sexta-feira, 8 de novembro de 2024

O guarda-redes do Sporting nos 3-6 e finalista da Taça por três clubes. Quem se lembra de Lemajic?

Lemajic sofreu 31 golos em 34 jogos pelo Sporting entre 1993 e 1995
Zoran Lemajic foi um dos melhores guarda-redes do futebol português durante a primeira metade da década de 1990. Chegou a Portugal relativamente tarde, quando já tinha 28 anos, mas foi bem a tempo de fazer história, pois esteve em quatro finais da Taça de Portugal por três clubes: Farense em 1989-90, Boavista em 1992-93 e Sporting em 1993-94 e 1994-95.
 
Depois de representar os kosovares do Prishtina, este jugoslavo de origem montenegrina deixou os Balcãs no verão de 1989. “Recebi um convite de um grande empresário que tinha estado ligado ao New York Cosmos. Tinha colocado grandes jogadores da América. Houve então a hipótese de ir a Portugal e fui treinar ao Farense, que estava na II Divisão. O Paco Fortes era o treinador. Gostou do que fiz e disse-me que já não ia embora”, recordou ao Maisfutebol em outubro de 2017.
 
Na primeira época em Faro, subiu à I Divisão e ajudou os algarvios a atingir a final da Taça de Portugal, perdida para o Estrela da Amadora na finalíssima. Nas duas que se seguiram, contribuiu para a estabilização do Farense no primeiro escalão, com destaque para o 6.º lugar obtido em 1991-92.
 
 
No verão de 1992 deu o salto para o Boavista, tendo destronado o histórico Alfredo, conquistado a Supertaça Cândido de Oliveira diante do FC Porto e contribuído para a caminhada até à final da Taça de Portugal, perdida para o Benfica.
 
 
Após essa temporada no Bessa, transferiu-se na companhia do também guarda-redes Costinha para o Sporting, que procurava um substituto para Tomislav Ivkovic. Bobby Robson começou por apostar em Costinha, mas o sucessor Carlos Queiroz acabou por conceder a titularidade ao montenegrino a partir de meados de janeiro de 1994.
 
Nessa temporada esteve na baliza leonina nos célebres 3-6 com o Benfica. “Há uma parte importante: sofri seis golos e não tive culpa em nenhum. Ainda defendi quatro ou cinco. Aliás, nesse dia fui para casa tranquilo, não tive problemas com a massa associativa. Isso é sinal que fiz um bom trabalho. Fiz o que podia. Só não tive sorte. O João Pinto nunca mais marcou três golos na carreira dele. Naquele jogo marcava tudo. Podia estar lá Dassaev, Buffon, quem fosse... Perdemos por erros individuais e qualquer coisa mais. Ainda me lembro muito bem de todos os golos. Não dá para ter pesadelos, mas é duro”, lembrou o guardião, que também em 1993-94 ajudou os verde e brancos a chegar ao Jamor. Voltou a sair derrotado, desta feita pelo FC Porto, na finalíssima.  
 
 
Na época seguinte manteve a titularidade, mas perdeu-a para Costinha após a eliminação na Taça UEFA às mãos do Real Madrid, marcada por um lance no qual ficou mal na fotografia. Só voltou a jogar na última jornada do campeonato e entrou a um minuto do fim na final da Taça de Portugal, diante do Marítimo, para, finalmente, erguer o troféu que teimava em escapar-lhe por entre os dedos.
 
 
No verão de 1995 transferiu-se precisamente para o Marítimo, tendo passado um ano na Madeira antes de se mudar para a Escócia, onde terminou a carreira, aos 37 anos, ao serviço do Dunfermline.
 
 
Após pendurar as botas tornou-se treinador de guarda-redes, tendo trabalhado para a seleção da Sérvia e Montenegro, o Al Ahli do Qatar, o Arsenal Tivat de Montenegro e o Stade-Lausanne da Suíça. 






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