segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Meio-campo do Amora ganha qualidade de passe com Tiago Feiteira

Tiago Feiteira regressa ao Amora proveniente do Sintrense
O Amora tem passado discreto nesta janela do mercado de transferências, o que não significa que esteja a atuar no acerto. Mauro de Almeida, que nas últimas três épocas exerceu o cargo de vice-presidente da SAD do Sintrense, assumiu a direção geral da sociedade desportiva amorense e apressou-se a levar consigo Tiago Feiteira, médio nascido e com grande parte do percurso feito essencialmente na margem sul do Tejo, mas na última temporada atuou no conjunto de Sintra.

Não será fácil encontrar jogadores no Campeonato de Portugal dotados de uma qualidade de passe superior à deste centrocampista natural de Almada. A curta, média ou longa distância, junto ao relvado ou por alto, para o pé, cabeça ou em profundidade, a entrega de bola do jogador formado no Sporting e no Vitória de Setúbal é pautada pela grande precisão. Não era por acaso que era o homem das bolas paradas do Sintrense.


No 3x5x2 (ou 5x3x2) da formação orientada por Tiago Zorro, Feiteira encaixava no vértice mais recuado do triângulo do meio-campo, o que lhe permitia mostrar-se aos defesas durante a construção de jogo e a partir daí começar a pensar os ataques do conjunto amarelo e azul e a fazer a bola rolar através dos seus passes certeiros. Além disso, é capaz de deixar a bola jogável mesmo em situações de aperto, saindo a jogar ou endereçando o esférico a um companheiro.

No fundo, funcionava como organizador de jogo apesar de ser o médio que atuava mais atrás, fazendo uso de uma assinalável leitura de jogo para a divisão em que compete. Na terminologia do futebol italiano, quem desempenha essa função é apelidado de regista e Paulo Sousa e Andrea Pirlo foram alguns dos melhores a interpretá-la.

Dos magos dos tempos áureos do calcio ao Campeonato de Portugal vão anos e anos-luz de distância, mas não deixa de ser prazeroso encontrar talentos no terceiro escalão do futebol português.  E Feiteira é um deles, até porque consegue conciliar alguma classe e qualidade de execução nos momentos ofensivos com a boa leitura de jogo que lhe permite também em termos defensivos ganhar os lances na antecipação e ser a principal referência da sua equipa na recuperação de bola. Era por isso um dos esteios de um Sintrense que à data da interrupção das competições ocupava o quinto lugar da Série D, apenas atrás de Olhanense, Real SC, Alverca e Louletano.

O futebol de Tiago Feiteira merecia melhores relvados e campeonatos, mas os seus 27 anos - comemora 28 dia 6 - já são considerados uma idade avançada para muitos dirigentes de clubes das ligas profissionais, que olham cada vez mais para questões extradesportivas. Quem ganha com isto é o Amora, que já teve o jogador nas suas fileiras em 2016-17.

Além do antigo médio do Sintrense, Marcos Silva e Matheus Souza (ambos ex-Praiense) e Dwann (ex-Esperança de Lagos), Janú Silva (ex- Tulsa Roughnecks, dos EUA) são outros dos reforços que vão aguçando o apetite de quem gosta do Amora, que terá ainda Pedro Hipólito (ex-Anadia, 3.º classificado da Série C na época passada) como treinador e Diogo Fonseca (ex-Praiense, 1.º classificado da Série C em 2019-20) como diretor desportivo.






















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