sábado, 26 de outubro de 2019

Cinco sugestões de treinadores para o Vitória FC

Bonfim será a casa de um novo treinador do Vitória FC
A direção do Vitória de Setúbal não perdeu tempo e demitiu o treinador Sandro Mendes logo a seguir ao empate caseiro deste sábado com o Marítimo, o quinto nulo para os sadinos nesta edição da I Liga ao cabo das primeiras oito jornadas. A rapidez da decisão dá a entender que já estava tomada à priori e que apenas esperava de um derradeiro pretexto para ser executada.


O principal problema da equipa de Setúbal até nem são os resultados. Uma média de um ponto por jornada quando já se jogou no terreno dos dois principais candidatos ao título e já se recebeu – e venceu! – o Sp. Braga não é má de todo, apesar de quatro empates a zero no Bonfim em jogos em que se exigia mais do Vitória, até porque Tondela, Moreirense, Portimonense e Marítimo não são bichos papões.

Por isso, o principal desafio que se coloca ao novo treinador é trazer um futebol mais vistoso e mais golos. Noutras paragens, o que os adeptos mais exigem à equipa é que mostre uma atitude aguerrida do início ao fim dos encontros. Mas o ADN vitoriano não é esse. O ADN vitoriano é de um futebol aprazível. O que no Bonfim mais se aplaudem não são os carrinhos. São as triangulações bem conseguidas e os dribles desconcertantes. O que no Bonfim faz os adeptos gritarem espontaneamente pelo nome do clube não são os cortes providenciais dos centrais ou dos trincos, é quando se ganha um canto. Os tempos áureos foram nas décadas de 1960 e 1970, muitas gerações já nasceram depois disso e o hábito passou a ser lutar pela permanência e não pelo apuramento para as competições europeias, mas esse ADN mantém-se intacto.

Por ainda faltarem 26 jornadas e por esse ADN se manter intacto, o futuro treinador e quem escolher o perfil do novo técnico tem de o respeitar. Ficam aqui cinco sugestões, por ordem de preferência.

1 – Renato Paiva

Renato Paiva
Renato Paiva trabalha no conforto da equipa B do Benfica. É um homem da casa, que até é mais antigo no clube do que o centro de estágios do Seixal e, mais do que os resultados, tem como principal tarefa o desenvolvimento de jogadores e a projeção destes para o plantel principal.
Não se perspetiva ser fácil tirá-lo do Seixal, até porque certamente alimentará o sonho de vir a ser treinador da equipa principal, mas o Vitória é um clube especial para o técnico de 49 anos. Embora seja natural de Pedrogão Grande, foi viver para Setúbal em 1982, com 12 anos, e tem uma grande ligação emocional ao emblema do Bonfim.
Renato Paiva é dos tais que não pode ouvir que chamem Setúbal ao Vitória e até já assumiu o sonho de um dia vir a ser o timoneiro sadino em entrevista à Tribuna Expresso. “Posso dizer que é um sonho e um objetivo treinar o Vitória, porque é um clube onde fui atleta e foi o clube que me abriu a porta para o treino. Por um lado, há a questão clubística e por outro lado há a questão do agradecimento e o Vitória é um clube com uma história enorme e tem uma coisa com que me identifico bastante: tem uma massa adepta que se ganhas, mas não jogas como eles gostam não tens muita sorte em Setúbal. Ou seja, o adepto do Vitória quer que a equipa jogue, não se contenta só em ganhar. Eu percebo: quem teve Jacinto João, quem teve Jaime Graça, Tomé, sei lá, tantos jogadores de qualidade... Quem teve isto habituou-se a ter qualidade. Eu assisti a um Vitória de Setúbal 4 FC Porto 4. 4-4 e não era hóquei em patins, era futebol, e aquelas bancadas... o Malcolm Allison treinou o Vitória num dos anos de futebol mais fantástico do clube, futebol espetacular mesmo. O adepto do Vitória identifica-se com o jogo de qualidade e isso tem muito a ver com a forma como eu vejo o jogo. Portanto, sem me querer estar a oferecer, obviamente [risos], é um casamento que poderá dar certo”, afirmou, em agosto de 2018.


2 – João Tralhão

João Tralhão
Não é setubalense nem nasceu em Setúbal, mas ao longo de quase duas décadas ganhou o vício do futebol de posse e dominador nas camadas jovens do Benfica.
Pelas suas mãos passaram jogadores como Florentino, João Félix, Gedson, Jota, Rúben Dias, Ferro, Renato Sanches, Gonçalo Guedes, João Cancelo, Lindelof, Bruno Gaspar, André Gomes, o vitoriano Berto e os ex-vitorianos Fábio Cardoso, João Carvalho, Frederico Venâncio e João Teixeira, o que é um cartão de visita invejável.
Mas mais importante do que esse cartão de visita, é o know how que o treinador de 39 anos poderá acrescentar a toda a estrutura do futebol dos sadinos e o conhecimento de jogadores de qualidade que, por uma razão ou por outra, precisem de uma oportunidade para vingar na alta-roda. Além disso, tem uma enorme vantagem: está desempregado.


3 – Júlio Velázquez

Júlio Velázquez
Apesar dos problemas entre clube e SAD no Restelo, de ser uma cara nova no futebol português e de ter entrado a meio de uma época desportiva, não só deu nas vistas pelo futebol apresentado como saiu do emblema da Cruz de Cristo com um registo digno de 10 vitórias, 11 empates e 10 derrotas em 31 jogos. E só deixou os azuis em litígio com o presidente Rui Pedro Soares.
Hoje, com 38 anos, mais maduro após passagens por Alcorcón e Udinese e já conhecedor do futebol luso, poderia ser uma boa aposta.


4 – Luís Freire

Luís Freire
Se não for através do Vitória, será através de outro clube qualquer, mas de uma coisa não duvido: Luís Freire vai atingir rapidamente a I Liga.
Acumulou várias promoções consecutivas nos distritais de Lisboa ao serviço de Ericeirense e Pêro Pinheiro, devolveu o Mafra à II Liga, deu nas vistas pelo futebol apresentado e despediu José Peseiro do Sporting com uma vitória em Alvalade para a Taça da Liga ao leme do Estoril e está a fazer uma belíssima campanha ao comando do Nacional da Madeira, que é pelo menos até este domingo o líder do segundo escalão do futebol português – curiosamente, perdeu neste sábado no terreno do… Benfica B de Renato Paiva.


5 – Paulo Sérgio

Paulo Sérgio
Um treinador que tem estado desaparecido do futebol português, mas que privilegia uma ideia de jogo atrativa – embora nem sempre acompanhada de resultados condizentes - e que conhece o ADN vitoriano. Afinal, foi jogador do Vitória em 1995-96 e 1996-97, tendo atuado ao lado de nomes como Rui Carlos, Quim, Edmundo, Bruno Ribeiro, Sandro, Eric Tinkler, Hélio, Hernâni, Mamede, Chipenda, Frechaut, Ayew, Chiquinho Conde e Yekini.
Paulo Sérgio está vinculado aos sauditas do Al Taawon até 2021 depois de passagens por Emirados Árabes Unidos e Irão, mas já confessou o seu amor ao Vitória e foi apontado ao cargo no verão de 2016, antes de José Couceiro ter sucedido a Quim Machado.


















1 comentário:

  1. aceito a sua opiniao caro david . mas eu sendo do vitoria a serio como penso que sejamos os dois ja se viu muito treinadores a vir e a sair erros de casting e como ja nao podemos recorrer a casa eu so vejo um nome o do DO MISTER JAIME PACHECO.
    e favores do benfica epa ja chega nao somos a santa casa .
    abraço meu caro david excelente artigo mais um . eu queria ser voce e o camarada jose calado que deve ser uma excelente pessoa .

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