Neste dia em 1984, o FC Porto disputou a sua primeira final europeia. Recorde a caminhada até Basileia
FC Porto atingiu a final da Taça das Taças em 1983-84
Finalista vencido da Taça
de Portugal em 1982-83, o FC
Porto ficou apurado para a Taça das Taças da época seguinte por força de o
vencedor da prova
rainha, o Benfica,
ter sido também campeão nacional.
A caminhada portista
na competição foi iniciada por José
Maria Pedroto, que comandou a equipa nas duas primeiras eliminatórias, antes
de ser substituído por António Morais em dezembro de 1983 por motivos de saúde,
pois sofria de cancro e o seu estado de saúde estava a piorar. O primeiro obstáculo dos dragões
foram os croatas do Dínamo Zagreb, que na altura ainda integravam a
Jugoslávia. Na primeira-mão, no Estádio Maksimir, os azuis
e brancos foram derrotados por 2-1. Zlatko Kranjčar bisou para a equipa da
casa, aos 25 e 85 minutos, tendo o primeiro golo sido apontado na conversão de
um penálti. Pelo meio, Fernando Gomes chegou a empatar para os portistas
(65’).
No segundo jogo, nas Antas, o nulo
manteve-se até bem perto do final, ao minuto 85, quando Gomes marcou o golo que
deu o apuramento ao FC
Porto, por via da regra dos golos fora.
Seguiram-se os escoceses do Rangers,
numa eliminatória com um desfecho idêntico à anterior. Tal como em Zagreb, os dragões
perderam por 2-1 no Estádio Ibrox, em Glasgow, por 2-1. Alexander Clark (35
minutos) e David Mitchell (84’) marcaram para os escoceses
antes de o recém-entrado Jacques reduzir para os azuis
e brancos já nos minutos finais (86’).
Contudo, nas Antas o FC
Porto voltou a beneficiar de uma vitória pela margem mínima, valendo-se
novamente de um golo solitário de Fernando Gomes, aos 52 minutos.
Entretanto, deu-se a alteração no
comando técnico, com António Morais a suceder a Pedroto,
embora este continuasse presente, como uma espécie de conselheiro. Nos quartos de final, o FC
Porto mediu forças com o Shakhtar
Donetsk, na altura denominado Shakhtar
Stalino, ainda nos tempos da União Soviética. Ao contrário das rondas
anteriores, os dragões
começaram a eliminatória em casa e arrancaram a ferros uma vitória por 3-2,
depois de terem estado a perder por 0-2. Após Sergei Morozov (seis minutos) e Mikhail
Sokolovskiy (37’) terem adiantado os ucranianos,
Jaime
Pacheco reduziu no final da primeira parte na conversão de um penálti (41’),
Frasco
empatou no início do segundo tempo (47’) e Jacques completou a reviravolta (70’),
numa atura em que Frasco
e Morozov já tinham sido expulsos (60’).
Duas semanas depois, a 21 de
março de 1984, os azuis
e brancos foram ao Estádio Olimpiyskyi empatar a um golo, resultado que
permitiu carimbar o apuramento para as meias-finais. Viktor Grachev abriu o
ativo para os soviéticos
à passagem da hora de jogo (63 minutos), tendo o irlandês Mickey Walsh reposto
a igualdade pouco depois (72’).
O último obstáculo antes da
final foi o detentor do troféu, os escoceses do Aberdeen, então orientados
por Alex
Ferguson e que na
época anterior haviam batido o Real Madrid na final. Nas Antas, o FC
Porto voltou a vencer pela margem mínima, novamente com um golo solitário
de Fernando Gomes, aos 14 minutos.
Duas semanas depois, no dia em
que se comemorava o 10.º aniversário da Revolução dos Cravos, o FC
Porto foi à Escócia vencer por 1-0, graças a um golaço de Vermelhinho aos
76 minutos, um grande remate depois de uma arrancada galopante pelo corredor
direito.
Na final, que teve lugar
no Estádio St. Jakob, em Basileia, na Suíça, a 16 de maio de 1984, o FC
Porto teve pela frente uma grande Juventus.
Às ordens do treinador Giovanni
Trapattoni estavam craques como Michel
Platini, Paolo Rossi, Marco Tardelli, Zbigniew Boniek, Claudio Gentile, Gaetano
Scirea e Antonio Cabrini.
Servido por Platini,
Beniamino Vignola arrancou pela meia esquerda e rematou ainda de fora da área
para o fundo das redes de Zé
Beto, que apenas esboçou uma reação, logo aos 12 minutos. O FC
Porto reagiu bem e chegou ao empate à passagem da meia hora, graças a um remate
disferido por António Sousa também de fora da área. Porém, ainda antes do intervalo
Boniek aproveitou uma saída em falso do guarda-redes
portista para devolver a vantagem à vecchia
signora, num lance no qual os jogadores azuis
e brancos ficaram a pedir falta sobre João
Pinto. No que concerne à segunda parte,
destaque para um penálti não assinalado por mão de Scirea na área italiana aos
82 minutos.
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