segunda-feira, 11 de novembro de 2024

“Digo mais vezes ‘vai apanhar no cu’ do que ‘bom dia’”. As melhores frases de Luis Aragonés

Luis Aragonés é uma lenda do Atlético de Madrid
Uma das figuras mais importantes do futebol espanhol, que deixou a sua marca tanto como jogador como treinador. Foi um grande avançado e ainda é o melhor marcador de sempre do Atlético Madrid (172 golos), clube pelo qual venceu três campeonatos e duas Taças do Rei.
 
Pendurou as botas em 1974, após ajudar os colchoneros a chegar à final da Taça dos Campeões Europeus, e tornou-se num técnico com algum sucesso, tendo guiado o Atleti à conquista de um campeonato, três Taças do Rei, uma Supertaça de Espanha, uma Taça Intercontinental e uma II Liga espanhola e levado o Espanha a vencer o Euro 2008 – iniciando aí um ciclo de sucesso que haveria de ser completado por Vicente del Bosque com as conquistas do Mundial 2010 e do Euro 2012.
 
Além do sucesso que teve no futebol, era uma personalidade carismática, que não deixava ninguém indiferente em Espanha. Foi Luis Aragonés que influenciou a criação da alcunha “La Roja” para a seleção espanhola, assim que assumiu o comando técnico da mesma em 2004: “Gostava que a seleção tivesse um nome, uma identidade. Como é o Brasil é a canarinha ou a Argentina é a albiceleste, gostava que Espanha fosse La Roja.” E a seleção espanhola ficou para sempre “La Roja”.
 
Mas Aragonés não se limitou idealizar uma alcunha, também elevou a fasquia da seleção espanhola. “Vocês são um grupo excecional. Se não chegar à final com um grupo destes, é porque sou uma merda e organizei uma equipa de merda”, chegou a afirmar, antes de cumprir o seu propósito: chegar à final do Euro 2008 e levantar o caneco.
 
 
Durante esse Campeonato da Europa, Sergio Ramos foi apanhado a trocar carícias com uma mulher numa discoteca. Confrontado com esse episódio, revelou um espírito jovial: “Ele no dia de folga pode fazer o que quiser. Até digo mais: ele só não me encontrou naquela discoteca por milagre.”
 
Grande motivador e divertido, ainda que um pouco louco, utilizava uma linguagem antiga, com muitas metáforas antigas. “Aqui até os mais parvos fazem relógios de madeira, e funcionam”, disse numa ocasião.
 
Tinha também um caráter desafiante, uma característica que nunca perdeu apesar do avanço da idade. No Valência orientou o irreverente Romário e encarou-o de frente: “Não, não, não, nos olhos, nos olhinhos. Olha-me nos olhinhos.”
 
 
Os palavrões estavam sempre na ponta da língua de Aragonés. Não chamou Xavi na sua primeira convocatória na seleção espanhola, mas convocou-o na segunda e fez questão de o receber bem ao seu jeito, de braços abertos: “Que pensava? Que o filho da puta do velho não ia chamá-lo, era?”
 
Quando Aragonés morreu, a 1 de fevereiro de 2014, Xavi despediu-se dele a chamar-lhe “puro Luís”. E não era para menos. “Digo mais vezes ‘vai apanhar no cu’ do que ‘bom dia’”, admitiu o antigo atacante e treinador, que partiu aos 75 anos.







 

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