segunda-feira, 22 de abril de 2024

Algumas notas sobre o Vitória FC-União de Santarém

Foto: Vitória Futebol Clube
Ontem tive a oportunidade de ser um dos mais de 5100 espetadores que estiveram presentes no Vitória de Setúbal-União de Santarém, um jogo da jornada inaugural da fase de promoção à Liga 3, entre os primeiros classificados das séries C e D, mas já com cheirinho e nível de Liga 3.
 
Depois de cerca de hora em que os sadinos assumiram a iniciativa e os ribatejanos tentaram explorar sobretudo o contra-ataque de uma forma muito organizada e venenosa, os últimos 30 minutos ficaram marcados pelo sofrimento de quem (como eu, não vale a pena ser hipócrita…) apoiava a equipa da casa.
 
A substituição do médio ofensivo/extremo Daniel Carvalho pelo centrocampista mais defensivo Paulo Lima, aos 60 minutos, veio acompanhada de uma mensagem para baixar o bloco.  A equipa confiante que havia acabado de chegar ao 2-1 tornou-se numa equipa receosa, a praticamente abdicar de atacar para se agarrar com unhas e dentes a uma vantagem tangencial, numa altura em que ainda faltava muito tempo de jogo.
 
Adicionalmente, a equipa do Vitória demorou a compreender que estava a jogar contra o vento na segunda parte. Os pontapés de baliza, com bolas bombeadas para o meio campo porque a pressão alta da União de Santarém assim o obrigava, não levavam a bola para tão longe quanto desejável. A situação ocorria repetidamente, mas a equipa vitoriana continuava a apresentar-se demasiado estendida no campo nesses lances, ou seja, com dois ou três jogadores mais adiantados relativamente à zona onde a bola acabava por cair. De frente para o jogo e com o vento a favor, os centrais unionistas ganhavam nas alturas e iniciavam ataques à baliza do irrepreensível Tiago Neto, o homem do jogo, protagonista de várias defesas espetaculares.
 
Noutras ocasiões, o posicionamento da defesa à zona do Vitória não se ajustou ao vento contra, permitindo situações aflitivas de ataque à profundidade, com o lado esquerdo defendido por Gonçalo Maria a ser muito castigado.
 
O cerco quase ininterrupto de meia hora à baliza setubalense fez lembrar aquele Vitória-Oliveira do Hospital de má memória, no qual os sadinos começaram a defender a vantagem tangencial demasiado cedo e acabaram por sofrer o golo que ditou a despromoção ao Campeonato de Portugal. Felizmente para os vitorianos e infelizmente para os scalabitanos, desta feita o desfecho foi diferente.










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