sexta-feira, 8 de março de 2024

O artista peruano que encantou as Antas. Quem se lembra de Cubillas?

Cubillas somou 66 golos em 110 jogos pelo FC Porto
Três anos e meio depois de ter feito um Mundial fantástico e de ter sido considerado o sucessor de Pelé pelo próprio brasileiro e um ano e meio após ter recebido o prémio atribuído ao melhor jogador da América do Sul e de ter sido o melhor marcador da Taça Libertadores, Teófilo Cubillas foi contratado pelo FC Porto ao Basileia em janeiro de 1974 por uma verba astronómica na altura: 5600 contos. O próprio salário, de 125 contos por mês, era considerado uma fortuna naquela época.
 
Os adeptos portistas já conheciam as suas façanhas e receberam-no em apoteose na Invicta. “As ruas encheram-se! O trajeto do aeroporto ao Estádio das Antas foi emocionante. Receberam-me como um herói. Os adeptos do FC Porto gritavam o meu nome, batiam no carro, estavam loucos! Nunca me tinha sentido assim e nunca mais me voltei a sentir”, recordou o antigo médio ofensivo/avançado internacional peruano ao Maisfutebol em março de 2010.
 
“Lembro-me de olhar para o contrato e ficar embasbacado. Em Portugal nunca ninguém tinha assinado um acordo tão longo e tão valioso. Senti que tinha de dar tudo de mim àquelas pessoas. Veja bem: no segundo ano fui eleito capitão de equipa pelos meus colegas. Foi um gesto lindo”, prosseguiu.
 
 
E Cubillas, a primeira grande contratação de uma estrela mundial por parte de um clube português – muito antes de Preud’homme, Schmeichel ou Casillas –, não desiludiu, apesar de ter deixado Portugal de mãos a abanar ao fim de três anos. Os seus 66 golos em 110 jogos e as suas brilhantes exibições deliciaram os adeptos azuis e brancos.
 
“Havia um senhor chamado Eusébio e uma equipa, o Benfica, que tinha o Simões e o Torres. Não ganhei o campeonato nacional e, mesmo assim, era tratado como uma estrela. Imagine se tivesse sido campeão no FC Porto. É um clube especial”, lembrou.
 
Em 1975 tornou-se no primeiro jogador de sempre dos portistas a vencer a Copa América, o ponto alto da carreira de Cubillas, que também foi eleito o melhor jogador da competição.
 
 
Em janeiro de 1977 foi requisitado pela Federação do Peru por seis meses para preparar a qualificação para o Campeonato do Mundo desse ano. O FC Porto não aceitou e respondeu que só libertava ao jogador se a entidade pagasse pelo seu passe, exigindo um determinado preço. A Federação aceitou e Cubillas acabou por se despedir repentinamente das Antas. “Tenho de voltar e pedir desculpas aos portistas. Nunca me despedi convenientemente”, confessou.
 
 
É, ainda hoje, considerado um dos melhores jogadores de sempre do FC Porto



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