sexta-feira, 29 de maio de 2020

Os 10 brasileiros com mais jogos pelo Olhanense na I Divisão

Dez brasileiros que brilharam com a camisola do Olhanense
A presença de jogadores brasileiros ao serviço do Olhanense na I Divisão começou a ocorrer a partir da 12.ª participação dos algarvios no primeiro escalão, em 1962-63, quando os avançados Walter e Tonho trocaram o Lusitano de Évora pelos leões de Olhão. 

Daí para cá, os nativos de terras de Vera Cruz têm sido uma constante nos plantéis dos rubro negros, que depois de dez presenças nas décadas de 1940 e 1950 e três na de 1960, voltaram à elite em duas épocas dos anos 1970 e em cinco temporadas já no século XXI.

Feitas as contas, foram 35 os brasileiros a jogar pelo Olhanense na I Divisão, o que corresponde a quase 13% dos futebolistas que jogaram pelos algarvios no patamar maior do futebol português.

Vale por isso a pena recordar os 10 futebolistas canarinhos com mais jogos pelo Olhanense no primeiro escalão.


10. Cauê (29 jogos)

Cauê
Médio forte fisicamente (1,86 m), de características essencialmente defensivas, mas com capacidade para pisar terrenos mais adiantados, só esteve uma época em Olhão, em 2011-12, mas foi um dos esteios de uma equipa que, sob a orientação de Daúto Faquirá e Sérgio Conceição, alcançou um honroso 8.º lugar no campeonato e chegou aos quartos de final da Taça de Portugal.
Contratado ao Leixões, depois de passagens pelos brasileiros do Santo André e Corinthians Alagoano, foi titular nos 29 jogos que disputou no campeonato. E só não disputou as 30 jornadas porque falhou a 24.ª, frente ao Benfica, devido a castigo. Logo na estreia, ajudou os algarvios a empatar em Alvalade.  Ao longo da temporada apontou quatro golos no campeonato, um ao Vitória de Setúbal e três ao Sp. Braga (dois no José Arcanjo e um na Pedreira).
Depois mudou-se para os romenos do Vaslui e passou ainda pelos azeris do Neftchi Baku e pelos israelitas do Hapoel Telavive antes de voltar a Portugal para marcar o golo decisivo que ajudou o Moreirense a conquistar a Taça da Liga em 2016-17, no Estádio Algarve. Entretanto voltou a deixar o nosso país para rumar ao futebol japonês.    



9. Lucas Souza (30 jogos)

Lucas Souza
Outro médio forte fisicamente (1,86 m) e de características defensivas, contratado aos brasileiros do Paraná cerca de maio ano após a saída de Cauê para o Vaslui.
Embora só tivesse chegado a Olhão em janeiro de 2013, na primeira meia época cumpriu 11 jogos (nove a titular) e marcou dois golos, que valeram pontos nas deslocações aos terrenos de Moreirense (1-1) e Beira-Mar (1-0).
Em 2013-14 foi utilizado em apenas 18 jogos (17 a titular), mas marcou um golo, numa vitória no reduto do Rio Ave (2-1), e valorizou-se ao ponto de se ter transferido para o Parma, da Série A italiana.
Porém, não muito depois regressou a Portugal. Primeiro para jogar por empréstimo no Moreirense e depois a título definitivo no Tondela. Entretanto mudou-se para Chipre e desde o início deste ano que está vinculado aos chineses do Changchun Yatai.



8. Fabiano Freitas (30 jogos)

Fabiano Freitas
Disputou 30 jogos tal como Lucas Souza, mas amealhou mais 245 minutos – 2695 contra 2450. Embora só tivesse passado uma época em Olhão, o guarda-redes Fabiano Freitas deixou a sua marca.
Oriundo do América do Rio Grande do Norte, foi titular nas 30 jornadas da época 2011-12, na qual foi uma das revelações do campeonato. Gigante (1,97 m), mas bastante ágil entre os postes, acumulou defesas que valeram pontos, contribuiu para o 8.º lugar na tabela classificativa e manteve a baliza inviolada nas receções a FC Porto, Sporting e Benfica. Nessa temporada, apenas os três grandes e Sp. Braga sofreram menos golos do que os rubro negros (38).
No final da época deu o salto para o FC Porto, sem grande surpresa. Em nove anos no FC Porto viveu a melhor temporada em 2014-15, quando foi quase sempre titular. Entre 2015 e 2017 esteve emprestado aos turcos do Fenerbahçe e desde o verão do ano passado que se mudou a título definitivo para os cipriotas do Omonia.



7. Ismaily (42 jogos)

Ismaily
Médio canhoto convertido em lateral, foi um dos três jogadores brasileiros oriundos do Estoril que reforçaram o Olhanense no verão de 2010, juntamente com o central Jardel e o extremo Lulinha.
Dotado de grande capacidade ofensiva e de um potente remate de pé esquerdo, viveu a primeira época em Olhão na sombra de Carlos Fernandes, tendo sido utilizado em apenas 17 jogos (13 a titular) e marcado um golo, logo frente ao Sporting num empate a dois golos no José Arcanjo. Em 2011-12 afirmou-se definitivamente com a camisola de rubro negra, tendo atuado em 25 encontros e marcado um golo, num triunfo sobre o Vitória de Setúbal no Bonfim.
No final da temporada deu o salto para o Sp. Braga e, cerca de meio ano depois, da Pedreira para os ucranianos do Shakhtar Donetsk, onde ainda se mantém.



6. Guaraci (50 jogos)

Guaraci
Defesa central não muito alto, mas duro, daqueles à antiga: “passa a bola, não passa o homem”.  Com um currículo no qual constavam passagens por clubes de algum gabarito no Brasil como a Portuguesa e o Corinthians, chegou a Olhão no verão de 1973, numa altura em que os algarvios envergavam o estatuto de recém-promovido à I Divisão.
Na primeira época atuou em 28 jogos no campeonato, sempre como titular, e ajudou os algarvios a chegarem às meias-finais da Taça de Portugal. Em 1974-75 manteve o estatuto, tendo começado de início os 22 encontros que disputou na I Divisão, mas foi impotente para evitar a despromoção.
“Era um central forte e muito bom. Só que nos jogos grandes ficava meigo. Contra as restantes equipas era muito duro, nós dizíamos que batia até no pai se fosse preciso. Mas contra os grandes preocupava-se mais em tirar fotos e em conversar com os craques”, recordou em março de 2010 o companheiro de equipa Rui Lopes, ao Maisfutebol.
Após a descida de divisão Guaraci ainda experimentou o futebol de Espanha e México antes de voltar em definitivo ao Brasil.


5. Ademir (50 jogos)

Ademir
Participou em 50 jogos tal como Guaraci, do qual foi contemporâneo em Olhão, mas esteve em campo durante mais 109 minutos – 4489 e 4380. Médio de qualidade, chegou ao Algarve em 1972, proveniente do Santo André, para contribuir com nove golos (em 22 jogos) para a promoção do Olhanense à I Divisão.
Depois brilhou no primeiro escalão com a camisola rubro negra durante duas épocas: na primeira participou em 26 jogos, todos como titular, e marcou 12 golos, entre os quais dois ao Benfica (um na Luz e outro em Olhão) e um ao Sporting, ajudando ainda os algarvios a chegarem às meias-finais da Taça de Portugal; na segunda competiu em 24 partidas, sempre como titular, e apontou nove golos, entre os quais um ao Benfica na Luz e outro ao FC Porto nas Antas, mas não evitou a descida de divisão. Com 21 golos, é ainda hoje o brasileiro com mais golos pelo Olhanense na I Divisão.
Valorizado apesar da despromoção, deu o salto para o FC Porto, ajudando a interromper um jejum de 19 anos sem a conquista do título nacional. Depois passou pelo futebol espanhol, contribuindo para a ascensão do Celta de Vigo desde a II Divisão B à I Divisão.
Voltaria ao Olhanense em 1983 para dois anos na II Divisão, tendo depois continuado no Algarve para representar Louletano e Imortal na III Divisão.
Após pendurar as botas teve duas curtas passagens como treinador do Olhanense, em 1989-90 e 1992-93.


4. Jander (52 jogos)

Jander
Jogador polivalente, capaz de atuar no lado esquerdo da defesa e em várias posições no meio-campo, reforçou o Olhanense no verão de 2011, proveniente do Juventude de Caxias, mas demorou até se afirmar como titular.
Na primeira época não foi além de sete jogos (seis a titular), todos na segunda metade da temporada, já após Sérgio Conceição assumir o comando técnico, tendo marcado um golo na vitória sobre o Beira-Mar na última jornada do campeonato.
Em 2012-13 agarrou definitivamente um lugar no lado esquerdo da defesa rubro negra, mostrando capacidade ofensiva, tendo participado em 24 jogos (23 a titular). Na terceira e última época em Olhão, marcada pela descida de divisão, participou em 21 encontros (20 a titular).
Depois continuou mais três anos em Portugal, ao serviço de Gil Vicente, Desp. Aves e Moreirense, andou pelo futebol cipriota e desde o verão do ano passado que atua nos sérvios do Estrela Vermelha de Belgrado.



3. Djalmir (56 jogos)

Djalmir
Djalmir chegou ao José Arcanjo no verão de 2006, já com experiência de I Liga ao serviço do Belenenses e de II Liga com as camisolas de Salgueiros e Feirense.
Na primeira época apontou 13 golos em 27 jogos (todos como titular). Na segunda só marcou por cinco vezes, numa temporada em que disputou apenas 22 encontros (18 a titular). Porém, apareceu revigorado em 2008-09, com 20 golos em 27 partidas, sagrando-se simultaneamente campeão e melhor marcador do campeonato, aos 33 anos.
O avançado brasileiro acompanhou os leões de Olhão na I Liga e manteve a goleadora, ao faturar por 12 vezes em 17 jogos (15 como titular) em 2009-10. No entanto, a idade não perdoou e a partir dessa temporada foi perdendo gás – 21 jogos (nove a titular) e quatro golos em 2010-11, nove jogos (um a titular) em 2011-12 e oito jogos (todos como suplente utilizado) e um golo em 2012-13 -, tendo pendurado as botas em maio de 2013, numa fase em que era capitão de equipa, mas cada vez menos utilizado.
Entretanto assumiu o cargo de diretor desportivo no clube, mas voltou a calçar as botas cinco anos depois, tendo participado em quatro jogos como suplente utilizado no Campeonato de Portugal nos últimos meses de 2018, aos 42 anos. O regresso teve curta duração, mas Djalmir prosseguiu a sua carreira no futebol no Almancilense, nos distritais da AF Algarve, onde vai provando que não perdeu a veia goleadora.



2. Renato (60 jogos)

Renato
Em termos relativos, não há jogador na história do Olhanense com mais jogos na I Divisão. Isto porque, em 60 jogos possíveis, entre 1973 e 1975, Renato disputou… 60.
Recrutado ao Inter de Limeira no verão de 1969, ajudou os rubro negros a sagrarem-se campeões da III Divisão na época de estreia e assegurarem a subida ao patamar maior do futebol português três anos depois, contribuindo com 16 golos para a promoção em 1972-73.
Entre os grandes de Portugal este ponta de lança também mostrou o que valia, tendo apontado nove golos em cada uma das épocas passadas na I Divisão. Na primeira teve o FC Porto entre as vítimas e ajudou os algarvios a chegarem às meias-finais da Taça de Portugal. Na temporada seguinte disputou cinco jogos na condição de suplente utilizado, mas não deixou de fazer o gosto ao pé, marcando ao Benfica na Luz e ao FC Porto em Olhão.
Após a despromoção rumou a norte para representar Famalicão, Académico Viseu e Lusitânia Lourosa.


1. Maurício (65 jogos)

Maurício
Com passagem por alguns clubes brasileiros de gabarito, como Bahia e Fluminense, o possante central Maurício chegou a Portugal pela porta do Sp. Braga no verão de 2003, mas nunca se afirmou na Pedreira. Porém, em duas experiências pelo Estrela da Amadora, em 2005-06 e 2007-08, mostrou ser um central possante (1,92 m), forte no jogo aéreo e especialista na execução de livres diretos. Foram precisamente essas valências que convenceram o Olhanense a contratá-lo no verão de 2010, numa altura em que o defesa tinha já 34 anos e atuava na II Liga ao serviço do Feirense.
Apesar da veterania, impôs-se naturalmente como titular no eixo defensivo dos rubro negros, formando dupla com Jardel, Mexer, André Pinto e Vasco Fernandes durante os três anos que passou no José Arcanjo. Em 2010-11 disputou 26 jogos no campeonato, todos a titular, e apontou três golos. Na segunda época participou em 27 partidas (25 a titular) na I Liga, contribuindo para a obtenção de um honroso 8.º lugar. Em 2012-13 começou de pedra e cal no onze, mas foi assolado por problemas físicos, pelo que não foi além de 12 encontros (todos a titular) e um golo no campeonato.
Depois voltou ao Brasil, onde encerrou a carreira de jogador e iniciou a de treinador.



















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