quarta-feira, 1 de julho de 2020

Os 11 jogadores com mais jogos pelo Sporting na I Divisão

Dez jogadores que ficaram na história do Sporting Clube de Portugal
Fundado a 1 de julho de 1906 por dissidentes do Campo Grande Football Clube, entre os quais José Alvalade, o Sporting Clube de Portugal teve desde sempre o objetivo de se tornar “um grande clube, tão grande como os maiores da Europa”.

Depois de ter demonstrado a sua força no Campeonato de Lisboa e no Campeonato de Portugal nas primeiras décadas de existência, o emblema verde e branco não só foi um dos clubes que esteve na primeira edição na I Divisão, em 1934-35, como esteve em todas as edições da prova e é o terceiro clube com mais títulos (18).


Na contabilidade sportinguista entram dois bicampeonatos, três tris e um tetra, assim como seis dobradinhas.

Relativamente a futebolistas, foram quase sete centenas os que jogaram de leão ao peito na I Divisão. Vale a pena recordar os 11 que o fizeram por mais vezes.


11. José Carlos (248 jogos)

José Carlos
Defesa central internacional português proveniente da CUF, reforçou o Sporting no verão de 1962 e manteve-se em Alvalade até 1974.
Durante esses 12 anos disputou 248 jogos e marcou três golos na I Divisão, ao Olhanense em março de 1964, ao Benfica em dezembro de 1970 e ao Vitória de Guimarães em março de 1971.
Nesse período conquistou três campeonatos (1965-66, 1969-70 e 1973-74), quatro Taças de Portugal (1962-63, 1970-71, 1972-73 e 1973-74) e uma Taça das Taças (1963-64). Paralelamente somou 33 internacionalizações pela seleção nacional e marcou presença no Mundial 1966.
Em 1970 foi distinguido com o Prémio Stromp na categoria atleta profissional.
Após encerrar a ligação aos leões rumou ao Sp. Braga, quando já tinha 33 anos.



10. Travassos (248 jogos)

José Travassos
Disputou 248 jogos tal como José Carlos, mas esteve mais 345 minutos – 22 320 contra 21 975 -, até porque a regra das substituições só entrou em vigor após encerrar a carreira.
Tal como o defesa, com quem não se chegou a cruzar em Alvalade, chegou ao Sporting proveniente da CUF, mas em 1946 (e por 20 contos), para se tornar num dos emblemáticos cinco violinos, o quinteto ofensivo que guiou os leões ao seu período áureo, no final da década de 1940 e no início da de 1950.
Em 13 anos com a camisola verde e branca, o Zé da Europa - como ficou conhecido após se ter tornado no primeiro jogador português a atuar numa seleção europeia, em 1955 – venceu oito campeonatos (1946-47, 1947-48, 1948-49, 1950-51, 1951-52, 1952-53, 1953-54 e 1957-58), um recorde do clube a par dos também violinos Vasques e Albano, tendo marcado 106 golos na I Divisão.
De leão ao peito também venceu duas Taças de Portugal (1947-48 e 1953-54) e esteve na caminhada até à final da Taça Latina em 1949. Paralelamente somou 35 internacionalizações e seis golos pela seleção nacional.
Viria a encerrar o seu trajeto no clube a carreira de futebolista em 1959, aos 33 anos.
Em 1986 foi distinguido com o Prémio Stromp na categoria Saudade.
Viria a falecer a 12 de fevereiro de 2002, à beira de completar 76 anos.
Mais tarde, no dia em que foi colocada a primeira pedra do Pavilhão João Rocha, foi inaugurada a rua José Travassos, que faz a ligação entre a rua Francisco Stromp e a Av. Padre Cruz.



9. Carlos Xavier (249 jogos)

Carlos Xavier
Jogador polivalente e formado no clube, esteve 12 temporadas na equipa principal, mas terá sido titular indiscutível em apenas três. Para muitos, terá feito uma carreira aquém do esperado.
Capaz de fazer várias posições na defesa e no meio-campo, estreou-se de leão ao peito aos 18 anos, marcando um dos golos numa goleada caseira ao Amora em dezembro de 1980 (5-0). Na temporada seguinte formou uma dupla sólida com Eurico no eixo defensivo e conquistou o único título nacional da carreira, tendo vencido ainda a Taça de Portugal nessa época – e a Supertaça nos primeiros meses da temporada seguinte.
Apesar do início promissor de carreira, nem sempre conseguiu manter o lugar no onze, ao ponto de em 1986-87 ter sido emprestado à Académica. Até aí tinha disputado 118 jogos (99 a titular) e marcado seis golos no campeonato.
No regresso a Alvalade voltou a oscilar entre a titularidade e o banco de suplentes. Entre 1987-88 e 1989-90 atuou em 60 partidas (43 a titular) e marcou dois golos no campeonato e ajudou o Sporting a vencer a Supertaça em 1987, mas em 1990-91 Marinho Peres fez dele dono e senhor do lado direito da defesa, tendo participado em 35 encontros (todos a titular), transferindo-se para os espanhóis da Real Sociedad no final dessa época.
Haveria de regressar ao clube do coração em 1994, aos 32 anos, para mais duas épocas, nas quais disputou 36 jogos (19 a titular) e marcou seis golos, tendo conquistado nesta fase a Taça de Portugal em 1994-95 e a Supertaça 1995.
Enquanto jogou de leão ao peito somou seis internacionalizações pela seleção nacional, a primeira em dezembro de 1981 e a última em janeiro de 1991.



8. Azevedo (253 jogos)

Azevedo
Sempre de boné, Azevedo jogou pelo Sporting na I Divisão ao longo de 17 temporadas – e só não foram 18 porque não jogou em 1952-53, quando ainda fazia parte do plantel -, um recorde na história do clube e que tão depressa não será batido.
A estreia aconteceu em fevereiro de 1936, numa visita ao Boavista, meses depois de ter sido recrutado ao Luso do Barreiro. E o último jogo foi numa receção à Académica, em setembro de 1951, quase dois anos antes de ter rumado ao Oriental, onde haveria de encerrar a carreira.
Em mais de década e meia de leão ao peito esteve em 253 jogos e sofreu 378 golos no campeonato, tendo vencido o título nacional por oito vezes (1940-41, 1943-44, 1946-47, 1947-48, 1948-49, 1950-51, 1951-52 e 1952-53). Também venceu dez Campeonatos de Lisboa, dois Campeonatos de Portugal e quatro Taças de Portugal e esteve a caminhada até à final da Taça Latina em 1949.
Paralelamente jogou 17 vezes pela seleção nacional.
Após pendurar as botas tornou-se taxista no Barreiro e depois emigrou para Londres.
Em 1981 foi distinguido com o Prémio Stromp na categoria Saudade.
Viria a falecer a 3 de janeiro de 1991, aos 75 anos.


7. Pedro Barbosa (259 jogos)

Pedro Barbosa
Médio ofensivo/extremo que passou pela formação do FC Porto, foi recrutado ao Vitória de Guimarães em 1995 com o intuito de fazer Luís Figo, que tinha rumado ao Barcelona. Internacionalmente não teve uma carreira tão bonita como o antecessor, mas teve um trajeto mais glorioso em Alvalade.
Em dez anos de verde e branco, pautou por alguma irregularidade: tanto era capaz de jogadas e golos apenas ao alcance de grandes génios do futebol como fazia desesperar as bancadas ao parecer alhear-se em alguns jogos ou à lentidão em soltar a bola.
Porém, disputou 259 jogos (202 a titular) e marcou 40 golos. Logo na primeira época marcou nove golos na I Liga (e 15 em todas as competições) e venceu a Supertaça Cândido de Oliveira.
Poucos anos depois, fez parte da equipa que em 1999-00 interrompeu um jejum de 18 anos sem títulos nacionais, voltando a sagrar-se campeão dois anos depois. Também venceu a Taça de Portugal em 2001-02 e a Supertaça em 2000 e 2002 e participou na caminhada até à final da Taça UEFA em 2004-05.
Enquanto jogador do Sporting somou 15 internacionalizações e marcou quatro golos, tendo marcado presença no Euro 1996 e no Mundial 2002.
Em 2003 foi distinguido com o Prémio Stromp na categoria Futebolista.
Após pendurar as botas, em 2005, desempenhou funções na estrutura leonina, deixando o clube em definitivo em novembro de 2009.



6. Vasques (278 jogos)

Vasques
Mais um violino e mais um jogador proveniente da CUF, neste caso em 1946. Em 13 temporadas de leão ao peito, conquistou oito títulos nacionais – um recorde a par dos companheiros de ataque Travassos e Albano.
Entre 1946 e 1959, o “Malhoa” – alcunha que ganhou em alusão a um célebre pintor naturalista das Caldas da Rainha e um dos maiores nomes da pintura portuguesa – atuou em 278 jogos e marcou 188 golos no campeonato. Apenas Manuel Fernandes (191) e Peyroteo (332) marcaram mais golos do que ele de leão ao peito na I Divisão. Em 1950-51 marcou 29 golos (em 23 jogos) que lhe valeram o troféu de melhor marcador.
Nesse período sagrou-se campeão em 1946-47, 1947-48, 1948-49, 1950-51, 1951-52, 1952-53, 1953-54 e 1957-58, venceu duas Taças de Portugal (1947-48 e 1953-54) e um Campeonato de Lisboa (1946-47). Também esteve na caminhada até à final da Taça Latina em 1949.
Paralelamente disputou 26 jogos e marcou dois golos pela seleção nacional.
Despediu-se do clube em 1959, aos 33 anos, para jogar pelo Atlético na última época da carreira.
Sobrinho de Manuel Soeiro, antiga glória leonina, explorou a tabacaria do Estádio José Alvalade e trabalhou na Loja Verde após pendurar as botas.
 Em 1992 foi distinguido com o Prémio Stromp na categoria Saudade e viria a falecer em julho de 2003, aos 76 anos.



5. Oceano (307 jogos)

Oceano
Um de dois jogadores desta lista que não venceram qualquer título nacional pelo Sporting e o único futebolista de campo com mais de 230 jogos de leão ao peito que não foi campeão.
A sorte não esteve definitivamente do lado de Oceano, que representou o clube durante o jejum de 18 anos sem títulos entre 1982 e 2000. No caso concreto deste médio ofensivo, jogou com a camisola verde e branca entre 1984 e 1991 e entre 1994 e 1998.
Proveniente do Nacional da Madeira, impôs-se imediatamente de pedra e cal no onze leonino. Na primeira passagem pelo clube, disputou 202 jogos (189 a titular) e marcou 17 golos no campeonato, tendo ainda conquistado a Supertaça em 1987 e feito parte da caminhada até às meias-finais da Taça UEFA em 1990-91. Paralelamente, começou a ser chamado à seleção nacional, pela qual 54 jogos (e marcou oito golos), 31 dos quais enquanto jogador sportinguista.
Em 1991 rumou aos espanhóis da Real Sociedad tal como Carlos Xavier, mas voltou no verão de 1994 para mais quatro temporadas de leão ao peito. Nesta segunda passagem atuou em 105 partidas (102 a titular) e apontou 22 golos, tendo conquistado a Taça de Portugal em 1994-95 e a Supertaça em 1995. Também marcou presença no Euro 1996.
Foi distinguido com o Prémio Stromp na categoria Futebolista nos anos de 1988 e 1995.
Haveria de deixar o clube em 1998, aos 36 anos, para representar os franceses do Toulouse na última temporada da carreira.
Voltaria ao Sporting em 2010 para exercer as funções de treinador adjunto. Entretanto foi adjunto de Dominguez na União de Leiria e em 2012 voltou a Alvalade para assumir o comando técnico da equipa B e orientar interinamente a equipa principal.



4. Manuel Fernandes (326 jogos)

Manuel Fernandes
Mais um jogador proveniente da CUF. Avançado móvel, deu no verão de 1975 o salto para o Sporting, onde se tornou não só capitão e ídolo, mas também uma lenda viva.
Em 12 anos no clube do coração, participou em 326 encontros (323 a titular) e marcou 191 golos na I Divisão. Os 30 apontados em 1985-86 valeram-lhe o troféu de melhor marcador, mas foram quatro dos 17 que faturou na época seguinte que o eternizaram, na goleada por 7-1 sobre o eterno rival Benfica. Nesse período conquistou dois campeonatos (1979-80 e 1981-82), duas Taças de Portugal e uma Supertaça.
Paralelamente, representou a seleção nacional por 30 vezes e marcou sete golos. Porém, não foi chamado para o Euro 1984 nem para o Mundial 1986.
Em 1979 foi distinguido com o Prémio Stromp na categoria Atleta Profissional.
Apesar da veia goleadora exibida na altura, foi dispensado em 1987, aos 36 anos, para encerrar a carreira ao serviço do Vitória de Setúbal.
Haveria de regressar ao Sporting na condição de treinador. Primeiro em 1992-93 como adjunto de Bobby Robson, depois em 2000-01 como treinador principal, conseguindo guiar a equipa à conquista da Supertaça.
Desde 2011 que vai esporadicamente desempenhando algumas funções na estrutura do futebol leonino. Foi diretor responsável pela equipa B, líder o departamento de scouting e chefe do departamento de futebol. Atualmente é comentador na Sporting TV e uma espécie de relações públicas/embaixador do clube.



3. Rui Patrício (327 jogos)

Rui Patrício
Descoberto pelo antigo guarda-redes leonino Joaquim Carvalho (1958 a 1970) e apontado desde tenra idade como sucessor de Vítor Damas, foi formado no Sporting e estreou-se pela equipa principal ainda com idade de júnior, aos 18 anos, defendendo uma grande penalidade logo no primeiro jogo, numa visita ao Marítimo.
Na época seguinte roubou a titularidade ao sérvio Stojkovic e não mais a largou. Disputou 327 jogos e sofreu 281 golos na I Liga – em 2009/10, 2010/11, 2012/13, 2013/14, 2015-16 e 2017-18 foi mesmo totalista no campeonato.
Embora tenha representado os leões durante 12 temporadas, nunca conseguiu sagrar-se campeão nacional. Ainda assim, venceu duas Taças de Portugal (2007-08 e 2014-15), duas Supertaças (2008 e 2015) e uma Taça da Liga (2017-18).
Em 2016 foi distinguido com o Prémio Stromp nas categorias "Futebolista" e "Europeu".
Haveria de deixar o Sporting pela porta pequena, rescindindo unilateralmente no verão de 2018 após o ataque à Academia do clube, rumando aos ingleses do Wolverhampton.
Enquanto jogador dos leões somou 68 jogos pela seleção nacional, tendo feito parte da equipa que venceu o Euro 2016, marcando ainda presença nos Europeus de 2008 e 2012, nos Mundiais de 2014 e 2018 e na Taça das Confederações 2017.



2. Hilário (331 jogos)

Hilário
Para muitos, a maior lenda ainda viva da história do Sporting. Chegou ao clube em 1958, proveniente da filial de Lourenço Marques, de Moçambique, e jogou de leão ao peito durante 15 temporadas, até encerrar a carreira em 1973.
Lateral esquerdo emblemático, atuou em 331 jogos na I Divisão, mas apenas marcou um golo, num dérbi com o Belenenses, em janeiro de 1968. Venceu três campeonatos (1961-62, 1965-66 e 1969-70), três Taças de Portugal (1962-63, 1970-71 e 1972-73) e uma Taça das Taças (1963-64) durante a década e meia que passou em Alvalade.
Paralelamente disputou 40 jogos pela seleção nacional e foi titular indiscutível no Mundial 1966, torneio que Portugal concluiu em 3.º lugar.
Em 1965 foi distinguido com o Prémio Stromp na categoria de Atleta Profissional.
Após encerrar a carreira de futebolista iniciou a de treinador, tendo trabalhado no Sporting em 1973-74 e entre 1994-95 e 1996-97 como adjunto da equipa principal e em 2003-04 como adjunto da equipa B.



1. Damas (332 jogos)

Vítor Damas
Um dos melhores guarda-redes de sempre do futebol português, com uma longevidade incrível, uma vez que se estreou pela equipa principal do Sporting aos 19 anos, num empate a dois golos com o FC Porto em Alvalade a 12 de fevereiro de 1967, e despediu-se a 27 de novembro de 1988, também numa igualdade a dois golos, mas no terreno do Académico Viseu, aos 41.
Porém, Vítor Damas não defendeu a baliza leonina durante todo esse tempo. Depois de ter somado 229 jogos, 180 golos sofridos no campeonato e dois títulos nacionais (1969-70 e 1973-74) e três Taças de Portugal entre 1966-67 e 1975-76, transferiu-se para o Racing Santander, tendo passado quatro anos no clube espanhol.
Em 1980-81 voltou a Portugal pela porta do Vitória de Guimarães, onde passou dois anos, seguindo-se outros tantos na baliza do Portimonense.
Regressaria ao Sporting em 1984 para mais cinco temporadas. Nesse período participou em 103 jogos e sofreu 85 golos no campeonato e conquistou uma Supertaça (1987).
Paralelamente somou 28 internacionalizações pela seleção portuguesa – 27 enquanto representava o Sporting -, tendo marcado presença no Euro 1984 e no Mundial 1986.
Em 1969 foi distinguido com o Prémio Stromp na categoria Atleta Profissional.
Após pendurar as luvas orientou interinamente a equipa principal do Sporting em alguns jogos em 1989 e 1990, foi treinador de guarda-redes também do plantel principal durante a década de 1990 e comandou a equipa B em 2000-01.
Viria a falecer a 13 de setembro de 2003, aos 55 anos, vítima de cancro.
Porém, o Sporting tem eternizado o seu antigo guarda-redes em várias iniciativas: em 2009 atribuiu à baliza sul do Estádio José Alvalade o nome dele e em 2015, no dia em que foi colocada a primeira pedra do Pavilhão João Rocha, foi inaugurada a rua Vítor Damas nas imediações do estádio.





















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