sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Paná: “Mau arranque do Académico não preocupa. Com duas vitórias damos o salto”

Paná soma mais de uma centena de jogos pelo Académico de Viseu
Paná voltou esta época ao Académico Viseu e tem vindo paulatinamente a ganhar o seu espaço, o que leva a ter legítimas aspirações em regressar à seleção angolana.
 
Em entrevista, o médio de 28 anos fala do que o liga ao emblema viseense e recorda os tempos em que jogou ao lado de José Sá, Danilo Pereira, Marega, Dyego Sousa e Fábio Abreu e foi orientado por Ivo Vieira e Pedro Martins no Marítimo, a forma como viu Manuel Cajuda lutar contra um tumor na cabeça e a relação com os exigentes adeptos do Leixões.
 
 
ROMILSON TEIXEIRA - O Paná regressou esta temporada ao Académico Viseu, clube que já tinha representado entre 2016 e 2019, e tem vindo paulatinamente a ganhar o seu espaço, tendo inclusivamente marcado um dos golos que eliminou o Montalegre na Taça de Portugal. Como está a correr este início de época?
PANÁ – Este início de época tem corrido bem. Voltei a uma casa que eu bem conheço e tem corrido da melhor forma possível. Tenho feito jogos e tive o privilégio de marcar um golo no jogo da Taça de Portugal, que veio coroar a forma como tenho jogador. Tenho merecido a confiança do treinador, agora é continuar a fazer o meu trabalho para manter essa confiança a cada dia que passa e continuar a jogar com frequência, que é o objetivo que eu esta época para almejar novos voos.
 
Este regresso a Viseu é a prova de que o Académico foi importante para o Paná no passado. O que este clube tem de especial?
O Académico foi e é um clube muito especial para mim, porque as pessoas acreditaram e acreditam muito em mim. Tenho uma ligação enorme à direção, às pessoas da cidade e principalmente aos adeptos. Tratam-me muito bem e sinto-me realmente em casa, o que tem tornado as coisas mais fáceis. Depois, dentro de campo, as coisas saem naturalmente porque tens a confiança e sabes que tens o dever de fazer tudo e mais alguma coisa.
 
A nível coletivo a participação na II Liga não tem corrido de feição ao Académico, que ocupa o penúltimo lugar. O que justifica este mau arranque?
A nível de campeonato não começámos da melhor forma possível, mas também sabemos que neste campeonato da II Liga, competitivo como é, conseguimos dar o salto com uma ou duas vitórias. As equipas normalmente ficam muito coladas pontualmente. É uma coisa que não me preocupa muito, porque mais tarde ou mais cedo as coisas vão-se encaixar. Temos equipa mais do que suficiente para fazer um campeonato tranquilo. Quanto a isso, estou descansado, mas temos que trabalhar e dar ao pedal porque quanto mais depressa chegarmos aos lugares cimeiros, melhor.
 

“Chegar ao Jamor é um sonho que carregamos”

Paná em ação na eliminatória frente ao Vitória de Setúbal
Ainda assim, o Académico continua de pé na Taça de Portugal, tendo eliminado Vitória de Setúbal, Montalegre e Académica, depois de na temporada passada ter atingido as meias-finais. Segue-se um jogo com União de Leiria ou Gil Vicente nos oitavos de final. É possível chegar novamente a uma fase tão adiantada da competição?
Trabalhámos o suficiente para garantir a passagem para os oitavos de final e agora é seguir em frente. Queremos chegar o mais longe possível, mas também sabemos que temos a responsabilidade da época passada, quando o Académico chegou às meias-finais. Chegarmos novamente até às meias-finais seria bom. Mas quem chega às meias-finais depois quer chegar à final. E chegar ao Jamor é um sonho, o sonho de qualquer futebolista em Portugal. É um sonho que carregamos. Sabemos que de antemão que não será fácil, mas é alcançável.
 
O Académico já trocou de treinador esta temporada, com Pedro Duarte a substituir Sérgio Boris no comando técnico. O que mudou na equipa com esta alteração? Sente que ganhou protagonismo com o novo treinador?
Os dois treinadores têm métodos de trabalho diferentes. Viu-se alguma melhoria com a mudança e há que continuar a trabalhar. Quando há uma mudança, a tendência é para melhorar ao máximo. A equipa está a melhorar, tem feito bons jogos e por isso é que eu digo que sair dos lugares de baixo é uma questão de tempo. Pela forma como trabalhamos, as coisas vão acontecer naturalmente.
 
Em relação aos seus companheiros de equipa, houve algum que o tivesse deixado particularmente impressionado?
Têm muita qualidade, cada um à sua maneira. Claro que há alguns que sobressaem mais do que outros, o que é normal, mas não quero particularizar ninguém. Há muita qualidade.
 
O Paná é um médio de características defensivas. Como se define enquanto jogador?
Não gosto muito que digam que o Paná é um jogador com características defensivas. Defino-me como um jogador que gosta de jogar, de ter a bola e que tem qualidade de passe. Para mim, das melhores coisas que um jogador pode ter é capacidade de receção e passe, porque isso é meio caminho andado para depois surgirem outras coisas, são das coisas mais fantásticas do futebol – sou capaz de ficar mais maravilhado com um passe a rasgar, a isolar um avançado, do que com um golo. Defino-me como um jogador com qualidade técnica e inteligência de jogo, que gosta de trabalhar e de dar tudo quando está em campo.
 

“É inevitável pensar no regresso à seleção angolana

Paná soma três internacionalizações e um golo por Angola
À medida que o Paná vai jogando com regularidade na II Liga portuguesa, torna-se inevitável falar do regresso à seleção angolana. Imaginamos que um dos seus principais objetivos seja estar presente na convocatória de março...
À medida que vou jogando regularmente, como tenho feito, é inevitável pensar no regresso à seleção nacional. É um objetivo que eu tenho, porque é um orgulho enorme representar o meu país como fiz em alguns jogos. É claro que, estando a jogar com regularidade, é muito mais fácil e acaba por ficar muito mais próximo. É algo que quero muito.
 
O selecionador Pedro Gonçalves tem falado consigo? O que lhe tem dito?
Falámos uma ou outra vez por mensagem, mas não me abordou em termos de seleção. Nunca tive a oportunidade de receber uma chamada da parte dele.
 
Angola está praticamente afastada da qualificação para o CAN 2022. O que acha que tem faltado aos Palancas Negras para marcar presença de forma mais assídua em fases finais e estar mais acima no ranking FIFA?
O que tem faltado é… resultados. Mas não nos podemos esquecer que Angola esteve no último CAN, embora não se tenha apurado para a segunda fase. É uma questão de consistência do trabalho. Se formos a ver, os que foram ao CAN 2019 não são nem metade dos que têm sido chamados nas últimas convocatórias. Tudo leva tempo. No momento certo as coisas vão acontecer, o que é preciso é trabalhar, cada um no seu ramo.
 

“Quando mais cedo os miúdos saírem de Angola, melhor”

Tem acompanhado o futebol angolano? Que opinião tem sobre o Girabola e a qualidade dos futebolistas angolanos?
Antes acompanhava com mais regularidade. O Girabola é um campeonato com muita qualidade individual, mas falta juntar qualidade coletiva à qualidade individual. Por isso é que vemos que há jogadores dotados tecnicamente que saem do Girabola e que chegam a Portugal e encontram uma exigência e uma forma de trabalhar completamente diferentes. Aqui ou te ajustas e enquadras na forma de trabalhar ou então as coisas complicam-se. Mas a qualidade individual em Angola é desde sempre. Também tem influência a capacidade de exportar jogadores: há uns tempos era extremamente complicado e ainda bem que agora há bem mais facilidade. Temos visto muitos jogadores formados no 1º de Agosto e na AFA – do Petro nem tanto – em Portugal e outros países. É muito favorável para os miúdos que têm o sonho de vingar. Quanto mais cedo saírem, melhor. Os miúdos têm de aproveitar esta fase, porque agora dá para fazer isso, mas não sabemos se daqui para a frente as coisas vão melhorar ou piorar. Há uma necessidade de agarrar sempre as oportunidades que nos são dadas.
 
Voltemos atrás no tempo. Onde nasceu e cresceu e como foi a sua infância?
Nasci no Prenda [bairro de Luanda], na Oitava Esquadra, e foi lá onde cresci. Depois mudei-me para o Banga Sumo, perto do Campo do Felício, e foi lá que comecei a jogar à bola.

 
Qual é a origem da alcunha Paná?
A alcunha original não é Paná, mas sim Pai-Pana, que já era a alcunha do meu avô. Só que à medida que o tempo foi passando, o Miller Gomes passou a chamar-me Paná, na altura na seleção sub-20, e ficou. Muitos ainda me chamam Pai-Pana, mas se perguntarem por um Pai-Paná, muitos não vão entender. Se perguntarem por Pana, todos sabem quem é.
 
Quando é que a bola entrou na sua vida?
A bola sempre esteve na minha bola, nem sei dizer quando entrou. Foi realmente muito cedo. Aos quatro ou cinco anos, eu já corria atrás da bola, sempre fui apaixonado pela bola.
 
Com que idade veio para Portugal e em que zona ficou radicado?
Fui para Portugal com 19 anos. Estive em Lisboa durante algum tempo, porque cheguei e fiz uma semana de testes no Tourizense. Gostaram de mim, mas as inscrições já estavam fechadas, mas mandaram-me regressar na época seguinte. Durante esse período de espera fiquei em Lisboa, porque a pessoa que me trouxe, o senhor José Manuel Pacheco, que era na altura diretor do Belenenses de Angola, tinha pessoas conhecidas que cuidavam de algumas necessidades minhas, e não me deixou faltar nada.
 
Os primeiros registos de Paná no futebol português remontam à época 2012-13, quando representou a equipa sénior do Tourizense na antiga II Divisão B.  Ainda assim, no final da época deu o salto para o Marítimo. Que memórias tem da experiência no emblema de Touriz?
Em Touriz eu só tinha de me concentrar no futebol, era como se fosse uma academia, em que treinávamos, ficámos no quarto, ligávamos a televisão e ficávamos juntos, como em família. Isso ajudou-me bastante, deu-me mais tranquilidade para fazer o meu trabalho. Depois, com a maior naturalidade do mundo, as coisas aconteceram e transferi-me para o Marítimo. Uma das minhas principais memórias do tempo em que joguei no Tourizense é a de um jogo da Taça de Portugal em que eliminámos o Santa Clara e eu marquei o golo. Foi a primeira vez que eu fui manchete nos jornais desportivos e dei entrevistas. Isso deu-me o boom que eu precisava, pois defrontámos uma equipa de uma divisão superior e eu marquei aos 119 ou 120 minutos. Naquela semana, todo o mundo me ligava para falar com o Paná e saber quem era o Paná. Foi marcante e ajudou-me bastante.
 

A humildade do amigo Danilo Pereira

Paná foi capitão do Marítimo B mas nunca jogou pela equipa principal
No Marítimo trabalhou com jogadores que, entretanto, atingiram um nível muito elevado no futebol, como Danilo Pereira. O que nos pode dizer sobre ele tanto a nível pessoal como desportivo?
No Marítimo tive a oportunidade de trabalhar com grandes jogadores e grandes pessoas. O Danilo Pereira é, além de um grande jogador, uma grande pessoa, um amigo que carrego até hoje. Independentemente de estar agora no Paris Saint-Germain, fala normalmente comigo. Tem uma grande humildade. É das melhores pessoas que eu apanhei no futebol.
 
No Marítimo também teve pela primeira vez contacto com uma das principais figuras do futebol angolano na atualidade, Fábio Abreu. Esperava que ele pudesse vingar num contexto de I Liga? O que achou da decisão dele em trocar o futebol português pelo da Arábia Saudita?
Nunca tive dúvidas. Sempre fomos muito próximos. Era uma questão de oportunidade. Saiu do Marítimo, foi para o Penafiel, fez lá duas épocas e depois transferiu-se para o Moreirense. Por vezes é difícil chegar à I Liga, mas quando chegas, não é nada do outro mundo. Ele passou um mau bocado no Marítimo, desvalorizou, mas depois as coisas aconteceram naturalmente e ele foi evoluindo como jogador. Para mim não foi de todo uma surpresa, só surpreendeu a facilidade que ele tem agora de fazer golos, mas para isso acontecer ele também trabalhou bastante. Ele no Marítimo ficava com o Ludgero Castro, que era o nosso treinador, e trabalhava muito finalização no final dos treinos. Depois foi meter isso em prática. E, com o decorrer dos anos, também atingimos uma maturidade desportiva, e foi o que aconteceu com o Fábio.
Agora foi para Arábia Saudita. São escolhas que nós jogadores temos de tomar, umas vezes mais desportivamente, outras mais financeiramente, porque temos outras prioridades e jogar com todos os pontos. Se foi para a Arábia Saudita, foi porque foi o melhor para ele e para a família dele.
 

“Deu para aprender muito com Pedro Martins e Ivo Vieira”

Nos Barreiros foi orientado por treinadores altamente cotados como Pedro Martins e Ivo Vieira. Quais são as principais qualidades de cada um?
São treinadores totalmente diferentes. Trabalhei mais com o Ivo Vieira, que esteve comigo na equipa B, depois subiu para a equipa principal e foi aí que fui várias vezes à equipa principal. Trabalhei algumas vezes com o Pedro Martins no meu primeiro ano. São treinadores muito bons, que sabem aquilo que querem em termos de jogo. O Ivo Vieira gosta mais de sair a jogar, com a construção a partir dos defesas e até dos guarda-redes e fazer a bola passar pelos vários setores. Já o Pedro Martins não, é mais pragmático, mais direto e duro. Deu para aprender muito com os dois. Agora vemos onde eles estão: o Ivo Vieira fez um grande trabalho em Portugal e agora foi para a Arábia Saudita e o Pedro Martins é o treinador do Olympiacos e a fazer um grande trabalho. São pessoas que evoluíram e que me ajudaram a evoluir.
 
O que faltou para ter conseguido jogar pela equipa principal do Marítimo?
Faltou simplesmente uma oportunidade, porque quando cheguei ao Marítimo fui convocado para um jogo da equipa principal na Taça da Liga ao fim de quatro ou cinco jogos pela equipa B. Também fui convocado para jogos frente a Benfica na Luz e Sp. Braga em Braga e na final da Taça da Liga em Coimbra, mas foi uma questão de oportunidade.

 
Em 2016 transferiu-se para o Desp. Chaves mas foi imediatamente cedido ao Académico Viseu. O que se passou para não ficar em Trás-os-Montes?
Sai do Marítimo e fui para o Desp. Chaves, mas foi numa fase em que precisava de jogar com regularidade, porque estava na seleção. Sabia que se tivesse uma fase em que não estivesse no ativo, não seria chamado à seleção com frequência. Então surgiu a possibilidade de fazer a pré-época com o Desp. Chaves, ver como as coisas estavam, e achámos melhor ir para Viseu para ter mais minutos. Eu precisava de jogar e queria jogar.
 

“Ficou amargo de boca por não ter subido o Académico à I Liga em 2017-18”

Em 2017-18 fez parte do plantel do Académico Viseu que esteve bastante perto de subir à I Liga. O que faltou nessa temporada para que a promoção fosse alcançada?
Ficámos a dois pontos da subida à I Liga. Faltou mais organização, pois houve alguns problemas administrativos, o que complicou bastante. Se as coisas estivessem mais tranquilas, de certeza que iriamos subir de divisão. Havia uma situação entre SAD e clube e isso acabou por afetar desportivamente. Com muita pena minha, ficou este amargo de boca. Sabíamos claramente que aquele era o ano de meter o Académico na I Liga, mas infelizmente não aconteceu. Esperamos que daqui a um ano ou dois possamos subir à I Liga.
 

Tumor na cabeça de Manuel Cajuda fez-lhe “ver as coisas de outra forma”

Nessa época do 3.º lugar na II Liga foi treinado em Viseu por uma figura carismática do futebol português, Manuel Cajuda, que acabou também por o orientar no Leixões. O que achou dos métodos do mister? Tem alguma história engraçada com ele que nos possa contar?
Ui! Há muitas histórias, muitas histórias! É um treinador que já fez muito pelo futebol português, é o treinador com mais jogos no futebol profissional português. Por isso, temos que lhe dar mérito. Engraçada não, mas das mais marcantes foi quando ele descobriu que tinha um tumor na cabeça. Vi a vontade que ele tinha de se manter vivo e de querer mais, independentemente da idade. Isso incentivou-me muito e fez-me ver as coisas de outra forma. Aquilo afetou-nos a todos, foi complicado, mas ele está aí.
 
O que o levou a trocar o Académico pelo Leixões em 2019?
O Leixões já andava atrás de mim há bastante tempo, porque o atual presidente e na altura diretor desportivo, André Castro, falou comigo porque queria fazer uma equipa engraçada, para lutar para subir à I Liga. Projeto aliciou-me, queria algo diferente e vi no Leixões a possibilidade de fazer um bom campeonato e subir de divisão. Projeto foi muito claro, mas as coisas não correram da melhor forma.
 

Leixões tem uma massa adepta muito exigente, mas quando as coisas não correm bem, torna-se muito complicado”

Paná esteve ao serviço do Leixões em 2019-20
O Leixões é um clube muito popular, com uma massa adepta bairrista. O que achou do clube?
O Leixões é um clube com uma massa adepta muito exigente. O clube é e sempre foi assim, o pessoal vive muito aquilo. Em certa parte, é bom, mas nem sempre as coisas correm da melhor forma. E quando as coisas não correm da melhor forma, torna-se muito complicado. Acho que quando as coisas não estão a correr bem, os adeptos têm de ser os primeiros a puxar pelos jogadores. Há situações em que precisamos que eles puxem por nós e nos galvanizem. Se calhar, faltou isso, mas no cômputo geral são adeptos únicos.
 
Quais são ainda, os seus grandes sonhos no futebol?
O meu grande sonho no futebol é levar novamente a minha seleção a um Mundial e jogar a Liga dos Campeões. Com fé em Deus, sei que ainda vou cumprir esses sonhos. Quero levar a minha seleção a um Mundial tal como aquela geração do Akwá, Zé Kalanga, Figueiredo, André Macanga, Gilberto e Kali, só para citar alguns. O que eles fizeram, espero também eu fazer. Quando Angola se apurou para o Mundial 2006, a minha felicidade foi enorme, extrema, e é essa felicidade que eu quero retribuir às gerações vindouras.
 
Alguma vez foi alvo de insultos racistas? O que é para si o racismo?
Nunca vivi uma situação de racismo em Portugal, longe disso, mas sei que acontece algumas vezes. O racismo para mim é uma questão de educação, porque nós somos aquilo que fomos educados. É cada vez mais importante educarmos os nossos filhos de forma a sermos melhores no futuro, adultos responsáveis e conscientes, porque é muito complicado pedires certas coisas a pessoas adultas que nasceram há 40, 50 ou 60 anos, porque aí o tempo era outro. Podemos mudar isso e as coisas estão a melhorar. É fundamental educarmos os nossos filhos para que, quando eles crescerem, tornem-se adultos melhores.
 
Também é inevitável falar da pandemia de Covid-19. Sente-se seguro ao estar sem máscara perto de tantas pessoas que não são regularmente testadas?
Temos que nos proteger ao máximo, usando máscara, álcool-gel e lavar as mãos constantemente com água e sabão. Com esta situação do Covid-19 nós nunca estamos confortáveis, mas jogamos futebol, o futebol não para e temos de continuar. Andamos quase 24 horas com máscara e às vezes apanha-se, mas temos de ser responsáveis. Nunca estarei confortável se não usar máscara, porque me quero proteger a mim e à minha família. Esta doença está a matar muita gente, é preciso ver isso. Ao não nos prevenirmos, podemos meter em risco as nossas vidas e as de outras pessoas. Gostamos de ir ao shopping e sair, mas nesta fase não podemos fazer isso. As pessoas famosas, que são fazedoras de opiniões, deviam preocupar-se mais com isso. Mas temos agora alguma esperança, as vacinas estão a chegar. Espero que voltemos à nossa vida normal.
 
 
Entrevista realizada por Romilson Teixeira

















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