segunda-feira, 18 de maio de 2020

Os 10 jogadores com mais jogos pelo Cova da Piedade no Campeonato de Portugal

Dez jogadores que fizeram parte do percurso do Cova da Piedade no CNS
Despromovido ao Campeonato de Portugal por decisão da direção da Liga Portugal em virtude de se encontrar no penúltimo lugar da II Liga à data da suspensão dos campeonatos, o Clube Desportivo Cova da Piedade vai regressar a um patamar competitivo no qual competiu por três vezes na sua história.


Fundado a 28 de janeiro de 1947 na sequência da fusão entre o União Piedense Futebol Clube (também conhecido por epíteto “Espanhóis”, devido às cores dos equipamentos) e o Sporting Clube Piedense, o Desportivo, como é conhecido localmente, viveu o momento mais alto da sua história em 2016, quando se sagrou vencedor do Campeonato de Portugal e ascendeu pela primeira vez a uma liga profissional, a II Liga.

Três anos antes, os piedenses competiam nos campeonatos distritais da Associação de Futebol de Setúbal, mas foi nas antigas II Divisão (Zona Sul) e III Divisão que passou grande parte da sua história. Em 1947-48 e em 1970-71 sagraram-se mesmo campeões da III Divisão.

Em três temporadas de Campeonato de Portugal, 69 futebolistas jogaram pelo Cova da Piedade no terceiro escalão. Vale por isso a pena recordar os dez que o fizeram por mais vezes.


10. André Ceitil (45 jogos)

André Ceitil
Médio natural de Almada, dividiu a formação entre Pescadores da Costa da Caparica, Benfica, Almada, Vitória de Setúbal e Rio Ave, mas foi o Cova da Piedade que o acolheu no início do seu trajeto no futebol sénior, em 2014-15.
A primeira época serviu para ganhar embalagem numa nova categoria, tendo disputado 14 jogos (12 a titular) e marcado um golo, ao Fabril. “Foi algo que aconteceu naturalmente. Conhecia bem o treinador principal e com o trabalho que apresentei na pré-época fui conquistando o meu espaço. Conseguimos o objetivo da manutenção e consegui jogar muito tempo, para surpresa minha porque era o meu primeiro ano como sénior e jogava com jogadores como o Nuno Abreu, Nuno Gomes, Ricardo Aires, entre outros”, contou ao site Domínio de Bola.
Porém, foi na temporada seguinte que se afirmou, tendo participado em 31 encontros (28 a titular) e somado dois remates certeiros, ambos na fase de promoção, nos duelos com União de Leiria e Praiense, contribuindo ativamente para a inédita promoção à II Liga. Também em 2015-16 esteve em evidência ao marcar o golo da vitória num jogo épico na Taça de Portugal diante do Alcanenense, no qual os piedenses estiveram a perder por 0-3 e conseguiram vencer por 4-3.
Apesar de ter sido uma peça importante para a subida de divisão, permaneceu no Campeonato de Portugal ao serviço do Sintrense. “Na altura demorei muito tempo a definir a minha vida, fiquei à espera do Cova da Piedade e quando, por fim, as coisas não se solucionaram, todos os clubes de II Liga já estavam a treinar e já tinham praticamente fechado o plantel”, recordou.
Entretanto passou por Farense, Leixões, pelos romenos do Universitatea Cluj e desde janeiro que representa o Vilafranquense.



9. França (46 jogos)

França
Médio defensivo natural de Almada, com precisão de passe, qualidade a pautar o jogo da equipa a partir de terrenos mais recuados, cultura tática, agressividade e capacidade para recuperar a bola, tem feito toda a carreira em clubes da margem sul.
Depois de Pescadores e Monte de Caparica, reforçou o Cova da Piedade no verão de 2012, contribuindo com uma dezena de golos para a conquista do título distrital e consequente promoção ao então denominado Campeonato Nacional de Seniores.
Na primeira época no CNS disputou 27 jogos (26 a titular) e marcou quatro golos, frente a Ferreiras, Moura, Esperança Lagos e Quarteirense. Em 2014-15 perdeu alguma influência, não indo além de 19 encontros (11 a titular) e um golo, ao Sacavenense.
Depois voltou à I Distrital da AF Setúbal para acumular mais subidas de divisão: em 2017-18 pelo Amora, em 2018-19 pelo Fabril e ao que tudo indica em 2019-20 pelo Oriental Dragon.


8. Filipe Falardo (47 jogos)

Filipe Falardo
Médio ofensivo que fez parte da formação no Sporting, integrou a equipa de juniores do Alverca que conquistou o título nacional em 2001-02 e somou nove internacionalizações pelas seleções jovens, foi uma espécie de promessa adiada do futebol português, que nunca foi além da II Liga. Ainda assim, foi sempre um futebolista que qualquer equipa da II Divisão B/Campeonato de Portugal gostam de ter nos seus quadros.
Após experiências no Olivais e Moscavide, Fátima, Atlético, Pinhalnovense e Farense, assim como nos campeonatos de Roménia e Chipre, reforçou o Cova da Piedade no verão de 2014. Logo na temporada de estreia brilhou, participando em 29 jogos (28 a titular) e marcado oito golos, frente a Fabril (três), Sacavenense (dois), União de Montemor (dois) e Sintrense.
Em 2015-16 perdeu influência no meio-campo de Sérgio Boris, não indo além de 17 encontros (14 a titular), mas ainda assim contribuiu com três golos, entre os quais um no jogo que ditou a subida à II Liga, frente aos açorianos do Angrense.
Depois pendurou as botas.



7. Diogo Caramelo (48 jogos)

Diogo Caramelo
Avançado móvel formado no Benfica, foi contratado pelo Cova da Piedade no verão de 2014 depois de experiências não muito bem-sucedidas no Real SC e no Ribeirão.
Embora tivesse sido mais utilizado como suplente utilizado (26 vezes) do que como titular (22), foi quase sempre convocado por Sérgio Bóris durante os dois anos em que vestiu a camisola azul e grená. Na primeira época disputou 27 jogos (16 a titular) e marcou três golos, a Pinhalnovense, Malveira e Sacavenense. Na temporada seguinte perdeu influência, mas ainda assim conseguiu competir em 21 partidas (seis a titular), participando na caminhada que culminou com a promoção à II Liga.
Desde então que tem representado clubes dos distritos de Lisboa e Setúbal. Depois de Barreirense, Malveira e Loures no Campeonato de Portugal, representou Fabril e Atlético nos campeonatos distritais. Na próxima época continuará a vestir as cores do emblema de Alcântara no Pro-Nacional da AF Lisboa.


6. Hugo Rosa (50 jogos)

Hugo Rosa
Avançado formado no Cova da Piedade, teve de esperar até aos 31 anos até poder representar o clube na categoria sénior, depois de experiências nos campeonatos nacionais com as camisolas de Pescadores da Costa da Caparica, Casa Pia, Real SC, Atlético e Oriental.
De regresso aos piedenses em janeiro de 2013, contribuiu com nove golos para o título distrital e para a consequente promoção ao então denominado Campeonato Nacional de Seniores, o que lhe valeu o prémio de melhor jogador do ano no clube. “Voltei em janeiro ao clube do coração, foi uma felicidade enorme por ter sido ainda útil na conquista do título de campeão”, afirmou na gala de entrega dos prémios.
Depois, em 2013-14 disputou 23 jogos (21 a titular) e apontou nove golos no CNS, enquanto na temporada seguinte faturou por sete vezes em 28 encontros (26 a titular).
Entretanto fez uma pausa de dois anos no futebol e voltou a jogar m 2017-18 pelo Amora, contribuindo mais uma vez para a conquista de um título distrital.
Haveria de pendurar as botas no início de 2019, ano em que representou a equipa de futebol de praia do Cova da Piedade.


5. Jessy (53 jogos)

Jessy Neves
Extremo angolano desde tenra idade radicado em Almada, fez toda a formação no Beira-Mar Almada, clube que lhe abriu as portas do futebol sénior, mas no verão de 2012 mudou-se para o Cova da Piedade.
Logo na época de estreia assumiu um papel importante na equipa, contribuindo com sete golos para a promoção dos piedenses ao Campeonato Nacional de Seniores. Na temporada seguinte deu um ar de sua graça no CNS ao apontar oito golos em 29 jogos (20 a titular), mas em 2014-15 perdeu alguma influência na equipa, tendo apenas disputado 24 encontros (16 a titular) e somado dois remates certeiros.
Depois representou Casa Pia e Loures no Campeonato de Portugal e ajudou o Amora a sagrar-se campeão distrital em 2017-18 naquela que foi a última época da carreira, pendurando as botas aos 26 anos para se dedicar ao ramo imobiliário.


4. Luís Dias (59 jogos)

Luís Dias
Lateral direito formado no Sporting, foi uma espécie de reforço de luxo do Cova da Piedade em 2014-15, uma vez que tinha passado as três épocas anteriores com grande utilização na II Liga com a camisola do Atlético, já depois de ter atuado nos campeonatos da Bulgária e da Roménia.
Titular indiscutível nos dois anos passados no Municipal José Martins Vieira, foi uma peça imprescindível na época de consolidação dos piedenses no Campeonato de Portugal, em 2014-15, tendo disputado 27 jogos, e manteve a influência na temporada seguinte, contribuindo para a promoção à II Liga com três golos em 32 partidas (31 a titular).
E foi precisamente após a festa da subida que decidiu encerrar a carreira, aos 35 anos.



3. Pedro Alves (61 jogos)

Pedro Alves
O único jogador desta lista restrita que esteve na subida do Cova da Piedade à II Liga e que jogou pelo clube no segundo escalão. Embora tivesse jogado por Belenenses, Estrela da Amadora e Vitória de Setúbal na I Liga, viveu talvez alguns dos momentos de maior brilho na carreira nos piedenses, que representou entre 2014 e 2018.
Em 2014-15 foi importante para a consolidação da formação azul e grená no Campeonato de Portugal, tendo disputado 30 jogos e sofrido 31 golos. Na época seguinte foi preponderante para a promoção à II Liga, sofrendo apenas 23 golos em 31 partidas – o primeiro golo sofrido no ano civil de 2016 aconteceu apenas a 28 de fevereiro. No jogo que deu o título do Campeonato de Portugal ao clube do concelho de Almada, foi o herói no desempate por grandes penalidades diante do Vizela, tendo defendido dois penáltis.
Nas duas épocas seguintes foi fundamental para garantir a permanência. Em 2016-17 foi mesmo totalista no campeonato, tendo cumprido os 3780 minutos (42 jogos) da competição. Na temporada que se seguiu, a última da carreira, foi por quatro vezes ao banco, mas foi titular nas restantes 38 partidas.
“Quero agradecer a este clube, aos seus dirigentes e associados o facto de me terem permitido representar o Cova da Piedade nas últimas quatro temporadas”, disse Pedro Alves, em pleno relvado, no final da última partida da carreira.
Após pendurar as luvas tornou-se treinador de guarda-redes – função que chegou a desempenhar no Cova da Piedade ainda quando jogava -, tendo já assumido essa função a tempo inteiro no Belenenses SAD e no Sporting, enquanto elemento da equipa técnica de Silas.



2. Rúben Nunes (80 jogos)

Rúben Nunes
Defesa/lateral direito que dividiu a formação entre Pescadores, Benfica e Vitória de Setúbal, iniciou o seu trajeto no futebol sénior ao serviço do emblema da Costa da Caparica, tendo passado para o Cova da Piedade em 2012-13.
Na época de estreia ajudou os piedenses a conquistar o título distrital. Depois, seguiram-se três épocas no Campeonato de Portugal, quase sempre como titular ao lado de Ricardo Aires, com o qual já tinha formado dupla no eixo defensivo no Pescadores. Em 2013-14 disputou 22 jogos (18 a titular), na época seguinte 26 (23 a titular) e em 2015-16, época marcada pela promoção à II Liga, esteve em 32 encontros (31 a titular) e marcou três golos, frente a Almancilense e Barreirense (dois).
Após a subida chegou a acompanhar o clube do concelho de Almada no segundo escalão, mas não chegou a jogar no campeonato, tendo apenas atuado na Taça de Portugal e na Taça da Liga, antes de sair em janeiro de 2017 para o Pinhalnovense. “Guardo os anos fantásticos que passei e o facto de ter sido no Cova da Piedade que realizei o meu sonho, de ser profissional de futebol. Naturalmente custa sempre digerir quando lutamos tantos anos para atingir um objetivo e quando o conseguimos não corre como esperamos. Sonhava continuar a fazer história e ajudar o clube, mas assim não aconteceu. Tenho muito orgulho de ter vestido aquela camisola”, afirmou o defesa ao Record.
Entretanto foi campeão distrital pelo Amora em 2017-18 e desde o verão do ano passado que está vinculado ao Loures. Paralelamente é professor de educação física e personal trainer.



1. Ricardo Aires (88 jogos)

Ricardo Aires
Defesa central campeão europeu de sub-16 em 1995 ao lado de nomes como Marco Caneira ou Hugo Leal, chegou ao Cova da Piedade já veterano, à beira dos 35 anos, depois de passagens por Belenenses, Pescadores, Atlético, União Micaelense, Mafra, Odivelas e Olivais e Moscavide.
Apesar da veterania, foi titular ao longo dos três anos passados no Municipal José Martins Vieira, ajudando os piedenses não só a consolidarem-se no Campeonato de Portugal como também a ascenderem à II Liga. Entre 2013 e 2016, disputou 88 encontros no terceiro escalão, 84 a titular, e marcou oito golos.
Depois voltou aos distritais da AF Setúbal para representar Pescadores e Charneca de Caparica, as últimas aventuras da longa carreira. Entretanto tornou-se treinador e em 2018-19 desempenhou a função de adjunto da equipa principal do Cova da Piedade.



















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