quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Os 10 jogos mais marcantes de sempre no novo Estádio da Luz

Estádio da Luz foi inaugurado a 25 de outubro de 2003
Inaugurado a 25 de outubro de 2003, o oficialmente denominado Estádio do Sport Lisboa e Benfica, mais conhecido por Estádio da Luz, sucedeu ao antigo, estreado em 1954, como casa do emblema encarnado.
 
Situado na freguesia lisboeta de São Domingos de Benfica, o palco das águias está homologado com uma capacidade total de 64 642 espetadores, cerca de menos mil do que a lotação inicial, devido à criação da caixa de segurança para os adeptos visitantes.
 
Nos últimos anos tem sido admitida a possibilidade de um aumento da lotação do estádio, quer pelos dirigentes benfiquistas quer pelo próprio arquiteto, que explicou que poderá ser construído “mais um nível no topo, a toda a volta”, de forma a aumentar a capacidade para 80 mil lugares.
 
Arquitetado por Damon Lavelle, da empresa norte-americana Hok Sport, atualmente designada Populous, teve um custo de construção de 165 milhões de euros e recebe os jogos do Benfica em casa mas também é habitualmente palco dos principais encontros da seleção nacional, tendo também acolhido cinco jogos do Euro 2004 (incluindo a final) e as finais da Liga dos Campeões em 2013-14 e 2019-20, tendo também recebido concertos, a cerimónia das Novas Sete Maravilhas do Mundo a 7/07/2007 e o Congresso Internacional das Testemunhas de Jeová no final de junho de 2019.
 
Junto ao Estádio da Luz estão ainda situados o Museu Benfica Cosme Damião, uma Estátua de Eusébio, a Praça dos Heróis, a loja oficial do clube, dois pavilhões para as modalidades e um complexo de piscinas.  
 
Vale por isso a pena recordar os dez jogos mais marcantes de sempre do novo Estádio da Luz.
 
24 de junho de 2004 – Euro 2004 (quartos de final)
Um daqueles jogos da seleção nacional impróprios para cardíacos. Depois de começar com uma derrota diante da Grécia no Dragão, Portugal bateu a Rússia na Luz e Espanha em Alvalade para concluir o grupo em primeiro lugar.
Pela frente, nos quartos de finais, os homens de Luiz Felipe Scolari tiveram pela frente a Inglaterra, carrasco luso no Mundial 1966, mas presa portuguesa no Mundial 1986 e no Euro 2000. Desta feita, o selecionador dos três leões era uma figura bem conhecida do universo benfiquista, o sueco Sven-Göran Eriksson.
O jogo começou da pior forma possível para Portugal, que não podia contar com o castigado Pauleta e tinha no eixo do ataque o herói da vitória sobre Espanha, Nuno Gomes. Logo aos três minutos, Michael Owen apareceu isolado na cara de Ricardo e bateu o guarda-redes português.
O resultado manteve-se assim durante 80 minutos. Numa fase em que Scolari já tinha abdicado de um lateral direito (Miguel), um médio defensivo (Costinha) e até de Luís Figo para colocar em campo um extremo (Simão), um ponta de lança (Postiga) e um médio ofensivo (Rui Costa), Portugal chegou ao empate aos 83’, na sequência de um cruzamento de Simão a partir da esquerda, com Hélder Postiga a elevar-se perante os centrais John Terry e Sol Campbell, que ficaram pregados ao relvado, e a cabecear para o fundo das redes da baliza de David James, que apenas esboçou uma reação.
Já na segunda metade do prolongamento, Rui Costa deu a volta ao resultado através de um remate fantástico de fora da área (110’), mas, cinco minutos, Frank Lampard empatou novamente a partida e adiou a decisão para o desempate por penáltis.
No drama das grandes penalidades, numa altura em que Postiga já tinha marcado o seu à Panenka, Ricardo tirou as luvas e defendeu o pontapé de Darius Vassell antes de, ele próprio, marcar o golo que colocou Portugal nas meias-finais.
 
 
 
4 de julho de 2004 – Euro 2004 (final)
Só de pensar neste jogo dá logo uma sensação de azia, não é? Depois de encontrar o seu onze ideal e de eliminar pesos pesados como Espanha, Inglaterra e Holanda, parecia que o título europeu estava na mão de Portugal. Pelo fator casa, pelo adversário na final e pela valia de uma seleção que conciliava resistentes da geração de ouro (Figo e Rui Costa), uma nova vaga de talentos (com Cristiano Ronaldo à cabeça) e ainda recém-coroados campeões europeus de clubes ao serviço do FC Porto (Ricardo Carvalho, Nuno Valente, Costinha, Deco, Maniche e Paulo Ferreira).
Mas Portugal nunca conseguiu realmente causar problemas ao sólido bloco defensivo da Grécia de Otto Rehhagel e acabou por sofrer, pouco antes da hora de jogo, um golo de cabeça de Angelos Charisteas que deixou o guarda-redes Ricardo, herói da partida frente a Inglaterra, muito mal na fotografia (57 minutos). A equipa das quinas nunca recuperou desse soco no estômago e o apito final confirmou uma autêntica tragédia grega.
 
 
 
14 de maio de 2005 – I Liga (33.ª jornada)
Benfica e Sporting surgiram pontualmente empatados na liderança do campeonato à entrada o dérbi da Luz, à 33.ª e penúltima jornada, ainda que com vantagem para os leões de José Peseiro no confronto direto e na diferença de golos. Quem ganhasse ficava em posição privilegiada para conquistar o título e quem perdesse ficaria de fora da corrida.
O jogo, no qual não participou o castigado Liedson, acabou por ser decidido por um golo solitário de Luisão aos 83 minutos, aproveitando uma saída em falso do guarda-redes Ricardo para cabecear certeiro, após livre de Petit.
As águias, orientadas por Giovanni Trapattoni, confirmariam o regresso aos títulos, onze anos depois, com um empate no Bessa na última ronda.
 
 
 
3 de abril de 2011 – I Liga (25.ª jornada)
Numa fase de enorme crispação entre os rivais, o Benfica de Jorge Jesus apresentava-se como campeão em título, mas o FC Porto tinha possibilidades de se sagrar campeão em casa do rival, um ano depois de ter sido privado durante vários meses de um dos seus principais craques, Hulk, devido ao famoso caso do túnel da Luz. As trocas de provocações e acusações eram diárias e os duelos entre dragões e águias bastante quentinhos.
Depois de terem goleado por 5-0 na primeira volta, no Dragão, os nortenhos voltaram a bater o rival e não se fizeram rogados nos festejos da conquista do campeonato, apesar de as luzes terem sido desligadas e o sistema de rega ativado.
O resultado ficou definido ainda na primeira meia hora: Guarín (a meias com o guarda-redes benfiquista Roberto) deu vantagem aos azuis e brancos aos nove minutos, Saviola empatou aos 17’ na conversão de uma grande penalidade e Hulk, também de penálti, fez o 1-2 para o FC Porto de André Villas Boas ao minuto 26.
 
 
 
2 de maio de 2013 – Liga Europa (2.ª mão das meias-finais)
Pela primeira vez desde a inauguração do novo Estádio da Luz, o Benfica apurou-se para uma final europeia.
Depois de ter sido repescado para a Liga Europa por ter ficado atrás de Barcelona e Celtic na fase de grupos da Liga dos Campeões, os encarnados de Jorge Jesus eliminaram Bayer Leverkusen, Bordéus e Newcastle, sempre de forma muito convincente.
Na primeira-mão, em Istambul, uma equipa com algumas segundas linhas (Jardel, Ola John, André Gomes e na altura o próprio Pablo Aimar) foi derrotado pelo Fenerbahçe de Raul Meireles e Dirk Kuyt, graças ao golo solitário de Egemen Korkmaz (72 minutos), já depois de o brasileiro Cristian ter desperdiçado uma grande penalidade (44’).
Uma semana depois, Jorge Jesus não abdicou de titulares indiscutíveis que não tinham iniciado o jogo na Turquia no onze, casos de Enzo Pérez, Salvio, Lima e Gaitán, e conseguiu empatar a eliminatória logo aos nove minutos, por intermédio de Nico Gaitán.
Dirk Kuyt empatou o jogo aos 23 minutos, na conversão de uma grande penalidade, e colocou o Benfica a dois golos de distância da final. Mas esses dois golos haveriam de aparecer, ambos da autoria de Óscar Cardozo, que marcou o primeiro da conta pessoal aos 35’ e completou o bis aos 66’, levando assim os encarnados a uma final europeia após 23 anos de ausência.
 
 
 
12 de janeiro de 2014 – I Liga (15.ª jornada)
Uma semana após a morte de Eusébio, o Benfica foi a jogo pela primeira vez e decidiu que todos os jogadores teriam, em vez do próprio nome na camisola, o da maior figura da história do clube.
A verdade é que os futebolistas encarnados encarnaram o espírito do “Pantera Negra” e bateram o FC Porto de forma convincente, numa altura em que os dragões então orientados por Paulo Fonseca tinham o estatuto de tricampeões nacionais e a liderança era tripartida entre os três grandes, todos com 33 pontos ao cabo de 14 jornadas. O triunfo sobre o rival, aliado ao empate do Sporting no Estoril na véspera (0-0), isolou as águias na liderança do campeonato, posto que não mais largaram.
Rodrigo a passe de Markovic (13 minutos) e Garay na sequência de um canto (53’) foram os autores dos golos.
 
 
 
16 de abril de 2014 – Taça de Portugal (2.ª mão das meias-finais)
Depois de três em que praticamente só viu o FC Porto festejar e em que pouco ou nada ganhou, o Benfica segurou Jorge Jesus e vingou-se em 2013-14, conseguindo superar o rival em todas as competições internas e mostrar-se afirmativo nos confrontos diretos.
O exemplo mais flagrante de supremacia sobre o rival aconteceu na segunda-mão das meias-finais. Depois de uma derrota no Dragão na primeira-mão, o Benfica estava obrigado a uma reviravolta na eliminatória.
As coisas até começaram a correr bem para os encarnados, com o Salvio a inaugurar o marcador e a empatar a eliminatória aos 17 minutos.
No entanto, o lateral esquerdo Siqueira viu o cartão vermelho por acumulação de cartões amarelos e deixou as águias a jogar com menos um e, no início da segunda parte, Silvestre Varela empatou para o FC Porto de Luís Castro, fazendo o que parecia ser o golo decisivo rumo ao Jamor (52’), tendo em conta a superioridade numérica dos azuis e brancos e os dois golos que os homens de Jorge Jesus necessitavam de marcar.
Apesar desse handicap, o Benfica fez o 2-1 aos pouco depois do golo de Varela, por intermédio de Enzo Pérez, na conversão de uma grande penalidade (59’), e chegou ao terceiro e decisivo golo já na reta final do encontro, através de uma obra de arte de André Gomes (80’).
 
 
 
24 de maio de 2014 – Liga dos Campeões (final)
Pela primeira vez na história, duas equipas da mesma cidade defrontaram-se na final, naquela que foi a quinta vez que o jogo decisivo foi disputado entre clubes do mesmo país. Além disso, o Real Madrid procurava a tão desejada La Decima, enquanto o Atlético perseguia o primeiro título europeu.
Em pleno Estádio da Luz, naquela que foi a segunda vez que Portugal foi palco da final – depois de o Estádio Nacional ter acolhido a vitória do Celtic sobre o Inter de Milão em 1967 –, o Atlético Madrid colocou-se em vantagem aos 36 minutos, por Diego Godín. Depois os colchoneros baixaram o bloco, juntaram as linhas e conservaram a vantagem praticamente até ao cair do pano, quando Sergio Ramos deu o empate aos merengues (90+3’) e atirou a decisão para prolongamento.
A primeira parte do prolongamento não teve golos, mas na segunda só deu Real MadridGareth Bale (110’), Marcelo (118’) e Cristiano Ronaldo (120’, g.p.) construíram a vitórias do madridistas, que conquistaram o 10.º título europeu na sua história no mesmo estádio onde, dez anos antes, Cristiano Ronaldo chorou compulsivamente após perder a final do Euro 2004 ante a Grécia.
Na caminhada até à final, o Real Madrid havia eliminado três equipas alemães: Schalke 04Borussia Dortmund e Bayern Munique. Já o Atlético tinha afastado AC MilanBarcelona e Chelsea.
 
 
 
10 de fevereiro de 2019 – I Liga (21.ª jornada)
Desde que o Benfica havia goleado o Seixal no antigo Estádio da Luz, em 1964, que na I Divisão não tinha conhecido um resultado tão desnivelado.
Desde que Bruno Lage assumiu o comando técnico dos encarnados, em janeiro de 2019, que a equipa pautou por um futebol bastante ofensivo, tendo marcado quatro golos ao Rio Ave e ao Sporting e cinco ao Boavista. O que ninguém estava à espera era de um 10-0, por muito frágil que fosse o Nacional de Costinha.
Um golo de Grimaldo (no primeiro minuto) e dois de Seferovic (21’ e 27’) levaram as águias para intervalo com uma vantagem confortável de 3-0. No segundo tempo seria expetável um abrandamento ou um número de golos parecido ao da primeira parte, mas o que se assistiu foi a um vendaval de futebol ofensivo, que brindou os mais de 54 mil espetadores com sete golos: João Félix (50’), Pizzi (54’, g.p.), Ferro (56’), Rúben Dias (67’), Jonas (85’ e 90’) e Rafa Silva (88’) foram os autores dos tentos.
 
 
 
23 de agosto de 220 – Liga dos Campeões (final)
No início de 2020 a pandemia de covid-19 trocou as voltas aos planos de todo o futebol mundial.  A Liga dos Campeões foi interrompida com jogos dos oitavos de final ainda por realizar, faltando obviamente disputar o resto da competição, incluindo a final, inicialmente prevista para o Estádio Olímpico de Atatürk, em Istambul, a 30 de maio. No entanto, a 17 de junho o Comité Executivo da UEFA decidiu recolocar a final no Estádio da Luz como parte de um torneio final eight, a um jogo, a disputar em Lisboa em partidas à porta fechada, não só na Luz, mas também em Alvalade.
Ao longo desse minitorneio, o Bayern despachou o Barcelona por 8-2 na Luz – num jogo que me custou muito deixar de fora deste artigo – e o Lyon (3-0), nos quartos e nas meias-finais, respetivamente. Por seu lado, o PSG de Thomas Tuchel havia afastado, já em Lisboa, Atalanta (2-1) e Leipzig (3-0).
Os bávaros, que haviam vencido todos os jogos dessa edição da Liga dos Campeões, fizeram o pleno na Luz, com Kingsley Coman a apontar, de cabeça (aos 59 minutos), o golo que valeu o título sexto título europeu ao emblema alemão.
 








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