sábado, 26 de outubro de 2019

A minha primeira memória de… um jogo entre Vitória FC e Marítimo

Hugo Alcântara ganha o lance de forma acrobática a Gaúcho
Confesso que não assisti ao jogo, até porque creio que não foi transmitido em nenhum canal e tampouco me desloquei ao Funchal, mas recordo-me perfeitamente de ter acontecido, até pelo resultado altamente desnivelado. Que me perdoem os adeptos sadinos, mas se antes desse jogo de 22 de setembro de 2002 perguntassem a alguém que equipa é que mais provavelmente venceria por 5-0, a esmagadora maioria diria Marítimo.

Afinal, na década anterior os madeirenses tinham carimbado por quatro vezes o apuramento para a Taça UEFA, ao passo que o Vitória de Setúbal tinha passado quatro épocas na II Liga.

Porém, o futebol é uma caixinha de surpresas e os setubalenses aplicaram a manita nos Barreiros. Com os experientes Pedro Espinha, Nélson e Hélio a suportarem o talento de Marco Ferreira, Jorginho e Meyong, a formação orientada por Luís Campos atropelou os homens de Nelo Vingada.


Não tenho a certeza se na altura cheguei a ver os golos, mas felizmente que a Internet permite recordá-los. O primeiro foi de Rui Lima, aos 17 minutos, numa conversão clássica de uma grande penalidade: bola para um lado, guarda-redes para o outro.


Pouco mais de dez minutos depois, um cruzamento milimétrico do mesmo Rui Lima encontrou a cabeça de Sandro no interior da área madeirense: 0-2.


Ainda antes do intervalo, começou a cheirar a goleada, com Meyong a fazer um chapéu ao guarda-redes Nélson e Marco Ferreira a confirmar, de cabeça, o terceiro golo dos sadinos (38’).


No segundo tempo, mais dois golos para completar a mão cheia. Jorginho fez o quarto na sequência de uma bola recuperada no lado esquerdo (64’).


E por fim, Meyong finalizou a goleada, através de um bonito golo de cabeça, na resposta a um cruzamento de Jorginho (85’).


“É preciso recuar seis anos e seis meses (0-5 com o Sporting) para ver uma derrota do Marítimo nos Barreiros por números tão expressivos. Mas o resultado só surpreende quem não assistiu ao jogo. A equipa madeirense esteve mal em quase tudo e o Vitória recuperou da última derrota em casa com uma exibição (e resultado) de luxo”, escreveu o Record.

“Quem poderia esperar que o Marítimo fosse goleado pelo Vitória de Setúbal, em casa e por 5-0? Nem mesmo os mais otimistas adeptos setubalenses, nem por certo os próprios jogadores e treinador sadinos. Mas tal aconteceu. E com muito mérito da equipa de Luís Campos, que deu uma verdadeira lição de bem jogar a um conjunto de Nelo Vingada irreconhecível”, pode ler-se na crónica do Maisfutebol.

Depois desse jogo, a contar para a quarta jornada do campeonato, os sadinos ascenderam ao quarto lugar, com sete pontos, descolando dos madeirenses, que continuaram com quarto e ocupavam a 14.ª posição. Na segunda volta, o Vitória tornou a ganhar, dessa vez no Bonfim e por 1-0, mas os três pontos foram insuficientes para retirar a equipa de Setúbal da zona de despromoção. E no final da época, apesar dos resultados dos dois jogos, o Marítimo terminou no sétimo lugar e o Vitória na 18.ª e última posição.























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