quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Gedson nas mãos de Mourinho para provar que não perdeu valor

Gedson Fernandes cedido ao Tottenham até junho de 2021
Gedson Fernandes foi progressivamente perdendo espaço no plantel do Benfica, sobretudo desde a chegada de Bruno Lage ao comando técnico, mas está longe de merecer que lhe coloquem o rótulo de promessa adiada. Primeiro porque tem apenas 21 anos (acabadinhos de fazer), depois porque a sua menor utilização se deve sobretudo à implementação de um novo dispositivo tático e a um novo modelo de jogo que não o favorecia.


No 4x4x2 de Lage, os laterais (bem abertos e projetados) gozam de grande liberdade ofensiva e os extremos têm autorização para não se desgastarem muito em missões defensivas, cabendo a dois médios estabilizadores assegurar o equilíbrio da equipa. E Gedson não é um médio estabilizador, posicional. Tem outras valências, como a capacidade para fazer constantes vaivéns de área a área, passada larga, a qualidade no transporte de bola e o remate de meia distância, que contrastam claramente com as funções que têm sido exigidas a Samaris, Florentino, Gabriel e Taarabt, os homens que têm atuado no duplo pivot.

Em determinadas ocasiões, sobretudo em jogos da Liga Europa na época passada, Gedson foi colocado a jogar numa ala ou como segundo avançado. Mas o jovem internacional português pode dar muito a uma equipa é a jogar no corredor central e de frente para o jogo, não encostado a um flanco ou maioritariamente de costas para a baliza. Nisso é realmente muito bom, como demonstrou nas equipas jovens de Benfica e Portugal, que normalmente utilizam um sistema com três médios.

Agora, com o empréstimo de 18 meses ao Tottenham de Jose Mourinho, a expetativa é a de rever o melhor Gedson, o miúdo irreverente que entrega a bola redondinha e cavalga pelo meio-campo ofensivo, a promessa cuja promoção à equipa do Benfica era vista na altura como tão ou mais justa do que a de João Félix e a certeza que foi convocado por Fernando Santos para a seleção nacional ao fim de poucos jogos pelos encarnados.


Num novo país, com o suporte de familiares que já lá estão emigrados há vários anos, um treinador compatriota e que o escolheu, e perante a saída iminente de Christian Eriksen e a lesão de Moussa Sissoko, tem a porta escancarada para se afirmar num campeonato em que grande parte das suas características são muito apreciadas.





















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