terça-feira, 14 de dezembro de 2021

A minha primeira memória de… um jogo entre Sporting e Penafiel

Leão Liedson procura fugir ao duriense Mariano
Na temporada 2004-05 o Penafiel regressou à I Liga após mais de uma década de ausência. Com o antigo futebolista e selecionador nacional António Oliveira na presidência do clube, os durienses reforçaram a equipa com nomes sonantes como o internacional português Folha, o internacional jugoslavo Drulovic, o antigo extremo portista e sportinguista Clayton, o antigo médio benfiquista Fernando Aguiar, o avançado internacional austríaco Rolf Landerl e ainda outros jogadores com história no primeiro escalão como os antigos centrais bracarenses Artur Jorge e Odair, o lateral esquerdo Mariano (ex-Sp. Espinho, Salgueiros, Varzim e Marítimo) e o antigo médio boavisteiro Pedro Santos. Por outro lado, continuava no plantel o avançado brasileiro Roberto, autor de 20 golos na II Liga na época anterior. No banco estava Manuel Fernandes, que juntamente com António Oliveira e Rui Jordão formou o trio de ataque que levou o Sporting ao título nacional em 1981-82.
 
Ainda na pré-época, os penafidelenses mediram forças com os leões no jogo de apresentação, com a vitória a sorrir aos verde e brancos então orientados por José Peseiro, graças a um golo do improvável Miguel Garcia.
 
Já a doer, os dois conjuntos defrontaram-se no Municipal 25 de Abril à 8.ª jornada, numa altura em que Luís Castro já tinha rendido Manuel Fernandes como treinador do Penafiel, que somava sete pontos à entrada para essa jornada. Já o Sporting, que somava onze, vinha de duas vitórias consecutivas (ante Estoril e Belenenses) depois de um arranque em falso que incluiu duas derrotas seguidas (diante de Vitória de Setúbal e Marítimo) e uma sequência de dois empates (na visita ao Rio Ave e na receção à União de Leiria).
 
No entanto, a face que o leão mostrou na deslocação ao norte do país foi a que tinha exibido nas duas rondas anteriores, tendo vencido por um claro 3-0, com três golos apontados na segunda parte. Liedson, a meias com o central duriense Nuno Silva, inauguraram o marcador aos 48 minutos, na sequência de um livre apontado no lado esquerdo por Rochemback. Custódio marcou o segundo dos leões, sozinho à boca da baliza após um balão de Rogério (72’). E Liedson sentenciou o resultado, de cabeça, na resposta a um livre executado na direita por Rochemback (88’).
 
“A deslocação a Penafiel consagrou o regresso do Sporting ao trilho que os adeptos tanto anseiam, mercê de uma exibição muito agradável, sobretudo na primeira parte, curiosamente quando não marcou. Apostando num futebol bastante largo e com muita circulação da bola, os leões conseguiram dominar por inteiro os 45 minutos iniciais, com particular destaque para o fulgor de Fábio Rochemback, o elemento que verdadeiramente fez a diferença, se bem que a equipa tenha correspondido globalmente de forma satisfatória. O primeiro sinal 'mais' leonino surgiu logo no minuto inicial e, à meia hora, o Sporting já convertera sete pontapés de canto, o que ilustra a intensidade ofensiva. Foi preciso esperar pelo minuto 28 para ver o Penafiel chegar à área de Ricardo, no único lance de perigo da equipa da casa, com Roberto a falhar a emenda ao cruzamento de Clayton”, escreveu o Record.
 
 
 
Na segunda volta, as duas equipas defrontaram-se em Alvalade à 24.ª jornada, ronda para a qual o Sporting partiu a três pontos dos líderes FC Porto e Benfica, enquanto o Penafiel levava um ponto de vantagem sobre a primeira equipa em zona de despromoção.
 
Esperava-se que, com maior ou menor dificuldade, os leões saíssem vencedores, mas acabaram por ser surpreendentemente derrotados, vítimas de dois golos em contra-ataque já no decorrer da segunda parte. Aos 66 minutos, Roberto foi lançado em profundidade e combinou com Edgar Marcelino antes de dar vantagem aos durienses. E aos 80’, N’Doye aproveitou uma escorregadela de Hugo à entrada do meio-campo leonino para se isolar e bater Ricardo.
 
“'Por cada leão que cair outro se levantará.' A premonitória frase do atual presidente do Penafiel, antiga glória leonina no início dos anos 80 e que, por isso, mereceu honras de lápide descerrada no antigo Alvalade, teima em caracterizar o Sporting de José Peseiro na presente campanha. Ora aos tropeções pela I Liga, ora bem levantado na Taça UEFA. Ontem, para fortuna de Oliveira e dos seus, o leão voltou a dar novo trambolhão no campeonato. O segundo consecutivo na I Liga, o que acontece pela segunda vez esta época. É o regresso ao pior Sporting de José Peseiro, aquele que perdeu de enfiada com Vitória de Setúbal (0-2 no Bonfim) e Marítimo (0-1 em Alvalade) no arranque titubeante no campeonato. Depois do que já se viu fazer este Sporting, ainda na última quinta-feira nos primeiros 80 minutos do jogo com o Middlesbrough, custa a acreditar que a equipa leonina tenha sofrido à 25.ª jornada a sua pior derrota em casa (curioso, o mesmo sucedeu ao FC Porto) esta época”, resumiu o Record.
 










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