O brasileiro que passeou classe na defesa do Sporting. Quem se lembra de Luisinho?
Luisinho representou o Sporting entre 1989 e 1992
Um nome que tem de estar presente
quando o assunto é melhores defesas centrais de sempre do Sporting.
“Classe” é a palavra mais vezes utilizada para descrever Luisinho, uma antítese
do estereótipo da posição, porque até era relativamente baixo (1,79 m) e não
era propriamente viril. “Quem sabe jogar
não precisa bater”, afirmou numa entrevista ao Maisfutebol
em abril de 2016.
Natural de Nova Lima, no estado
brasileiro de Minas Gerais, despontou no Vila Nova, mas foi no Atlético
Mineiro que se notabilizou, entre 1978 e 1989. Nesse período conquistou 10
campeonatos mineiros e somou as 34 internacionalizações pelo escrete
que tem no currículo, tendo inclusivamente feito parte da mítica seleção
brasileira que participou no Mundial 1982, muitas das vezes mais recordada
do que algumas das que venceram Campeonatos do Mundo. Ao Sporting
chegou no verão de 1989, já com 30 anos, mas ainda com muita classe para
passear nos relvados portugueses, impondo-se rapidamente como o patrão da
defesa leonina.
“Fui por intermédio do Douglas e do sogro dele. (…) Tinha uma proposta da Fiorentina,
mas eu achei melhor ir para Portugal. Tinha os filhos pequenos, já conhecia o
Douglas que ainda hoje é meu amigo e a língua também era a mesma. Escolhi o Sporting,
foi muito fácil convencer-me e não me arrependi nada”, lembrou o antigo
defensor, que começou por ser orientado por Manuel José e tinha no plantel a
companhia dos compatriotas Douglas, Silas, João Luís, Valtinho, Marlon Brandão
e Paulinho Cascavel.
É verdade que não ganhou qualquer
troféu em Alvalade,
mas foi uma pedra basilar da equipa orientada por Marinho Peres que atingiu as
meias-finais da Taça
UEFA em 1990-91. “O Sporting
tinha uma boa equipa, mas não estava a conseguir títulos. Estava bem
estruturado. Só fiquei chateado e sinto que foi uma mancha no meu currículo por
não ter conseguido um grande título”, lamentou.
Depois de três bons anos em
Lisboa, nos quais amealhou 86 jogos e três golos de leão ao peito,
incompatibilizou-se com um diretor e acabou por regressar a Belo Horizonte para
representar outro dos grandes clubes do Brasil, o Cruzeiro,
pelo qual conquistou uma Supercopa Libertadores (1992), uma Taça do Brasil
(1993) e dois campeonatos mineiros (1992 e 1994) antes de voltar ao clube da
sua terra natal, o Vila Nova, para encerrar a carreira. Na raposa,
jogou ao lado de Ronaldo Fenómeno e chegou a aconselhá-lo ao Sporting:
“Ele era incrível. Vi aquele talento e liguei ao Sousa
Cintra a dizer que tinha de o vir comprar. Ele disse que era muito caro
para alguém tão novo e que no Brasil havia muitos talentos. Pouco depois o
Ronaldo explodiu…”
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