quinta-feira, 16 de abril de 2020

Onze Ideal | Campeonato de Portugal - Série D 2019-20

Campeonato de Portugal foi interrompido após a 25.ª jornada
Depois de, a 8 de abril, a direção da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) ter entendido dar por concluídas todas as suas competições seniores devido ao impacto da pandemia COVID-19, é possível agora fazer um balanço do que foi o Campeonato de Portugal e eleger os seus protagonistas.

No caso da Série D, Olhanense e Real SC terminaram empatados na liderança, mas com os algarvios em vantagem devido ao confronto direto, embora os realistas tivessem o melhor ataque (58 golos marcados) e a melhor defesa (16 sofridos), numa altura em que faltavam disputar nove jornadas.

À espreita estava o Alverca, que ainda sonhava com a subida. Por outro lado, Sacavenense, Lusitano Évora, Fabril Barreiro, Aljustrelense e Sintra Football ocupavam a zona de despromoção e ganham assim mais uma oportunidade para permanecer no terceiro escalão.

A classificação acaba por ter algum reflexo na escolha deste onze ideal, que aqui disponho em 4x3x3, mas em todos as equipas houve jogadores em evidência.


Guarda-redes:

André Paulo
Uma escolha difícil, porque a Série D tem vários bons guarda-redes, mas arrisco dizer que não tem grandes guardiões, daqueles que acreditamos que tenham qualidade para se imporem nas ligas profissionais. Uns exibem reflexos apurados, mas revelam lacunas noutras vertentes do jogo. Outros apresentam bom jogo de pés ou qualidade na saída aos cruzamentos, mas não brilham entre os postes.
Na dúvida, escolho o dono da baliza menos batida, André Paulo, do Real SC, que ganhou a titularidade no início de dezembro, na 12.ª jornada, e sofreu nove golos nas 14 partidas que se seguiram, obtendo uma média de 0,64 golos sofridos por jogo. Talvez não tenha brilhado muito, mas sem dúvida que deu boa conta do recado, revelando grande fiabilidade entre os postes, nas saídas aos cruzamentos e até a jogar com os pés. Oriundo do Casa Pia no último verão, tem 23 anos e uma grande margem de progressão.


Defesas centrais:

Ronaldo
Mais uma escolha difícil, desta vez pelo excesso de opções. Havia Muscat e Joshua (ambos do Olhanense), André Almeida (Real SC), João Freitas (Alverca) ou João Sousa (Louletano), que certamente serão escolhidos por muitos os que façam um exercício idêntico, mas não vou optar por nenhum desses três.



Branco



Lateral direito:

Miguel Lopes



Dinamite

Lateral esquerdo:

Mais uma escolha nada fácil, por haver duas opções bastante fortes. Lelo (Olhanense) era uma delas, mas preferi Dinamite (Real SC), um lateral ofensivo, que se envolve bem na manobra ofensiva, com um bom remate e uma reação forte à perda da bola, oferecendo grande consistência ao lado esquerdo da defesa. Titular indiscutível pela segunda temporada consecutiva, disputou 23 jogos e apontou três golos no campeonato. Aos 25 anos, vai bem a tempo de se aventurar numa liga profissional.


Médio defensivo:

Feiteira
Uma das decisões mais fáceis. É verdade que também pensei em Luan (Alverca), Geraldo (Amora), Biai (Lusitano Évora SAD) ou Celestino (Fabril), mas optei por Feiteira (Sintrense), um jogador de 27 anos que nem sempre joga como médio mais defensivo, é verdade, mas que exibe grande capacidade para desempenhar a função.



Médio centro:

Ruizinho
Confesso que tenho um fascínio por centrocampistas, e na Série D do Campeonato de Portugal abundam em qualidade. Crucifiquem-me, que eu sei que é criminoso deixar de fora Dwann (Esperança de Lagos), Léléco (Olhanense), Tiago Morgado (Real SC), Edson Pires (Mineiro Aljustrelense), Labdi (Armacenenses) ou Gonçalo Silva (Pinhalnovense), mas tomar decisões tem destas coisas.



Médio ofensivo:

Hugo Machado
Já cansa escrever isto – e também imagino que já canse ler… -, mas era quase impossível escolher alguém de caras para esta posição. Nomes como Márcio Meira (Real SC) ou Alex Apolinário (Alverca) seriam opções bastante válidas, mas optei pelo veterano Hugo Machado (Loures), 37 anos. A velocidade das pernas, é bem visível, está uns furos abaixo da dos companheiros e adversários com quem partilha o terreno de jogo todos os fins de semana. Mas a velocidade do cérebro, essa, está a um nível superior.



Extremo direito:

Felipe Ryan
Caleb (Olhanense), Ivo Braz (Oriental), Yair Castro (1º Dezembro) ou Nico (Pinhalnovense/Olímpico Montijo) seriam opções válidas, mas vou optar por Felipe Ryan (Real SC), futebolista brasileiro que atua preferencialmente atrás do ponta de lança, mas que também pode jogar nas alas. Sempre em pezinhos de lã, este talentoso esquerdino goza de grande liberdade de movimentos para dar asas à sua enorme criatividade.
Capaz de causar desequilíbrios no último terço e de pormenores deliciosos com bola, apontou 10 golos em 24 jogos no campeonato, naquela que foi a temporada de relançamento da carreira, aos 22 anos, depois de uma experiência negativa no Académico Viseu após o sucesso pelo Caldas na caminhada até às meias-finais da Taça de Portugal.


Extremo esquerdo:

Sapara



Ponta de lança:

Érico Castro
Hipóteses não faltavam. Pelos números, teria de optar entre Hassan (Olhanense) e Diego Zaporo (Pinhalnovense), que completam o pódio de melhores marcadores com 13 golos cada. Ou então por Jonata Oliveira, que reforçou o Alverca em janeiro, mas que foi a tempo de faturar por nove vezes em 10 jogos.



Treinador:

Hugo Martins
Apesar da dinâmica ganhadora de Vasco Faísca à frente do Olhanense, do bom arranque de Vasco Matos no comando do Alverca e do arrojo e qualidade de Zé Nando (Louletano) e Tiago Zorro (Sintrense) na implementação de sistemas com três centrais, não tive grandes dúvidas na hora de escolher Hugo Martins (Real SC) como melhor treinador da Série D em 2019-20.



















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