A sombra de Acosta que facilitou ao Sporting a contratação de Jardel. Quem se lembra de Spehar?
Spehar marcou sete golos em 14 jogos pelo Sporting
Possante avançado croata (1,85 m)
nascido em Osijek, começou por dar nas vistas no clube local entre 1988 e 1992,
o que lhe permitiu inclusivamente ser convocado para o primeiro jogo da seleção
da Croácia desde a readmissão na FIFA, em julho de 1992, diante da Austrália.
Depois de uma passagem pelo NK
Zagreb, atual Dínamo Zagreb, regressou ao Osijek em 1994-95 para se sagrar
melhor marcador da liga croata, com 23 golos. No final dessa época também foi
eleito o melhor jogador do campeonato por parte do jornal desportivo Sportske
novosti. Seguiram-se dois dos melhores
anos da carreira, na Bélgica, ao serviço do Club Brugge, emblema pelo qual
venceu uma dobradinha belga em 1995-96. Porém, foi na temporada seguinte que
mais brilhou, ao sagrar-se melhor marcador do campeonato, com 26 golos em 27
jogos. Pelo meio, voltou a jogar pela seleção
da Croácia em março de 1996, algo que já não fazia há três anos.
Ainda disputou a 1.ª jornada da
liga belga que o seu clube viria a ganhar em 1997-98, tendo apontado um hat
trick no terreno do Gent, mas imediatamente depois transferiu-se para o Mónaco,
numa transferência que rendeu quase cinco milhões de euros aos cofres do Club
Brugge.
No Principado, porém, não foi
feliz, até porque tinha a concorrência de dois jovens avançados muito
talentosos: David Trezeguet e Thierry Henry. Ao serviço dos monegascos
cruzou-se pela primeira vez no caminho do Sporting,
ao defrontar os leões
num jogo em Alvalade
para a fase de grupos da Liga
dos Campeões em setembro de 1997, naquela que foi a sua estreia na prova
milionária. Também na edição dessa época da Champions
chegou a marcar à Juventus
nas meias-finais, mas não evitou o apuramento da vecchia
signora para o jogo decisivo.
Depois do campeonato francês,
experimentou a Serie
A italiana no início da temporada 1999-00, tendo-o feito ao serviço do
Verona, mas não foi além de três jogos no campeonato. Em fevereiro de 2000, a poucos
meses de comemorar o 30.º aniversário, transferiu-se para o Sporting,
numa altura em que a principal alternativa para o treinador Augusto
Inácio ao avançado argentino Alberto Acosta, o ganês Kwame Ayew, se encontrava
a disputar a Taça das Nações Africanas. Contudo, e em grande parte devido a
problemas físicos, Robert Spehar só foi utilizado uma vez nessa meia época, e
num encontro da Taça
de Portugal diante dos Dragões Sandinenses, o que fez com que não fosse
considerado campeão nacional. Apesar da escassa utilização,
sobreviveu no plantel e até mostrou alguma utilidade em 2000-01, tendo apontado
sete golos em onze partidas, todas a partir de dezembro de 2000, após recuperar
de uma pubalgia. Um registo bastante considerável tendo em conta que só esteve
em campo 490 minutos, ou seja, marcou em média um golo a cada 70 minutos – bisou
ao Famalicão para a Taça de Portugal e faturou diante de Alverca,
Salgueiros,
Desp.
Aves, Belenenses
e Paços
de Ferreira para o campeonato.
No entanto, não foi convocado
para Manuel
Fernandes para os últimos jogos da I
Liga e não se poupou nas críticas públicas ao treinador: “Bem, é mais uma
das muitas más escolhas do treinador. Isso já aconteceu muitas vezes em várias
alturas. É por isso que o Boavista
tem mais 15 pontos.”
Chegou a iniciar a temporada
2001-02 de leão ao peito às ordens de Laszlo
Bölöni, tendo sido utilizado em dois jogos no campeonato – derrotas às mãos
de Belenenses
no Restelo (0-3) e Alverca
em Alvalade
(0-1) –, mas logo a seguir foi incluído como moeda de troca, tal como Mbo
Mpenza e Pavel
Horvath, na transferência de Mário
Jardel do Galatasaray para o Sporting.
No final dessa época, porém, foi considerado campeão nacional quando os verde
e brancos asseguraram o título.
Acabou por estar pouco tempo na
Turquia – tal como Mpenza
e Horvath
–, tendo depois voltado para as suas zonas de conforto. Primeiro regressou à
Bélgica para representar o Standard
Liège e depois à Croácia para vestir novamente a camisola do Osijek,
sagrando-se uma vez mais melhor marcador da liga croata em 2003-04, com 18
golos, redimindo-se de uma polémica da época anterior, quando esmurrou um adversário
e foi punido com oito jogos de castigo.
O último clube que representou
foi o Omonia, do Chipre, tendo pendurado as botas aos 35 anos. Após encerrar a carreira de
jogador continuou ligado ao futebol noutras funções. Foi presidente do Osijek,
tendo dado a assinar ao seu filho Dino, de forma legítima, um contrato
profissional, e rejeitado uma proposta do Bayern
Munique pelo rebento. Atualmente é treinador, mas tem trabalhado sobretudo
em clubes das divisões secundárias da Croácia.
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