domingo, 13 de setembro de 2020

A minha primeira memória de… um jogo entre Benfica e equipas gregas

Médio benfiquista Gilles Binya numa bola dividida no Pireu
A minha primeira memória de um jogo entre o Benfica e equipas gregas remonta a 27 de novembro de 2008, quando as águias se deslocaram ao Pireu para defrontar o Olympiacos num encontro da fase de grupos da Taça UEFA.

Afinal, só acompanho futebol desde meados de 2000, já os encarnados tinham defrontado o PAOK em 1999-00, e apenas tenho remotas memórias de alguns jogos particulares com o AEK e o Panathinaikos nos anos seguintes.

Embora tivesse a hegemonia do futebol grego, o Olympiacos vinha a fazer campanhas discretas nas competições europeias, não indo além dos oitavos de final da Liga dos Campeões em 2007-08. Nesse aspeto até o rival Panathinaikos parecia mais pujante, uma vez que tinha atingido os quartos de final da Champions em 2001-02 e quartos da Taça UEFA em 2002-03.


Porém, o impensável aconteceu ao Benfica de Quique Flores, que vinha a protagonizar um início de campeonato prometedor – era segundo classificado a um ponto do líder Leixões e com quatro de avanço sobre o FC Porto e cinco sobre o Sporting, com nove jornadas decorridas – e tinha eliminado o Nápoles na ronda de qualificação para a fase de grupos da Taça UEFA.

Em pleno Estádio Georgios Karaiskakis, um Benfica que tinha no onze jogadores como Quim, Maxi Pereira, David Luiz, Reyes, Rúben Amorim, Nuno Gomes e Suazo foi goleado por 5-1. Curiosamente, um dia depois de o Sporting ter sido goleado em casa pelo Barcelona por 5-2 e sete dias após a seleção nacional ter sido goleada em Gama pela congénere brasileira por 6-2.

Os onzes iniciais dos treinadores espanhóis Ernesto Valverde e Quique Flores

Num jogo transmitido para Portugal pela Benfica TV, que dava os primeiros passos, o extremo argentino Luciano Galletti inaugurou o marcador logo no primeiro minuto, numa jogada de insistência. O médio grego Patsatzoglou aumentou a vantagem aos 18’ e Diogo fez o 3-0 aos 24’, num começo de jogo diabólico.

David Luiz ainda deu alguma esperança aos encarnados ao reduzir o marcador aos 33 minutos, na sequência de um canto de Reyes pela direita. Porém, em cima do intervalo o Olympiacos marcou o 4-1 por intermédio de Belluschi, que na época seguinte viria a reforçar o FC Porto, após mais uma boa iniciativa de Galletti. Na segunda parte, o brasileiro Diogo fechou a contagem aos 54 minutos, em mais um lance que contou com a participação do endiabrado Galletti.


O Benfica, que nessa fase de grupos já tinha empatado em Berlim com o Hertha (1-1) e perdido na Luz diante do Galatasaray (0-2), ficou a depender de terceiros para seguir em frente, o que não aconteceu até porque na última jornada foi derrotado em casa pelos ucranianos do Metalist (0-1).

No dia seguinte, os jornais desportivos não perdoaram. Não só o Benfica, mas também o futebol português pela pálida imagem dada no espaço de uma semana. “Uma desgraça nunca vem só! Depois da seleção e do Sporting, Benfica arrasado em Atenas”, destacava A Bola na capa. “É sempre a aviar. Depois dos leões anjinhos foram os passarinhos da Luz a levar 5”, rematou o Record na primeira página.

Capas de A Bola e Record no dia seguinte à goleada sofrida na Grécia

Na crónica, o jornal O Jogo falou de “tragédia à moda… lusitana”. “Aos 35 segundos já estava 1-0 para os gregos. Pararam nos 5-1. De erro em erro, a equipa da Luz fez um jogo inacreditável de tão mau. Só Reyes tentou evitar a tragédia grega dos portugueses”, podia ler-se.

“Foi uma noite muito negra para o Benfica, em Atenas. A equipa portuguesa foi goleada pelo Olympiacos (5-1) e fica com as contas muito complicadas, nesta Taça UEFA. Na mente dos adeptos benfiquistas esteve, por certo, o jogo de Vigo. Os pupilos de Quique Flores estiveram absolutamente desastrados no capítulo defensivo e nunca foram capazes de travar Diogo, Belluschi, Galletti e companhia”, salientou o Maisfutebol nas primeiras frases da crónica do jogo.






















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