sexta-feira, 10 de abril de 2020

Os 10 jogadores com mais jogos pelo Recreio de Águeda na I Divisão

O plantel do Recreio de Águeda que jogou na I Divisão em 1983-84
Fundado a 10 de abril de 1924, o Recreio Desportivo de Águeda viveu o maior momento da sua história desportiva quando participou pela primeira (e para já única) vez na I Divisão, em 1983-84.

A promoção foi conseguida após uma luta titânica com a Académica na Zona Centro da antiga II Divisão, com as duas equipas a terminarem o campeonato separadas por apenas um ponto.


Dois anos depois da inédia presença entre os grandes, os Galos do Botaréu voltaram a vencer a Zona Centro da II Divisão, o que daria direito à promoção ao patamar maior do futebol português, mas essa subida ficou anulada na secretaria, devido ao Caso Gerúsio, que terá jogado irregularmente num encontro frente ao Académico de Viseu. O Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol atribuiu derrota por 0-3 ao Recreio de Águeda, o que beneficiou O Elvas, que assim subiu à I Divisão. Os aguedenses ainda disputaram uma liguilha que dava acesso ao primeiro escalão, mas foram suplantados por Varzim, Desp. Aves e União da Madeira.

Em 1990-91 o clube do distrito de Aveiro disputou a edição inaugural da II Liga, mas foi imediatamente despromovido. Desde então que tem jogado nas divisões não profissionais, tendo inclusivamente passado nove temporadas nos campeonatos distritais. Desde 2016-17 que compete no Campeonato de Portugal, onde é atualmente o 3.º classificado da Série C.

Após descer ao segundo escalão em 2018, voltou à elite no ano seguinte, garantindo assim a 21.ª presença entre os grandes. À data da interrupção das competições devido ao covid-19, o Paços ocupava o 16.º posto na I Liga, o primeiro acima da zona de despromoção.

Voltando à época 1983-84, foram 20 os futebolistas que jogaram pelo Recreio de Águeda na I Divisão. Vale por isso a pena recordar os dez que o fizeram por mais vezes.


Simão

10. Simão (22 jogos)

Lateral direito cabo-verdiano, chegou ao clube em 2001 proveniente do Alba e fez parte da equipa que subiu de divisão em 1983 e manteve-se no clube no ano seguinte, tendo participado em 22 dos 30 jogos, 20 dos quais na condição de titular.
Após a descida manteve-se na I Divisão ao serviço do Boavista, mas não foi utilizado. Depois prosseguiu a carreira na II Divisão ao serviço de emblemas como Estoril, Felgueiras, Trofense e Vizela.


Orlando

9. Orlando (24 jogos)

Extremo esquerdo natural do concelho vizinho de Anadia, deixou o clube da terra para reforçar o Recreio de Águeda na época de estreia na I Divisão, tendo participado em 24 jogos (19 a titular) e marcado um golo, numa vitória em Faro sobre o Farense (1-0).
Após a descida de divisão continuou por mais três anos, tendo brilhado em 1985-86, ao apontar nove golos em 32 jogos, numa temporada em que o regresso à elite do futebol português só foi travado pelo Conselho de Disciplina da FPF.
Em 1987 mudou-se para o vizinho Oliveira do Bairro e dois anos depois voltou ao Anadia.



8. Rodrigues Dias (24 jogos)

Rodrigues Dias
Lateral direito formado no Sporting e com experiência de I Divisão ao serviço de Montijo, Rio Ave e Portimonense, acrescentou maturidade aos aguedenses na passagem pelo patamar maior do futebol português. Participou em 24 encontros (23 a titular) tal como Orlando, mas cumpriu mais 86 minutos – 1963 contra 1877.
Continuou no clube na época seguinte, tendo disputado em 28 jogos e marcado um golo, e depois prosseguiu a carreira no Varzim e no Barreirense, sempre na II Divisão.
Depois de pendurar as botas tornou-se treinador, mas nunca atingiu nessa função os patamares que alcançou enquanto jogador.


7. Flávio (25 jogos)

Flávio
Extremo luso-venezuelano, começou a carreira no vizinho Oliveira do Bairro, mas chegou ao Recreio de Águeda no verão de 1983 já depois de ter passado pela I Divisão com as camisolas do Académico Viseu e do Marítimo.
Em 25 jogos (23 a titular) pelos aguedenses no patamar maior do futebol português, apontou três golos, curiosamente em jornadas consecutivas, a 11.ª e a 12.ª, em dezembro de 1983: os dois primeiros numa vitória caseira sobre o Vitória de Guimarães (3-0) e o terceiro numa derrota em Alvalade com o Sporting (2-5).
Após a descida de divisão continuou no clube mais época, tendo apontado oito golos em 26 jogos na II Divisão. Ainda voltou ao convívio dos grandes ao serviço de Varzim (1986-87) e Fafe (1988-89). Em 1993 pendurou as botas onde tudo começou, no Oliveira do Bairro, então na III Divisão.
Entretanto tornou-se treinador e chegou mesmo a orientar o Recreio de Águeda em 2000-01, na II Divisão B, não tendo ido além de um empate e nove derrotas em 10 jogos, não conseguindo evitar a descida à III Divisão.


6. Jorginho (25 jogos)

Jorginho
Central brasileiro, ajudou o Recreio Águeda a subir à I Divisão uma época após ter-se estreado no patamar maior do futebol português ao serviço do Académico Viseu.
Em 25 jogos ao serviço dos Galos do Botaréu, todos como titular, marcou um golo, numa vitória caseira sobre o Penafiel (1-0), em jogo da 21.ª jornada. Embora tivesse disputado o mesmo número de encontros que Flávio, esteve em campo durante mais 325 minutos – 2229 contra 1904.
Após a descida de divisão permaneceu na I Divisão com a camisola do Boavista, mas foi pouco utilizado. Porém, ainda voltaria ao primeiro escalão em representação de Desp. Chaves, Sporting e Famalicão.
Entretanto tornou-se treinador e chegou a orientar o Recreio de Águeda em 2000-01, mas sem grande sucesso, tendo exercido o cargo apenas durante cerca de uma dezena de jogos.


António Jorge

5. António Jorge (26 jogos)

Levado do Barreirense para o Recreio de Águeda por Hilário da Conceição no verão de 1981, este avançado foi uma peça importante na subida dos aguedenses à I Divisão em 1983 e um dos elementos em maior evidência durante a participação no principal campeonato português.
Em 26 encontros na I Divisão, foi titular em 21 e apontou quatro golos, ao Farense em casa (1-1), ao Salgueiros em casa (4-0), ao Sporting em Alvalade (2-5) e ao Portimonense em casa (2-1).
Após a despromoção prosseguiu a carreira na II Divisão ao serviço de Desp. Chaves, Vizela, Lixa, Peniche e Montijo, o clube da terra-natal.


4. Belo (26 jogos)

Belo
Médio centro titularíssimo, chegou a Águeda em 1982 após várias épocas na II Divisão ao serviço de Gil Vicente, Penafiel e Desp. Chaves e desempenhou um papel importante na subida ao primeiro escalão logo na época de estreia.
Na temporada seguinte viveu com a camisola dos aguedenses a única temporada entre a elite do futebol português, tendo participado em 26 jogos (25 a titular), tendo apontado dois golos: um de penálti numa vitória caseira sobre o Vitória de Guimarães (3-0), outro numa derrota diante do Vitória de Setúbal no Bonfim (1-2). Embora tivesse disputado o mesmo número de partidas que António Jorge, cumpriu mais 319 minutos – 2159 contra 1840.
Após a despromoção voltou ao Gil Vicente para quatro épocas na II Divisão.


Paulo César

3. Paulo César (27 jogos)

Central que fez uma dupla 100% brasileira com Jorginho, aportou experiência ao Recreio de Águeda na época da participação em I Divisão, depois de já ter passado pelo primeiro escalão ao serviço de Portimonense e Boavista.
Titular nos 27 jogos que disputou, marcou dois golos, um na goleada caseira ao Salgueiros (4-0) e outro na goleada sofrida às mãos do Rio Ave na última jornada (1-5), no encontro em que a despromoção ficou sentenciada.
Já trintão, acompanhou os aguedenses na temporada de regresso à II Divisão e depois mudou-se para o Leixões, onde encerrou a carreira.
Faleceu recentemente nos Estados Unidos, onde residia, na sequência de um AVC. Tinha 69 anos.


2. César (30 jogos)

César
Avançado recrutado no Brasil, foi talvez o principal destaque da campanha inédita do Recreio de Águeda na I Divisão. Afinal, César apontou 10 golos em 30 jogos (28 a titular) no campeonato, um feito assinalável se tivermos em conta que a equipa só marcou por 25 vezes na competição.
Os remates certeiros do atacante canarinhos foram marcados na vitória caseiras sobre Varzim (1-0), Salgueiros (4-0), Portimonense (2-1) e Rio Ave (1-0), no empate caseiro com o Estoril (1-1), nas derrotas fora de portas com Boavista (1-4), Sp. Braga (1-4), Vitória de Guimarães (1-6) e Portimonense (1-2) e no desaire caseiro às mãos do Benfica (1-4). Além disso, ainda marcou um hat trick ao Silves numa eliminatória da Taça de Portugal.
Valorizado após a boa temporada ao serviço dos aguedenses, continuou na I Divisão com a camisola do Vitória de Setúbal, clube pelo qual voltou a exibir veia goleadora.



1. Nogueira (30 jogos)

Nogueira
Disputou os 30 encontros do campeonato tal como César, mas cumpriu mais dois minutos – 2499 e 2497 - e foi titular em todos os jogos. Nada de extraordinário para o mais mediático jogador da equipa, um médio internacional português (por uma vez) e que duas épocas antes tinha vencido a dobradinha pelo Sporting de Malcolm Allison.
Oriundo precisamente dos leões, aos 32 anos, impôs-se com naturalidade no onze e, apesar do currículo vasto, que incluía passagens por Atlético, Sp. Braga, Boavista (pelo qual venceu a Taça de Portugal em 1978-79) e Belenenses, manteve-se no clube após a despromoção. Aliás, foi um dos esteios da equipa que em 1985-86 viu o regresso à I Divisão ser negado pela secretaria, ao apontar nove golos em 35 jogos.
Na temporada seguinte foi jogador-treinador dos Galos do Botaréu, mas saiu em janeiro. Em 1986-88 desempenhou a mesma função no União de Almeirim e depois deixou o futebol.
















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