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Argel representou FC Porto e Benfica em Portugal |
Argel era um defesa central à
moda antiga: durão, aguerrido e forte na marcação. Por vezes excedia-se,
manifestando alguma impulsividade dentro e fora de campo, como no suposto
episódio que esteve na origem da sua saída do
FC
Porto. Mas já lá vamos…
Desde cedo considerado promissor,
cresceu na formação do
Internacional
de Porto Alegre e foi presença assídua nas seleções jovens brasileiras,
tendo vencido os Campeonatos Sul-Americanos de sub-17 em 1991 e de sub-20 em
1992 e conquistado o título mundial de sub-20 em 1993. Mais tarde conseguiu uma
internacionalização pela
seleção
principal do Brasil, ao atuar num particular diante das Honduras em março
de 1995.
Depois de uma passagem pelos
japoneses do Tokyo Verdy e de um regresso ao Brasileirão para representar o
Santos,
e já com um dragão tatuado nas costas, foi contratado pelo
FC
Porto no verão de 1999, numa altura em que os
nortenhos
eram pentacampeões nacionais, mas nunca conseguiu desfazer a dupla composta por
Jorge Costa e Aloísio. Não foi além de dez jogos (e um golo) na primeira metade
da temporada 1999-00, marcada pela interrupção da hegemonia interna,
despedindo-se das Antas em conflito com a estrutura
portista,
com relatos de uma porta partida e de um computador deitado ao chão e de
desagrado com Fernando Santos não o colocar a jogar como central do lado
direito.
Voltou ao Brasil para vestir a
camisola do
Palmeiras,
mas no verão de 2001 retornou a Portugal pela porta do
Benfica,
numa altura em que a dupla composta por Luís Filipe Vieira e José Veiga parecia
querer dar algumas alfinetadas em
Pinto
da Costa – os ex-
portistas
Drulovic, João Manuel Pinto,
Fehér
e
Zahovic
foram outras contratações nesse período.
Revoltado pela forma como havia
saído do
FC
Porto, Argel pediu à Parmalat, então proprietária do
emblema
paulista, para baixar o valor do seu passe de forma a que os
azuis
e brancos não recebessem os 15 por cento a que teriam direito se fosse
vendido por um preço acima dos 600 mil contos. “Era uma questão de honra. Falou-se
muita coisa aquando da minha saída do
FC
Porto que não eram verdades. Não foi o
FC
Porto que me mandou embora. Eu é que pedi para sair, pois tinha uma boa
proposta da Parmalat para jogar no
Palmeiras.
Que isto fique claro, pois o
FC
Porto só fala o que quer e a verdade muitas vezes não sai lá de dentro”,
afirmou ao
Record
em junho de 2001.
De
águia
ao peito chegou a assumir grande preponderância, tendo amealhado 97 partidas e
seis golos ao longo de três anos e meio, tendo contribuído para a conquista da
Taça
de Portugal em 2003-04 e do
campeonato
nacional em 2004-05 e protagonizado alguns casos de indisciplina. “O momento mais marcante da minha carreira foi como
jogador do
Benfica.
Foi o clube que eu mais gostei. Sou português, tenho passaporte e tudo. Gosto
muito de Lisboa. Sou adepto assumido do
Benfica.
O principal título da minha carreira foi a
Liga
portuguesa conquistada lá, em 2004-05. Há dez anos que não ganhavam. Acho
que é a maior conquista por ter sido tão importante”, recordou em novembro de
2011, em declarações ao site da Federação Paulista de Futebol.
Em janeiro de 2005, a meio da
época do título que interrompeu um jejum que durava há onze anos, transferiu-se
para os espanhóis do Racing Santander.
Depois de encerrar a carreira de
futebolista iniciou a de treinador. Nunca lhe tem faltado emprego, mas ainda
não conseguiu cumprir uma época completa num clube. Entre outubro de 2021 e
outubro de 2022 orientou o
Alverca,
naquela que é, por enquanto, a sua única experiência como técnico no futebol
português.
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