Em entrevista, o antigo avançado
passa a carreira em revista, revela a convicção que merecia ter sido chamado à
seleção nacional portuguesa e recorda o dia em que uma intoxicação alimentar de
toda a equipa deixou os jogadores com mais vontade de estarem sentados numa
sanita do propriamente que para irem dentro de campo, mas que culminou na
subida do Leça à I
Liga.
ROMILSON TEIXEIRA - Falar de Constantino é falar de Leça e vice-versa.
Sente-se uma referência do emblema leceiro?
CONSTANTINO – Sinto-me uma referência.
Ainda hoje falam dos meus golos no clube, os adeptos no Facebook dizem-me
sempre que fui o goleador Tino Bala, mas foi com a ajuda de todos os meus
companheiros que atingi o estatuto de goleador.
Como surgiu a oportunidade para representar o Leça e qual foi a
primeira impressão com que ficou do clube, sua estrutura e adeptos?
A oportunidade de ir para o Leça
surgiu depois de uma época fantástica na antiga II Divisão, no União de Lamas, pelo
qual marquei 28 golos e fui o melhor marcador da II Divisão B. Tínhamos uma
equipa fabulosa, o já falecido professor Pedro Nery era o nosso treinador e jogávamos
muito mesmo.
Quem me diz para ir para o Leça
foi o Reinaldo Teles, do FC
Porto, que teve uma reunião comigo e me aconselhou a ir para o Leça, mas
com contrato apenas com o Leça, porque o treinador desse primeiro ano na II
Liga é o Frasco, antiga glória do FC
Porto. Fui muito bem-recebido por todos, o Leça tinha um relvado fantástico,
boas instalações e os adeptos sempre gostaram de mim. Marquei 12 golos nessa época,
depois saiu o Frasco e entrou o mister Joaquim Teixeira, conseguimos a manutenção
facilmente e no ano seguinte fomos campeões da II
Liga com o Teixeira a treinador. Era uma equipa de sonho, unida e com uma
qualidade impressionante, esmagávamos os adversários. Nessa equipa jogava o Sérgio
Conceição, entre muitos outros. Toda a equipa marcou golos, o ambiente era fantástico,
com muitos jantares pelo meio, o que também aumenta o espírito de grupo e a
união entre jogadores, equipa técnica, direção e adeptos. Grande época essa!
Em três anos na I
Liga pelo Leça marcou 42 golos, algo raro num clube com a dimensão dos
leceiros. Qual foi para a sua exibição mais marcante e do que sente mais
saudades daqueles tempos?
A exibição mais marcante foi um
jogo na primeira época no Leça na I
Liga, contra Tirsense,
num jogo decisivo, pois quem perdesse esse jogo praticamente descia, pois só
faltavam três jornadas para terminar. Ganhámos por 3-1 e fiz os três golos.
Do que sinto saudades? Tudo! Do
ambiente, de jogar, do convívio, de marcar golos - adorava marcar golos, claro!
É a idade. Sinto falta de jogar, mas isso acabou. O Leça tinha uma união fantástica.
Mesmo com muitos problemas, todos juntos com muito sofrimento demos a volta.
A intoxicação alimentar que não impediu vitória sobre Jesus e subida à I Liga
Tem alguma história mais engraçada que tenha vivido no balneário do
Leça que possa partilhar?
Na nossa segunda época tivemos um
jogo com o Felgueiras em que se ganhássemos subíamos à I
Liga. Apanhámos todos uma intoxicação alimentar na noite antes do jogo, durante
o estágio, e era uma risota, com tudo a correr para o WC, tudo a beber coca-cola
e tudo a perguntar como íamos jogar com o Felgueiras, que tinha uma grande equipa com
Jorge
Jesus a treinador, mas lá ganhámos por 1-0 e subimos mesmo a jogar
debilitados. Lá está, a união fazia a diferença. Foi lindo, mas estávamos todos
doentes a jogar. Agora dá vontade de rir,
mas na altura foi demais, tudo a querer ir ao WC.
O Constantino marcou ao FC
Porto em quatro jogos seguidos entre o Leça e os dragões.
Sentia um gostinho especial em marcar aos portistas?
Marca sempre! Eles diziam ‘hoje
não marcas!’, mas marcava sempre. Não adiantava era de nada porque perdíamos
sempre. Eu dizia ao Reinaldo Teles, ao Aloísio e ao Jorge Costa para me irem
buscar que assim já não lhes marcava golos.
Chegou a ser convocado à seleção angolana mas nunca jogou
Embora apresentasse um registo assinalável de golos e tivesse
nacionalidade angolana,
nunca chegou a jogar pelos Palancas
Negras. Porquê? Numa entrevista referiu um problema relacionado com a sua
filha…
Na altura fui à seleção
de Angola com o Prof. Neca, um grande treinador e um homem fantástico. Estava
já em Angola
e recebi a noticia de que a minha filha tinha sido atropelada e estava em coma
no hospital. O Prof. Neca dispensou-me, claro, e depois estive algum tempo a acompanhar
a recuperação da minha filha. Foram momentos horríveis, o Prof. Neca mostrou-se
sempre preocupado, a ligar para saber do estado de saúde dela. Depois ela foi recuperando,
o Prof. Neca voltou a falar comigo meses mais tarde para ir à seleção,
mas nessas duas semanas a I
Liga não parava, tínhamos dois jogos decisivos no Leça e pediram-me para não
ir à seleção,
que corríamos o risco de perder os jogos e descer de divisão. Falei com Prof.
Neca, agradeci, mas fiquei em Portugal, joguei nesses jogos, marquei e o Leça
ganhou e não desceu, mas claro que fiquei triste na altura por não ter ido à seleção.
Depois infelizmente o Prof. Neca saiu e a oportunidade foi-se. Agradeço ao Prof.
Neca e a toda gente da seleção
de Angola por terem entendido na altura, mas perdi a oportunidade de me
tornar internacional naquela altura e depois nunca mais fui sondado.
“Toda a gente dizia que merecia ser chamado à seleção portuguesa”
Avançado Tino Bala com a camisola do Leça |
Ainda assim, os números do Constantino eram superiores aos de alguns
avançados que eram convocados para a seleção portuguesa nessa altura, como
Paulo Alves e em algumas épocas Domingos
e Cadete. Nunca houve a possibilidade de jogar de quinas ao peito? Chegou a
receber algum contacto da Federação?
Na altura toda a gente dizia que
merecia ir à seleção portuguesa. Na altura, o nosso treinador era o Rodolfo
Reis e chegou a dar uma entrevista a dizer que eu merecia ir à seleção, até
porque os avançados estavam todos aleijados, mas o mister Artur Jorge não me
chamou. Se estivesse lá o Fernando Santos naquela altura, teria sido chamado,
mas são opções que temos de aceitar.
Como viveu o Caso Guímaro e a queda que o Leça sofreu nos anos
seguintes?
O Caso Guímaro foi uma injustiça
para o Leça numa altura em que o Leça estava estabilizado na I
Liga. Isso quase que acabou com o clube, que caiu para os distritais. Agora
está em recuperação no Campeonato
de Portugal, onde está a fazer uma grande campanha, claro que com
dificuldades pois não há receitas com jogos à porta fechada. A descida foi uma injustiça
muito grande.
Recorda férias com Sérgio Conceição: “Até a jogar às cartas odeia perder”
Constantino no jogo de fim de carreira de Conceição |
No Leça partilhou o balneário com Sérgio
Conceição e Paulo
Fonseca, dois grandes treinadores portugueses da atualidade. Como era na
altura cada um deles? Imaginava que ambos chegassem a este nível como
treinadores?
O sucesso deles não me espanta. O
Sérgio
é um vencedor, já quando jogava odiava perder, tem uma personalidade muito
forte, está a fazer um trabalho notável no FC
Porto, foi um grande jogador, é um treinador fantástico e um grande homem. As
pessoas nem imaginam, mas tem um coração enorme. Envio-lhe sempre mensagens depois dos jogos,
nunca mais me esqueço que casou, foi de lua-de-mel para o Algarve e curiosamente
eu nessa altura também estava de férias com amigos e o Sérgio
passou toda a semana connosco num convívio fantástico, a jogarmos às cartas à noite
com as famílias, ate aí ele odeia perder. É um ganhador nato, um amigo!
O Fonseca
era um grande central, um homem fantástico, muito tranquilo, está a fazer um
trabalho notável na Roma. Já o tinha feito no Paços
e no Shakhtar, fico contente com o seu sucesso. É um ganhador, um homem de
trabalho.
"Vim de Angola quando estalou a Guerra Civil em 1975"
Regressando a Angola,
as memórias que tenho é de jogar futebol com meus tios, o meu pai também foi um
grande jogador e o meu avô que já faleceu passava muito tempo com ele a jogar
futebol e à malha - adorava e adoro jogar à malha! -, a minha família é do
futebol, o meu falecido tio Seninho era um craque que brilhou no FC
Porto e no Cosmos, um ser humano fantástico, que me ensinou muita coisa tal
como o meu pai. Foram os meus grandes
conselheiros no futebol.
Com que idade se mudou para Portugal e quais foram os motivos que o
levou a emigrar?
Vim de Angola
com sete anos, quando estalou a Guerra Civil em 1975. O meu pai decidiu vir
para Portugal com receio. Foi triste, adorava Angola
até ia à caça com meu pai.
Alguma vez houve a possibilidade de regressar a Angola
para jogar no Girabola?
Foi algo que gostava de ter feito?
Nunca fui convidado para jogar no
Girabola.
Começou a jogar futebol aos seis anos, nas escolinhas do FC
Porto, mas foi no Salgueiros
que fez toda a sua formação. Como era o Constantino naquela altura? Sempre
jogou como avançado?
Na minha formação jogava a
extremo direito, marcava muitos golos e tinha liberdade para não defender muito.
Era rápido e finalizava bem.
“Salgueiros merecia estar na I Liga pelos adeptos que tem”
Constantino iniciou trajeto no futebol sénior no Salgueiros |
Foi ao serviço do Salgueiros
que se estreou no futebol sénior, numa altura em que o emblema
de Paranhos começava a construir as bases que o levariam a uma memorável
década de 1990. Que balanço faz da sua passagem pela equipa principal dos
salgueiristas? O que correu mal para não ter jogado tanto?
Joguei na I
Liga com Rodolfo Reis, António Fidalgo e Festas, todos eles apostaram em
mim. O Festas tinha sido meu capitão de equipa, foi meu treinador várias vezes,
apostou sempre em mim no Salgueiros
e no Leça, era um grande treinador e um homem fantástico. O Rodolfo Reis
também apostou sempre, aliás, com o Leça na I
Liga fiz grande épocas com ele a treinador. E o Festas também.
O Salgueiros
acabou por extinguir o futebol sénior em 2004 e regressar em 2008, estando
presentemente a militar no Campeonato
de Portugal. Como viu a queda e o renascimento de um clube que lhe diz
tanto? O que o Salgueiros
representa para si?
Fico contente com o renascer do Salgueiros,
é um clube de que gosto e que muito merecia estar na I
Liga pelos adeptos que o seguem para todo lado, independentemente da divisão
em que jogue.
Passou por Recreio
de Águeda e Desp.
Aves, mas foi no União de Lamas, com 21 golos em 35 jogos, que relançou
verdadeiramente a carreira. Quais as principais memórias que tem do tempo que
passou em cada um destes clubes?
No Recreio
de Águeda fui emprestado pelo Salgueiros,
foi o Fidalgo que me levou, depois de ter sido meu treinador no Salgueiros,
o primeiro ano da II
Liga. Depois o Fidalgo saiu e entrou o grande capitão Mário Wilson. Foi um
prazer ter sido seu jogador, um ser humano fantástico, ensinou-me muita coisa,
tinha um relacionamento fantástico com ele, íamos sempre almoçar às
quartas-feiras – eu, ele e o Jorge Amaral, que era nosso guarda-redes e hoje comentador
desportivo na CMTV, um amigo ia com ele de boleia e um grande ser humano.
No ano seguinte fui emprestado ao
Desp.
Aves, um grande clube. Fico triste de ver o Desp.
Aves na situação em que está, pois era um clube, que pagava a tempo e horas.
Enfim, investidores…
No União de Lamas renasci
novamente com Prof. Nery a treinador e fiz 28 golos já sem contrato com Salgueiros.
Fui dispensado pelo mister Filipović, com quem fui campeão na II Divisão e subimos
à I
Divisão. O Salgueiros
tinha um plantel forte e por isso fui dispensado, com tristeza minha, mas
entendi. Naquela altura tive dois anos de empréstimo e as opções foram outras,
o Filipović é um homem fantástico, mas saí chateado porque gostava do Salgueiros.
Acordei no União de Lamas, fiz
uma grande época. Agradeço a todos, mas em especial ao Prof. Nery, que
infelizmente já faleceu, e ao meu amigo e compadre Jorge Faria, foi ele na
altura que me indicou ao União de Lamas quando estava sem clube após acabar
contrato com Salgueiros.
Ele jogava a lateral direito e é um amigo para toda vida. Do União de Lamas
salto para o Leça, a melhor opção da minha vida.
“No Levante chamavam-me pequeno Romário”
No Levante fui muito feliz. Na
altura fui para a II Divisão B espanhola e subimos à II
Liga facilmente. Tínhamos uma grande equipa, um ambiente fabuloso e uma união
enorme. Fui colega de dois portugueses, Juba e o Veiga, este último um grande guarda-redes
e um amigo para toda a vida.
Ainda ano passado estive em Valência
numa homenagem do clube à equipa que subiu de divisão em 1999. Foi
impressionante. Fomos homenageados antes do jogo Levante-Leganés para a Liga Espanhola.
Foi impressionante 35 mil pessoas de pé a gritar por nós ao fim de 20 anos. Os
adeptos pediram para tirar fotos, diziam ‘Tino, una foto’ e chamavam-me de
pequeno Romário. Eu dizia que Romário é muito grande, mas ficava contente
compararem Tino Bala e Romário. Adoro o Levante, fico feliz de as pessoas ainda
hoje se recordarem de mim, no Facebook tenho muitos seguidores do clube.
Em Espanha
partilhou o balneário com o luso-guineense
Juba, que em 2008 foi dado como morto, vítima de acidente de viação, mas que,
segundo sabemos, está vivo. Mantém contacto com ele? O que aconteceu ao certo?
Falei com ele há cerca de seis
anos, não sabia nada dele. Na altura a morte dele foi uma polémica enorme, mas
foi mentira.
“Campomaiorense é um grande clube e a família Nabeiro é gente fantástica”
Constantino jogou no Campomaiorense em 2000 |
Em 2000 regressou a Portugal para jogar no Campomaiorense, mas foi
pouco utilizado. O que se passou e que recordações tem do ano em que jogou no
Alentejo?
O Campomaiorense é um clube muito
grande, com gente fantástica e umas condições como poucos clubes tinham, era o mister
Carlos Manuel o treinador e foi ele que pediu para eu ir para o clube. Joguei pouco
mas marquei três golos e todos eles valeram pontos. Dizia-lhe a ele e ao Abílio,
esse grande craque e amigo de quem sou adjunto há alguns anos, que se não fosse
para o Campomaiorense a equipa tinha descido.
Tínhamos uma grande equipa e ficámos
na I
Liga. O Carlos Manuel é um grande treinador e um homem fantástico, ainda
fui ao Bar Sport TV com o Abílio e fartámo-nos de rir com as histórias do
balneário. O Campomaiorense é grande clube, com o grande Rui Nabeiro e a família,
gente fantástica da Delta Cafés que nunca se esquecem de mim. Fui convidado
para o aniversário do clube e para a inauguração de uma herdade em Campo Maior.
No Campomaiorense partilhou o balneário com outro grande treinador
português da atualidade, Marco
Silva. Como era ele na altura?
Era humildade como pessoa e já se
via que ia ser treinador pelas conversas que tinha. Vai ter sucesso novamente. É
um grande treinador um amigo.
Depois do Campomaiorense voltou a jogar por União de Lamas e Leça,
passando posteriormente por Tondela,
onde foi campeão distrital? Como era o emblema beirão naquele tempo? Quando lá
jogou em 2004-05, pensou ser possível o clube atingir a I
Liga dez anos depois?
Para o Tondela
fui convidado pelo presidente Gilberto Coimbra, grande homem que adora o Tondela.
Subimos e fomos campeões, mas na altura o campo estava em obras, treinávamos no
pelado e eu dizia vou matar as minhas costas a jogar num pelado aos 37 anos no
pelado. Também treinávamos na relva, mas apanhávamos campos prelados e claro
que tínhamos que treinar no pelado. Não terminei lá a época, mas fui campeão.
Tínhamos uma grande equipa no Tondela,
um grande clube que hoje está na I
Liga com grande mérito e condições fantásticas.
Treinou Bruno Fernandes no Boavista: “Adorava treinar e jogar. É um ser humano fantástico e humilde”
Constantino e Abílio Novais no Boavista |
Comecei no Leça, onde estive três
anos, tendo sido adjunto de Jorge Goncalves e Madureira, com quem subimos da III
Divisão à II B. Depois fui adjunto do Madureira nos seniores do Boavista
na II Divisão B. O Boavista
é um clube fantástico, mesmo na II Divisão B arrastava muita gente, com adeptos
fantásticos.
Mais tarde o meu grande amigo Abílio
Novais levou-me para os juniores do Boavista,
mantivemos a equipa no campeonato nacional e quem era nosso jogador era o Bruno
Fernandes, hoje no Manchester United. O seu sucesso não me surpreende, pois
adorava treinar e jogar, é um ser humano fantástico e sempre humilde. Estivemos
cerca de quatro anos nos juniores do Boavista.
Foi um orgulho trabalhar naquele clube.
Depois fui com Abílio para o
Canidelo e subimos de divisão de Honra para a de Elite. Foi um clube que gostei
muito, com condições fantásticas. Estivemos lá ano e meio.
De seguida fomos para o Vila FC, onde
fizemos na Divisão de Elite uma época fantástica, interrompida devido à
pandemia de covid-19.
Ainda estávamos na taça distrital, mas foi tudo suspenso. Adorei estar no
clube, as pessoas eram fantásticas e os adeptos acompanham sempre o clube.
Presentemente estou no Avintes, mais
uma vez como adjunto do Abílio. Temos um plantel fantástico, íamos em 1.º
lugar, mas a covid-19
interrompeu o campeonato. Espero que recomece e que consigamos subir, pois o
Avintes é um grande clube, com condições e gente fantástica, que merece outra divisão.
Ser treinador adjunto é algo que
adoro e que é a minha cara, brincar com os jogadores, dizer-lhes ‘tranquilo, não
jogas hoje, mas isto dá voltas’. Ser adjunto é ser amigo dos jogadores, dar
concelhos e, claro, ajudar o treinador. Adoro ser adjunto do Abílio Novais,
merece outos palcos e é um grande treinador e um ser humano fantástico. Temos
um grande preparador físico, o Francisco, que é um menino, mas sabe muito; e o
Valdemar, um grande treinador de guarda-redes. Uma equipa técnica que termina
com Tino Bala a adjunto. Adoro ser adjunto do Abílio, ele é como o Sérgio
Conceição: odeia perder! Alem de ser seu adjunto, é um amigo de muitos anos.
E relativamente a treinadores, quais os que mais o marcaram?
No Leça tive grandes treinadores e
todos eles foram importantes, mas destaco Carlos Manuel, Rodolfo Reis, Festas,
Joaquim Teixeira, Vitor Manuel e prof Nery; na formação do Salgueiros,
o Zé da Costa; no Recreio
de Águeda o Mário Wilson e no FC
Porto o Costa Soares. O mister Vítor Manuel obrigava-me no Leça a ficar no
fim treino a fazer finalização e dizia que eu ia ser o melhor marcador do
campeonato. Fui bota de bronze no Leça com 15 golos, com a ajuda de toda uma equipa
fantástica.
Fale-nos um pouco sobre o seu trabalho na gestão de infraestruturas
desportivas municipais em Matosinhos. O que faz ao certo e quando surgiu essa
possibilidade?
A Matosinhosport é empresa de
desporto da Câmara Municipal de Matosinhos. Na altura foi o meu amigo Miguel
Vaz que me disse que a Matosinhosport precisa de um funcionário, então enviei o
meu currículo e fui chamado. Adoro o que faço, estou no Pavilhão de Leça do Balio,
onde há treinos de patinagem e futsal. Assisto aos jogos e tenho um
relacionamento fantástico com todos. Agradeço à Matosinhosport a oportunidade
ser seu funcionário.
Acompanho sempre resultados da seleção
e recordo aquele Mundial em que defrontou Portugal. Angola
tinha uma grande seleção
e jogou também com o Irão. Está lá o meu amigo Fernando Pereira a treinador também.
Ultimamente não tenho seguido campeonato, que também teve o Carlos Manuel e o
Vitor Manuel a treinadores.
Entrevista realizada por Romilson Teixeira
Rodolfo Reis Dias is a registered architect in his native Portugal and has collaborated with award-winning practices in Lisbon and Madeira and more recently New York City and Los Angeles.rodolfo reis
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