Um goleador com sotaque alentejano. Quem se lembra de Vítor Madeira?
Vítor Madeira brilhou no Vitória de Setúbal e no Estoril
Um dos melhores futebolistas
alentejanos de todos os tempos, um avançado que contabilizou 246 jogos e 58
golos ao longo de onze épocas a competir na I
Divisão e que deixou marca no futebol português nas décadas de 1970 e 1980.
Vítor Madeira era um ponta de lança que também poderia assumir outras funções
no ataque, e que se destacava pela sua rapidez, versatilidade, qualidade
técnica e habilidade goleadora.
Nascido em Beja em setembro de
1953, era o mais novo de cinco irmãos futebolistas – os outros eram Joaquim,
João, Rui e Nói –, e começou a dar nas vistas no clube da terra, o Desportivo
de Beja. No verão de 1973 mudou-se para o Vasco
da Gama, de Sines, para onde foi pela mão de Vicente Lucas e onde criou raízes
e deu nas vistas, tendo contribuído para a conquista do título da Série D da
III Divisão Nacional em 1975-76 e consequente promoção à II Divisão. Após quatro anos no Litoral
Alentejano, deu o salto para o Vitória
de Setúbal, clube pelo qual mais se notabilizou. Com 12 golos na época de
estreia (1977-78), foi o melhor marcador dos sadinos
nessa e na temporada seguinte (com nove golos, tal como Vítor Baptista), numa
altura em que os setubalenses
já não viviam o seu período áureo. Pelo meio representou durante alguns meses o
First Portuguese, do Canadá, e foi chamado em várias ocasiões aos trabalhos da
seleção nacional, mas não chegou a estrear-se de quinas ao peito.
Haveria ainda de passar dois anos
no Estoril,
com uma primeira época (1982-83) muito positiva (nove golos na I
Divisão), e outros tantos no Marítimo,
tendo ajudado os madeirenses
a subir ao primeiro
escalão em 1985. Tanto para a Amoreira como para a Pérola do Atlântico
viajou a convite do treinador Mário Nunes.
Já na reta final da carreira
regressou ao Bonfim
para contribuir para a promoção à I
Divisão em 1986-87 e para a obtenção de um honroso quinto lugar no patamar
maior do futebol português em 1988-89. Nesta segunda passagem pelos sadinos
ainda foi bastante utilizado, apesar da concorrência de peso de nomes como
Manuel Fernandes, Rui Jordão, Aparício ou Jorge
Cadete. “A equipa tinha descido de divisão e o [presidente] Fernando
Oliveira convidou-me a regressar dado que o objetivo era tentar de novo a
subida. E assim aconteceu. Nesta fase foram mais cinco épocas no Vitória
de Setúbal, clube no qual ainda hoje sou uma referência e que me diz muito”,
afirmou, citado pelo livro Glórias do Passado, de José Saúde.
Haveria de se despedir dos
relvados ao ajudar o Vasco
da Gama de Sines a sagrar-se campeão nacional da III Divisão em 1990-91.
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