Dez jogadores que fizeram história no Lusitano de Évora |
Com o passar dos anos, os jovens que formaram o clube tornaram-se homens e paralelamente o clube foi progredindo, ao ponto de em 1917-18 ter vencido pela primeira vez o Campeonato de Évora.
Inicialmente designado por
Lusitano Futebol Clube, o emblema alentejano
substituiu a palavra “Futebol” por “Ginásio” no nome numa Assembleia Geral na
Esplanada do Edem Teatro em setembro de 1925. Mais tarde, em 1931 o clube
comprou o Campo Estrela, que ainda hoje é palco dos seus jogos.
Após ter jogado entre os grandes
durante as décadas de 1950 e 1960, tendo inclusivamente alcançado o 5.º lugar
em 1956-57 e as meias-finais da Taça
de Portugal em 1952-53 e 1958-59, o Lusitano de Évora tem estado arredado
da elite
do futebol português.
Em 1983 esteve perto do regresso
à I
Divisão, quando disputou uma liguilha de acesso à competição, mas não o
conseguiu. Desde então que tem estado remetido para as divisões não
profissionais, como as antigas II Divisão, II Divisão B e III Divisão, mas
também para os distritais da AF
Évora, tendo chegado mesmo a extinguir a equipa sénior durante um ano em
2011.
Atualmente é representado por uma
equipa no Campeonato
de Portugal, mas essa formação pertence à SAD criada em julho de 2016 e que
está num litigioso conflito com o clube. Perante esta situação, o clube criou
em 2019 a Associação Lusitano Évora 1911, que compete nos distritais da AF
Évora.
Em 14 participações na I
Divisão, 102 futebolistas jogaram pelo Lusitano de Évora. Vale por isso a
pena recordar os dez que o fizeram por mais vezes.
10. Augusto Batalha (114 jogos)
Augusto Batalha |
Com uma entrada com o pé direito,
marcou o primeiro golo da história do clube na I
Divisão, numa vitória por 1-0 no terreno do Estoril.
Mas não se ficou por aí: ao longo de oito tempos nos lusitanistas foi uma das
figuras das equipas que em 1952-53 e 1958-59 atingiram as meias-finais da Taça
de Portugal e que em 1956-57 alcançou um histórico quinto lugar no campeonato.
Essa temporada da melhor
classificação de sempre da formação alentejana
no patamar
maior do futebol português foi precisamente a melhor da carreira de Augusto
Batalha, que apontou 15 golos em 26 jogos entre a elite.
Após 39 remates certeiros em 114
partidas na I
Divisão pelo Lusitano mudou-se em 1960 para o Estremoz, clube que ajudou a
catapultar pela primeira vez para a III Divisão em 1961.
Em 1969-70 voltou aos
lusitanistas para integrar a equipa técnica de Alberto Cunha.
Primeiro golo de sempre do Lusitano de Évora na I Divisão |
9. Polido (129 jogos)
Polido |
Seguiram-se seis anos
consecutivos como titularíssimo na última linha dos lusitanistas no patamar
maior do futebol português, tendo feito parte de momentos como a caminhada
até às meias-finais da Taça
de Portugal em 1952-53 e da obtenção do histórico quinto lugar em 1956-57.
Pelo meio, jogou quatro vezes
pela seleção nacional “B” entre 1955 e 1958, tendo atuado ao lado de vultos
como Fernando Cabrita, Mário Coluna, Vicente Lucas e Pérides.
Após 129 jogos e três golos pelos
eborenses na I
Divisão transferiu-se em 1958 para o Vitória
de Setúbal, tendo estado na base do período dourado dos sadinos nas décadas
de 1960 e 1970.
8. Flora (136 jogos)
Flora |
Nos oito anos que se seguiram,
com maior ou menor utilização, foi ajudando os eborenses não só a permanecerem
no primeiro
escalão, mas também a chegar por duas vezes às meias-finais da Taça
de Portugal (1952-53 e 1958-59) e a obterem honrosas classificações como o
quinto lugar em 1956-57, temporada que foi a melhor da carreira de Flora: 13
golos em 25 jogos.
Em 1960, ao fim de 136 encontros
e 36 remates certeiros no patamar
maior do futebol português, deixou os lusitanistas para rumar ao
Marinhense, então na II Divisão.
7. Teotónio (173 jogos)
Teotónio |
Em 12 temporadas no Campo Estrela
a militar no primeiro
escalão foi utilizado em 11, uma vez que não atuou em qualquer jogo em
1956-57, precisamente a temporada em que eborenses lograram a melhor
classificação de sempre. Porém, foi a tempo de participar na obtenção de um
honroso sexto lugar em 1957-58 e de atingir as meias-finais da Taça
de Portugal na época seguinte.
Em 1966, após a descida à II
Divisão e um percurso de 173 partidas (e nenhum golo) entre a elite
do futebol português, decidiu pendurar as botas.
6. Vicente (183 jogos)
Vicente |
Presença habitual no meio-campo
eborense ao longo de nove temporadas, esteve em momentos históricos como a
obtenção do quinto lugar em 1956-57 e a caminhada até às meias-finais da Taça
de Portugal em 1958-59.
Conhecido por ser um jogador
extremamente correto, Vicente foi reconhecido em 1962 pela Federação Portuguesa
de Futebol por ter disputado 400 jogos em sofrer castigos.
Um ano depois da distinção
pendurou as botas, ao fim de 183 encontros e um golo (à Académica em 156-57)
pelos lusitanistas na I
Divisão.
5. Caraça (221 jogos)
Caraça |
Com impacto imediato na equipa,
foi um dos goleadores de serviço em algumas das mais memoráveis temporadas de
sempre do clube, tendo ultrapassado a dezena de golos em quatro delas,
contribuindo com dez para a obtenção do quinto lugar em 1956-57. Ainda assim, a
melhor época em termos individuais foi a de 1955-56 (12 golos), seguida de
1958-59 e 1959-60 (11 remates certeiros em ambas).
Em onze temporadas pelos
lusitanistas no primeiro
escalão amealhou 221 encontros e 73 encontros, tendo pendurado as botas em
1965, encerrando assim a carreira antes da descida à II Divisão.
4. Paixão (246 jogos)
Paixão |
Após ter jogado no Despertar e no
Desportivo
de Beja rumou a Évora
em 1952, vivendo no Campo Estrela momentos como as caminhadas até às
meias-finais da Taça
de Portugal em 1952-53 e 1958-59 e a obtenção do quinto lugar em 1956-57.
Figura emblemática da história
lusitanista, marcou cinco golos ao longo dos 246 encontros que disputou pela
formação alentejana
no primeiro
escalão entre 1952 e 1966. Após a descida à II Divisão rumou ao vizinho
União de Montemor, então a militar na III Divisão, onde terminou a carreira aos
36 anos.
3. Falé (271 jogos)
Falé |
Seguiram-se 14 temporadas a jogar
entre os grandes do futebol português, sempre no Campo Estrela, ao mesmo tempo
que desempenhava a sua profissão de sapateiro. Demorou, mas conquistou o seu
espaço e tornou-se num dos indiscutíveis da equipa, tendo participado em
momentos como a obtenção do quinto lugar em 1956-57 e as caminhadas até às
meias-finais da Taça
de Portugal em 1952-53 e 1958-59, mas também na descida à II Divisão em
1965-66.
Paralelamente, jogou algumas
vezes pela seleção militar de futebol.
Após a despromoção ainda
continuou mais um ano no clube, mas depois rumou ao vizinho União de Montemor.
Depois de encerrar a carreira
tornou-se treinador e chegou a orientar os juniores do Lusitano.
2. José Pedro (302 jogos)
José Pedro |
Seguiram-se 14 temporadas no
Campo Estrela a jogar no primeiro
escalão, sempre com grande qualidade e golos para amostra, até porque se
tornou o melhor marcador de sempre dos lusitanistas no patamar
maior do futebol português, com 85 remates certeiros. A temporada mais
produtiva foi a de 1954-55, quando faturou por 12 vezes, tendo posteriormente
atingido a dezena de golos em 1958-59.
Em termos coletivos contribuiu
para a obtenção do quinto lugar em 1956-57 e para as caminhadas até às
meias-finais da Taça
de Portugal em 1952-53 e 1958-59. Por outro lado, não conseguiu evitar a
despromoção em 1966, tendo encerrando a carreira de seguida.
Os bons desempenhos valeram-lhe
chamadas às seleções nacionais. Disputou dois jogos pela seleção nacional “AA”
e atuou em quatro partidas e marcou outros tantos golos pela equipa das quinas
“B”.
Viria a falecer em abril de 2016,
na véspera de completar 84 anos.
1. Dinis Vital (342 jogos)
Dinis Vital |
Seguiram-se 14 temporadas
consecutivas na baliza lusitanista na I
Divisão, marcando presença em momentos históricos como a obtenção do quinto
lugar em 1956-57 e as caminhadas até às meias-finais da Taça
de Portugal em 1952-53 e 1958-59.
Por outro lado, não evitou a
descida à II Divisão em 1965-66. Curiosamente, nessa época… marcou um golo ao Barreirense.
“O lance foi curioso. Vital pôs a bola em jogo com um longo pontapé que a levou
à baliza do Barreirense.
Bráulio pretendeu socá-la e deu-lhe o caminho da rede!”, descreveu o Diário de Notícias.
Além desse golo marcado, sofreu
668 em 342 partidas em quase década e meia ao serviço dos eborenses no patamar
maior do futebol português. Ao longo desse percurso foi premiado com uma
internacionalização pela seleção nacional “AA”, num jogo frente à Suíça em maio
de 1959, depois de ter representado a equipa das quinas “B” no ano anterior.
Após a despromoção à II Divisão
continuou a jogar ao mais alto nível no Vitória
de Setúbal, clube pelo qual venceu uma Taça
de Portugal e jogou nas competições europeias, tendo ainda passado por
Juventude de Évora e União de Montemor antes de pendurar as luvas. Porém, a
passagem pelo rival Juventude valeu-lhe a hostilidade de alguns adeptos lusitanistas.
Entretanto tornou-se treinador,
tendo orientado o Lusitano em 1982-83, entre 1990 e 1992 e em 2000-01 e
2001-02.
Viria a falecer em setembro de
2014, aos 82 anos. Em jeito de homenagem, a Associação
de Futebol de Évora batizou a sua Taça de futebol sénior de Taça Dinis
Vital.
Fotos,imagens e muita informação retirada do nosso blog "Antigas Glórias do Futebol Algarvio e Alentejano". É dever mencionar as fontes. A foto do Teotónio está errada.
ResponderEliminar