terça-feira, 24 de agosto de 2021

A minha primeira memória de… um jogo entre Benfica e equipas holandesas

Simão Sabrosa vigiado de perto pelos defesas holandeses
Tenho uma vaga ideia de o Benfica ter defrontado o Feyenoord num jogo de pré-época em Guimarães em agosto de 2001 e bem presente um Benfica-Ajax em janeiro de 2003 num encontro particular, mas que servia para fazer regressar as “grandes noites europeias” ao velhinho Estádio da Luz a poucos meses de o reduto encarnado ser demolido, numa altura em que as águias levavam quase dois anos e meio sem participarem nas provas da UEFA.
 
No entanto, se nos cingirmos apenas a encontros oficiais, a minha primeira memória de um jogo entre o Benfica e uma equipa holandesa remonta a 21 de outubro de 2004, em partida da 1.ª jornada da fase de grupos da Taça UEFA. Na ocasião, o adversário foi o Heerenveen, em pleno novo Estádio da Luz.
 
Nessa altura, eu tinha o Heerenveen em muito boa conta, muito por culpa da inédita participação na Liga dos Campeões em 2000-01, da presença cada vez mais regular nas competições europeias e das competições honrosas na Liga Holandesa, como o 2.º lugar em 1999-00 e a 4.ª posição em 2001-02 e 2003-04. Não menos importante, no plantel pontificavam jogadores internacionais ou futuros internacionais como o guarda-redes belga Brian Vandenbussche, o defesa central sueco Petter Hansson, o lateral esquerdo polaco Tomasz Rzasa, o lateral direito finlandês Hannu Haarala, o médio finlandês Mika Väyrynen, o médio defensivo polaco Arkadiusz Radomski, o médio defensivo norueguês Daniel Hestad, o médio holandês Arnold Bruggink, os avançados holandeses Uğur Yıldırım, Victor Sikora e Klaas-Jan Huntelaar, o avançado grego Georgios Samaras e o avançado sueco Stefan Selaković.
 
Já o Benfica de Giovanni Trapattoni, que continuava líder da I Liga (com os mesmos pontos do Marítimo) apesar da derrota caseira frente ao FC Porto no fim de semana que antecedeu a receção aos holandeses, tinha no capitão Simão Sabrosa a principal figura.



 
No entanto, o autor do golo inaugural foi um herói inesperado, o lateral esquerdo francês Manuel dos Santos, que fez um chapéu perfeito de pé esquerdo a Vandenbussche aos 13 minutos, naquele que foi o seu único golo de águia ao peito. Aos 31’, um golaço de Nuno Gomes, servido por Zahovic, fez o 2-0 para o Benfica.
 
Os encarnados pareciam encaminhar-se para uma vitória folgada, mas viveram um pesadelo no início do segundo tempo, com Yıldırım a reduzir através de um remate colocado que não deu qualquer hipótese a Moreira (49’) e Huntelaar a empatar o encontro através da conversão de uma grande penalidade (52’).
 
No entanto, as águias resolveram o assunto já nos últimos 20 minutos. O avançado internacional norueguês Karadas, após excelente combinação com Nuno Gomes, fez o 3-2 (73’). Já o avançado português, isolado por Simão, fez o quarto golo benfiquista – e o seu 100.º pelo clube – e sentenciou o resultado (77’). Infelizmente, não estão disponíveis vídeos do jogo na Internet.
 
“O Benfica somou ontem três pontos na primeira jornada da fase de grupos da nova Taça UEFA, frente aos holandeses do Heerenveen, e deu um passo importante no sentido do apuramento para 1/16 final. Mas, depois do jogo de ontem e se a velha fórmula da Taça UEFA fosse ainda a vigente, ninguém teria saído da Luz convencido do apuramento. Afinal, bastariam dois golos aos holandeses, e eles até têm equipa para bater um certo Benfica que, em determinados períodos do jogo de ontem, se passeou pelo relvado. A história do jogo resume-se praticamente aos golos, que pontuaram a descontinuidade do futebol. Nuno Gomes marcou dois, um com classe, o outro em esforço; Karadas deu a chicotada na equipa e no jogo, e Dos Santos decidiu autopresentear-se com uma surpresa – de um cruzamento saiu-lhe um golo. Os holandeses, que vinham de uma inesperada vitória obtida na Arena de Amesterdão, frente ao Ajax, conseguida com uma reviravolta no marcador, ameaçaram uma repetição, depois do empate consumado em apenas sete minutos. Mas as evidências apontaram noutro sentido: o adormecimento do Benfica à sombra da vantagem de dois golos ofereceu-lhes uma hipótese de ouro. Mas só isso”, escreveu o Record no dia seguinte.















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