O búlgaro que se tornou no melhor marcador de sempre do Desp. Chaves. Quem se lembra de Radi?
Radi apontou 47 golos em 110 jogos pelo Desp. Chaves
O verão de 1986 foi escaldante
para Radi Zdravkov. O então médio ofensivo/avançado do CSKA Sófia, que por essa
altura comemorava o 30.º aniversário, representou a seleção
da Bulgária no Campeonato do Mundo disputado no México. Na terceira jornada
da fase de grupos, a 10 de junho, chegou mesmo a participar num encontro da
fase de grupos diante da Argentina
de Diego
Maradona, entrando aos 71 minutos, a tempo de assistir já dentro das quatro
linhas à assistência de el
pibe para Burruchaga, que sentenciou o 2-0 final.
Depois da eliminação, nos oitavos
de final às mãos do México,
voltou a focar-se na carreira a nível de clubes, e aproveitou para se exilar em
Portugal. “Bem, na Bulgária havia uma ditadura comunista e ninguém podia sair
do país com menos de 28 anos. Eu saí com 30. Queria jogar as qualificações para
o Euro 1988 e experimentar outro campeonato. Recebi o convite do Desp.
Chaves e não podia recusar”, contou ao Maisfutebol
em março de 2015. “Conseguimos ir ao Mundial, mas na Bulgária o governo e as
pessoas não estavam satisfeitos. Sofremos enormes críticas”, acrescentou o
jogador, 67 vezes internacional pelo seu país, entre 1975 e 1988. Em Trás-os-Montes teve impacto
imediato. “Fiz dois treinos e senti que o treinador [Raul Águas] ganhou logo
confiança em mim. E acho que não os enganei, fiz um bom papel em Chaves. Fora
do relvado tive a ajuda de um grande amigo, o Abreu. Estou-lhe eternamente
agradecido. Até uma entrevista ele me ajudou a dar, pois eu não falava bem em
português ainda. A cidade era pequena e linda, sentia que conhecia toda a
gente. Terei sempre a cidade de Chaves e o Desportivo
no meu coração”, prosseguiu o antigo atacante, que em três épocas conseguiu
tornar-se no melhor marcador de sempre do emblema
flaviense, com 47 golos, recorde que ainda detém.
Na temporada de estreia
contribuiu para o quinto lugar na I
Divisão que valeu o apuramento europeu da história do clube, e chegou mesmo
a faturar na Taça
UEFA com a camisola
azul-grená. “Esses anos em Chaves foram os meus melhores enquanto jogador.
A qualificação para as provas da UEFA foi o maior sucesso da história do clube.
Muitas pessoas ficaram surpreendidas, mas nós merecemos. A equipa era
fantástica”, recordou Radi, cujos 21 golos no campeonato em 1987-88 apenas
foram superados pelo sportinguista
Paulinho Cascavel.
Entretanto continuou no norte de
Portugal, mas noutras longitudes. Em 1989-90 passou sem sucesso pelo Sp.
Braga, porque não se adaptou ao estilo de jogo de Vítor Manuel. Na época
seguinte voltou a ser feliz com a camisola do Paços
de Ferreira, então comandado por Vítor Oliveira, ajudando os pacenses
a subir à I
Divisão. Já em 1990-91 contribuiu para a promoção do Felgueiras
de Mário Reis da II Divisão B à II
Liga.
Depois voltou à Bulgária, tendo terminado
a carreira em 1994. Após pendurar as botas tornou-se treinador e desde então
que tem passado por várias equipas da I Divisão do seu país.
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