O lateral bicampeão pelo FC Porto que também passou pelo Sporting. Quem se lembra de Gabriel?
Gabriel somou 20 internacionalizações pela seleção nacional A
Lateral direito inventado por José
Maria Pedroto, fez a formação no FC
Porto, inicialmente como médio defensivo, mas quando transitou para sénior
foi obrigado a ganhar rodagem no Sp.
Espinho para não ficar sem jogar.
Em 1973-74 ajudou os tigres
da Costa Verde a subir à I
Divisão e na época seguinte regressou às Antas para se afirmar como titular
nos dragões
e, posteriormente, como uma presença habitual nas convocatórias da seleção
nacional A, pela qual somou 20 internacionalizações. Ofensivo, dotado de qualidade de
cruzamento e simultaneamente forte na marcação, ajudou os azuis
e brancos a quebrar o longo jejum de 19 anos sem ganhar o campeonato,
sagrando-se inclusivamente bicampeão nacional em 1977-78 e 1978-79, já depois
de ter vencido a Taça
de Portugal em 1976-77. Mais tarde ganhou também a Supertaça
Cândido de Oliveira de 1981. Depois nove anos na equipa
principal do FC
Porto, e numa fase em que já estava a perder algum espaço, despediu-se do
clube nortenho em rota de colisão com Pedroto,
ao fim de 255 jogos e seis golos, e transferiu-se para o Sporting
no verão de 1983.
“Não saí chateado com o Pedroto,
saí muito chateado! Eu antes quero ser prejudicado do que prejudicar alguém.
Bom, mas vamos lá explicar: eu tive de ir a França fazer uns exames porque em
Portugal não havia as máquinas para detetar a lesão que tinha - eu não
conseguia andar sem dores, quanto mais correr. Em França chegaram a dizer-me
para forçar a ver se rasgava para ser operado. Voltei e o FC
Porto ia ter um jogo grande, ele virou-se para mim e disse: ‘Gabriel, tens
de jogar.’ E eu respondi: ‘Nem que seja de canadianas, eu vou lá para dentro,
mas você sabe como eu estou’. (…) O FC
Porto ganhou, mas, no final do jogo, quando cheguei ao balneário, o Pedroto
virou-se para mim e disse: ‘Oh, Gabriel, pus-te a jogar e tu quase me davas
cabo do jogo.’ Nem lhe conto o que me apeteceu fazer, mas saí do balneário a
dizer: ‘Aqui não jogo mais enquanto ele for treinador’”, recordou ao Diário
de Notícias em março de 2018. Em quatro anos em Alvalade
nada ganhou, mas pode gabar-se de ter atuado os 90 minutos na histórica goleada
por 7-1 ao Benfica
em dezembro de 1986, na sua última época de leão ao peito.
Depois de 108 encontros com a
camisola verde e branca, terminou a carreira de futebolista ao serviço do Sp.
Covilhã em 1987-88, aos 34 anos: “Tive uma lesão que só me deixou fazer
nove jogos e no final da época resolvi acabar a carreira. Não foi nada
dramático. Fui-me mentalizando.” Após pendurar as botas tornou-se
treinador, tendo orientado várias equipas nas divisões secundárias, como Barreirense,
Torres Novas, Peniche,
Feirense
e Oliveira do Bairro. Depois investiu num café e, posteriormente, virou
taxista.
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