segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

Um goleador com sotaque alentejano. Quem se lembra de Vítor Madeira?

Vítor Madeira brilhou no Vitória de Setúbal e no Estoril
Um dos melhores futebolistas alentejanos de todos os tempos, um avançado que contabilizou 246 jogos e 58 golos ao longo de onze épocas a competir na I Divisão e que deixou marca no futebol português nas décadas de 1970 e 1980. Vítor Madeira era um ponta de lança que também poderia assumir outras funções no ataque, e que se destacava pela sua rapidez, versatilidade, qualidade técnica e habilidade goleadora.
 
Nascido em Beja em setembro de 1953, era o mais novo de cinco irmãos futebolistas – os outros eram Joaquim, João, Rui e Nói –, e começou a dar nas vistas no clube da terra, o Desportivo de Beja. No verão de 1973 mudou-se para o Vasco da Gama, de Sines, para onde foi pela mão de Vicente Lucas e onde criou raízes e deu nas vistas, tendo contribuído para a conquista do título da Série D da III Divisão Nacional em 1975-76 e consequente promoção à II Divisão.
 
Após quatro anos no Litoral Alentejano, deu o salto para o Vitória de Setúbal, clube pelo qual mais se notabilizou. Com 12 golos na época de estreia (1977-78), foi o melhor marcador dos sadinos nessa e na temporada seguinte (com nove golos, tal como Vítor Baptista), numa altura em que os setubalenses já não viviam o seu período áureo. Pelo meio representou durante alguns meses o First Portuguese, do Canadá, e foi chamado em várias ocasiões aos trabalhos da seleção nacional, mas não chegou a estrear-se de quinas ao peito.
 
 
Haveria ainda de passar dois anos no Estoril, com uma primeira época (1982-83) muito positiva (nove golos na I Divisão), e outros tantos no Marítimo, tendo ajudado os madeirenses a subir ao primeiro escalão em 1985. Tanto para a Amoreira como para a Pérola do Atlântico viajou a convite do treinador Mário Nunes.
 
 
Já na reta final da carreira regressou ao Bonfim para contribuir para a promoção à I Divisão em 1986-87 e para a obtenção de um honroso quinto lugar no patamar maior do futebol português em 1988-89. Nesta segunda passagem pelos sadinos ainda foi bastante utilizado, apesar da concorrência de peso de nomes como Manuel Fernandes, Rui Jordão, Aparício ou Jorge Cadete. “A equipa tinha descido de divisão e o [presidente] Fernando Oliveira convidou-me a regressar dado que o objetivo era tentar de novo a subida. E assim aconteceu. Nesta fase foram mais cinco épocas no Vitória de Setúbal, clube no qual ainda hoje sou uma referência e que me diz muito”, afirmou, citado pelo livro Glórias do Passado, de José Saúde.
 
 
Haveria de se despedir dos relvados ao ajudar o Vasco da Gama de Sines a sagrar-se campeão nacional da III Divisão em 1990-91.
 






 
 

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