Uma dezena de jogadores que ficaram na história do Pinhalnovense |
Fundado a 5 de agosto de 1948,
fruto da fusão entre o União Foot-Ball Clube e o Sociedade Recreativa,
Literária e Instrução Musical Pinhalnovense, o primeiro fundado em 1910 e a
segunda em 1938, o Clube
Desportivo Pinhalnovense milita desde 1999-00 nos campeonatos nacionais,
sendo que entre 2003-04 e 2012-13 competiu na II Divisão B.
Até então, era o União Foot-Ball
Clube, impulsionado pelo apoio do proprietário agrícola Santos Jorge, que se
dedicava ao desporto e ao futebol em particular, ainda que com um percurso
irregular. A acumulação de dívida levou a que a que os seus dirigentes tivessem
a ideia de se associar à Sociedade Recreativa, Literária e Instrução Musical
Pinhalnovense, que gozava de saúde financeira e dispunha de uma boa sede, na Rua
Gago Coutinho e Sacadura Cabral.
Embora o Pinhalnovense
tenha sido fundado em 1948, foi preciso esperar até 1965-66 para ver o clube
inscrever-se com uma equipa sénior nas provas da Associação
de Futebol de Setúbal, na altura a II Divisão Distrital.
Em 1983-84 o emblema de Pinhal
Novo disputa pela primeira vez a Taça
de Portugal e em 1987-88 participa pela primeira vez num campeonato
nacional, o da III Divisão, descendo ao fim de uma época.
Porém, em 1999-00 o Pinhalnovense
volta para ficar nos patamares nacionais. Em 2003, já com relvado sintético no Campo
Santos Jorge, a equipa sénior sobe à II Divisão B e desde então que compete
no terceiro escalão do futebol português, que em 2013-14 foi reformulado e
passou a designar-se Campeonato
Nacional de Seniores – hoje Campeonato
de Portugal.
Paralelamente, os azuis
e brancos têm chegado longe na Taça
de Portugal: oitavos de final em 2004-05 e 2006-07 e quartos de final em
2009-10 e 2010-11.
Vale por isso a pena recordar os
11 futebolistas com mais jogos pelo Pinhalnovense
na antiga II Divisão B.
11. Miguel (66 jogos)
Miguel |
Médio defensivo nascido em Moçambique,
fez toda a formação e parte da carreira em clubes do distrito
de Setúbal, nomeadamente Montijo e Barreirense.
No verão de 2004 reforçou o Pinhalnovense,
proveniente do União Micaelense, e logo na primeira temporada no Santos
Jorge, às ordens de Paco Fortes, atingiu os oitavos de final da Taça
de Portugal e esteve perto de subir à II Liga, tendo atuado em 36 jogos (34
a titular) no campeonato.
Na época seguinte voltou a estar
perto da promoção ao segundo escalão, numa campanha em que disputou 30
encontros e marcou um golo ao Oriental.
Depois voltou ao Barreirense,
clube pelo qual jogou mais um ano antes de pendurar as botas em 2007.
10. Paulo Rodrigues (66 jogos)
Paulo Rodrigues |
Disputou 66 jogos tal como
Miguel, mas amealhou mais 45 minutos em campo – 5871 contra 5716.
Guarda-redes que fez a maior
parte da carreira em clubes da zona
de Lisboa, reforçou o Pinhalnovense
no verão de 2002, quando já tinha 30 anos, e na época de estreia sagrou-se
campeão da III Divisão – Série F.
Depois contribuiu para a
consolidação do clube na II Divisão B. Em 2003-04 disputou 24 jogos (23 a
titular) e sofreu 36 golos, ajudando os azuis
e brancos a alcançarem a permanência.
Na temporada seguinte atuou nas
38 jornadas da prova, todas na condição de titular, e sofreu 25 golos,
terminando o campeonato como o guardião menos batido da competição.
Em 2005-06 perdeu terreno face à
concorrência de Carlos Miguel, não indo além de quatro jogos e sete golos
sofridos até janeiro, tendo rumado depois ao Olivais e Moscavide.
9. Brito (70 jogos)
Brito |
Médio ofensivo formado no FC
Porto e campeão europeu de sub-19 em 1995 ao lado de Marco Caneira e Hugo
Leal, reforçou o Pinhalnovense
no verão de 2003, depois de passagens por Famalicão, Desp.
Aves e Lusitânia.
Quase sempre titular, foi
importante para consolidar o emblema de Pinhal
Novo na II Divisão B, tendo disputado 27 jogos (26 a titular) e apontado um
golo ao Lusitânia em 2003-04, ajudando a assegurar a permanência.
Na temporada seguinte foi
utilizado em 28 encontros (25 a titular) e marcou três golos, frente a Louletano,
Camacha e União Micaelense, contribuindo para a obtenção do segundo lugar e
para a caminhada até aos oitavos de final da Taça
de Portugal.
Em 2005-06 começou a época no
União Micaelense, mas em janeiro regressou ao Santos
Jorge, a tempo de atuar em 15 partidas (11 a titular) e marcar dois golos,
ao Benfica
B e ao Silves, ajudando os azuis
e brancos a encerrarem o campeonato na terceira posição.
Depois voltou ao norte do país
para representar o Amarante.
8. Amaro Filipe (83 jogos)
Amaro Filipe |
Um filho da terra e produto da
formação do Pinhalnovense,
passou também pelas camadas jovens e pela equipa B do Benfica,
tornou-se internacional jovem português e disputou o Europeu de sub-19 em 2003.
Proveniente do Vitória
de Setúbal B, fez a estreia pela equipa principal do clube de Pinhal
Novo em 2006-07, tendo disputado 16 jogos (15 a titular) na II Divisão B,
contribuindo para o sexto lugar no campeonato e para a caminhada até aos oitavos
de final da Taça
de Portugal.
Nas três épocas seguintes
participou num total de 67 partidas (48 a titular) e apontou um golo, ao Santana
em 2009-10, época em que foi orientado por Paulo
Fonseca e em que ajudou os azuis
e brancos a chegarem aos quartos de final da Taça
de Portugal.
Em 2010-11 começou a temporada no
Santos
Jorge, mas não amealhou qualquer minuto e acabou por mudar-se para o
vizinho Olímpico
Montijo.
7. Miguel Bruno (91 jogos)
Miguel Bruno |
Defesa central que concluiu a
formação no Benfica
ao lado de Pedro Henriques, José Soares, Bruno
Caires, Rogério Matias, Kenedy e Dominguez e com experiência de II Liga
adquirida ao serviço de Marco
e Alverca,
reforçou o Pinhalnovense
no verão de 2005, à beira dos 31 anos.
Em quatro temporadas no Santos
Jorge disputou um total de 91 jogos (84 a titular) na II Divisão B e apontou
14 golos, um registo invejável para um defesa central, que em 2007-08 somou
sete remates certeiros. Mafra
em 2005-06, Barreirense
(dois) e Atlético em 2006-07, Odivelas
(dois), Lagoa, Messinense (dois), Carregado e Olivais e Moscavide em 2007-08 e Odivelas
e Olivais e Moscavide em 2008-09.
A melhor classificação foi obtida
logo na época de estreia, o terceiro lugar, mas foi em 2006-07 que ajudou a
equipa de Pinhal
Novo a chegar pela primeira vez aos oitavos de final da Taça
de Portugal, etapa em que defrontou o Sporting.
Em 2009 deixou o clube e fez uma
pausa na carreira, reaparecendo em 2010-11 com a camisola do Olímpico
Montijo.
André Carvalho |
6. André Carvalho (105 jogos)
Avançado brasileiro, mas com
praticamente toda a carreira feita em Portugal, reforçou o Pinhalnovense
no verão de 2000, contribuindo para a promoção à II Divisão B em 2003.
Seguiram-se quatro temporadas no Santos
Jorge a competir no terceiro escalão do futebol português, nas quais
disputou 105 jogos (89 a titular) e marcou 28 golos. Em 2004-05 e 2005-06
esteve perto da promoção à II Liga e em 2004-05 e 2006-07 contribuiu para as
caminhadas até aos oitavos de final da Taça
de Portugal.
No verão de 2007 mudou-se para um
Sp.
Covilhã, tendo ajudado os serranos a subir à II Liga.
5. Paulo Martins (108 jogos)
Paulo Martins |
Defesa central natural de Setúbal
e formado no Vitória
ao lado de Marco Tábuas, Mário Loja, Sandro e Frechaut, estreou-se no futebol
sénior com a camisola do Amora,
mas chegou ao Santos
Jorge proveniente do Seixal, no verão de 2003.
Titular indiscutível na temporada
de estreia em Pinhal
Novo, disputou 36 jogos (todos a titular) em 38 possíveis e apontou nove
golos, um registo invejável para um central. Oriental, Louletano
(dois), Santo António, Mafra,
Sintrense,
Olivais e Moscavide, Pontassolense e Odivelas
foram as vítimas de Paulo Martins.
Em 2004-05 representou o Beira
Mar Monte Gordo, mas na época seguinte voltou ao Portimonense. Em mais três
anos no clube
do concelho de Palmela disputou mais 72 partidas (65 a titular) e somou
quatro remates certeiros, tendo ficado perto da promoção à II Liga em 2005-06 e
contribuindo para a caminhada até aos oitavos de final da Taça
de Portugal na temporada que se seguiu.
Em 2008 deixou o Pinhalnovense
e rumou ao Juventude Évora.
4. João Peixoto (133 jogos)
João Peixoto |
Médio de características
defensivas natural do Montijo e formado no Vitória
de Setúbal ao lado de Paulo Ribeiro, Mário Carlos e Ricardo Pessoa,
reforçou o Pinhalnovense
no verão de 2003, proveniente do Casa
Pia, juntando-se assim ao irmão mais velho Jorge.
Em 2003-04 foi utilizado
maioritariamente como suplente utilizado, tendo disputado 21 jogos (mas apenas
quatro como titular) e apontado um golo ao Mafra.
Na temporada seguinte ganhou
protagonismo e foi um dos esteios da equipa que esteve a um ponto da subida à
II Liga – e chegou aos oitavos de final da Taça
de Portugal -, tendo atuado em 31 encontros (três a titular) e marcado dois
golos, frente a Lusitânia e Oriental.
Em 2005-06 representou o Vitória
de Setúbal B, mas regressou ao Santos
Jorge na época que se seguiu, tendo participado em 24 jogos (17 a titular)
e marcando um golo ao Estrela Vendas Novas no campeonato e contribuído para a
caminhada até aos oitavos de final da Taça
de Portugal.
Em 2007-08 começou a temporada no
Olivais e Moscavide, mas em outubro voltou ao Pinhalnovense,
tendo atuado em sete partidas (duas a titular) na II Divisão B. Na época
seguinte fez melhor, marcando presença em 24 encontros (17 a titular) e
apontando um golo ao Lagoa.
Em 2009-10 esteve ao serviço do
Atlético, mas no verão de 2010 ingressou uma quarta vez no emblema
do concelho de Palmela para ser orientado por Paulo
Fonseca, tendo cumprido 26 jogos (22 a titular) e faturado quatro vezes,
diante de Operário, Carregado, Louletano
e Lagoa, contribuindo também para a caminhada até aos quartos de final da Taça
de Portugal, tendo defrontado o FC
Porto no Dragão.
No final dessa temporada rumou
aos Açores, onde se encontra radicado desde então. Entre 2011 e 2016
representou o Operário, entre 2016 e 2020 atuou pelo Praiense e para 2020-21 já
está comprometido com o Fontinhas.
3. Cau (148 jogos)
Cau |
Médio natural de Évora, vinha a
fazer praticamente toda a carreira em clubes do seu
distrito. A exceção foi o Machico, clube que representou imediatamente
antes de reforçar o Pinhalnovense,
no verão de 2002.
Aí iniciou uma ligação de sete
anos ao clube. Na primeira época sagrou-se campeão da III Divisão e nas seis
temporadas que se seguiram atuou em 148 jogos (128 a titular) e marcou 12 golos
– Santo António em 2003-04, Barreirense
e União da Madeira em 2004-05, Operário e Silves em 2005-06, Imortal,
Torreense, Real
SC e Rio Maior em 2006-07, Juventude Évora (dois) em 2007-08 e Odivelas
em 2008-09 foram as vítimas de Cau.
Em 2004-05 chegou aos oitavos de
final da Taça
de Portugal e esteve a um ponto de subir à II Liga e duas temporadas depois
voltou a chegar aos oitavos da Taça.
“Eu trabalho no ramo imobiliário e é preciso muito sacrifício para jogar. O
futebol e o emprego roubam muito tempo à família e até ao descanso, algo muito
importante para um jogador. Eu não tenho folgas, mas quando as coisas são
feitas por gosto é assim”, revelou à agência Lusa antes de defrontar o Sporting
em 2007.
No verão de 2009 deixou o Santos
Jorge e regressou ao Juventude Évora.
2. Toninho (170 jogos)
Toninho |
Lateral esquerdo natural de Setúbal
e com uma formação dividida entre vários clubes da cidade
do Sado, vestiu pela primeira vez a camisola do Pinhalnovense
entre 1996 e 1998, quando a equipa sénior militava na I
Distrital da AF Setúbal.
Entretanto passou pelo Sesimbra,
então a competir nos campeonatos nacionais, mas no verão de 2001 regressou ao Santos
Jorge e por lá ficou durante nove anos. Esteve na subida à II Divisão B em
2003 e por isso é o único elemento desta lista que representou o emblema de Pinhal
Novo em três patamares competitivos.
Quase sempre dono e senhor do
lado esquerdo da defesa azul e branca, atuou em 170 jogos (157 a titular) e
marcou sete golos na II Divisão B entre 2003 e 2010 – União Micaelense, Ribeira
Brava e Odivelas
em 2003-04, União Micaelense em 2004-05 e Odivelas,
Carregado e Lagoa em 2009-10 foram as vítimas de Toninho.
Foi orientado por treinadores
como Paco Fortes e Paulo
Fonseca, fez parte da equipa que em 2004-05 esteve perto da promoção à II
Liga e chegou aos oitavos de final da Taça
de Portugal. Também integrou o plantel em 2006-07 e 2009-10, quando o Pinhalnovense
chegou aos oitavos e aos quartos de final da prova rainha, respetivamente.
Após deixar o clube prosseguiu a
carreira no Comércio
e Indústria, nos campeonatos distritais.
1. Jorge Peixoto (180 jogos)
Jorge Peixoto |
Lateral esquerdo e irmão mais
velho de João Peixoto, representou pela primeira vez o clube enquanto infantil,
em 1992-93. Entretanto prosseguiu a formação no Vitória
de Setúbal, ao lado de jogadores como Ricardo Pessoa e Manú, e regressou ao
Pinhalnovense
no verão de 2001, já depois de se ter estreado no futebol sénior ao serviço do Alcochetense
em 2000-01.
Em 2003 contribuiu para a
conquista do título da III Divisão – Série F e consequente promoção à II
Divisão B, patamar em que competiu entre 2003 e 2008 ao serviço do emblema de Pinhal
novo, tendo disputado 121 jogos (98 a titular) e marcou dez golos – Odivelas
(dois) em 2004-05, Vitória
de Setúbal B em 2005-06, Imortal
(dois) e Messinense em 2006-07 e Louletano,
Carregado, Juventude Évora e Madalena em 2007-08 foram as vítimas de Jorge
Peixoto.
Neste período o defesa participou
na campanha que em 2004-05 culminou na obtenção do segundo lugar e na caminhada
até aos oitavos de final da Taça
de Portugal, tendo repetido a presença nessa fase da prova em 2006-07.
Entre 2008 e 2010 esteve ao
serviço de Operário e Atlético, tendo regressado depois ao Santos
Jorge. Entre 2010 e 2013 participou em mais 59 encontros (54 a titular) e
marcou um golo ao 1º Dezembro na II Divisão B, tendo contribuído para a
caminhada até aos quartos de final da Taça
de Portugal em 2013-14.
Haveria de continuar a jogar pelo
Pinhalnovense
até 2015-16, no recém-criado Campeonato
Nacional de Seniores, patamar em que atuou em 47 partidas (46 a titular) e
marcou um golo.
Em 2016 pendurou as botas, mas
não saiu do Santos
Jorge, tendo já desempenhado as funções de treinador adjunto da equipa
principal, coordenador técnico e diretor desportivo.
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