domingo, 19 de abril de 2020

Os 10 jogadores com mais internacionalizações por Angola

Dez jogadores emblemáticos da história dos Palancas Negras
Nação independente desde 11 de novembro de 1975, Angola é representada por uma seleção nacional de futebol desde 8 de fevereiro de 1976, quando os Palancas Negras disputaram o primeiro jogo da sua história, numa derrota com o Congo em Brazzaville (2-3).

No ano seguinte, a 26 de junho de 1977, a seleção angolana defrontou pela primeira vez uma congénere não africana, Cuba, tendo vencido por 1-0.


Porém, foram necessários mais ano para ver Angola disputar uma qualificação para um Campeonato do Mundo, no caso o de 1986, tendo sido eliminada pela Argélia. 

Ainda assim, havia ainda mais e melhor para conseguir. Em 1996, a seleção angolana participou pela primeira vez numa Taça das Nações Africanas, tendo repetido a presença em 1998, 2006, 2008, 2010, 2012, 2013 e 2019. Em 2008 e 2010, neste último ano na condição de anfitriã, logrou os melhores desempenhos no CAN: os quartos de final.

Antes, em 2006, viveu o momento mais alto da sua história ao participar no Campeonato do Mundo da Alemanha, despedindo-se dignamente com dois empates e uma derrota (diante de Portugal) nos três jogos da fase de grupos.

Em pouco mais de 44 anos de história, Angola construiu a maior vitória da sua história em 23 de abril de 2000, quando goleou a Suazilândia por 7-1 em Luanda. Três meses depois ascendeu ao 45.º lugar do ranking FIFA, a posição mais alta que alguma vez ocupou na hierarquia do futebol mundial.

No total, mais de três centenas de futebolistas vestiram a camisola dos Palancas Negras. Vale por isso a pena recordar os dez que o fizeram por mais vezes.


10. António Neto (59 jogos)

António Neto
Defesa que fez toda a carreira no 1º de Agosto, desde o início da década de 1990 até pouco depois da viragem do milénio, teve um percurso paralelo ao serviço da seleção angolana, tendo somado 59 internacionalizações entre 1992 e 2001.
A estreia aconteceu no Cairo, a 11 de outubro de 1992, numa derrota entre o Egito (0-1) durante a fase de qualificação para o Mundial 1994. Já a despedida aconteceu nove anos depois, a 14 de novembro de 2001, numa derrota com Portugal em Lisboa (1-5), num encontro que terminou mais cedo do que o previsto por escassez de jogadores angolanos em campo – o que aconteceu também por culpa de António Neto, um dos quatro jogadores expulsos.
Pelo meio, marcou um golo com a camisola dos Palancas Negras numa visita ao Zimbabué (2-1) em 31 de janeiro de 1993, numa partida relativa ao apuramento para o Mundial 1994, e esteve em todos os jogos que Angola disputou nas Taças das Nações Africanas de 1996 e 1998.


9. Job (64 jogos)

Job
Ricardo Job Estevão tinha apenas 19 anos e ainda jogava no ASA quando se estreou pela seleção angolana a 4 de abril de 2007, numa receção em Cabinda ao Congo, num encontro que terminou empatado a zero.
Depois o extremo transferiu-se para o Petro de Luanda e tornou-se num jogador emblemático do emblema tricolor, ao qual já está vinculado desde 2008, e somou mais 63 internacionalizações.
Durante este período apontou sete golos pelos Palancas Negras, o primeiro dos quais ao Benim a 1 de junho de 2008, num encontro de qualificação para o Mundial 2010.
Embora se mantenha no ativo e tenha protagonismo no Petro de Luanda, já não joga pela seleção desde 9 de setembro de 2018, quando defrontou o Botsuana em Luanda numa partida da fase de apuramento para o CAN 2019.
Em 2010, o “miúdo maravilha” efetuou dois jogos na Taça das Nações Africanas que se disputou em solo africano, numa altura em que estava a ser apontado ao Benfica.



8. Mateus Galiano (68 jogos)

Mateus Galiano
Outro atacante que ainda está no ativo, mas este com um histórico maior na seleção angolana e também no futebol europeu. A data da estreia pela equipa nacional não é consensual, uma vez que as várias bases de dados remetem para diferentes jogos e porque há dúvidas sobre o reconhecimento oficial de algumas competições em que as seleções angolanas participam.
O zerozero considera que a estreia aconteceu a 18 de julho de 2004, num duelo com o Botsuana para a Taça COSAFA 2004, quando o avançado estava vinculado ao Sporting. Já o transfermarkt refere que o primeiro jogo foi numa receção ao Zimbabué em outubro desse ano, quando Mateus representava o Casa Pia, da II Divisão B portuguesa. Por outro lado, as bases de dados RSSSF e National Football Teams dizem que a estreia aconteceu somente a 29 de abril de 2006, frente às Maurícias, numa goleada por 5-1 em que até marcou, numa fase em que já jogava na I Liga lusa com a camisola do Gil Vicente.
Os dados, como se pode ver, carecem da confirmação de uma entidade oficial, mas de acordo com as bases de dados que consideramos mais fidedignas, Mateus terá um total de 67 internacionalizações e 12 golos pelos Palancas Negras.
O que é certo é que Mateus participou no Mundial 2006 e nas edições de 2008, 2012, 2013 e 2019 da Taça das Nações Africanas. Com 15 encontros disputados, é o futebolista angolano com mais jogos em fases finais.



7. André Macanga (70 jogos)

André Macanga
Internacional pela primeira vez a 26 de setembro de 1999, numa vitória sobre a Namíbia (1-0) em Luanda na primeira mão da final da Taça COSAFA, que os Palancas Negras viriam a conquistar. Nessa altura, o médio representava o Salgueiros, na I Liga portuguesa.
Seguiram-se mais 69 internacionalizações e dois golos, à Costa do Marfim em novembro de 2007 e a Malta em outubro de 2009.
Entretanto, participou no Campeonato do Mundo de 2006 e nas edições de 2006, 2008 e 2012 da Taça das Nações Africanas. Foi precisamente no CAN 2012 que se despediu da seleção angolana, com uma derrota às mãos da Costa do Marfim, a 30 de janeiro.
No ano seguinte pendurou as botas e tornou-se treinador, tendo feito parte da equipa técnica da Angola em 2014 e 2016, chegando a assumir interinamente o cargo de selecionador. Atualmente orienta o Recreativo do Libolo.


6. Kali (73 jogos)

Kali
Central possante, que começou a carreira nas divisões secundárias de Portugal, no Montijo e no Barreirense, chegou à I Liga portuguesa e à seleção angolana quase em simultâneo, no segundo semestre de 2001. A 14 de novembro desse ano, já na condição de jogador do Santa Clara, estreou-se pelos Palancas Negras num jogo diante de Portugal que não chegou ao fim.
Entretanto estabeleceu-se como um titular indiscutível na equipa nacional de Angola, tendo vencido a Taça COSAFA 2004 e marcado presença no Mundial 2006 e nas edições de 2006, 2008, 2010 e 2012 da Taça das Nações Africanas.
Em 73 internacionalizações, não marcou qualquer golo. O último jogo foi a 22 de dezembro de 2011, com a Namíbia, mas ainda foi chamado para o CAN 2012, prova em que não foi utilizado.


5. Yamba Asha (77 jogos)

Yamba Asha
Lateral esquerdo que se evidenciou no 1º Maio Benguela (1995 a 1999), ASA (2000 a 2006) e Petro Luanda (2007 e 2011), estreou-se pela seleção angolana a 9 de abril de 2000 numa vitória no Suazilândia (1-0) em jogo a contar para a fase de qualificação do Mundial 2002.
A partir daí estabeleceu-se como uma peça importante nos Palancas Negras, tendo contribuído para as conquistas da Taça COSAFA em 2001 e 2004. Também foi influente no apuramento para o Campeonato do Mundo de 2006, mas falhou a fase final após um teste antidoping positivo.
Voltaria à seleção após o Mundial e ajudou a carimbar a qualificação para o CAN 2008, a única fase final em que viria a participar, tendo disputado os quatro jogos de Angola.
Despediu-se da equipa nacional num empate a zero com os Camarões em Portugal a 14 de outubro de 2009, encerrando aí um percurso de 77 internacionalizações e um golo, apontado ao Níger a 8 de junho de 2008, num jogo da fase de qualificação do Mundial 2010.


4. Akwá (78 jogos)

Akwá
Um dos principais rostos da ascensão da seleção angolana desde a segunda metade da década de 1990 até à participação no Mundial 2006. Tanto assim foi que que Akwá estreou-se pelos Palancas Negras durante a qualificação para o CAN 1996, o primeiro em que Angola marcou presença, e despediu-se após o último jogo no Campeonato do Mundo.
Este avançado tinha apenas 17 anos e tinha acabado de trocar o Nacional de Benguela pelo Benfica quando se estreou pela seleção angolana, a 8 de janeiro de 1995, numa vitória sobre Moçambique em Luanda (1-0). Três meses depois, marcou os dois primeiros golos pela equipa nacional num triunfo caseiro sobre a Guiné Conacri (3-0).
Depois de ter estado no CAN 1996 quando representava o Alverca por empréstimo de águias, também esteve no de 1998, numa fase em que estava vinculado à Académica, e contribuiu para o triunfo na Taça COSAFA 2001, já depois de se ter mudado para o futebol do Qatar, onde permaneceu durante oito anos.
A 8 de outubro de 2005 escreveu a página mais bonita da história do futebol angolano ao apontar o golo de uma vitória no Ruanda que assegurou o apuramento para o Mundial 2006, despedindo-se da seleção na fase final do torneio, tendo sido titular nos três jogos.
14 anos volvidos, é ainda o melhor marcador de sempre dos Palancas Negras, com 39 golos.



3. Love Cabungula (79 jogos)

Love Cabungula
Love serviu a seleção entre 2001 e 2016, o que faz dele um dos jogadores com maior longevidade de sempre na equipa nacional de Angola. Afinal, foram 15 anos e 82 dias entre a primeira e a última internacionalização. Ainda assim, foi sempre uma espécie de eterno suplente, por culpa da feroz concorrência de Akwá, Flávio, Mantorras ou Manucho.
A estreia pelos Palancas Negras aconteceu a 7 de janeiro de 2001, numa vitória sobre o Lesoto no Essuatíni (2-0). Seguiram-se mais 78 internacionalizações e 11 golos, tendo vencido a Taça COSAFA 2004 e marcado presença nas edições de 2006, 2008, 2010 e 2012 da Taça das Nações Africanas, assim como no Campeonato do Mundo 2006.
Despediu-se aos 37 anos, a 29 de março de 2016, numa derrota às mãos da RD Congo (0-2) num jogo de qualificação para a CAN 2017. Paralelamente, fez carreira no Girabola com as camisolas de ASA, 1º de Agosto, Petro de Luanda, Kabuscorp, Recreativo de Caála e Sagrada Esperança.
Após pendurar as botas tornou-se treinador e desde 2018 que integra os quadros da Federação Angolana de Futebol.


2. Gilberto (89 jogos)

Gilberto
16 anos e 14 dias foi o tempo que passou entre a primeira e a 89.ª e última internacionalização do médio/extremo esquerdo Gilberto. A estreia aconteceu a 20 de junho de 1999, quando tinha apenas 16 anos, num empate em Luanda diante da África do Sul (2-2), a contar para o CAN 2000.
Dois anos depois venceu a CAN sub-20 e a Taça COSAFA e participou no Campeonato do Mundo de sub-20, numa campanha que só terminou nos oitavos de final aos pés da Holanda de Van der Vaart, Huntelaar e Arjen Robben.
Entretanto trocou o Petro de Luanda pela melhor equipa africana da altura, os egípcios do Al Ahly, e tornou-se um dos imprescindíveis da seleção angolana, tendo feito grande parte do apuramento para o Mundial 2006. Porém, sofreu uma grave lesão no tendão de Aquiles que o fez falhar não só a fase final do Campeonato do Mundo como a do CAN 2006.
Ainda assim, foi a tempo de participar por quatro vezes na Taça das Nações Africanas, em 2008, 2010, 2012 e 2013. O percurso de 16 anos, 89 internacionalizações e 10 golos foi encerrado a 4 de julho de 2015, numa vitória sobre a Suazilândia (2-0) em Luanda.
22 dias depois, num jogo do seu Benfica de Luanda frente ao Progresso do Sambizanga, caiu repentinamente inanimado, ficou inconsciente durante 20 minutos e acabou por pendurar as botas na sequência desse incidente. Entretanto trocou o relvado pelo gabinete e é atualmente o coordenador da formação do Petro de Luanda.



1. Flávio (91 jogos)

Flávio
Mais um avançado que participou ativamente nos anos dourados da seleção angolana. Após ter despontado no Petro de Luanda, Flávio estreou-se pela equipa nacional num empate diante de Argélia (2-2) em Luanda a 8 de outubro de 2000, a contar para a fase de qualificação para o CAN 2002.
Entretanto foi conquistando progressivamente o seu espaço, apesar da concorrência de Akwá, Mantorras e Love, tendo participado ativamente na qualificação para o Mundial 2006, no qual fez história ao tornar-se o primeiro – e por enquanto único – jogador angolano a marcar um golo num Campeonato do Mundo, e logo no único jogo que disputou. Em Leipzig, na Alemanha, Flávio entrou aos 51 minutos e apenas precisou de nove em campo para marcar ao Irão, disferindo um bom golpe de cabeça ao segundo poste na sequência de um cruzamento de Zé Kalanga a partir do flanco direito. 
Antes já tinha brilhado no CAN 2006, prova em que marcou três golos. Repetiu esse registo no CAN 2010. No currículo conta ainda com participações nas edições de 2008 e 2012 da Taça das Nações Africanas. Foi precisamente no último CAN que disputou, em 2012, que encerrou a sua carreira internacional de 91 jogos e 34 golos, despedindo-se num empate (2-2) com o Sudão.






















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