quinta-feira, 19 de outubro de 2023

Leixões nunca eliminou o Vitória FC. Recorde os jogos entre os dois clubes para a Taça

Imagem do Leixões-Vitória de Setúbal de 1962
Protagonistas do único jogo da terceira eliminatória da Taça de Portugal que opõe dois clubes que têm o troféu nas suas vitrinas, Leixões e Vitória de Setúbal coincidiram em 22 épocas na I Divisão e três na II Liga, mas também já se defrontaram na prova rainha, na qual tanta tradição têm.
 
Bebés do Mar e sadinos defrontaram-se na Taça em sete jogos, referentes a quatro eliminatórias, uma vez que três delas foram a duas mãos, nas décadas de 1950 e 1960. Aliás, o último (duplo) confronto entre os emblemas de Matosinhos e Setúbal na Taça remonta a junho de 1967.
 
Nesses sete encontros, os vitorianos revelaram enorme supremacia: seis vitórias e uma derrota. E, curiosamente, o único triunfo dos leixonenses de nada lhes valeu, uma vez que foram eliminados devido a um resultado desfavorável no agregado da eliminatória.
 
Vale por isso a pena recordar todos os jogos entre Leixões e Vitória de Setúbal para a Taça de Portugal.
 
30 de maio de 1943 – Oitavos de final (jogo único)
O Leixões era primodivisionário, enquanto o Vitória militava na II Divisão, mas houve Taça no Campo dos Arcos.
Depois de dois remates à trave logo no início do desafio, Francisco Rodrigues abriu o ativo para sadinos aos 29 minutos e fez o 2-0 aos 56’. A meio do segundo tempo, um autogolo de Mário Montez reduziu a desvantagem.
O autor de ambos os golos dos setubalenses recebeu ordem de expulsão a seis minutos do fim.


 
7 de abril de 1957 – 1.ª mão dos 16 avos de final
14 anos depois, era o Leixões que militava na II Divisão, enquanto o Vitória era primodivisionário. E os matosinhenses proporcionaram um jogo impróprio para cardíacos no Campo de Santana, embora tenham saído derrotados.
Miguel inaugurou o marcador para os sadinos aos oito minutos, tendo Casaca feito o 0-2 aos 11’. Porém, Correia reduziu aos 19’ e Oliveira empatou aos 34’. No final da primeira parte, António Fernandes devolveu a vantagem aos setubalenses, na conversão de uma grande penalidade.
No segundo tempo, Janos restabeleceu a igualdade, também na marcação de um penálti, mas Fernandes completou o bis aos 73’, fazendo assim o quarto golo do Vitória.
O Jornal de Notícias destacou a “magnífica exibição dos matosinhenses” e escreveu que o árbitro Manuel Lousada “prejudicou a equipa da casa com um penálti hipotético”.
 

 
14 de abril de 1957 – 2.ª mão dos 16 avos de final
A jogar em casa, no Campo dos Arcos, em vantagem na eliminatória e frente a um adversário de uma divisão inferior, o Vitória confirmou o favoritismo.
Miguel abriu o ativo logo nos minutos iniciais e chegou ao 2-0 aos 19’, por intermédio de António Fernandes.
O encontro ficou ainda marcada por um gesto de fair play antes do apito inicial. “Desejando corresponder à forma hospitaleira como tinham sido recebidos em Leixões, os jogadores setubalenses reuniram-se no meio do terreno com os nortenhos e ofertaram-lhes várias lembranças, cerimónia que o público aplaudiu calorosamente”, narrou o Jornal de Notícias.
 

 
3 de junho de 1962 – 1.ª mão dos quartos de final
Tal como em 1942-43, o Leixões era primodivisionário, enquanto o Vitória de Setúbal militava na II Divisão. Mas, desta vez, havia algo de diferente: os matosinhenses tinham o estatuto de detentor do troféu, numa altura em que os sadinos ainda não tinham vencido a Taça.
No Campo de Santana, até foram os visitantes que marcaram primeiro, por intermédio de Pompeu, a passe de Emídio Graça, logo aos dois minutos. No entanto, Ventura empatou aos 12’ e Raúl I fez o 2-1 aos 69’. Ambos os golos dos nortenhos foram apontados de cabeça.
Apesar do triunfo do Leixões, o Jornal de Notícias falou em “dia não” dos leixonenses e deixou elogios ao Vitória: “Surpreendeu-nos”.


 
10 de junho de 1962 – 2.ª mão dos quartos de final
Apesar da desvantagem na eliminatória diante de um adversário de uma divisão superior, depois de uma primeira parte sem golos o Vitória de Setúbal deu a volta à eliminatória, com um triunfo por 2-0. Suárez e Mateus foram os autores dos golos.
Veja um vídeo da RTP com excertos do jogo e os golos.



11 de junho de 1967 – 1.ª mão dos quartos de final
Desta feita, tanto o Vitória como o Leixões militavam na I Divisão, tendo concluído o campeonato próximos na classificação – os sadinos em 5.º, os leixonenses em 7.º –, e ambos já tinham uma Taça de Portugal no palmarés.
Na primeira-mão, no Estádio do Bonfim, o Vitória deu um passo de gigante rumo às meias-finais, ao arrancar um triunfo por 3-0. Pedras foi o homem do jogo, ao apontar um hat trick (46, 81 e 87 minutos).


 
18 de junho de 1967 – 2.ª mão dos quartos de final
Mudou aos três, acabou aos seis. O caminho para a segunda Taça de Portugal do Vitória fez-se de quatro 3-0, e dois deles – os outros foram ao FC Porto nas meias-finais e ao Sintrense nos 16 avos de final.
Depois de uma primeira parte sem golos, Vítor Baptista inaugurou o marcador aos 56 minutos e Pedras bisou já na reta final da partida (83’ e 88’).
“Na Taça é assim. O resultado da primeira-mão conta muito sobretudo como no caso de ontem se a atenuar o 0-3 não surge logo nos primeiros passos um golo”, escreveu o Jornal de Notícias, que destacou a “frescura física e até alegria para o futebol”.













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