“Esse é bom, mas o titular é o Bizarro.” Quando Pinto da Costa conheceu Vítor Baía
Pinto da Costa e Vítor Baía festejaram dezenas de títulos juntos
Um caso de amor – ou admiração –
à primeira vista. A viver os primeiros tempos como presidente do FC
Porto, Jorge
Nuno Pinto da Costa passou na rua da Constituição, em frente ao velhinho
Campo da Constituição, e verificou uma “frequência anormal” de espetadores num
jogo de juniores entre os dragões
e o Marítimo.
O líder
portista ficou a observar o jogo, atrás da baliza que ficava junto à
entrada do campo, e reparou no guarda-redes da sua equipa. “Um jovem na baliza
tinha uma anormal intuição, uma colocação perfeita e uma leitura do jogo surpreendente
e fora do comum. Fiquei até final do jogo com toda a atenção para quem previa
que iria ser uma estrela”, contou no livro Azul até ao Fim. Após o apito final, Pinto
da Costa foi perguntar ao diretor dos juniores, Raul Peixoto, seu “amigo e
de enorme competência”, quem era aquele miúdo. A resposta foi: “Esse é bom, mas
o titular é o Bizarro.” O presidente do FC
Porto não se ficou: “Pode ser muito bom esse Bizarro, mas assinem já com
este miúdo, que vai ser um grande guarda-redes e defenderá as nossas balizas
por muitos anos.” O miúdo era, obviamente, Vítor
Baía. “Mais tarde foi considerado o melhor jogador da Europa no seu lugar.
Estreou-se na equipa A do FC
Porto com 18 anos, num jogo em Guimarães, contra o Vitória,
que terminou empatado a um golo, a contar para a quarta jornada do campeonato
nacional de 1988-89. Foi o treinador Quinito
que o lançou e foi N’Dinga
o primeiro jogador a marcar-lhe um golo na equipa A”, prosseguiu Pinto
da Costa na obra.
“Tinha com o Vítor
Baía, desde o dia em que o vi no Campo da Constituição, uma relação de
muita amizade. E no dia da sua estreia ofereceu-me a camisola que envergou.
Linda. Toda azul. Ainda hoje a guardo no meu museu, encaixilhada e em sítio de
destaque”, acrescentou, recordando os troféus que conquistou de dragão ao
peito, nomeadamente a Liga
dos Campeões de 2004, ano em que foi considerado pela UEFA o melhor
guarda-redes da Europa. “Nos muitos anos em que fui seu
dirigente, criámos uma enorme amizade, que felizmente se mantém ao longo do
tempo. Uma amizade FRATERNA, entre dois dragões!”, concluiu.
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