domingo, 4 de julho de 2021

Experiência de ligas profissionais e potenciador de jovens. Quem tem o perfil desejado para treinador do Vitória FC?

Vitória de Setúbal procura sucessor para Alexandre Santana
Questionado sobre o perfil do próximo treinador do Vitória de Setúbal, o novo investidor da SAD sadina Hugo Pinto avançou ao jornal O Setubalense que “vai ser alguém com experiência de ligas profissionais”. “Procuramos alguém que tenha a capacidade de agarrar na equipa e nos nossos jovens e potenciá-los”, prosseguiu. A estes, dá para acrescentar um último requisito: um técnico com disposição para trabalhar na Liga 3, por muito grande que seja a dimensão do emblema vitoriano.
 
Tiago Fernandes
Se tivermos em conta que um dos administradores da SAD é Francis Obikwelu, que certamente durante as últimas décadas terá estado mais atento ao que passava no seio do Sporting do que em outro clube, um nome que vem à cabeça é o de Tiago Fernandes.
Filho do antigo jogador e treinador de leões e sadinos, Manuel Fernandes, tem no Vitória um clube que lhe diz muito, uma vez que, além do passado do pai, representou a equipa B vitoriana em 2006-07, foi adjunto do progenitor na equipa principal dos setubalenses em 2009-10 e 2010-11, fez a sua licenciatura em Desporto na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal e é um homem do distrito.
Além de nos últimos anos ter dirigido várias equipas nas ligas profissionais, como Sporting (ainda que interinamente) e Desp. Chaves na I Liga e Estoril e Leixões na II Liga, trabalhou durante cerca de sete anos na formação leonina, tendo conquistado o título nacional de juniores em 2016-17. Pelas suas mãos passaram e evoluíram futebolistas como Tiago Djaló, Romário Baró, Gonçalo Inácio, Félix Correia, Jovane Cabral, Rafael Leão, Luís Maximiano, Demiral, Thierry Correia e Daniel Bragança, assim como os vitorianos Josué Duverger e André Pedrosa.
Tendo em conta que saiu das suas últimas três experiências na mó de baixo e que ainda não se afirmou como treinador de seniores, poderá ver no projeto do Vitória a possibilidade de relançar a carreira.

 
João Tralhão
Outro nome a ter em conta, ainda que sem qualquer ligação ao Vitória, é o de João Tralhão.
Sem clube após ter saído em março do Vilafranquense com cinco pontos de vantagem sobre a primeira equipa em zona de despromoção à Liga 3, trabalhou durante quase duas décadas na formação do Benfica e no último ano e meio foi adjunto de Thierry Henry no Mónaco e assumiu o comando técnico do conjunto Vila Franca de Xira na II Liga.
Pelas suas mãos passaram jogadores como Florentino, João Félix, Gedson, Jota, Rúben Dias, Ferro, Renato Sanches, Gonçalo Guedes, João Cancelo, Lindelof, Bruno Gaspar, André Gomes, Nuno Tavares, Gonçalo Ramos e os ex-vitorianos Berto, Fábio Cardoso, João Carvalho, Frederico Venâncio e João Teixeira, o que é um cartão de visita invejável.
Aos 40 anos, poderá acrescentar know how à estrutura de futebol dos sadinos e capacidade para atrair jogadores de qualidade que, por uma razão ou por outra, ainda necessitem de uma boa oportunidade para dar o salto para a alta-roda.
 
 
Emanuel Ferro
Uma hipótese mais rebuscada, não só pela falta de experiência como treinador principal de uma equipa sénior como pela provável falta de disponibilidade em abandonar o projeto em que se insere, é Emanuel Ferro. Homem com grande ligação à cidade de Setúbal, legalmente tem sido o treinador principal do Sporting no último ano e meio, mas na prática é adjunto de Rúben Amorim, após já o ter sido de Silas.
Desde 2015-16 no emblema leonino, percorreu os escalões de sub-14, sub-23, equipa B e equipa principal, já depois de ter trabalhado nas camadas jovens de Palmelense e Benfica e de ter sido coordenador da formação do CIF e dos tunisinos do Espérance de Tunis.
Pelas suas mãos passaram jogadores como Roderick, David Simão, Diogo Figueiras, Nélson Oliveira, Demiral, Rafael Leão, Jovane Cabral, Luís Maximiano, Gonçalo Inácio, Thierry Correia, Daniel Bragança, Matheus Nunes, Nuno Mendes e Tiago Tomás.
 
 
Alexandre Santos
Outro treinador para ter em consideração é Alexandre Santos, antigo adjunto de José Peseiro na seleção da Arábia Saudita, no Sp. Braga e em vários clubes do Médio Oriente e antigo adjunto de Daúto Faquirá no Estoril, no Estrela da Amadora e no próprio Vitória de Setúbal.
Além da experiência adquirida nas ligas profissionais enquanto adjunto, já dirigiu uma equipa na II Liga, o Real SC, em 2017-18. Embora tivesse pegado na equipa estando esta praticamente condenada à despromoção, somou 15 pontos em 17 jogos, depois de o seu antecessor ter amealhado 17 em 21. Nessa temporada orientou Carlos Vinícius, que presentemente pertence aos quadros do Benfica.
Paralelamente, orientou os juniores do Alverca entre 2002 e 2005 e os sub-23 do Estoril e do Sporting em 2018-19, tendo contribuído para a evolução de jogadores como Luís Maximiano, Tiago Djaló, Daniel Bragança e Matheus Nunes.
Entre janeiro de 2020 e janeiro de 2021 comandou a equipa principal do Alverca no Campeonato de Portugal, tendo totalizado 15 vitórias, dois empates e quatro derrotas em 21 encontros na prova, mantendo os ribatejanos sempre na luta por um lugar de acesso à II Liga.
 
 
Leonel Pontes
Por último, mais um nome com que Francis Obikwelu deverá estar plenamente identificado devido aos em que trabalhou no Sporting: Leonel Pontes.
Depois de ter estado mais de uma década ligado ao emblema leonino como treinador das camadas jovens, adjunto da equipa B, dos juniores e da equipa principal, coadjuvou Paulo Bento na seleção principal, orientou a equipa principal do Marítimo, passou por Grécia, Egito, Hungria e Espanha antes de voltar ao clube de Alvalade em 2019-20 para comandar os sub-23.
Ao longo dessa temporada, lapidou talentos como Gonçalo Inácio, Nuno Mendes, Eduardo Quaresma, Matheus Nunes e Tiago Tomás, além de outros que ainda não são tão conhecidos, mas que em breve poderão surgir na alta-roda do futebol.


Outros nomes possíveis eram os de Acácio Santos e Bruno Ribeiro, mas ambos já se encontram comprometidos para 2021-22. O primeiro com a União de Santarém, o segundo com o Praiense.



















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