terça-feira, 28 de outubro de 2025

“Esse é bom, mas o titular é o Bizarro.” Quando Pinto da Costa conheceu Vítor Baía

Pinto da Costa e Vítor Baía festejaram dezenas de títulos juntos
Um caso de amor – ou admiração – à primeira vista. A viver os primeiros tempos como presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa passou na rua da Constituição, em frente ao velhinho Campo da Constituição, e verificou uma “frequência anormal” de espetadores num jogo de juniores entre os dragões e o Marítimo.
 
O líder portista ficou a observar o jogo, atrás da baliza que ficava junto à entrada do campo, e reparou no guarda-redes da sua equipa. “Um jovem na baliza tinha uma anormal intuição, uma colocação perfeita e uma leitura do jogo surpreendente e fora do comum. Fiquei até final do jogo com toda a atenção para quem previa que iria ser uma estrela”, contou no livro Azul até ao Fim.
 
Após o apito final, Pinto da Costa foi perguntar ao diretor dos juniores, Raul Peixoto, seu “amigo e de enorme competência”, quem era aquele miúdo. A resposta foi: “Esse é bom, mas o titular é o Bizarro.”
 
O presidente do FC Porto não se ficou: “Pode ser muito bom esse Bizarro, mas assinem já com este miúdo, que vai ser um grande guarda-redes e defenderá as nossas balizas por muitos anos.”
 
O miúdo era, obviamente, Vítor Baía. “Mais tarde foi considerado o melhor jogador da Europa no seu lugar. Estreou-se na equipa A do FC Porto com 18 anos, num jogo em Guimarães, contra o Vitória, que terminou empatado a um golo, a contar para a quarta jornada do campeonato nacional de 1988-89. Foi o treinador Quinito que o lançou e foi N’Dinga o primeiro jogador a marcar-lhe um golo na equipa A”, prosseguiu Pinto da Costa na obra.
 
 
“Tinha com o Vítor Baía, desde o dia em que o vi no Campo da Constituição, uma relação de muita amizade. E no dia da sua estreia ofereceu-me a camisola que envergou. Linda. Toda azul. Ainda hoje a guardo no meu museu, encaixilhada e em sítio de destaque”, acrescentou, recordando os troféus que conquistou de dragão ao peito, nomeadamente a Liga dos Campeões de 2004, ano em que foi considerado pela UEFA o melhor guarda-redes da Europa.
 
“Nos muitos anos em que fui seu dirigente, criámos uma enorme amizade, que felizmente se mantém ao longo do tempo. Uma amizade FRATERNA, entre dois dragões!”, concluiu.
 
 


 
 

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