terça-feira, 5 de novembro de 2024

Lateral internacional e um dos primeiros portugueses a jogar na Premier League. Quem se lembra de Nélson?

Nélson representou Sporting, FC Porto e Vitória de Setúbal
Jogador maioritariamente formado no FC Porto, concluiu a formação e iniciou a carreira de futebolista profissional no Salgueiros, foi lançado na equipa principal do emblema de Paranhos em junho de 1990 pelo treinador Zoran Filipovic, que adaptou o até então avançado em lateral direito, e deu um pequeno contributo para a conquista do título de campeão da II Divisão Nacional.
 
“Fiz a formação toda como avançado, goleador, ponta-de-lança! E o que mais gostava na vida seria ter feito a carreira como ponta-de-lança. Mas também sei que não conseguiria ter a carreira como tive. Joguei a central, muitas vezes a lateral esquerdo, em Inglaterra joguei muito a meio-campo, mas nunca como avançado. Se nos seniores tivesse recusado jogar a lateral direito quando Filipovic me propôs isso, nos Salgueiros, não teria tido a carreira que tive”, afirmou ao Maisfutebol em abril de 2016.
 
Em 1990-91 agarrou a titularidade no conjunto salgueirista e no final dessa época ajudou a seleção nacional de sub-20 a vencer o título mundial da categoria em Lisboa. Valorizado, deu imediatamente o salto para o Sporting, numa altura em que ainda tinha 19 anos.
 
Demorou, mas conseguiu afirmar-se em Alvalade, sobretudo a partir da temporada 1993-94. Em junho de 1995 viveu um mês de sonho: conquistou o primeiro troféu pelos verde e brancos, a Taça de Portugal, e estreou-se pela seleção nacional A numa vitória caseira sobre a Letónia nas Antas, num jogo a contar para a qualificação para o Euro 1996 (3-2).
 
 
Valorizado, apesar de não ter sido convocado por António Oliveira para a fase final do Campeonato da Europa disputado em Inglaterra, acabou por rumar a terras de Sua Majestade no verão de 1996, mas para jogar no Aston Villa, despedindo-se dos leões ao cabo de 153 jogos, três golos e dois troféus – juntou a Supertaça de 1995 à Taça de Portugal.
 
 
“Ainda tive momentos muito bons em Alvalade, o único senão foi nunca termos conseguido o título de campeão e estivemos perto de o conseguir por duas vezes. Mas tivemos o 3-6 com o Benfica e no ano seguinte o 0-1 com o FC Porto, golo do Domingos Paciência. Foi pena, porque tínhamos uma equipa fantástica, que jogava um futebol de grande qualidade”, recordou.
 
 
No futebol inglês tornou-se num dos primeiros portugueses a jogar na Premier League, poucos meses depois de Dani e três dias após a estreia de Futre, compatriotas que atuaram pelo West Ham. Foi quase sempre titular pelos villans, pelos quais amealhou 73 encontros ao longo de duas épocas, e contribuiu para classificações honrosas como o 5.º lugar em 1996-97 e a 7.ª posição na temporada seguinte: “Jogar no futebol inglês foi uma experiência fantástica, inesquecível. Lá vive-se o futebol de forma completamente diferente.”
 
Ainda assim, continuou sem ser uma opção regular para a seleção nacional – somou um total de dez internacionalizações entre 1995 e 2001 e nunca marcou presença numa fase final –, talvez prejudicado por ser um polivalente: atuou também muitas vezes como lateral esquerdo e médio.
 
No início da época 1998-99 regressou a Portugal pela porta do FC Porto, mas nunca se impôs propriamente como um titular indiscutível, tendo vivido quase sempre na sombra de Carlos Secretário. Ainda assim, festejou a conquista de um campeonato (1998-99) e duas Taças de Portugal (1999-00 e 2000-01).
 
“Ainda joguei bastante, mas a certa altura percebi que estava a mais. Porquê? Porque o FC Porto contratou o Ibarra, depois havia o Secretário e eu pura e simplesmente deixei de jogar. Nem com a chegada de Mourinho isso mudou. Quando Mourinho chega, pede que eu regresse à equipa principal. E regressei de facto, mas sempre que fui chamado às convocatórias, fui para o banco. Mesmo quando não havia lateral direito, jogou lá o Cândido Costa e eu fiquei no banco. Acredito que por decisão da direção, não pelo Mourinho”, desabafou.
 
No verão de 2002 deixou as Antas e mudou-se para o Vitória de Setúbal, numa fase em que estava à beira do 31.º aniversário. Foi titular indiscutível durante a única época que passou no Bonfim, mas viveu a tristeza de despromoção à II Liga. “Foi outro ano horrível, mas a jogar sempre. A equipa foi montada para fazer época de excelência, mas sentimo-nos empurrados para a segunda. Coincidiu com o ano das obras dos novos estádios para o Euro 2004 e foi isso que senti, sinceramente…”, atirou.
 
 
Depois fez uma pausa no futebol e reapareceu a jogar no Sport Clube Rio Tinto, na III Divisão Nacional, entre 2004 e 2006.
 
Após pendurar as botas já fez várias coisas: tirou um MBA em gestão desportiva, foi presidente do Rio Tinto e diretor-geral da SAD do Dumiense, comentou em programas da Sporting TV, geriu espaços desportivos e envolveu-se no ramo imobiliário e mais recentemente na área dos rolamentos.



 




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