sexta-feira, 8 de março de 2024

Do único neurónio de Pacheco ao “voyeur” Wenger. As melhores tiradas de Mourinho contra rivais

Mourinho teve vários atritos contra colegas e profissão
Para José Mourinho, as conferências de imprensa não são um mero compromisso. São uma oportunidade para estimular os seus jogadores, condicionar adversários e árbitros, puxar dos galões e atacar inimigos.
 
Foquemo-nos nesta última. Já quando orientava o Chelsea, viu Jaime Pacheco criticar a forma cautelosa como os blues se apresentaram no Dragão num jogo da Liga dos Campeões e, no âmbito de um comentário à estreia de Jorge Costa no comando técnico do Sp. Braga, visou o então treinador do Boavista: “Em Portugal há muitos líricos, muitos que gostam de ver os portugueses fracassarem. Não me espanta que venha alguma crítica à postura do Jorge e do Braga em Parma. Se aparecem alguns inteligentes como o Jaime Pacheco, que só tem um neurónio e funciona mal, o Jorge sabe lidar com esses inteligentes de um neurónio só.”
 
Na sua segunda passagem pelo Chelsea, e questionado sobre se conhecia Talisca, que estava a brilhar nos primeiros tempos de Benfica, Mourinho respondeu afirmativamente e elogiou o brasileiro, afirmando que este só não estava a jogar na Premier League porque não tinha licença de trabalho. Quem não gostou foi o técnico dos encarnados, Jorge Jesus, que duvidou. “Pelos jogos que o Talisca tinha feito no Brasil, para mim eles conheciam tanto o Talisca como eu conhecia o D'Artagnan”, atirou. Mas como sempre, o special one gosta de ter a última palavra a dizer e rasgou JJ: “Não gostei de um colega de profissão ter duvidado das minhas palavras, mas fico contente por perceber que lê Alexandre Dumas, ao contrário de mim, que por estar fora, leio a gramática portuguesa.”
 
Lá fora, o treinador setubalense também arranjou inimigos. Aquele com o qual mais atritos teve foi Arsène Wenger, histórico técnico do Arsenal, que não ficou sem troco depois de ter falado sobre os maus resultados do Chelsea. “Há pessoas que quando estão em casa têm uns grandes telescópios para ver o que passa na casa das outras pessoas. Wenger é uma dessas pessoas. É um voyeur.”
 
Na sua segunda passagem pelo Chelsea, numa altura em que o Arsenal estava já há onze anos sem ser campeão – hoje já são 20 –, mandou uma bicada a Wenger, referindo que o francês não tinha pressão para obter resultados positivos. “Neste país só há um treinador que não tem pressão. Há um treinador pode falar dos árbitros antes e depois dos jogos, que pode puxar pessoas na linha, que pode chorar de manhã, que pode não atingir os objetivos e continuar no cargo. E continuar a ser o rei”, atirou.
 
 
Em Itália, quando orientava o Inter, o treinador da rival Juventus era Claudio Ranieri, curiosamente o antecessor do português no Chelsea. Na resposta ao técnico da vecchia signora, que criticou o setubalense por ter faltado a uma conferência de imprensa, Mourinho teve uma entrada a pés juntos: “Eu estudei italiano cinco horas por dia durante vários meses para poder comunicar com os jogadores, a imprensa e os adeptos. Ranieri esteve cinco anos em Inglaterra e ainda hoje luta com ele próprio para poder dizer ‘good morning’ ou ‘good afternoon’.”
 
 
Outro ódio de estimação de Mourinho era Rafael Benítez, que orientava o Liverpool na altura em que o português passou pela primeira vez pelo Chelsea. Quando o português deixou o Inter, imediatamente após a conquista da Liga dos Campeões em 2009-10, o sucessor escolhido foi precisamente o espanhol, que pegou na equipa e venceu o Mundial de Clubes. Após essa conquista, o setubalense mostrou-se implacável: “Pensei que fosse agradecer-me pelo título que lhe ofereci, mas não…”








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