O campeão pelo Sporting que se tornou Pai de Santo. Quem se lembra de Afonso Martins?
Afonso Martins representou Portugal nos Jogos Olímpicos de Atlanta
Médio ofensivo canhoto dotado de
qualidade técnica e visão de jogo, nasceu na Póvoa de Varzim, mas emigrou para França
com a família ainda em criança, tendo crescido futebolisticamente nas camadas
jovens do Nancy.
Em 1991-92 estreou-se na Ligue
1, quando tinha apenas 18 anos, embora não tivesse conseguido impedir a
descida de divisão. No entanto, continuou a dar nas vistas no segundo escalão
gaulês, o que fez com que em abril de 1995 começasse a ser chamado às seleções
jovens nacionais, no caso a de sub-21. No mesmo ano assinou um contrato
de sete anos com o Sporting,
com o aval de Carlos
Queiroz, e começou por justificar a aposta, tendo totalizado 87 jogos e
sete golos nas primeiras épocas de leão
ao peito, tendo vencido a Supertaça
Cândido de Oliveira referente ao ano de 1995, mas já conquistada no último
dia de abril de 1996, com vitória sobre o FC
Porto em Paris (3-0). Uma semana antes, havia marcado o golo que valeu o
triunfo sobre os dragões
nas meias-finais da Taça
de Portugal. Também em 1996 esteve presente no
Campeonato da Europa de sub-21
e nos Jogos Olímpicos de Atlanta, tendo marcado dois golos à Tunísia
na caminhada até às meias-finais do torneio. Apesar da boa primeira temporada
em Alvalade,
a verdade é que foi paulatinamente perdendo espaço e brilho nas duas épocas que
se seguiram, ao ponto de ser colocado na lista de dispensas no verão de 1998.
Porém, recusou-se a deixar o Sporting
e nem sequer admitiu ser emprestado, pelo que esteve durante quase um ano e
meio a treinar à parte. No final de 1999, já com Augusto
Inácio no comando técnico, foi finalmente reintegrado no plantel, tendo
participado em dois jogos na campanha que culminou na conquista
do histórico título nacional de 1999-00 e ainda em três encontros na
caminhada até à final
da Taça de Portugal.
Contudo, nas duas temporadas que
se seguiram foi relegado para a equipa B, tendo apenas participado num jogo da Taça
de Portugal em 2000-01 e noutro em 2001-02, o que lhe valeu o estatuto de
vencedor do troféu na última época. No verão de 2002 chegou finalmente
ao final do tal contrato de sete anos e assinou a custo zero pelo Moreirense,
clube no qual teve grande impacto, ao apontar nove golos e seis assistências em
28 jogos em 2002-03, ajudando os cónegos
então orientados por Manuel
Machado a fazer uma época tranquila.
Já não foi tão feliz no Vitória
de Guimarães em 2003-04 (14 jogos, zero golos e permanência garantida mesmo
a acabar o campeonato) e no regresso ao Moreirense
em 2004-05 (24 jogos, um golo e descida à II
Liga).
Antes de pendurar as botas ainda
representou o Lixa
em 2006-07, na II Divisão B. Embora se mantenha muito reservado,
assumiu-se publicamente em 2015 como fiel de uma religião chamada Candomblé, ao
utilizar o pseudónimo “Afonso
de Xango” no Facebook para refletir e comunicar com os fiéis, sendo tratado
por Pai – Pai de Santo – no seio dessa comunidade.
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