domingo, 28 de junho de 2020

Os 10 jogadores com mais jogos pelo Fafe na I Divisão

O plantel do Fafe na única presença do clube na I Divisão, em 1988-89
Fundado a 28 de junho de 1958, a Associação Desportiva de Fafe nasceu da fusão de dois clubes do concelho, o Sporting Clube de Fafe e Futebol Clube de Fafe.

Após ter passado até ao início da década de 1970 entre a III Divisão Nacional e a I Distrital da AF Braga, o emblema minhoto estabeleceu-se na II Divisão – Zona Norte e, ao cabo de duas décadas, conseguiu uma inédia promoção à I Divisão em 1988.


Em 1987-88 o Fafe, orientado por José Rachão, beneficiou da regra que nessa temporada permitia a promoção dos dois primeiros classificados de cada uma das três zonas da II Divisão e da punição administrativa aplicada ao Famalicão, que alegadamente teria aliciado o Macedo de Cavaleiros, para ser promovido ao patamar maior do futebol português.

Seguiu-se uma época na I Divisão. Se os justiceiros beneficiaram dos regulamentos para subir, foram prejudicados pelos mesmos na única participação entre a elite nacional, uma vez que desciam cinco equipas e o Fafe terminou o campeonato precisamente como a primeira equipa abaixo da chamada linha de água.

Desde então que os fafenses têm andado pelas divisões secundárias do futebol português. Em 2016-17 participou na II Liga. Antes já tinha tido protagonismo na Taça de Portugal ao chegar às meias-finais em 1976-77 e 1978-79.

Durante essa única presença na I Divisão, 22 futebolistas representaram o Fafe. Vale por isso a pena recordar os 10 que o fizeram por mais vezes.



10. Padinha (29 jogos)

Paulo Padinha
Médio ofensivo emprestado pelo Benfica após seis épocas sem grande utilização na Luz, mas nas quais conquistou dois campeonatos (1982-83 e 1983-84), teve em Fafe finalmente a possibilidade de jogar com regularidade ao mais alto nível.
Embora tivesse atuado em 29 das 38 jornadas, apenas foi titular em 18 jogos, tendo apontado quatro golos, diante de Farense (dois), Académico Viseu e Vitória de Guimarães.
Depois terminou a ligação ao Benfica e vinculou-se ao Torreense, então na II Liga.



9. Quim (30 jogos)

Quim
Muito antes da passagem do Fafe pela I Divisão, o guarda-redes defendeu a baliza no clube minhoto em 1972-73, numa temporada em que os fafenses concluíram a zona norte da II Divisão em quarto lugar, atrás de Académica, Varzim e Sp. Braga.
Entretanto voltou ao FC Porto, passou pelo Sp. Espinho e esteve durante uma década no Marítimo antes de regressar aos justiceiros em 1987-88 para subir à I Divisão e chegar aos quartos de final da Taça de Portugal, etapa em que o Fafe sofreu uma derrota tangencial (0-1) no Estádio da Luz.
No patamar maior do futebol nacional disputou 30 jogos e sofreu 36 golos, números insuficientes para impedir a despromoção.
Entretanto continuou a jogar na I Divisão ao serviço de Beira-Mar, Penafiel e Gil Vicente, mas em 1993-94 regressou a Fafe para meia época em que não saiu do banco na II Divisão B.



8. Flávio (31 jogos)

Flávio
Extremo luso-venezuelano, reforçou o Fafe no verão de 1987 já depois de ter jogado na I Divisão ao serviço de Académico Viseu, Marítimo, Recreio de Águeda e Varzim. Aos 30 anos, contribuiu com oito golos para a promoção dos minhotos ao primeiro escalão na época de estreia.
Em 1988-89 continuou no clube e foi bastante utilizado no patamar maior do futebol português, ainda que tenha dividido os 31 jogos que disputou entre a titularidade (16) e a entrada a partir do banco de suplentes (15). Nessa temporada somou seis remates certeiros, apontados frente a Boavista, Sp. Braga (dois), Portimonense, Beira-Mar e Desp. Chaves.
Após a descida de divisão voltou ao Varzim e prosseguiu a carreira nas divisões secundárias.



7. Rogério Leite (31 jogos)

Rogério Leite
Disputou 31 jogos tal como Flávio, mas esteve em campo durante mais 476 minutos – 2139 contra 1663. Médio natural de Felgueiras e formado no Vitória de Guimarães, saltou do Amarante, então na III Divisão, diretamente para o Fafe, no primeiro escalão.
Apesar do enorme salto, conseguiu disputar 31 jogos na I Divisão, 23 dos quais na condição de titular, e marcou um golo, ao Beira-Mar.
Na época seguinte continuou no clube, na II Divisão, mas depois voltou ao patamar maior do futebol português com as camisolas de Sp. Braga e Famalicão.



6. Sérgio (31 jogos)

Sérgio Abreu
Também disputou 31 minutos, mas acumulou 2415 minutos, um número superior ao de Rogério Leite e Flávio. E só não amealhou mais porque falhou alguns encontros devido a estar na tropa em Chaves.
Central nascido na cidade francesa de Bezons, mas formado no Fafe, subiu à equipa principal em 1985, estreou-se ainda antes de completar 18 anos e fez parte do trajeto que culminaria com a promoção à I Divisão em 1988. “Para mim, recordo essa época como o início do que viria a ser uma carreira bonita na I Divisão e que guardo na memória, como sendo a única época (infelizmente) do Fafe, na principal divisão do futebol português. Fui dos poucos fafenses a representar, juntamente com o Gomes, o clube na I Divisão”, afirmou numa entrevista publicada em 2013.
Em estreia no patamar maior do futebol português, cumpriu 31 jogos (29 a titular) e marcou um golo, na derrota em Alvalade frente ao Sporting. “Foi de cabeça. Cruzamento do Zé Albano, antecipei-me ao Venâncio e fiz um golo ao monstro das balizas portuguesas, na altura, Vítor Damas. Foi, como podem perceber, um orgulho enorme estar a representar o meu clube do coração e fazer o meu primeiro golo, num estádio cheio e logo contra um grande de Portugal. Se não me engano, foi o último golo que o falecido Damas sofreu em Alvalade”, contou.
Após a despromoção continuou na I Liga ao serviço de Tirsense (1989 a 1991), Sp. Braga (1991 a 1999) e Santa Clara (1999-00).


Cláudio

5. Cláudio (34 jogos)

Defesa central brasileiro proveniente da Portuguesa, reforçou o Fafe no verão de 1987 e foi um dos esteios da equipa que conseguiu subir à I Divisão e chegar aos quartos de final da Taça de Portugal.
No primeiro escalão disputou 34 encontros, todos como titular, não conseguindo evitar a despromoção.
Na época seguinte continuou no clube, na II Divisão, e depois prosseguiu a carreira no Felgueiras, na II Divisão B.



4. Gomes (34 jogos)

José Luís Gomes
Disputou 34 jogos tal como Cláudio, mas esteve em campo durante mais 92 minutos – 3045 contra 2953. Médio natural de Fafe e formado no Fafe, fez um trajeto similar ao de Sérgio, quatro anos mais jovem.
José Luís Gomes iniciou o seu trajeto na equipa principal em 1981-82, temporada marcada pela descida à III Divisão. No ano seguinte voltou à II Divisão e em 1987-88 foi titularíssimo na caminhada que culminou na promoção ao patamar maior do futebol português e à chegada aos quartos de final da Taça de Portugal.
Na época passada na I Divisão disputou 34 jogos (todos a titular) e marcou um golo, ao Académico Viseu.
Após a despromoção deixou o clube da terra, mas não voltou a jogar entre a elite nacional, tendo prosseguido a carreira na II Divisão e depois II Liga em clubes como Varzim, Louletano e Académica.


3. Figueiredo (36 jogos)

Figueiredo
Defesa central experiente, chegou ao Fafe no verão de 1986, quando o clube militava na II Divisão, depois de ter jogado no primeiro escalão ao serviço de União de Leiria, Amora, Rio Ave, Boavista e Penafiel e de ter atuado pela seleção nacional B em fevereiro de 1982 num encontro frente à Alemanha em que jogou ao lado de Diamantino, Manuel Fernandes e Jaime Magalhães.
Na segunda temporada nos fafenses ajudou a equipa a ascender à I Divisão e a atingir os quartos de final da Taça de Portugal. Seguiu-se uma época no Minho entre a elite do futebol nacional. Aos 35 anos, envergou a braçadeira de capitão e disputou 35 partidas (32 a titular), mostrando-se incapaz para evitar a descida de divisão.
Após a despromoção continuou no clube por mais um ano, na II Divisão. Depois pendurou as botas, tendo voltado ao ativo em 1993-94 para atuar pelo Cabeceirense, de Cabeceiras de Basto, nos distritais da AF Braga.


2. Grosso (36 jogos)

Carlos Grosso
Lateral esquerdo formado no Vitória de Setúbal, mas sem grandes chances na equipa principal dos sadinos, chegou a Fafe no verão de 1987 para ajudar o clube minhoto a subir à I Divisão e atingir as meias-finais da Taça de Portugal.
Seguiu-se uma temporada como titular indiscutível entre a elite do futebol português, tendo cumprindo 36 encontros (todos a titular). Ainda assim, foi impotente para evitar a despromoção.
Após a descida de divisão mudou-se para o Belenenses, então a militar na I Divisão, e depois prosseguiu a carreira nos campeonatos nacionais secundários.


1. José Albano (37 jogos)

José Albano
Extremo de baixa estatura (1,69 m) e muito rápido, foi uma espécie de amuleto da sorte para muitas equipas que procuravam subir à I Divisão: Desp. Chaves em 1985, Sp. Espinho em 1987, 1992 e 1996, Estrela da Amadora em 1993 e Campomaiorense em 1995. Seis promoções! É obra!
Três anos após se ter estreado no primeiro escalão ao serviço do FC Porto, mudou-se para Fafe, mas não deu sorte à equipa. Marcou cinco golos em 37 jogos (32 a titular), é verdade, mas foi impotente para evitar a despromoção. Sp. Espinho (dois), Nacional, Leixões e Desp. Chaves foram as vítimas do atacante natural de Sesimbra.
Na época seguinte continuou no Fafe e depois prosseguiu a carreira no Louletano, um dos poucos clubes que não conseguiu ajudar a subir.
















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