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Tommy Docherty orientou o FC Porto entre 1970 e 1971 |
Desde
que nasci, em 1992, que o
FC
Porto nunca terminou uma época abaixo do terceiro lugar na
I
Divisão. Mas antes disso os
dragões
viveram o seu “Vietname”, um período negro de 19 anos sem qualquer título
nacional, entre 1959 e 1978. O ponto mais baixo dessa seca foi a temporada
1969-70, marcada por um horrendo 9.º lugar, a pior classificação de sempre não
só dos
azuis
e brancos, mas de qualquer um dos chamados três grandes.
Um dos treinadores que o
FC
Porto teve nessa época foi Tommy Docherty, um escocês que tinha feito uma
carreira de jogador respeitável em clubes como
Celtic,
Preston
North End,
Arsenal
e
Chelsea
e que havia marcado presença nos Mundiais de 1954 e 1958.
Como treinador começou por
comandar o
Chelsea,
guiando os
blues
à subida ao primeiro escalão inglês em 1962-63 e à conquista da Taça da Liga em
1964-65, construindo uma equipa onde pontificavam nomes como Terry Venables,
Bobby Tambling, Peter Bonetti e Barry Bridges e que ficou conhecida como os “
Docherty's
Diamonds”. O terceiro lugar alcançado na Division One em 1964-65 foi também
a melhor classificação dos
londrinos
na liga desde que foram campeões em 1954-55.
Após deixar Stamford Bridge,
tornou-se treinador Rotherham United, com a missão de levar o clube ao patamar
maior do futebol inglês. Porém, acabou foi por descer ao terceiro escalão. “Prometi
que tirava o Rotherham da Segunda Divisão e tirei: meti-o na Terceira. O velho
presidente disse: ‘Doc, és um homem de palavra!’”, afirmou após a despromoção
ter ficado consumada.
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Notícia da contratação de Tommy Docherty pelo FC Porto |
Depois de curtas passagens por
Queens Park Rangers e
Aston
Villa, tornou-se treinador do
FC
Porto em fevereiro de 1970. E as coisas não poderiam ter corrido pior. Em
dez jogos, venceu apenas um, empatou três e perdeu seis. Foi eliminado da
Taça
de Portugal pelo
Tirsense,
então na II Divisão Nacional, e deixou a equipa mais perto da zona de
despromoção do que da zona de acesso às competições europeias.
Talvez não se tenha focado o
suficiente no comando dos
portistas,
uma vez que ia com frequência aos estúdios da antiga Emissora Nacional, perto
da Torre dos Clérigos, fazer comentários para a
BBC.
Apesar dos pobres resultados,
ficou mais um ano nas Antas e, ao lado de António Teixeira, guiou o
FC
Porto a um bem melhor 3.º lugar na
I
Divisão.
No regresso à Grã-Bretanha ajudou
a
Escócia
a qualificar-se para o Mundial 1974, ficou na história por ter despromovido o
Manchester
United à Second Division em 1974, embora se tivesse redimido ao subir os
red
devils no ano seguinte e ganhar a Taça de Inglaterra em 1976-77. De Old
Trafford foi despedido não devido aos meus resultados, mas por se ter tornado
público uma relação extraconjugal com a mulher do fisioterapeuta do clube.
Apesar de ter terminado a
carreira com uma percentagem de vitórias de cerca de 40 por cento, manteve-se
sempre fiel ao seu estilo: não era muito dado a questões táticas, mas gostava
de dar longas palestras, sempre bem-humoradas.
Terminou a carreira em 1987-88,
nas divisões secundárias de Inglaterra, e viria a falecer no último dia de 2020,
aos 92 anos.
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