sexta-feira, 24 de abril de 2020

Os 10 brasileiros com mais jogos pelo Sporting na I Divisão

Dez jogadores brasileiros que deixaram marca no Sporting
A história de futebolistas brasileiros no Sporting é extensa e longa. Extensa porque 103 jogadores oriundos de terras de Vera Cruz representaram o clube na I Divisão. Longa porque teve início em novembro de 1936, quando Vianinha se estreou de leão ao peito numa receção ao FC Porto na jornada inaugural do campeonato.

Daí para cá, foram-se sucedendo os jogadores brasileiros no emblema verde e branco. Uns fizeram história, outros viraram flops. 22 foram campeões e, entre esses, três foram bicampeões.


Porém, nem só os que conquistaram o título nacional fizeram história. Também o primeiro campeão do mundo a jogar em Portugal, os que capitanearam a equipa e os que ganharam a Bola de Prata - o troféu atribuído ao melhor marcador do campeonato – deixaram a sua marca.

Vale por isso a pena recordar os dez futebolistas brasileiros com mais jogos pelo Sporting na I Divisão.


10. César Prates (84 jogos)

César Prates
Lateral direito natural de Aratiba, Rio Grande do Sul, e com carimbo de seleção brasileira, chegou ao Sporting no janeiro de 2000 por empréstimo do Real Madrid, onde nunca se afirmou, fazendo parte de um lote de três reforços de inverno cruciais para a conquista do título nesse ano, juntamente com o central brasileiro André Cruz e o atacante belga Mbo Mpenza.
Estreou-se de leão ao peito em janeiro, mas nessa época ainda foi a tempo de disputar 15 jogos (14 a titular) e marcar um golo, numa vitória difícil em Braga.
Na temporada seguinte, já em Alvalade a título definitivo, manteve a condição de titular indiscutível, tendo efetuado 28 partidas no campeonato, todas a partir do onze inicial, e faturado mais uma vez, numa receção ao Gil Vicente.
Em 2001-02, já com Laszlo Bölöni no comando técnico, conquistou a dobradinha, mas foi perdendo espaço, uma vez que o romeno adaptou Beto ao lado direito da defesa para manter a dupla composta por André Cruz e Phil Babb no eixo defensivo. César Prates participou em 23 encontros, mas apenas 12 como titular. Na temporada seguinte, a última de leão ao peito, perdeu ainda mais influência, não indo além de 18 jogos (11 a titular) para o campeonato.
Depois terminou contrato e saiu para os turcos do Galatasaray, tendo encerrado a carreira em 2010 ao serviço do Náutico. Antes do Sporting representou também Internacional, Vasco da Gama, Coritiba, Botafogo e Corinthians e depois vestiu as camisolas de Botafogo, Livorno, Chievo, Figueirense, Atlético Mineiro, Portuguesa e Joinville.



9. Wágner (85 jogos)

Wágner Canotilho
Médio defensivo natural de São Paulo, entrou para o futebol português pela porta do Leixões em 1963, proveniente da Juventus de São Paulo, e entre 1967 e 1971 representou o Vitória de Setúbal antes de reforçar o Sporting no verão de 1971.
Nas duas primeiras épocas sentiu dificuldades para se afirmar como titular, tendo disputado 10 jogos (todos a titular) em 1971-72 e 19 (16 a titular) na temporada seguinte, em que apontou três golos e venceu a Taça de Portugal.
A época mais feliz, ainda assim, foi a de 1973-74, na qual foi peça fundamental para a conquista da dobradinha e para a caminhada até às meias-finais da Taça das Taças, tendo participado em 28 jogos (todos a partir do onze inicial) e disputado dois golos.
Despediu-se em 1974-75 com mais 28 jogos (todos a titular) e quatro golo. Apesar dos bons números, na temporada seguinte voltou ao Vitória de Setúbal, numa altura em que tinha 30 anos.



8. Jefferson (88 jogos)

Jefferson
A primeira contratação de Bruno de Carvalho enquanto presidente do Sporting. Apelidado de Roberto Carlos, reforçou os leões depois de uma grande época ao serviço do Estoril de Marco Silva, que embora fosse recém-promovido conseguiu o apuramento para a Liga Europa.
Incompreendido durante os seis anos que passou em Alvalade, apresentava um pé esquerdo bastante bem calibrado, mas ao mesmo tempo algumas lacunas em termos defensivos, uma debilidade importante para um lateral esquerdo.
Ainda assim, este canhoto natural de Salvador da Bahia e com passagens por Palmeiras e Fluminense conseguiu estabelecer-se como titular durante os primeiros dois anos e meio de leão ao peito. Em 2013-14 disputou 26 jogos e marcou dois golos no campeonato às ordens de Leonardo Jardim e na temporada seguinte participou em 23 jogos, faturou por uma vez e venceu a Taça de Portugal sob a orientação de Marco Silva.
Com Jorge Jesus como treinador também começou como titular, tendo vencido a Supertaça e feito parte do onze inicial nas dez primeiras jornadas do campeonato, mas a partir de janeiro perdeu espaço após a chegada do holandês Marvin Zeegelaar e nunca mais o recuperou. Ainda assim, disputou 18 jogos em 2015-16 e 10 (oito a titular) na I Liga na época seguinte.
Em 2017-18 esteve emprestado ao Sp. Braga, no âmbito de um negócio que levou o médio argentino Rodrigo Battaglia para o Sporting, e depois voltou para a Alvalade para a época de despedida, na qual participou em 11 partidas (oito a titular) e venceu a Taça da Liga e a Taça de Portugal.
Desde então que está sem clube.



7. Paulinho Cascavel (94 jogos)

Paulinho Cascavel
O único jogador a vencer a Bola de Prata em anos consecutivos por clubes diferentes. Natural de Cascavel, no Paraná, e com um título brasileiro pelo Fluminense no currículo, chegou a Portugal para reforçar o FC Porto em 1985, mas não vingou nas Antas, embora tivesse sido campeão, e seguiu viagem para Guimarães, onde marcou golos em catadupa ao serviço do Vitória.
Depois de 47 golos em duas épocas e o troféu de melhor marcador da I Divisão em 1986-87, transferiu-se para o Sporting, onde manteve a veia goleadora. Em 1987-88 começou a temporada com a conquista da Supertaça e terminou-a com a conquista da Bola de Prata, ao somar 24 remates certeiros, ultrapassando Fernando Gomes (FC Porto) e Radi (Desp. Chaves) na última jornada ao apontar um póquer ao Penafiel.
Paulinho Cascavel permaneceu mais dois anos em Alvalade, mas foi perdendo gás: em 1988-89 participou em 34 jogos (31 a titular) e apontou 11 golos e na época seguinte esteve em 22 encontros (nove a titular) e marcou três golos.
Depois rumou ao Gil Vicente, clube em que encerrou a carreira.



6. Douglas (103 jogos)

William Douglas
Médio com carimbo de seleção brasileira, despontou no Cruzeiro de Belo Horizonte, sua cidade-natal, e participou nas edições da Copa América de 1983 e 1987 antes de ser apresentado pelo então presidente sportinguista Jorge Gonçalves como uma das “unhas” do leão para 1988-89, a par do guarda-redes uruguaio Rodolfo Rodríguez, do médio português Carlos Manuel, do médio ofensivo brasileiro Silas e do avançado sueco Eskilsson – e também do médio holandês Frank Rijkaard, cuja inscrição falhou.
Rapidamente se tornou titular indiscutível no meio-campo leonino, partilhando o setor com jogadores como Silas, Carlos Manuel e Oceano e mais tarde Balakov, Peixe e Figo. Em quatro temporadas disputou 103 jogos e apontou nove golos no campeonato, mas não conquistou qualquer troféu. Ainda assim, fez parte da equipa que em 1990-91 chegou às meias-finais da Taça UEFA.
Em 1992 voltou ao Cruzeiro e três anos depois encerrou a carreira ao serviço do Ponte Preta.



5. Manoel (117 jogos)

Manoel
Nascido em Uruguaiana, no Rio Grande Sul, bem perto das fronteiras com Uruguai e Argentina, este avançado possante e com um futebol prático nas botas reforçou o Sporting nos primeiros meses de 1976, oriundo do Internacional.
Apelidado de “Manuel do Ó”, fez parceria com Manuel Fernandes, Keita e Jordão no ataque durante os cinco anos e meio que passou em Alvalade. Depois de quatro jogos na reta final de 1975-76, este internacional olímpico pelo Brasil assumiu maior protagonismo na época seguinte, na qual participou em 24 encontros (22 a titular) e marcou cinco golos no campeonato, o primeiro dos quais num triunfo caseiro sobre o FC Porto. Também brilhou na Taça ao apontar um hat trick ao Benfica nos oitavos de final.
Em 1977-78 melhorou os números no campeonato, faturando por 13 vezes em 18 jogos (16 a titular), e participou ativamente na conquista da Taça de Portugal ao marcar o golo que eliminou o Varzim e apurou os leões para a final.
Na época que se seguiu perdeu algum gás, apontando apenas cinco golos em 23 partidas (22 a titular) na I Divisão, mas voltou em grande em 1979-80 ao somar 13 remates certeiros (em 25 jogos) que ajudaram os verde e brancos, então orientados por Fernando Mendes, a conquistar o título nacional.
Na última temporada de leão ao peito, em 1980-81, disputou 23 jogos (20 a titular) e marcou por cinco vezes. Depois passou por Portimonense e Sp. Braga no primeiro escalão e por Académico Viseu, Amora, Almancilense, Loures e Odivelas nas divisões secundárias.
Viria a falecer em outubro de 2015, aos 62 anos, vítima de paragem cardíaca. Cinco anos antes tinha sofrido um AVC.



4. João Luís (125 jogos)

João Luís
Lateral direito natural de Cosmópolis, estado de São Paulo, reforçou o Sporting nos primeiros meses de 1987 depois de ter ajudado o modesto Internacional de Limeira a conquistar o inédito campeonato paulista no ano anterior.
Assim que chegou a Alvalade roubou a titularidade ao experiente Gabriel, mostrando ser um lateral bastante capaz tanto defensivamente como ofensivamente, além de ter um potente remate. Apenas chegou a meio da época 1986-87, mas participou em 11 jogos e marcou um golo (ao Marítimo) no campeonato e ajudou a equipa a chegar à final da Taça de Portugal, perdida para o Benfica.
As duas épocas seguintes ficaram marcadas por uma grande utilização: 74 em 76 possíveis (todos a titular) e nove golos no campeonato, incluindo um bis ao Fafe em outubro de 1988. Ainda assim, o ponto alto desses dois anos foi a conquista da Supertaça em 1987.
Em 1989-90 baixou o ritmo, participando apenas em 19 encontros na I Liga, e perdeu definitivamente espaço nas duas temporadas que se seguiram, sob a orientação de Marinho Peres, que preferiu Carlos Xavier e Marinho para o lado da defesa. Nesses dois anos disputou um total de apenas 21 jogos no campeonato, tendo apontado dois golos.
Em 1992 regressou ao Brasil, já com 30 anos, para representar o Palmeiras, clube pelo qual conquistaria o título paulista no ano seguinte.



3. Marco Aurélio (134 jogos)

Marco Aurélio
Central natural do Rio de Janeiro e com um título brasileiro pelo Vasco da Gama no currículo, chegou a Portugal no verão de 1990 para reforçar o União da Madeira, que na altura militava na I Divisão.
Quatro anos depois deu o salto para o Sporting, formando inicialmente dupla com o marroquino Naybet, ao lado do qual conquistou a Taça de Portugal em 1994-95 e a Supertaça em 1995-96, tendo ainda chegado à final do Jamor em 1995-96. Nessas duas primeiras temporadas de leão ao peito, somou 61 jogos (todos a titular) e três golos no campeonato, demonstrando ser um central de qualidade.
Após a saída de Naybet para o Deportivo da Corunha apadrinhou o jovem Beto, com o qual viria a formar dupla durante dois anos e meio, até janeiro de 1999. Neste período cumpriu 73 encontros (todos na condição de titular) no campeonato, teve a possibilidade de se estrear na Liga dos Campeões em 1997-98, foi promovido ao lote de capitães de equipa e foi distinguido com o Prémio Stromp na categoria futebolista em 1997.
Depois mudou-se para o Vicenza, da Série A de Itália, país onde viria a encerrar a carreira em 2006.



2. Liedson (214 jogos)

Liedson
Avançado baiano natural de Cairu, era um autêntico conhecido quando chegou a Alvalade, nos últimos dias do mercado de verão de 2003. É verdade que tinha marcado muitos golos em clubes como Coritiba, Flamengo e Corinthians, mas era bastante franzino, relativamente baixo para ponta de lança (1,75 m), estava à beira e completar 27 anos e não muito tempo antes era funcionário de um supermercado.
Porém, só precisou de dois jogos para mostrar a Fernando Santos que lhe devia conceder a titularidade, porque o que lhe faltava em centímetros era compensado em velocidade, mobilidade, capacidade de impulsão, facilidade de remate e empenho na luta com os defesas adversários.
A primeira época serviu praticamente apenas para ganhar balanço, uma vez que apontou 15 golos em 30 jogos (29 a titular) no campeonato, terminando atrás de McCarthy (FC Porto) e Adriano (Nacional) no pódio de melhores marcadores.
Os treinadores e os companheiros de ataque iam mudando, mas o sistema tático montado em função do “levezinho” mantinha-se: o 4x4x2 losango. Em 2004-05 viveu a melhor temporada da carreira, com José Peseiro, ao apontar 25 golos em 31 encontros (todos a titular) na I Liga, o que lhe valeu a Bola de Prata, tendo faturado por mais nove vezes na caminhada até à final da Taça UEFA, perdida ante o CSKA Moscovo em pleno Estádio José Alvalade.
Nas duas épocas seguintes apontou 15 golos no campeonato em ambas, num total de 59 jogos (todos a titular) o que em 2006-07 bastou para ser novamente o artilheiro-mor da competição, tendo ainda contribuído com o golo que deu a vitória na final da Taça de Portugal sobre o Belenenses.  
Em 2007-08 venceu a Supertaça e novamente a Taça de Portugal, mas baixou a cadência, ao faturar por 11 vezes em 26 jogos, mas voltou a subi-la na temporada que se seguiu, na qual apontou 17 golos em 26 partidas (24 a titular).
Em 2009-10 marca 13 golos em 28 jogos (27 a titular), mas entra numa fase descendente, apesar de se ter estreado nessa altura pela seleção… portuguesa. Na temporada seguinte só fica até fevereiro, pelo que amealha apenas mais 14 jogos e cinco golos, despedindo-se com um bis num empate caseiro com a Naval (3-3).
Com um total de 116 golos, deixou os leões na condição de sétimo maior goleador do clube na I Divisão, somente atrás de Peyroteo (332), Manuel Fernandes (191), Vasques (188), Jordão (138), João Martins (131) e Jesus Correia (128). Venceria ainda o Prémio Stromp na categoria futebolista em 2007 e 2009 e tornar-se-ia o melhor marcador dos verde e brancos nas competições europeias, com 26 golos.
Depois de ter voltado ao Brasil para representar novamente Corinthians e Flamengo, regressou a Portugal em janeiro de 2013 para conquistar o título que lhe faltava, o de campeão nacional, mas com a camisola do FC Porto, pendurando as botas em seguida.



1. Anderson Polga (221 jogos)

Anderson Polga
O primeiro campeão do mundo a atuar em Portugal. Natural de Santiago, Rio Grande do Sul, despontou no Grêmio, clube pelo qual venceu dois campeonatos gaúchos e uma Copa do Brasil e que o catapultou para a seleção brasileira, tendo participado na campanha vitoriosa do escrete de Luiz Felipe Scolari no Mundial 2002.
Um ano depois mudou-se para o Sporting, tendo conquistado o estatuto de titular, que acabou por manter durante praticamente todas as nove temporadas que passou em Alvalade, embora nunca tivesse voltado a ser chamado para a canarinha. A época mais apagada foi a de 2009-10, quando a dupla composta por Tonel e Daniel Carriço o remeteu para um papel secundário, tendo apenas disputado 15 partidas (13 a titular) no campeonato.
Apesar de ter jogado mais de duas centenas de encontros pelos leões na I Liga, não marcou um único golo na prova. Curiosamente, os quatro que apontou com a camisola verde e branca foram todos nas competições europeias.
Fez parte ativa da equipa que em 2004-05 chegou à final da Taça UEFA, embora não tivesse atuado no jogo decisivo, e conquistou duas Taças de Portugal (2006-07 e 2007-08) e duas Supertaças (2007 e 2008) pelo emblema de Alvalade. Ficou a faltar o campeonato, no qual disputou 221 jogos, entre os quais 216 a titular.
Poucos meses depois de ter sido distinguido com o Prémio Stromp na categoria especial carreira, despediu-se do Sporting em maio de 2012 após uma frustrante derrota com a Académica na final da Taça de Portugal. Curiosamente, nessa fase era capitão de equipa e, caso os leões tivessem vencido no Jamor, teria sido ele a levantar o troféu. Depois regressou ao Brasil e encerrou a carreira no final desse ano ao serviço do Corinthians.

























1 comentário:

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