terça-feira, 4 de outubro de 2022

A minha primeira memória de… um jogo entre Sporting e equipas francesas

Sportinguista Liedson vigiado de perto por Mathieu
É comum há vários anos o Sporting defrontar uma ou outra equipa francesa durante a pré-época, até porque era tradição realizar estágios em países com muitos emigrantes. Recordo-me, por exemplo, de os leões terem defrontado Lyon e Paris Saint-Germain em Alvalade em julho de 2002 e Mónaco e Bastia em solo gaulês um ano depois.
 
Mas em termos oficiais, a minha primeira memória de um jogo entre verde e brancos e formações francesas remonta a 1 de dezembro de 2004, numa partida a contar para a fase de grupos da Taça UEFA. Na altura, cada grupo era composto por cinco equipas, que se defrontavam apenas por uma vez. E o Sporting recebeu o Sochaux em Alvalade, numa altura em que o apuramento para a fase a eliminar estava praticamente assegurado – Newcastle, Panionios e Dínamo Tbilisi completavam o agrupamento.
 
Na altura, o Sochaux participava pela segunda vez consecutiva na Taça UEFA e vivia um bom período na sua história, uma vez que tinha concluído o campeonato francês em quinto lugar nas duas épocas anteriores, tendo ainda vencido a Taça da Liga Francesa em 2003-04 e chegado pela primeira vez à final dessa prova um ano antes.
 
Olhando para o plantel, saltam à vista dois nomes:  o então lateral esquerdo Jérémy Mathieu, na altura um jovem de 21 anos em afirmação no clube em que fez a formação, anos antes de passar por Toulouse, Valência, Barcelona e… Sporting; e um jovem avançado de 17 anos chamado Jérémy Ménez, que viria a representar clubes como AS Roma, Paris Saint-Germain e AC Milan, assim como a seleção francesa. No entanto, havia mais internacionais, como os defesas senegaleses Omar Daf e Souleymane Diawara, o médio suíço Johann Lonfat, o extremo marroquino Jaouad Zairi, o avançado tunisino Francileudo dos Santos e o avançado brasileiro Ilan.



 Com jogadores como Ricardo, Polga, Beto, Rui Jorge, Rochemback, Hugo Viana, Pedro Barbosa, Douala e Liedson no onze, os homens de José Peseiro entraram praticamente a perder, na sequência de um lance em que Polga terá ficado sem discernimento, perdeu a bola por duas vezes em zona proibida – com um desarme pelo meio – e permitiu que Lonfat inaugurasse o marcador logo aos dois minutos. Depois, os franceses comandados por Guy Lacombe seguraram a vantagem com unhas e dentes até ao apito final.
 
“O Sporting sofreu ontem a primeira derrota na presente edição da Taça UEFA, mercê de um golo madrugador de Lonfat. (...) O primeiro capítulo desta história teve Polga como personagem principal, uma vez que o brasileiro ofereceu, de forma infantil, o golo a Lonfat, depois de sucessivos erros num só lance. Um autêntico brinde natalício, que teve um efeito de… poção mágica para os gauleses. A vencer, a formação de Guy Lacombe tornou-se irredutível na sua estratégia, passando a defender como um autêntico bloco - com três centrais e dois laterais -, ainda que nem sempre da forma mais eficaz. Quais personagens de um livro de Asterix e Obélix, os gauleses uniram-se em prol de um objetivo, guardando a sua aldeia, sem, porém, hipotecarem ataques cirúrgicos ao inimigo”, resumiu o jornal O Jogo.
 
 









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