O plantel do Fafe na única presença do clube na I Divisão, em 1988-89 |
Após ter passado até ao início da
década de 1970 entre a III Divisão Nacional e a I Distrital da AF
Braga, o emblema minhoto
estabeleceu-se na II Divisão – Zona Norte e, ao cabo de duas décadas, conseguiu
uma inédia promoção à I
Divisão em 1988.
Em 1987-88 o Fafe, orientado por
José Rachão, beneficiou da regra que nessa temporada permitia a promoção dos
dois primeiros classificados de cada uma das três zonas da II Divisão e da
punição administrativa aplicada ao Famalicão, que alegadamente teria aliciado o
Macedo de Cavaleiros, para ser promovido ao patamar
maior do futebol português.
Seguiu-se uma época na I
Divisão. Se os justiceiros beneficiaram dos regulamentos para subir, foram
prejudicados pelos mesmos na única participação entre a elite
nacional, uma vez que desciam cinco equipas e o Fafe terminou o campeonato
precisamente como a primeira equipa abaixo da chamada linha de água.
Desde então que os fafenses têm
andado pelas divisões secundárias do futebol português. Em 2016-17 participou
na II Liga. Antes já tinha tido protagonismo na Taça
de Portugal ao chegar às meias-finais em 1976-77 e 1978-79.
Durante essa única presença na I
Divisão, 22 futebolistas representaram o Fafe. Vale por isso a pena
recordar os 10 que o fizeram por mais vezes.
10. Padinha (29 jogos)
Paulo Padinha |
Embora tivesse atuado em 29 das
38 jornadas, apenas foi titular em 18 jogos, tendo apontado quatro golos,
diante de Farense
(dois), Académico Viseu e Vitória
de Guimarães.
Depois terminou a ligação ao Benfica
e vinculou-se ao Torreense, então na II Liga.
9. Quim (30 jogos)
Quim |
Entretanto voltou ao FC
Porto, passou pelo Sp. Espinho e esteve durante uma década no Marítimo
antes de regressar aos justiceiros em 1987-88 para subir à I
Divisão e chegar aos quartos de final da Taça
de Portugal, etapa em que o Fafe sofreu uma derrota tangencial (0-1) no
Estádio da Luz.
No patamar
maior do futebol nacional disputou 30 jogos e sofreu 36 golos, números
insuficientes para impedir a despromoção.
Entretanto continuou a jogar na I
Divisão ao serviço de Beira-Mar, Penafiel
e Gil
Vicente, mas em 1993-94 regressou a Fafe para meia época em que não saiu do
banco na II Divisão B.
8. Flávio (31 jogos)
Flávio |
Em 1988-89 continuou no clube e
foi bastante utilizado no patamar
maior do futebol português, ainda que tenha dividido os 31 jogos que
disputou entre a titularidade (16) e a entrada a partir do banco de suplentes
(15). Nessa temporada somou seis remates certeiros, apontados frente a
Boavista, Sp.
Braga (dois), Portimonense,
Beira-Mar e Desp. Chaves.
Após a descida de divisão voltou
ao Varzim e prosseguiu a carreira nas divisões secundárias.
7. Rogério Leite (31 jogos)
Rogério Leite |
Apesar do enorme salto, conseguiu
disputar 31 jogos na I
Divisão, 23 dos quais na condição de titular, e marcou um golo, ao
Beira-Mar.
Na época seguinte continuou no
clube, na II Divisão, mas depois voltou ao patamar
maior do futebol português com as camisolas de Sp.
Braga e Famalicão.
6. Sérgio (31 jogos)
Sérgio Abreu |
Central nascido na cidade
francesa de Bezons, mas formado no Fafe, subiu à equipa principal em 1985,
estreou-se ainda antes de completar 18 anos e fez parte do trajeto que
culminaria com a promoção à I
Divisão em 1988. “Para mim, recordo essa época como o início do que viria a
ser uma carreira bonita na I
Divisão e que guardo na memória, como sendo a única época (infelizmente) do
Fafe, na principal divisão do futebol português. Fui dos poucos fafenses a
representar, juntamente com o Gomes, o clube na I
Divisão”, afirmou
numa entrevista publicada em 2013.
Em estreia no patamar
maior do futebol português, cumpriu 31 jogos (29 a titular) e marcou um
golo, na derrota em Alvalade frente ao Sporting.
“Foi de cabeça. Cruzamento do Zé Albano, antecipei-me ao Venâncio e fiz um golo
ao monstro das balizas portuguesas, na altura, Vítor Damas. Foi, como podem
perceber, um orgulho enorme estar a representar o meu clube do coração e fazer
o meu primeiro golo, num estádio cheio e logo contra um grande de Portugal. Se
não me engano, foi o último golo que o falecido Damas sofreu em Alvalade”, contou.
Após a despromoção continuou na I
Liga ao serviço de Tirsense (1989 a 1991), Sp.
Braga (1991 a 1999) e Santa
Clara (1999-00).
5. Cláudio (34 jogos)
Defesa central brasileiro
proveniente da Portuguesa, reforçou o Fafe no verão de 1987 e foi um dos
esteios da equipa que conseguiu subir à I
Divisão e chegar aos quartos de final da Taça
de Portugal.
No primeiro
escalão disputou 34 encontros, todos como titular, não conseguindo evitar a
despromoção.
Na época seguinte continuou no
clube, na II Divisão, e depois prosseguiu a carreira no Felgueiras, na II
Divisão B.
4. Gomes (34 jogos)
José Luís Gomes |
José Luís Gomes iniciou o seu
trajeto na equipa principal em 1981-82, temporada marcada pela descida à III
Divisão. No ano seguinte voltou à II Divisão e em 1987-88 foi titularíssimo na
caminhada que culminou na promoção ao patamar
maior do futebol português e à chegada aos quartos de final da Taça
de Portugal.
Na época passada na I
Divisão disputou 34 jogos (todos a titular) e marcou um golo, ao Académico
Viseu.
Após a despromoção deixou o clube
da terra, mas não voltou a jogar entre a elite
nacional, tendo prosseguido a carreira na II Divisão e depois II Liga em clubes
como Varzim, Louletano
e Académica.
3. Figueiredo (36 jogos)
Figueiredo |
Na segunda temporada nos fafenses
ajudou a equipa a ascender à I
Divisão e a atingir os quartos de final da Taça
de Portugal. Seguiu-se uma época no Minho
entre a elite
do futebol nacional. Aos 35 anos, envergou a braçadeira de capitão e disputou
35 partidas (32 a titular), mostrando-se incapaz para evitar a descida de
divisão.
Após a despromoção continuou no
clube por mais um ano, na II Divisão. Depois pendurou as botas, tendo voltado
ao ativo em 1993-94 para atuar pelo Cabeceirense, de Cabeceiras de Basto, nos
distritais da AF
Braga.
2. Grosso (36 jogos)
Carlos Grosso |
Seguiu-se uma temporada como
titular indiscutível entre a elite
do futebol português, tendo cumprindo 36 encontros (todos a titular). Ainda
assim, foi impotente para evitar a despromoção.
Após a descida de divisão
mudou-se para o Belenenses,
então a militar na I
Divisão, e depois prosseguiu a carreira nos campeonatos nacionais
secundários.
1. José Albano (37 jogos)
José Albano |
Três anos após se ter estreado no
primeiro
escalão ao serviço do FC
Porto, mudou-se para Fafe, mas não deu sorte à equipa. Marcou cinco golos
em 37 jogos (32 a titular), é verdade, mas foi impotente para evitar a
despromoção. Sp. Espinho (dois), Nacional,
Leixões e Desp. Chaves foram as vítimas do atacante natural de Sesimbra.
Na época seguinte continuou no
Fafe e depois prosseguiu a carreira no Louletano,
um dos poucos clubes que não conseguiu ajudar a subir.
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