“Um dos últimos extremos” do Brasil e vencedor da Taça da Liga pelo Vitória FC. Quem se lembra de Leandro Branco?
Leandro Branco não foi além de dois golos em 46 jogos pelo Vitória FC
Hoje os tempos são de scouting,
exploração de mercados emergentes e cruzamento entre observação empírica e data,
mas houve uma altura em que o recrutamento dos clubes portugueses se baseava
sobretudo em receber cassetes ou DVDs de melhores momentos de jogadores ou
viajar até ao Brasil para, no espaço de poucos dias, identificar potenciais
reforços. Leandro Branco, não sendo muito antigo, é desse tempo.
Foi contratado pelo Vitória
de Setúbal no verão de 2007, após vários anos a dar nas vistas no
campeonato catarinense ao serviço de clubes como Chapecoense, Marcílio Dias, Atlético
de Ibirama e Juventus de Jaraguá. Em termos de futebol nacional, o melhor que
tinha conseguido foi atuar na Serie B brasileira ao serviço do Ituano
em 2006. Quando foi apresentado como
reforço sadino ao lado de Edinho
em julho de 2007, o treinador Carlos Carvalhal descreveu-o como “um avançado
que joga pelas alas e um dos últimos extremos do futebol brasileiro”. Já o
atacante, confiante nas suas capacidades, puxou dos galões: “No último clube
onde joguei fiz 14 partidas e nove golos, mas tenho uma média de um golo em
cada dois jogos. Consegui fazer um bom trabalho nos clubes por onde passei e
aqui em Portugal espero fazer a mesma coisa.”
Leandro Branco até nem se pode
queixar de falta de oportunidades, uma vez que na primeira época atuou em 30
encontros em todas as provas (18 como titular), um dos quais a final da Taça
da Liga diante do Sporting,
que o Vitória
conquistou, mas não foi além de dois golos – um ao Sp.
Braga para a Taça
da Liga ou outro à Naval para a Taça
de Portugal –, um registo muito aquém da tal média de um golo em cada dois
jogos. Ainda assim, pode gabar-se de ter vencido um troféu e de ter ajudado os setubalenses
a alcançar um honroso sexto lugar no campeonato, que valeu a qualificação para
a Taça
UEFA, e a atingir as meias-finais da Taça
de Portugal. Na temporada seguinte, a equipa
sofreu uma debandada e só assegurou a permanência na última jornada. Já o
avançado brasileiro não foi além de 16 partidas (quatro a titular) em todas as
competições, não apresentando qualquer golo para amostra.
Depois voltou para a sua zona de
conforto, os campeonatos estaduais de Santa Catarina. Venceu o Campeonato
Catarinense da Divisão Especial em 2010 e 2013 pelo Marcílio Dias e a Série B
do Campeonato Catarinense pelo Inter de Lages em 2014. Viria a encerrar discretamente a
carreira em 2018, aos 35 anos.
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