sexta-feira, 30 de maio de 2025

A sombra de Acosta que facilitou ao Sporting a contratação de Jardel. Quem se lembra de Spehar?

Spehar marcou sete golos em 14 jogos pelo Sporting
Possante avançado croata (1,85 m) nascido em Osijek, começou por dar nas vistas no clube local entre 1988 e 1992, o que lhe permitiu inclusivamente ser convocado para o primeiro jogo da seleção da Croácia desde a readmissão na FIFA, em julho de 1992, diante da Austrália.
 
Depois de uma passagem pelo NK Zagreb, atual Dínamo Zagreb, regressou ao Osijek em 1994-95 para se sagrar melhor marcador da liga croata, com 23 golos. No final dessa época também foi eleito o melhor jogador do campeonato por parte do jornal desportivo Sportske novosti.
 
Seguiram-se dois dos melhores anos da carreira, na Bélgica, ao serviço do Club Brugge, emblema pelo qual venceu uma dobradinha belga em 1995-96. Porém, foi na temporada seguinte que mais brilhou, ao sagrar-se melhor marcador do campeonato, com 26 golos em 27 jogos. Pelo meio, voltou a jogar pela seleção da Croácia em março de 1996, algo que já não fazia há três anos.
 
 
Ainda disputou a 1.ª jornada da liga belga que o seu clube viria a ganhar em 1997-98, tendo apontado um hat trick no terreno do Gent, mas imediatamente depois transferiu-se para o Mónaco, numa transferência que rendeu quase cinco milhões de euros aos cofres do Club Brugge.
 
 
No Principado, porém, não foi feliz, até porque tinha a concorrência de dois jovens avançados muito talentosos: David Trezeguet e Thierry Henry. Ao serviço dos monegascos cruzou-se pela primeira vez no caminho do Sporting, ao defrontar os leões num jogo em Alvalade para a fase de grupos da Liga dos Campeões em setembro de 1997, naquela que foi a sua estreia na prova milionária. Também na edição dessa época da Champions chegou a marcar à Juventus nas meias-finais, mas não evitou o apuramento da vecchia signora para o jogo decisivo.
 
 
Depois do campeonato francês, experimentou a Serie A italiana no início da temporada 1999-00, tendo-o feito ao serviço do Verona, mas não foi além de três jogos no campeonato.
 
Em fevereiro de 2000, a poucos meses de comemorar o 30.º aniversário, transferiu-se para o Sporting, numa altura em que a principal alternativa para o treinador Augusto Inácio ao avançado argentino Alberto Acosta, o ganês Kwame Ayew, se encontrava a disputar a Taça das Nações Africanas. Contudo, e em grande parte devido a problemas físicos, Robert Spehar só foi utilizado uma vez nessa meia época, e num encontro da Taça de Portugal diante dos Dragões Sandinenses, o que fez com que não fosse considerado campeão nacional.
 
Apesar da escassa utilização, sobreviveu no plantel e até mostrou alguma utilidade em 2000-01, tendo apontado sete golos em onze partidas, todas a partir de dezembro de 2000, após recuperar de uma pubalgia. Um registo bastante considerável tendo em conta que só esteve em campo 490 minutos, ou seja, marcou em média um golo a cada 70 minutos – bisou ao Famalicão para a Taça de Portugal e faturou diante de Alverca, Salgueiros, Desp. Aves, Belenenses e Paços de Ferreira para o campeonato.
 
     
 
No entanto, não foi convocado para Manuel Fernandes para os últimos jogos da I Liga e não se poupou nas críticas públicas ao treinador: “Bem, é mais uma das muitas más escolhas do treinador. Isso já aconteceu muitas vezes em várias alturas. É por isso que o Boavista tem mais 15 pontos.”
 
Chegou a iniciar a temporada 2001-02 de leão ao peito às ordens de Laszlo Bölöni, tendo sido utilizado em dois jogos no campeonato – derrotas às mãos de Belenenses no Restelo (0-3) e Alverca em Alvalade (0-1) –, mas logo a seguir foi incluído como moeda de troca, tal como Mbo Mpenza e Pavel Horvath, na transferência de Mário Jardel do Galatasaray para o Sporting. No final dessa época, porém, foi considerado campeão nacional quando os verde e brancos asseguraram o título.
 
 
Acabou por estar pouco tempo na Turquia – tal como Mpenza e Horvath –, tendo depois voltado para as suas zonas de conforto. Primeiro regressou à Bélgica para representar o Standard Liège e depois à Croácia para vestir novamente a camisola do Osijek, sagrando-se uma vez mais melhor marcador da liga croata em 2003-04, com 18 golos, redimindo-se de uma polémica da época anterior, quando esmurrou um adversário e foi punido com oito jogos de castigo.
 
 
O último clube que representou foi o Omonia, do Chipre, tendo pendurado as botas aos 35 anos.
 
Após encerrar a carreira de jogador continuou ligado ao futebol noutras funções. Foi presidente do Osijek, tendo dado a assinar ao seu filho Dino, de forma legítima, um contrato profissional, e rejeitado uma proposta do Bayern Munique pelo rebento. Atualmente é treinador, mas tem trabalhado sobretudo em clubes das divisões secundárias da Croácia. 






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