terça-feira, 18 de novembro de 2025

As nove vezes em que o Sintrense defrontou equipas da I Divisão na Taça de Portugal

Sintrense é presença assídua nos campeonatos nacionais
Em vésperas de visitar o FC Porto (sábado, às 20:15) em jogo da 4.ª eliminatória da Taça de Portugal, o Sport União Sintrense vai defrontar pela 10.ª vez uma equipa da I Divisão na prova rainha.
 
Curiosamente, nas nove ocasiões anteriores, três dos adversários do emblema de Sintra atingiram a final da competição, sendo que dois acabaram mesmo por erguer o troféu em pleno Estádio Nacional, no Jamor.
 
Embora seja presença assídua nos campeonatos nacionais, entre 1988-89 e 2021-22 o Sintrense não mediu forças na Taça com um oponente primodivisionário, mas nos últimos quatro anos só não o fez em 2022.
 
Vale por isso a pena recordar os nove confrontos entre a formação amarela e azul e clubes da I Divisão na Taça de Portugal.
 

1964-65: 32 avos de final

1ª mão: Sp. Braga 5-1 Sintrense (13 de setembro de 1964)
2ª mão: Sintrense 2-1 Sp. Braga (20 de setembro de 1964)
Numa época em que o Sintrense se estreava na II Divisão Nacional, apanhou pela primeira vez na Taça de Portugal uma equipa primodivisionária, neste caso o Sp. Braga.
Na primeira-mão, no Estádio 28 de Maio, que cerca de uma década depois se passaria a chamar Estádio Municipal 1º de Maio, os bracarenses receberam e golearam a formação de Sintra por 5-1, num encontro em que os Palmeira (dois), Bino, Teixeira e Morais marcaram para os arsenalistas e Sérgio para os visitantes.
No entanto, uma semana depois os minhotos foram derrotados no Campo Manuel Soares Barreto por 1-2.
Nessa edição da prova, o Sp. Braga viria a atingir pela primeira vez as meias-finais.
 

 

1966-67: 16 avos de final

1ª mão: Vitória de Setúbal 3-0 Sintrense (15 de janeiro de 1967)
2ª mão: Sintrense 1-2 Vitória de Setúbal (29 de janeiro de 1967)
Após ter afastado o Luso Barreiro na primeira eliminatória, o Sintrense apanhou pela frente um Vitória de Setúbal que nas duas épocas anteriores tinha atingido a final da Taça de Portugal e que inclusivamente tinha conquistado o troféu em 1965.
Sem surpresa, os sadinos ultrapassaram a formação de Sintra, depois de terem vencido por 3-0 no Bonfim e por 2-1 no terreno do adversário.
Ainda assim, o Sintrense aproveitou o fator casa para fazer a vida negra aos setubalenses, que viriam a conquistar a sua segunda Taça de Portugal nessa temporada. “Sentimos algumas dificuldades no Sintrense, pois o campo era pelado e mais pequeno que o normal. E eles fizeram das tripas coração. Eram da II Divisão”, recordou Fernando Tomé, em declarações proferidas ao jornal O Setubalense.
 
 

1967-68: 16 avos de final

1ª mão: Belenenses 3-0 Sintrense (21 de janeiro de 1968)
2ª mão: Sintrense 1-2 Belenenses (28 de janeiro de 1968)
Pela segunda época consecutiva, o Sintrense defrontava uma equipa da I Divisão nos 16 avos de final, desta feita o Belenenses, um clube que nessa altura já contava no palmarés com um título nacional e duas Taças de Portugal.
Tal como nas ocasiões anteriores, prevaleceu a lei do mais forte, com vitórias dos azuis tanto no Restelo (3-0) como em Sintra (2-1).
Na eliminatória anterior, o Sintrense tinha afastado o Tramagal. Já o emblema da Cruz de Cristo haveria de chegar aos quartos de final da Taça.
 
 

1971-72: oitavos de final

Sporting 3-0 Sintrense (1 de abril de 1972)
Após afastar Nazarenos, Portimonense, Sp. Espinho e Sp. Bissau nas rondas anteriores, o Sintrense chegou pela segunda vez aos oitavos de final da Taça de Portugal e teve direito a visitar um dos maiores palcos do futebol nacional, o velhinho Estádio José Alvalade.
Perante um Sporting onde pontificavam nomes como Vítor Damas, Hilário e Hector Yazalde, a formação de Sintra foi derrotada por três bolas a zero, com golos de Fernando Peres (25 minutos, de grande penalidade), Nélson Fernandes (27’) e Dinis (45’).
Os leões haveriam de chegar à final da Taça de Portugal, onde foram derrotados pelo rival Benfica.
 

 

1988-89: 64 avos de final

Sintrense 0-3 Belenenses (1 de novembro de 1988)
Cerca de duas décadas depois, Sintrense e Belenenses voltaram a medir forças na Taça de Portugal, numa altura em que a turma de Sintra militava na III Divisão Nacional e a de Belém vivia a melhor fase no pós-Matateu, apesar de ter passado pela II Divisão na década de 1980.
A resistência do Sintrense durou toda a primeira parte e 17 minutos da segunda. Depois os azuis do Restelo construíram uma vitória folgada, com golos de Jaime das Mercês (62 minutos), Paulo Sérgio (83’) e Chiquinho Conde (84’).
“O Sintrense adiou enquanto pôde e as forças lhe permitiram – num encontro marcado pela diferença de valores técnicos e capacidades físicas – a derrota sofrida no segundo tempo, quase de rompante, frente a um Belenenses astuto e com outras soluções para alterar um resultado que parecia querer persistir muito para além dos 62 minutos”, escreveu o jornalista Bertolino de Carvalho na edição do dia seguinte do Diário de Notícias.
O emblema da Cruz de Cristo, então orientado pelo inglês John Mortimore, haveria de conquistar a Taça nessa temporada.



2021-22: 3.ª eliminatória
Sintrense 0-FC Porto (15 de outubro de 2021)
Após eliminar Glória do Ribatejo e Macedo de Cavaleiros, o Sintrense de Hugo Falcão recebeu o FC Porto de Sérgio Conceição no Complexo Desportivo do Real SC, em Monte Abraão, e mostrou-se impotente para impedir uma goleada.
Sérgio Oliveira abriu caminho para o triunfo dos azuis e brancos com dois golos na primeira meia hora (16 e 27 minutos), seguindo-se um bis de Evanilson no segundo tempo (55’ e 69’) e um remate certeiro do recém-orientado Toni Martínez a cerca de um quarto de hora do apito final (76’).
“O FC Porto não foi em surpresas e iniciou a participação na Taça de Portugal com uma goleada por claros 5-0 frente ao Sintrense. Os dragões pouparam no onze e na criatividade, pelo menos na primeira parte, mas Sérgio Oliveira mostrou o caminho e Evanilson e Toni Martínez trataram do resto perante um Sintrense que não foi capaz de incomodar ao longo dos 90 minutos”, escreveu o zerozero.
 
 
 
2023-24: 3.ª eliminatória
Sintrense 0-Estoril (22 de outubro de 2023)
Dois anos depois, o Sintrense, nesta altura comandado por Afonso Cabral, recebeu novamente um clube da I Liga e foi mais uma vez goleado por 0-5. Desta feita o carrasco foi um vizinho, o Estoril de Vasco Seabra.
Rodrigo Gomes deu o pontapé de saída para a gorda vitória estorilista com um bis ainda na primeira parte (34 e 42 minutos). Alejandro Marqués (54’), Bernardo Vital (73’) e João Carlos (78’, g.p.) completaram o triunfo.
“O Estoril deu um pontapé na crise que vive na Liga com uma goleada de mão cheia ao vizinho Sintrense (5-0) na Taça de Portugal. Dois vizinhos separados por apenas doze quilómetros de distância, mas com os canarinhos, três escalões acima no futebol, a imporem a sua superioridade, com Rodrigo Gomes, inspirado, a desbloquear o marcador diante um adversário que deixou tudo em campo. O resultado final acaba por ser um castigo demasiado pesado para a equipa de Sintra que ainda não tinha perdido esta temporada”, resumiu o Maisfutebol.
 
 
2024-25: 3.ª eliminatória
Sintrense 0-FC Porto (20 de outubro de 2024)
Três anos depois, o reencontro entre Sintrense e FC Porto, desta vez já orientados por Pedro D’Oliveira e Vítor Bruno, respetivamente, numa partida que teve lugar fora do concelho de Sintra, no Estádio José Gomes, na Amadora.
Os azuis e brancos confirmaram o favoritismo, mas ficaram aquém dos números de 2021, tendo vencido por 3-0. Galeno abriu o ativo ainda no final da primeira parte (25 minutos), enquanto Iván Jaime (54’) e Tiago Djaló (59’) dilataram a vantagem no início do segundo tempo.
“Num duelo disputado em casa emprestada – o Estádio José Gomes, do Estrela da Amadora –, a equipa de Vítor Bruno mostrou-se bastante superior, com golos de Galeno, Iván Jaime e Tiago Djaló (na estreia), mas o Sintrense deixou uma boa imagem, ainda que eliminado. Foi, acima de tudo, um dia de festa na Reboleira, para os mais de 6 mil espetadores que esgotaram o velhinho José Gomes. Nem FC Porto nem Sintrense jogavam em casa, mas dada o número de adeptos de ambas as equipas e a amigabilidade entre adversários, antes do jogo, também ninguém parecia estar fora de casa. É o ‘efeito Taça de Portugal’”, escreveu o Maisfutebol.
 
 
 
2025-26: 3.ª eliminatória
Sintrense 3-Rio Ave (19 de outubro de 2025)
Afinal, à nona é que é de vez. Foi necessário esperar pelo 9.º confronto entre o Sintrense e uma equipa de I Liga na Taça de Portugal para a equipa de Sintra sorrir pela primeira vez.
Após ficar isento na primeira eliminatória e eliminar o Vizela (II Liga) na segunda ronda, o Sintrense comandado por David Maside até entrou a perder com o Rio Ave, orientado pelo grego Sotiris Sylaidopoulos e sem jogadores portugueses em campo, que se adiantou aos 20 minutos por intermédio do espanhol Marc Gual.
Henrique Henriques (39 minutos) restabeleceu a igualdade no final da primeira parte, enquanto Valdu Té bisou no primeiro quarto de hora do segundo tempo (57’ e 60’). O melhor que os vila-condenses conseguiram foi reduzir já na reta final do encontro, através de um golo do israelita Karem Zoabi (81’).
“O espírito de Taça continua a fazer vítimas e, neste caso, não se pode dizer que seja uma surpresa absoluta – na eliminatória anterior, o Sintrense já havia deixado para trás o Vizela, da Liga 2, e este domingo subiu a fasquia afastando também de competição o primodivisionário Rio Ave (3-2). O Sintrense revela-se um verdadeiro tomba-nortenhos e, na ronda que se segue, terá um desafio supremo, colocando-se no caminho do FC Porto, um dos candidatos à conquista do troféu”, escreveu o jornal A Bola.













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