sábado, 2 de novembro de 2024

“Não sou a Gina Lollobrigida nem a Marilyn Monroe, mas também tenho um belo rabo”. As melhores frases de Trapattoni

Trapattoni orientou e guiou o Benfica ao título nacional em 2004-05
Futebolista de topo na década de 1960 e um dos técnicos mais titulados de sempre, Giovanni Trapattoni é um dos poucos treinadores a ter vencido quatro ligas europeias (italianaalemãportuguesa e austríaca), o único a ter conquistado Taça dos Campeões EuropeusTaça UEFA, Taça das Taças, Supertaça Europeia e Taça Intercontinental e um dos poucos que ergueu Taça dos Campeões Europeus, Taça das Taças e Taça Intercontinental como jogador e treinador.
 
É também um homem incomum, com um discurso nem sempre coerente ou harmonioso e no qual incluía neologismos e conceitos inventados pelo próprio.
 
“Encontrámos o nosso fio elétrico condutor”, disse um dia. “Não vamos contratar um jogador qualquer para fazer qualquerismos”, afirmou noutra ocasião.
 
Tinha também um estilo inato para a confrontação, gostava de falar alto e quando se irritava cometia gafes e não fazia amigos. “Ícaro voava, mas Ícaro era um estúpido, raios o portam”, atirou certo dia. Na verdade, a lenda dizia que Ícaro sonhava voar, mas não voava, e até morreu por causa desse sonho.
 
Desde que começou a falar com regularidade à imprensa, quando se tornou treinador na década de 1970, até se retirar, em 2013, que repetia princípios de jogo e algumas ideias. Até as que se foram tornando desatualizadas. “Não sou Gina Lollobrigida nem a Marilyn Monroe e não mereço tanta atenção, embora saiba que também tenho um belo rabo”, afirmou, algures em 2012 ou 2013, numa altura em que Gina Lollobrigida já tinha cerca de 85 anos e Marilyn Monroe já havia morrido há meio século.

 
Antigo defesa natural de uma localidade nos arredores de Milão, representou as camadas jovens e a equipa principal do AC Milan, clube pelo qual conquistou tudo o que havia para conquistar entre 1957 e 1971.
 
Após pendurar as botas começou a trabalhar como treinador na formação dos rossoneri, acabando por assumir interinamente o comando da equipa principal em 1973-74, tendo sido convidado para se tornar no treinador definitivo em 1975.
 
A primeira aventura como técnico não correu propriamente bem, mas redimiu-se quando assumiu a rival Juventus em 1976-77. Combinando o velho rigor defensivo italiano com uma liberdade de movimentos inspirada no “futebol total” neerlandês, arrebatou tudo o que havia para ganhar ao longo de uma década em Turim. Além dos troféus internacionais já citados, venceu ainda seis campeonatos e duas taças.
 
Seguiram-se cinco anos também gloriosos no Inter de Milão: uma Taça UEFA, um campeonato e uma supertaça.
 
Haveria ainda de regressar à Juventus para vencer a Taça UEFA, conquistar a Alemanha ao leme do Bayern Munique e passar pela Fiorentina e pela seleção italiana antes de ser convidado para treinar o Benfica no verão de 2004.
 
Pragmático, manteve a estrutura da equipa construída e oleada pelo espanhol José Antonio Camacho nos dois anos anteriores, com Moreira na baliza, Luisão e Ricardo Rocha no eixo defensivo, Miguel e Fyssas nas laterais, Petit e Manuel Fernandes no duplo pivot do meio-campo, Zahovic atrás do ponta de lança, Geovanni e Simão Sabrosa nas alas e Nuno Gomes na frente de ataque. Depois, a dinâmica da época fez com que Quim passasse a ser o guarda-redes titular, Manuel dos Santos maioritariamente escolhido para a lateral esquerda e Zahovic preterido ao ponto de até ter rescindido quando Nuno Assis foi contratado.

 
Perante a concorrência de um FC Porto instável e que havia batido no teto depois de conquistar a Liga dos Campeões e de um Sporting irregular, o treinador italiano guiou o Benfica ao primeiro título nacional desde 1993-94. Nessa época, 65 pontos em 34 jogos bastaram, num dos mais emocionantes campeonatos de sempre.
 
Para a conquista desse campeonato muito contribuíram a magia de Simão, os golos ao cair do pano da arma secreta Mantorras, os desempenhos menos conseguidos dos rivais, a vitória na penúltima jornada sobre o Sporting na Luz com golo de Luisão e um empate no jogo do título, no Bessa.  
 
Uma semana após o fim da I Liga, Trapattoni teve a possibilidade de levar o Benfica à dobradinha, mas perdeu a final da Taça de Portugal para o Vitória de Setúbal. Deixou o cargo porque tinha o desejo de voltar a Itália, para estar mais perto dos netos, mas acabou por assinar pelo Estugarda poucas semanas depois.




 
 




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