entre 1997 e 1999, o que levou os espanhóis do Celta de Vigo a pagar cerca de seis milhões de euros pelo seu passe.
 
 
A aventura na Galiza até começou de forma relativamente positiva, com 14 remates certeiros em 41 partidas em 1999-00, mas nas épocas que se seguiram não voltou a conseguir estabelecer-se como um habitual titular às ordens de Víctor Fernández.
 
 
A meio da época 2001-02, em vésperas de participar na Taça das Nações Africanas, foi emprestado ao FC Porto, então a viver uma crise de avançados. Estreou-se ainda às ordens de Octávio Machado com um golo ao Académico de Viseu num jogo da Taça de Portugal, foi para a CAN e voltou às Antas já com Mourinho ao leme, tendo assinado uma ponta final de campeonato sensacional: 11 jogos, 12 golos. Bisou diante de Salgueiros e Vitória de Guimarães, apontou dois hat tricks no espaço de uma semana frente a Sp. Braga e Santa Clara e ainda faturou diante de Beira-Mar e Paços de Ferreira, ajudando os dragões a bater a concorrência do Benfica e segurar o terceiro lugar no campeonato.
 
 
Na temporada seguinte voltou ao Celta, foi novamente pouco utilizado e acabou por regressar ao FC Porto no verão de 2003, com os azuis e brancos a pagar quase 8 milhões de euros pela transferência depois de terem vendido Hélder Postiga para o Tottenham.
 
No regresso ao futebol português, em 2003-04, sagrou-se campeão e melhor marcador da I Liga, com 20 golos, conseguindo bater a concorrência de Adriano (Nacional) graças a um hat trick na última jornada, diante do Paços de Ferreira. “Parece que foi ontem. Já eramos campeões e jogámos com as caras pintadas de azul e branco. Antes do jogo, o Mourinho no balneário teve uma palestra espetacular. (…) Disse que o Benni tinha de ser o Bota de Prata (risos). ‘Se algum de vocês estiver à frente da baliza, não marque golo! Olhem à volta e passem a bola ao Benni. Temos de ser campeões e ter o melhor marcador’. E foi assim”, recordou ao Maisfutebol em março de 2018.
 
 
Mas, mais importante ainda, nessa mesma época ajudou os dragões a vencer a Liga dos Campeões, tendo estado em evidência na vitória sobre o Manchester United na primeira mão dos oitavos de final, na qual assinou um bis.
 
 
Na ressaca do título europeu, um pouco como quase todos os jogadores, não conseguiu manter o nível. Em 2004-05 reencontrou Victor Fernández e ainda apontou 14 golos em 35 partidas e venceu Supertaça e Taça Intercontinental, mas na temporada seguinte, que até ficou marcada pela conquista da dobradinha, não foi além de sete remates certeiros em 31 encontros.
 
 
No verão de 2006 realizou finalmente o sonho de jogar na Premier League, ao transferir-se para o Blackburn Rovers por uma verba a rondar os 2,5 milhões de libras, e também teve um impacto muito positivo em Inglaterra.
 
Em 2006-07 marcou 18 golos no campeonato, tendo sido apenas superado Didier Drogba (do Chelsea, com 20) na tabela de melhores marcadores – para trás ficaram nomes como Cristiano Ronaldo (Manchester United, 17) ou Wayne Rooney (Manchester United, 14). Haveria de marcar ainda três golos na Taça de Inglaterra, prova em que os the blue and whites caíram apenas nas meias-finais, e outros tantos na Taça UEFA, competição na qual o conjunto orientado por Mark Hughes saiu de cena nos 16 avos de final.
 
Nas temporadas seguintes foi caindo de produção, tendo apenas faturado por 11 vezes em 2007-08 e por 13 ocasiões em 2008-09 em todas as competições, tendo perdido espaço após as chegadas de Roque Santa Cruz, Carlos Villanueva e Robbie Fowler.
 
 
Depois de apenas quatro remates certeiros na primeira metade da época 2009-10, transferiu-se para o West Ham no início de 2010, mas não marcou qualquer golo em pouco mais de um ano nos hammers e acabou por rescindir contrato em abril de 2011.
 
Em agosto do mesmo ano voltou ao campeonato da África do Sul, após 14 anos de ausência, para representar os Orlando Pirates, o último clube que conheceu na carreira de futebolista.
 
 
Em termos de seleção nacional contabilizou 79 internacionalizações e 31 golos, tendo marcado presença nas fases finais dos Mundiais de 1998 e 2002, da Taça das Nações Africanas de 1998, 2002 e 2006 e dos Jogos Olímpicos de Sydney (2000). No CAN 1998 foi finalista vencido, melhor marcador (a par do egípcio Hossam Hassan) e eleito melhor jogador.
 
 
Após pendurar as botas tornou-se treinador, tendo já trabalhado como técnico principal dos sul-africanos do Cape Town City e do AmaZulu e como adjunto dos belgas do Sint-Truiden e dos ingleses do Manchester United.
 
 
 
 




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