terça-feira, 15 de novembro de 2022

Dos três magriços a Cancelo. Os barreirenses que estiveram em Mundiais

Portugal estreou-se em Campeonatos do Mundo em 1966
Convocado por Fernando Santos para o Campeonato do Mundo, o lateral João Cancelo vai tornar-se no sexto jogador barreirense a disputar um Mundial, juntando-se a uma lista onde há um elemento que representou outra seleção que não a equipa das quinas.
 
Os primeiros futebolistas naturais do Barreiro a marcar presença no maior torneio de seleções forma três elementos da mítica seleção dos magriços, que sob o comando técnico do brasileiro Otto Glória alcançaram aquela que ainda hoje é a melhor classificação de sempre de Portugal num Mundial, o 3.º lugar em 1966.
 
O dono da baliza dessa seleção em cinco dos seis jogos foi José Pereira, mas o primeiro guarda-redes português a jogar num Campeonato do Mundo foi o malogrado Joaquim Carvalho, que defendeu as redes nacionais na vitória sobre a Hungria, por 3-1, em Old Trafford.  
O guardião, que pertencia ao Sporting, havia sido contratado ao Luso em 1958, tendo ajudado os leões a vencer a Taça das Taças em 1963-64.
 
 
 
Alexandre Baptista
À sua frente, Carvalho contava com a segurança concedida pelo conterrâneo e companheiro de equipa em Alvalade, o defesa central Alexandre Baptista. O defensor leonino atuou em cinco dos seis encontros de Portugal no Mundial 1966, tendo apenas falhado a partida da 2.ª jornada da fase de grupos, diante da Bulgária.
Tal como o Carvalho, Alexandre Baptista foi um dos esteios da equipa do Sporting que conquistou a Taça das Taças em 1963-64.
 
   
 
 
José Augusto
Ainda assim, o barreirense que mais brilhou no Campeonato do Mundo de Inglaterra foi o extremo José Augusto, considerado um dos melhores jogadores do torneio. Além de ter atuado nos seis encontros de Portugal, marcou três golos, dois à Hungria no jogo inaugural e outro à Coreia do Norte nos quartos de final, e fez uma assistência na partida de atribuição do 3.º e 4.º lugares, diante da União Soviética.
Apelidado de “Garrincha português”, jogou futebol e basquetebol em simultâneo no Barreirense, trabalhou como metalomecânico e como estofador para os Caminhos de Ferro e foi bicampeão europeu pelo Benfica antes de brilhar em terras de Sua Majestade.
 
 
 
Rafa Silva
Os três magriços não foram, contudo, os únicos barreirenses que participaram em Mundiais antes de João Cancelo. Um nome que está a dar muito que falar, Rafa Silva, não vai estar no Mundial 2022, mas esteve na edição de 2014, assim como nos Campeonatos da Europa de 2016 e 2020.
No entanto, o então atacante do Sp. Braga não chegou a ser utilizado por Paulo Bento no Mundial do Brasil. Apenas ele e o central Luís Neto, entre os 23 convocados, não foram a jogo durante as três partidas de Portugal na competição.
Embora algumas fontes indiquem que o atual jogador do Benfica é natural do concelho de Vila Franca de Xira, onde de facto cresceu, os sites oficiais do clube encarnado e da Federação Portuguesa de Futebol referem que o futebolista é natural do Barreiro.
 
 
Bruno Martins Indi
Também no Campeonato do Mundo 2014 marcou presença outro jogador nascido no Barreiro… mas não ao serviço de Portugal. Falamos do central internacional neerlandês Bruno Martins Indi, filho de país guineenses que se mudou com a família para Roterdão quando tinha apenas três meses.
Aos 13 anos ingressou nas camadas jovens do Feyenoord, tendo transitado para a equipa principal em 2010. Quatro anos depois foi um dos esteios da seleção dos Países Baixos – na altura ainda denominada Holanda – que sob o comando técnico de Louis van Gaal alcançou um honroso 3.º lugar no Mundial do Brasil, tendo atuado em seis dos sete jogos da seleção laranja nessa caminhada.
Após o torneio, transferiu-se para o FC Porto, mas foi pouco feliz no Dragão.
 

Agora é a vez de Cancelo surgir no maior torneio de seleções. O lateral do Manchester City tem em José Augusto um admirador confesso. “Hoje já não se veem muitos jovens a jogarem na rua, mas creio que o Cancelo é talvez o último exemplo deste tipo de jogador. Já esteve na formação do Benfica, mas a jogar na rua ganha-se uma irreverência que é muito importante para desenvolver a personalidade”, afirmou o magriço ao Record em fevereiro de 2014.












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