O defesa marroquino que jogou no Benfica, na Premier League e em dois mundiais. Quem se lembra de Tahar?
Tahar somou 99 jogos e onze golos pelo Benfica entre 1996 e 1999
Defesa central marroquino também
capaz de atuar como trinco e lateral direito, começou a dar nas vistas ao
serviço do Kawkab Marraquexe, clube que representou entre 1990 e 1994 e que o
catapultou para a seleção
do seu país, pela qual se estreou em fevereiro de 1990.
No verão de 1994, após ter
marcado presença no Mundial
dos Estados Unidos e já com um campeonato marroquino (1992) e duas taças
das Marrocos (1991 e 1993) no palmarés e uma participação numa Taça das Nações
Africanas (1992) no currículo, entrou no futebol português pela porta da União
de Leiria. Nas duas épocas em que esteve ao
serviço dos leirienses
ajudou a equipa então orientada por Vítor Manuel a conseguir duas honrosas classificações
na I
Divisão, o 6.º lugar em 1994-95 e o 7.º em 1995-96, e a atingir as
meias-finais da Taça
de Portugal na segunda temporada. “Eu até tinha uma proposta do
Estrasburgo, que estava na Liga
Francesa, mas já sabia que se fosse para a União
de Leiria, depois ia dar o salto para um clube grande de Portugal. E assim
foi. As coisas na União
de Leiria correram muito bem”, recordou ao Maisfutebol
em março de 2022. Valorizado pelas boas campanhas
na cidade do Lis, deu o salto para o Benfica
no verão de 1996, conseguindo afirmar-se como um jogador muito utilizado no
plantel encarnado
ao longo de três temporadas, nas quais conseguiu atuar sempre em pelo menos 25
encontros – a melhor foi a primeira, quando esteve em 38 partidas. Com a chegada de Jupp Heynckes,
no verão de 1999, perdeu influência, passando definitivamente para a sombra de
Ronaldo e Paulo
Madeira, o que o levou a deixar a Luz
em março de 2000, ao fim de 99 jogos, onze golos e zero troféus, apesar de ter
partilhado o balneário com grandes craques. “Poborsky,
Preud’homme, João Pinto, Gamarra,
Nuno Gomes. Tinha bons jogadores. Só que todos os anos vinham oito, dez, doze
jogadores novos. Costumo dizer que no Benfica
apanhei com jogadores de todos os países. Romenos, ucranianos, brasileiros,
búlgaros, ingleses, belgas, argentinos, colombianos, enfim. E em quatro anos
tive sete treinadores: Paulo Autuori, Graeme
Souness, Jupp Heynckes, Nelo Vingada, Manuel José, Shéu e Mário Wilson”,
lembrou.
Enquanto jogou de águia ao peito
marcou presença no Mundial 1998, no qual fez três assistências, e nas edições
de 1998 e 2000 da CAN. “Ganhei o prémio de jogador com mais assistências do
Mundial 98. Fiz três passes decisivos para golo, um para o Hadji, um para o
Bassir e um para o Kamatcho. A FIFA até me mandou uma carta a oficializar isso
e se forem ao site do Mundial 98 eu apareço em primeiro e o Zidane
em segundo. Ele também fez três assistências, mas eu ganhei porque joguei menos
jogos”, fez questão de sublinhar.
Seguiram-se três anos ao serviço
dos ingleses do Southampton,
que pagaram 350 mil libras (cerca de 411 mil euros, ao câmbio atual) pelo seu
passe. Ao serviço dos saints
teve a possibilidade de jogar na Premier
League, estreando-se com um golo numa goleada sofrida às mãos do Tottenham
(2-7) em White Hart Lane. Já na temporada seguinte marcou num empate em casa
com o Liverpool
(3-3).
Em janeiro de 2003 mudou-se para
o Charlton, emblema londrino no qual viria a encerrar a carreira no final dessa
temporada, aos 34 anos. Após pendurar as botas voltou a
Marrocos, tendo chegado à presidência do Kawkab Marraquexe.
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